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História Como prometi, voltei - Vivo


Escrita por: Elise_tath

Capítulo 14 - Vivo


“23 de julho de 1928

Querido newt,

Escrevi essa carta especialmente para lhe desejar um feliz aniversário.

Eu havia planejado algumas coisas, isso, é obvio, se eu estivesse em casa.

Logo que você acordasse e saísse da sua maleta, eu e Queenie cantaríamos parabéns(faz anos que não cantamos a não ser para nós duas), eu teria de ir para o trabalho, mas provavelmente daria um jeito de escapar mais cedo. Estava planejando um tour por Nova Iorque, por isso não fiz antes, queria que fosse parte de seu aniversário.

Primeiro nos iríamos até a estátua da liberdade, depois para o Central Park e ao Washington Square Park, pensei em te levar a ponte do Brooklyn (tem uma vista linda) e no final, uma sorveteria que frequento a algum tempo.

Confesso de teríamos de aparatar algumas vezes. Você tem razão, eu não sou muito adepta de regras.

Eu pediria para Queenie fazer um bolo ou comprar um na padaria de Jacob e, pela segunda vez no dia, cantaríamos parabéns.

Feliz aniversário!

Carinhosamente,

Porpentina Goldstein.”

Tina não estava ali, mas Queenie não deixou o aniversário de Newt passar em branco. Eles comemoraram no apartamento de Jacob, com o melhor assado de carne e o bolo mais delicioso que o britânico já havia provado.

A carta de Tina chegou três dias depois do aniversário do magizoologista. Ele sorriu ao ler a carta e saber – mesmo ela estando ocupada com as investigações – que ela havia lembrado do aniversário dele e mais do que isso, ela planejou algo como presente.

“26 de julho de 1928

Querida Tina,

Obrigada por lembrar, podemos fazer esse passeio quando voltar, seja quando for.

Queenie e Jacob prepararam um ótimo jantar para comemorar. Fazia tempo que não festejava meu próprio aniversário, os últimos passei no meio do deserto, de uma floresta ou dentro da maleta.

Como sabe o dia do meu aniversário? Queenie que disse?

Espero que esteja bem e, novamente, obrigado.

Sentindo sua falta,

Newt Scamander”

“2 de agosto de 1928

Querido Newt,

Eu sou uma auror, lembra? Tive acesso a suas informações.

Ainda não há previsão para a minha volta. Incendiaram um hotel e muitos no-majs ficaram feridos, houve mortes. Estamos com o trabalho dobrado.

Desculpe pela carta curta e por demorar a escrever uma resposta, não foi um bom dia para mim. Conte-me do seu dia.

Carinhosamente,

Porpentina Goldstein.”

Era o primeiro sábado do mês de agosto. Uma parte dos aurores estava reunida na sala após o jantar. Em algum momento, enquanto Tina lia uma entrevista com os jogadores de Appleby Arrows, ela soube que era um time muito popular entre ingleses e irlandeses, uma auror francesa cantou o trecho de uma música.

Logo boa parte dos franceses a acompanharam e alguns americanos começaram a bater palmas no ritmo da canção. Stephen puxou a esposa para uma dança. A animação se espalhou pela sala, todos ali precisavam de um pouco de diversão.

Os britânicos se animaram também, uma canção inglesa encheu os ouvidos dos que estavam presentes. O casal Ross dançando com entusiasmo e rindo, música após música.

Tina observou tudo com um sorriso pequeno, todos ali rindo e tendo um momento alegre – mais que merecido com o tanto que estavam trabalhando – foi o suficiente para renovar suas energias. Ela voltou a ler o jornal com o humor melhorado.

A cantoria parou. Tina ergueu os olhos do jornal para ver o motivo.

Um auror que Tina reconheceu ser francês pelo casaco cor de areia aparatou no meio da sala e começou a falar rapidamente. Burnier se aproximou e trocou um rápido diálogo com ele. Todos os aurores franceses desaparataram, apenas Burnier ficou.

– Está tendo um ataque. – disse a voz carregada com o sotaque francês e cansaço.

– Não faça barulho. – disse Queenie.

Jacob concordou com a cabeça e continuou a subir as escadas.

– QUEENIE? – a voz da senhora Esposito fez Jacob paralisar.

– Sou eu! – disse Queenie.

– Tina está com você?

Queenie gesticulou para que Jacob continuasse.

