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História Como sair impune de uma vida miserável - L3ddy - Visita inesperada


Escrita por: policehistory

Notas do Autor


Olar!

Muito obrigada pelos favoritos e pelo comentários, vocês não tem noção do quanto isso me motiva a escrever!

Fiquem com o capítulo, boa leitura :*

Capítulo 17 - Visita inesperada


Fanfic / Fanfiction Como sair impune de uma vida miserável - L3ddy - Visita inesperada

Point Of View Luba

 

No fundo, eu sabia que não devia ter feito isso. T3ddy não é adepto de festas, nunca gostou de surpresas, até de aniversários. Mas eu não poderia deixar isso passar em branco, ainda mais depois de tudo pelo que ele passou, da vida sombria que teve. Quero que ele se sinta bem-vindo na minha vida, novamente, para que possamos crescer juntos. E nesse meio tempo quero mostrar o lado bom da vida, o quanto ele pode se divertir, ainda mais revendo amizades há anos esquecidas.

Ele está tenso ao meu lado; sua mão aperta a minha em sinal de nervosismo enquanto descemos a escada do avião que nos deixou em Santa Catarina.

 

- Está tudo bem? – Questionei, acariciando sua mão. Ele virou o rosto para mim, o cabelo bagunçando com o vento, e seu olhar era tranquilo.

- Sim, eu só... Não estou acostumado com isso. – Olhou para baixo, para nossas mãos unidas.

- Mas está te fazendo bem?

 

Ele sorriu, parando no meio da pista de pouso, e simplesmente me beijou. Tão carinhosamente e com tanta calma que eu poderia derreter. Sua língua quente contra a minha me fez tremer, fazendo um suspiro de satisfação escapar de meus lábios. De todos os beijos que ele me deu, esse foi o mais intenso, onde sua entrega estava evidente.

 

Não precisei de resposta para minha pergunta.

 

Ouvimos um ronco baixo e agudo se aproximando, e sorri ao separar meus lábios dos dele.

 

- Vamos pra casa? – Falei baixinho e ele olhou para o lado e eu apenas observei sua reação quando viu o Skyline Nissan branco parar ao nosso lado e Lira descer pela porta do motorista. T3ddy abriu muito os olhos, enquanto o outro vinha em sua direção a passos largos.

 

- Eu não acredito, isso só pode ser uma miragem. T3ddy! – Lira o abraçou, sendo correspondido pelos braços do moreno que rodearam seu corpo.

- E você continua o mesmo anão de sempre, caralho! – T3ddy passou a mão pela cabeça do Lira, que riu.

- Babaca!

- Oh, babaca é pesado! Filho da puta.

- Verdade, assim está melhor.

 

Olhei-os, cruzando os braços, fingindo estar triste.

 

- Então é só o “urso” – fiz aspas com os dedos. – Que ganha um abraço? Eu virei o que aqui, um poste de luz?

- Bom, com essa cor dá quase para confundir mesmo, baby. – T3ddy riu da minha cara.

- Acha que ia deixar o branquelo aqui de lado? Vem cá, seu bobão. – Lira veio até mim, me abraçando ao mesmo tempo que me levantava do chão.

- Ok ok, vamos sair daqui, não queremos morrer atropelados por algo que nem anda na terra. – Falei, indo em direção à porta do motorista do carro.

- Luba, tecnicamente esse algo anda na terra e...

- Beleza Lira, cala a boca. Agora como vamos ir em três se o carro só tem dois lugares? – Coloquei o braço na parte de fora do teto do carro, encarando-os. Lira sorriu de lado e em um pulo subiu próximo do aerofólio, na parte que é mais grossa e maciça, para não amassá-lo. Revirei os olhos, e T3ddy me olhou.

- Então está fácil assim?

- Você não está ligado dos paranauê daqui, Olioti. Mas calma, vai se ligar rapidinho. – Lira gritou de cima do carro.

- Ele sempre faz isso, se amassasse o carro a cara dele já estaria no lugar na lata. Entra, vamos.

 

Entrei no carro, e ele entrou do lado. Estava impressionado com o carro, e eu ri da sua expressão.

 

- Tá vendo? Agora você sabe como me senti.

- Mas Luba... Como? Quer dizer, porque você tem um carro assim?

- Calma, amor... – Arregalei os olhos quando percebi o que falei, mas ele sorriu ao ouvir. Tentei continuar. – Tem tantas coisas que você não sabe... – Repeti sua frase de quando nos beijamos na colina de Gramado. Ele levantou uma sobrancelha, desafiador.

