Era apenas mais um domingo a noite na minha vida, meus pais haviam ido à igreja e apenas eu e meu irmão ficamos em casa.
Eu estava em minha cama, com jeans velhos e um moletom que eu adorava que apenas escondia um pouco do meu corpo absurdamente magro, ouvindo Avenged Sevenfold nos fones de ouvido e escrevendo minha mais recente história.
Gustavo estava na sala, tomando café e vendo seu filme favorito pela milésima vez, era alto e não muito forte, era o que se chamava de magro. Com o corpo branco, cabelos pretos e olhos verdes. Do tipo atraente, por assim dizer.
Ele continua sentado na sala quando me ouve descendo as escadas.
- Finalmente saiu da toca.
- Vim pegar café, o cheiro está torturante. Tá vendo esse filme de novo Gus?
- Gata, A Noiva Cadáver é um clássico, não enjôo nunca.
- Tem razão, qualquer coisa que envolva o Johnny Depp não enjoa nunca.
- Senta aqui e termina de assistir comigo.
Então eu corri me sentei ao seu lado com uma caneca grande de café.
- Assim não vai dormir.
Gustavo é apenas dois anos mais velho que eu, ele acabou de fazer 20, e em exatos 13 dias eu faço 18.
- E quem disse que quero dormir?
- Mocinha, não pode ficar sem dormir.
- Gus, eu sei que se preocupa comigo, mas não precisa.
Eu não conseguia parar de pensar no quanto ele se preocuparia se soubesse toda a verdade suja sobre a irmãzinha dele.
Enquanto o filme terminava nossos pais chegaram, e antes que eles chegassem até a sala nós nos afastamos, nossos pais não gostavam que ficássemos muito próximos, eles diziam que era abominável um relacionamento tão íntimo entre irmãos, mas nunca ligamos muito pra isso.
- Tudo bem, hora de vocês irem dormir.
Nos levantamos e fomos, nossos quartos eram em frente um ao outro, então todas as noites ele me dava um beijo testa e me dizia um boa noite bem caloroso, e hoje não foi diferente.
Entrei no meu quarto, fechei a porta e vesti um pijama confortável, de pano bem mole e com um unicórnio desenhado na frente.
Me deitei na minha cama e comecei a dormitar, fechava os olhos, abria, sonhava com coisas vindo me pegar, acordava assustada, dormia outra vez, e tudo se repetia em um ciclo vicioso grotesco.
Me levantei lentamente, olhei no relógio 2:37a.m.
Tenho certeza que meus pais estão dormindo, lentamente abro a porta do meu quarto e vejo que a porta do quarto de Gustavo está destrancada. Entro na ponta dos pés e fico bem atrás dele, dou uma mexida em seus ombros de leve pra o acordar. Ele finalmente acorda.
- Rebeca o que está acontecendo? - me pergunta esfregando os olhos.
- Estou tendo pesadelos, posso dormir aqui com você?
- Claro, vem aqui - ele diz levantando a coberta e me indicando o lugar ao seu lado pra eu me deitar.
Eu me deito e ele me abraça.
- Pronto - e me dá um beijo na lateral da minha cabeça - agora nada pode te pegar.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.