– Pode ir, querido. – sussurrou ela.– a porta está aberta. – ela aumentou o tom de voz novamente. – Não, senhora Esposito.

Quando Queenie entrou Jacob já estava sentado no sofá. Ele batia a mão esquerda no estofado tentando liberar o nervosismo que sentia. Queenie queria ter uma conversa séria, como ela disse. Ele temia que ela quisesse terminar com ele.

– Se acalme. – disse ela. – Não é nada disso. Apenas uma conversa, hum?

Jacob olhou para ela pensando se estava com uma expressão tão nervosa assim no rosto.

Ela pegou a mala de couro que estava perto da lareira e foi para o quarto, Jacob esticou o pescoço para tentar vê-la antes da porta ser fechada.

Ela abriu a maleta e entrou dentro.

– Queenie? – Newt deixou de lado as próprias anotações. – Já é hora do jantar?

– Na verdade não. Preciso de um favor. – ela fez uma pausa e mordeu o lábio. – Vou contar para o Jacob que somos bruxos.

Um som de engasgo escapou da garganta do britânico.

– Como?

– Você está parecendo Tina pensando desse jeito! – Queenie cruzou os braços.

– Desculpe. – disse Newt. – Sua irmã pediu para eu ficar justamente para assegurar que você ficaria bem, ela ficaria preocupada com isso.

– Eu sei... – disse a loira e apontou para a escada. – Agora suba.

O magizoologista arrumou a gravata e pôs o colete, saiu da maleta e ofereceu a mão para Queenie.

– Cavalheirismo britânico. – Queenie riu.

Newt deu de ombros e fechou as presilhas da mala.

– Pegue ela. – disse Queenie. – Talvez ele se lembre de algo se entrar ai.

Newt concordou com a cabeça.

– Jacob. – disse Queenie abrindo a porta.

Jacob se levanta e olha para a loira e depois para o britânico, ele sorri.

– Newt!

– Jacob. – Newt acena com a cabeça.

–Newt e eu precisamos falar com você. – disse Queenie, já pegando uma cadeira para sentar e colocando as mãos sob a mesa.

Newt e Queenie se entreolham e ela move os olhos para Jacob e depois para a cadeira. O padeiro engole em seco e se senta, o magizoologista faz o mesmo, colocando a mala de couro aos seus pés.

– E então? – disse Jacob, uma mão sob a outra e o polegar batendo na madeira da mesa.

–Tem algumas coisas em que eu não fui totalmente sincera. – ela lê os pensamentos dele. – Não estou falando do nosso relacionamento, eu jamais mentiria para você em relação aos meus sentimentos. – ela soltou um suspiro. – Eu não sou secretária num escritório, apesar de que meu trabalho na MACUSA possa se intitular assim.

Jacob franze ainda mais as sobrancelhas e as batidas do polegar na madeira param.

Queenie prossegue:

– MACUSA é como o governo de vocês, só que no mundo bruxo.

– Bruxo? – Jacob repete, olhando para Newt procurando algum sinal de que aquilo parecesse um absurdo para o britânico assim como parecia para ele.

– Sim, eu sou uma bruxa. Newt e Tina também são. Tina não esta no sul para cuidar de nossa avó, não temos mais avós. A verdade é que ela é uma auror e está na França.

– É como uma policial. – explica Newt.

– Isso é loucura. – Jacob passa as mãos no rosto.

– Não é, querido. – ela tira a varinha de dentro da manga do vestido. – Isso é uma varinha, é o que nos permite concentrar melhor nossa magia e fazer feitiços.

Jacob olha incrédulo para o fino pedaço de madeira que termina em uma concha cintilante.

– Isso é algum tipo de brincadeira? – disse Jacob.

Queenie solta um suspiro e agita a varinha, uma jarra de suco voa até a mesa acompanhada por três copos. Jacob olha horrorizado para a jarra flutuando e despejando o suco de maçã nos copos. Hesitante, ele pega o copo e toma um gole do suco.

– Parece real, não? – Newt sorri, erguendo um pouco o próprio copo.

– Eu já conhecia você desde antes de abrir a padaria. Você foi mordido por um... – ela olha para Newt e franze as sobrancelhas. – Qual o nome mesmo?

– Murtisco. – responde Newt.