- Eu não me importo. Lucas, eu não me importo com nada. – Me encarou com um olhar calmo.

 

Liguei o carro, deixei o Lira na saída do aeroporto para pegar seu próprio carro e rumamos para meu apartamento.

 

Quando chegamos, mandei uma mensagem para a Natália confirmando o andamento da festa junto com a Karen; estava tudo indo bem, nossos amigos confirmaram presença e iria ser feito no barracão das pistas de corrida, como eu queria. Agradeci imensamente o apoio delas e levantei os olhos do celular, vendo T3ddy observando os quadros do Homem de Ferro na parede da sala.

 

- Não é um loft luxuoso igual o seu, mas eu gosto muito daqui... Vou sentir muita falta.

 

Ele sorriu e me olhou, coçando a barba.

 

- Tudo aqui tem sua personalidade, seu jeito. É reconfortante e... Muito colorido. – Riu, enquanto pegava em mãos um porta retrato nosso, da nossa infância, em que mostrava ele com uma cara de bravo fingido segurando um papel de roteiro para um teatro que iríamos apresentar na escola; eu estava ao seu lado, rindo do bico dele e derramando refrigerante em mim mesmo.

 

- Você ainda tem essa foto... – Falou baixinho, observando-a. Aproximei-me devagar, colocando um braço ao redor de sua cintura.

- É a única que me sobrou... Não poderia me desfazer dela jamais... Porque eu não tinha certeza se te reencontraria e, bem... Eu queria ter uma lembrança palpável de você comigo. – Abaixei a cabeça, vendo-o devolver o quadro onde este estava. Pegou em minha mão, me fazendo olhá-lo.

- Eu sempre estive contigo, porque você nunca saiu da minha cabeça. Nos momentos difíceis, em que eu não via saída, era em você que eu pensava; no seu jeito doce, no seu sorriso, na sua voz... Você me salvou várias vezes, Lucas, sem se dar conta disso.

 

Meu coração acelerou de um jeito frenético, e sorri involuntariamente. Saber disso me fez mais feliz, como se eu realmente estivesse ali o tempo todo, ao seu lado. Abracei-o com toda força, deixando alguns pequenos beijos em seu pescoço, sentindo que aquilo era tão... Certo. Separamos o abraço, e T3ddy mordeu meu lábio, dando-me um beijo calmo.

 

- Vamos comer alguma coisa? Estou com muita fome. Me diz o que você sabe cozinhar, Sr. Feuerschütte. – Caminhou até a cozinha, mas parei-o no meio do caminho.

- Jamais. Vamos comer fora, não temos tanto tempo assim.

- Como assim? Tem planos pra hoje?

- Claro que eu tenho, amor. Ou você acha que minha vida se resume em estudar, trabalhar e aceitar propostas doidas de um lunático que está na minha frente?

- Uau, o que mais você faz? Uso de entorpecentes para estudar a trabalhar ao mesmo tempo? – Bati em seu braço, rindo.

- Babaca... Estou quase nesse nível mesmo. Agora vai ser pior ainda, você só me mete em enrrascadas.

- Vem ca, vou te ajudar a relaxar... – Sorriu malicioso enquanto colocava as mãos por baixo da minha camiseta, apertando minha cintura. Suspirei, beijando seus lábios ao mesmo tempo em que o guiava até o banheiro.

 

(...)

 

Depois de um bom banho extremamente relaxante, saímos para almoçar em um restaurante ali perto mesmo. Quando chegamos, ficamos na varanda por um bom tempo conversando sobre algumas experiências, e descobri que T3ddy é mais maduro do que pensei. Apesar da fachada dura – que se dissolveu bastante depois que nos reencontramos – ele é uma pessoa calma, e talvez seja por isso que ele consegue realizar seu trabalho com maestria e ter tido coragem para passar pela situação com seus... Pais.

Isso ainda me incomoda um pouco, apesar de saber pelo que ele passava. Mas decidi deixar pra lá, afinal, já aconteceu e não há nada que possa ser feito para mudar o passado.

 

- Ei, coloca uma blusa, precisamos sair agora. – Olhei a hora no celular: 21:45. Havia marcado a festa para às 21:00, então já estava na hora.

- O que você aprontou, hein? – Foi até a própria mala, pegando um moletom preto, enquanto eu peguei as chaves do carro.

- Nada que você possa não gostar. – Não tenho tanta certeza assim.

 

Descemos pelo elevador, desativei o alarme do carro e ele o olhava sorrindo.