– Isso! Enfim, você e Newt apareceram junto com Tina aqui no apartamento e você teve que ficar até melhorar, você ajudou Newt a recuperar algumas de suas criaturas, nos acompanhou em busca de informações e esteve presente quando metade da cidade foi destruída. – ela aperta os lábios. – Sua memória de magia foi apagada por conta de nossas leis.

Jacob da um sorriso e leva a mão a testa. Flash de memoria passam por sua mente, dentre elas um enorme erumpente correndo em sua direção e Newt dançando de forma cômica.

– Aqui na América as leis são um pouco diferentes do resto do mundo. – ela fez uma pausa. – Aqui é ilegal qualquer bruxo ter uma relação com um no-maj, seja ela qual for. Por isso tive de mentir.

– No-maj?

– Ou trouxas... – adiciona Newt. – É como chamamos aqueles que não são bruxos.

Jacob encara o magizoologista e depois queenie, sua expressão se ilumina e ele sorri.

– Não acredito que tudo é real! – Jacob levanta os braços no ar. – Você lê mesmo mentes? Eu me lembrei de você. – ele aperta a mão dela. – E de você! – ele aponta para Newt e solta uma risada.

Newt e Queenie esbanjam um sorriso satisfeito.

– Quem é Grindald? – pergunta Jacob, se recordando de um homem de cabelos muito claros.

Os bruxos se entreolham e Newt solta um suspiro pesaroso.

– Grindelwald. – corrigiu ele. – É um bruxo das trevas que está espalhando o terror no mundo bruxo.

Queenie vê que Jacob não compreendeu uma única palavra.

– Nós, bruxos, não expomos o nosso mundo e é preferível que os no-majs continuem a vida deles e não saibam disso tudo. – o olhar dela se torna triste. – E Grindelwald não concorda com isso, ele acha que os bruxos são superiores e diz que as leis favorecem os no-majs.

– É por isso que Tina esta na França, para prende-lo. – disse Newt.

Jacob abre a boca para tentar consolar os dois, mas não sabe o que dizer.

– Está tudo bem! – disse Queenie. – Newt, que tal levar Jacob para ver suas criaturas?

Newt concorda e abre a maleta. Jacob olha maravilhado o magizoologista desaparecer pela abertura. Jacob ainda está extasiado por ver que todas aquelas memórias eram reais.

– Dougal, não é? – Jacob aponta para o seminviso.

– Está se lembrando das coisas? – o magizoologista pega o caderno para adicionar algumas anotações em relação ao veneno do rapinomônio.

– Acho que eu nunca esqueci de verdade. – Jacob olhava ao redor. – Pensava que era um sonho meu.

Newt caminha pelo resto da maleta com Jacob, as memórias parecem voltar cada vez com mais detalhes.

– Eu vou voltar lá para cima. –Newt larga a ração dos bezerros nas mãos de Jacob. – Queenie deve estar começando a preparar o jantar, termine com eles e não deixe a maleta aberta.

– Pode deixar, eu não quero repetir a cena do parque. – Jacob da uma risada. – Pé de valsa, senhor inglês!

Newt arregala os olhos.

– Até isso você se lembrou. – Newt balança a cabeça.

No momento em que Newt sai por inteiro da maleta os pratos que flutuavam ao redor da mesa se espatifam no chão, a torta que nem estava completamente assada se desfaz. Queenie deixa a varinha cair e seus olhos se enchem de lágrimas.

– A bagunça que eu fiz. – disse ela com uma voz rouca e fraca, se abaixando para pegar a varinha caída.

Ela não conseguiu dizer mais nada. Se levantou apoiando na mesa e o ar escapou de seus pulmões, ela levou a mão ao peito. Mais lágrimas.

– Tina. – o nome escapou dos lábios da loira num sussurro e ela fechou os olhos numa onda de agonia. –Tem algo muito errado.

O magizoologista abraçou a loira, ignorando os pedaços de cerâmica que estavam no chão, não sabia se era o certo a se fazer, mas era o único conforto que poderia dar.

Ele olhava, ainda tentando acalmar a loira, para cadeira de Tina. Um pensamento horrível passa pela mente dele: ele não ver mais Tina sentada na mesa de jantar.

Ela se afastou do britânico, enxugando as lágrimas e tentando recuperar a postura.

– Me desculpe! – ela disse ao ver as manchas da maquiagem no tecido.