 

- Ainda não acredito que você tem um Skyline, Lucas. E ainda me chama de excêntrico?

- Quer dirigir? – Falei, jogando as chaves em suas mãos. – Talvez você estranhe um pouco, já que está acostumado com um cobra de duas toneladas e não com um carro inteligente.

- Vamos ver se a inteligência supera a força. – Falou animado enquanto entrava no lado do motorista. Entrei do outro lado, ligando o som, deixando tocar Silence – Marshmallo feat. Khalid.

 

Errou o ponto da marcha algumas vezes, e acelerou demasiadamente em outras, o que nos fez rir o caminho inteiro. Guiei-o até a pista, e já pude ouvir o barulho de longe, vendo as luzes coloridas, e T3ddy também viu.

 

- Show pirotécnico?

- Melhor.

 

Acelerou até a entrada do barracão, e o som estava ensurdecedor. Ele sorria ao mesmo tempo em que me olhava, e desligou o carro; várias pessoas vieram em nossa direção. À nossa frente vários carros de corrida com capôs levantados, um DJ ao fundo em meio a balões vermelhos e pretos, e mais ou menos cem pessoas dançando com copos na mão.

 

Karen sabe mesmo como não ser discreta. Ninguém jamais acreditaria que é médica.

 

Descemos do carro, e alguns corredores vieram falar comigo, apertando minha mão. Cumprimentei a todos, apresentando T3ddy a eles.

 

Finalmente em casa.

 

Enquanto andávamos em meio aquela multidão de pessoas, nos deram garrafinhas de cerveja, que recusei, pois ainda tinha planos para essa noite. T3ddy bebeu metade em um único gole, e disse alguma coisa que não ouvi devido ao barulho. Quando chegamos ao meio do barracão, nos deparamos com uma cena digna de capa de DVD.

 

Karen apoiada no capô de sua Ferrari vermelha, vestindo uma blusa de alça e uma calça preta superapertada, segurando um copo; ao seu lado, Gustavo apoiado na porta de seu Skyline Audi TT prata, usando uma bandana no antebraço; do lado esquerdo Christian limpando o retrovisor do seu Camaro preto só para fazer marra, levantando o olhar para nós e sorrindo; e Natália, sentada na sua moto XJ6 novinha, que adquiriu quando voltamos para São Paulo, já que a sua Kawasaki estava próxima de sua data de validade.

 

T3ddy parou ao meu lado, olhando boquiaberto para aquilo.

 

- Bem-vindo à nossa casa, amor. – Apertei sua mão.

 

- Demorou alguns aninhos hein, urso? – Karen falou calmamente, olhando para os que estavam ao seu redor, fazendo sinal de assentir. Então, de repente, todos correram em nossa direção, abraçando-nos tão fortemente que me faltou ar.

 

Christian o abraçou demoradamente, e vi algumas lágrimas descendo por seu rosto, que ele limpou discretamente. Eu só sabia sorrir; Gustavo o abraçou de lado, pelo pescoço, bagunçando seu cabelo.

 

- Está tudo bem? – T3ddy perguntou, rindo. – Achei que não gostasse de mim desde sempre.

- Ah cala a boca, Lucas, senão eu mudo de ideia. – Riram e eu me encostei no carro do Christian, vendo-o me olhar com uma cara falsa de bravo. Natália veio até mim, com seu olho pintado fortemente de preto.

- Gostou?

- Vocês não economizam quando eu digo para caprichar, hein?

- Ah! A Karen até chamou a Rayza para vir competir contigo hoje! – Olhei-a indignado.

- O que? Mas eu estava pensan...

- Esquece. Você sabe como ela é... E a Rayza está doida por uma revanche, então vamos impressionar o gatinho ali. – Apontou T3ddy com o queixo. Ouvimos um ronco potente de motor e logo vimos o Camaro 69 entrar no barracão. Sorri travesso ao ver a morena descer e caminhar em nossa direção.

 

- Ouvi dizer que você está louco pra perder hoje, esmeralda. – Ela falou, enquanto ajeitava o cabelo. Eu gostava dela, era uma mulher muito forte. Aceitava qualquer desafio e era muito gente boa com todos.

- Estou louco para ver seu farol no meu retrovisor.

- Wow, sentem isso? – Natália disse, farejando o ar. – Cheiro de Camaro queimado.

 

Levantei-me rindo, e Rayza a fuzilou com o olhar. Fui até o T3ddy, que conversava com o pessoal, e pedi a chave do Nissan.

 

- Quer ver algo incrível? – Perguntei e pela minha visão periférica vi Natália anunciando a corrida e o pessoal foi se aglomerando na linha de saída.

- Sério que já vai começar perdendo na frente do T3ddy, Luba? – Lira disse, chegando pelos fundos, e abraçou T3ddy pelo pescoço. Todos riram, e T3ddy me olhou intensamente.

- Você corre? – Falou como se eu tivesse falado que ia me deitar na linha do trem.

- Ele não corre, ele voa. Aquela porra ali – Christian apontou meu carro atrás de si. – tem asas. Até hoje só o Gustavo venceu ele.

- Por pura sorte. – Falei.

- O caralho. – Gustavo disse, dando risada. T3ddy levantou-se dos bancos em que estavam sentados e entregou-me a chave. Olhei-o e me deu uma enorme vontade de beijá-lo, porém apenas peguei a chave, enquanto todos me seguiam.

 

- Não está esquecendo nada? – T3ddy me perguntou, fazendo os demais o olharem.

- Do que está falando? – Então ele caminhou até mim, segurou minha nuca com a mão esquerda enquanto a direita foi parar na minha lombar; seus lábios chocaram-se com os meus em um beijo intenso e rápido, e tive a impressão de que as pessoas ao nosso redor pararam de respirar. Assim que nos separamos, ele encostou sua testa na minha e sussurrou.

- Boa sorte.

- AE, finalmente assumiram que queriam dar uns pega desde sempre! – Karen gritou, me fazendo corar.

- Meus parabéns, amigos. Bom demais ver que estão juntos. - Gustavo disse, de sorriso aberto, e puxou-me pelo braço. – Agora vem, tem uma morena muito impaciente te aguardando.

 

Mais do que surpreendente, essa corrida foi insana. Rayza estava ali pra se divertir, assim como eu, então apenas aceleramos e deixamos a energia nos levar. Eu venci novamente, mas ela saiu do carro e apertou minha mão, me parabenizando tanto pela corrida quanto pelo moreno que assoviava de longe junto com os outros.

 

Depois disso, bebemos muito, dançamos mais ainda e tentamos fazer vários desafios no meio da festa, que acabou com um Christian banhado de vodka e Natália com a cara suja de tinta branca. Não me perguntem.

 

Porém, por volta da uma da manhã, o inferno teve seu início.

 

As mulheres dançavam no meio do pátio, com alguns copos na mão. Eu estava conversando com Gustavo apoiado em meu próprio carro e T3ddy estava do outro lado falando com Lira e Christian.

 

Ouvimos um barulho de motor muito alto, o seu condutor o acelerava várias vezes, claramente para anunciar sua presença. Estranhei, pois todos os corredores estavam na festa; inclusive de outras cidades. Ainda não víamos o carro, que parecia estar rodeando o barracão. O DJ diminuiu o volume da música e as meninas pararam de dançar para também prestarem atenção. Todos me olharam, e eu apenas dei de ombros.

 

Então os faróis de um Mustang cobra vermelho invadiram a pista à nossa frente. Vi quando T3ddy se aproximou de mim, me perguntando se eu conhecia o dono daquele carro sem placa; neguei. Então um par de coturnos tocaram o chão quando a porta foi aberta, e um homem desceu. Ouvi sons de surpresa escapando dos lábios das pessoas ao meu redor; o rosto do homem estava completamente desfigurado, metade de sua cabeça tinha uma pele enrugada, sua mão esquerda só tinha três dedos, um olho quase coberto pela camada de pele que descia da testa e metade de seu rosto era uma massa de pele enrijecida.

 

Senti T3ddy ficar tenso. Seu copo de bebida caiu no chão. Vi seu punho fechar e seus lábios estavam muito apertados um no outro. Quem era aquele ser que deixou meu amor completamente nervoso? O homem olhava diretamente pra ele, que o encarava de volta. Todos perceberam e seus olhares se dividiam em olhar para os dois.

 

Jamais imaginei T3ddy com medo de algo, porém o vi abrir a boca e seus lábios tremeram ao dizer a única palavra.

 

- Pai?


Notas Finais


Aerofólio: aquela parte alta que tem atrás nos carros de corrida, em cima do porta-malas.

Parece que alguém voltou dos mortos, não é mesmo?

Se estou viciada nessa musica do Marshmello? DEMAIS!
HEHEHE

Bem, por hoje é isso! Espero que tenham gostado, deixem suas opiniões aqui nos comentários, aceito sugestões e críticas construtivas :D

Até o próximo!


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