O magizoologista olhou para o própria blusa e deu de ombros.

– Está tudo bem. – ele disse. – E tenho certeza que Tina ficará bem.

Até mesmo ele duvidava das próprias palavras, mas tentou pensar de forma positiva, não queria piorar o estado de Queenie.

– Você é um ótimo amigo, uma pessoa muito boa. – ela diz com o sorriso fraco e os olhos marejados, as lágrimas ameaçando cair novamente. – Boa demais para o tanto que sofreu. É por isso que minha irmã confia tanto em você, ela sabe o quanto você se preocupa e que tudo que você faz e diz é sincero, e mesmo que você esteja na pior situação possível, ainda pensa no outro. Deveria estar ao lado dela, Newt... Não aqui.

– Não posso... – ele começou.

– Eu sei. – ela interrompeu ele. – você prometeu a ela. Eu estou pensando em sair do país, ir com Jacob para algum lugar. Não vou deixar uma lei estúpida atrapalhar a minha vida.

Ele via agora uma Queenie decidida e forte, como se uma centelha da irmã mais velha estivesse na loira.

– É de família não desistir e lutar pelo que queremos. – disse ela. A agonia ainda permanecia junto ao peito dela.

Os aurores franceses erguiam suas varinhas em direção ao céu. Uma enorme nuvem negra adquiria velocidade e transformava tudo que estava no caminho em destroços.

Os britânicos e americanos se aproximaram com passos largos e rápidos. Tina arregalou os olhos ao ver o obscurus.

Quando a massa escura estava a poucos metros dos aurores Tina correu para frente.

– Não ataquem! – ela disse, fazendo as varinhas se voltarem contra ela.

Ela guardou a varinha no casaco e se virou para a nuvem preta, que apesar de carregar a agitação da pior tempestade de areia possível, não saiu do lugar.

– Calma... – o tom dela era gentil e não deixava transparecer o medo que sentia. – Eu não vou te fazer mal.

Ela da mais um passo. A nuvem diminui de tamanho e o movimento se torna menos turbulento. É possível distinguir um rosto envolto pela escuridão. Credence Barebone.

A auror não consegue acreditar no que vê. Ela pensava que ele foi morto em Nova Iorque, pelos aurores. Mas ele estava ali.

– Tina! – ela ouve a voz de Percival.- O que está fazendo?

Imediatamente a massa cinética volta a se contorcer.

– Fique quieto, senhor Graves. – disse Tina.- Está assustando ele.

A figura de Percival remete a memórias mais que ruins para Credence.

– Tina! Volte aqui! – ele persiste.

Ela se vira e seu olhar cortante cai sobre Percival. Ela está muito irritada.

– Eu já disse para ficar quieto, Percival.

– Goldstein! Volte AGORA! – era Macduff que falava.

Tina ignora a ordem do próprio chefe e continua a falar com Credence.

– Credence, sou eu... senhorita Goldstein. – ela mede as palavras. – Porpentina Goldstein, pode me chamar de Tina. Lembra de mim?

O obscurus fica mais calmo e volta a diminuir com a voz de Tina. Ela assente, incentivando.

– Preciso que abaixem as varinhas.

Antes de Macduff berrar novamente, outra voz muito firme e igualmente autoritária – e britânica! – chama a atenção.

– Vocês ouviram ela.- Tina pode ver que é o mesmo homem que a semanas atrás viu rindo na mesa do café. – Abaixem as varinhas.

A parte britânica obedece. O dono da voz acena com a cabeça para Tina.

O restante permanece impassível.

–Credence. – continua Tina. –Eu preciso que preste atenção em mim, não faça isso, nós vamos te ajudar.

– Ela esta mentindo! Eles vão matar você! Estão te enganando! – a voz sai alta e com determinação. Antes que imobilizem o homem, ele some dali.

A nuvem negra se move furiosamente e Tina corre pela calçada, ela estava muito mais próxima que o resto dos aurores, não houve tempo para aparatar.

Ela é lançada para longe, suas costas batem numa parede, a dor percorre a sua coluna e chega a sua cabeça, um prédio desaba, ela consegue murmurar um feitiço protetivo impedindo que grandes pedaços de cimento a atinjam.

O feitiço não dura muito mais tempo, ela perde a consciência.


Notas Finais


Atrasei para postar pois fiquei sem wifi
Trist
A linda da marina me lembrou


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