História Como Se Livrar De Um Demônio Apaixonado - É uma longa história

— Permita que eu me apresente. — Ele se levantou ajeitando o terno escuro. — Meu nome infernal é Lucifer, príncipe do orgulho e soberano do inferno. Mas, aqui na terra, me chamo Taehyung. Parece que é mais fácil para vocês, humanos, me reconhecerem melhor.

 Pisquei meus olhos diversas vezes tentando processar o que estava acontecendo. Estava diante do filho rebelde, um anjo caído.

Ele abriu um sorriso largo e abriu os braços andando em direção ao Jimin.

— Eu estava com muitas saudades, amigo.

— Para, Taehyung. — Jimin levantou a palma esquerda pedindo para que o outro parasse. — Você não faz ideia do que tentou fazer.

Dito isto Park caminhou em minha direção e eu ainda estava no chão olhando assustado para o loiro, ele estendeu a mão e me ajudou. Segurou meus ombros olhando em meus olhos, suas pupilas já estavam com a coloração normal castanho escuro.

— Você está bem? — Mesmo depois de tudo aquilo acontecendo ele ainda estava preocupado comigo.

Assenti mostrando que ele não deveria se preocupar, meu servo apenas sorriu fraco como se estivesse aliviado. As vezes me esquecia de que ele era um demônio.

— Eu estava fazendo o que era preciso. — Disse Taehyung.

— Preciso?! — Sua voz se alterou. Jimin virou-se para ele. — Você poderia tê-lo matado ou pior, tê-lo transformado em um demônio.

— Você fala como se isso fosse algo muito ruim.

— Eu já não sei mais o que é bom, Tae. — Jimin suspirou cansado, não pude ver seu semblante pois ele estava de costas para mim, mas parecia triste.

— Você está passando tempo demais com esse humano, sabe o que pode acontecer. — O semblante do loiro era sério, bem diferente do homem que se apresentou para mim há alguns minutos.

— Já chega, Luci. Vamos conversar sobre isso depois.

Park girou os calcanhares e começou a andar em direção a porta. Os ombros caídos, um olhar triste, era como se as palavras desse tal Taehyung tivessem o afetado de alguma forma e, de certa forma, vê-lo daquele jeito fez com que eu me sentisse mal. Quando a porta se fechou, resolvi dar um passo em direção a mesma, iria atrás dele. Todavia o príncipe foi mais rápido e correu no meu lugar, e eu, bom, eu não consegui me mexer quando vi o loiro ir atrás dele.

De certa forma eu não tinha direito, Taehyung era seu melhor amigo.

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Encontrei os dois no estacionamento da delegacia, quando cheguei eles pararam de conversar e Jimin sugeriu que fossemos para casa.

Quando chegamos em minha casa, Jimin pediu de forma educada para que pudesse conversar com Taehyung a sós em meu quarto, chegando até mesmo a usar a palavra “mestre” e pela primeira vez me senti irritado ao escutar aquela palavra escapar de sua boca. Quer dizer, eu jamais havia me importado quando ele me chamava assim na frente de meus amigos, mesmo eu dizendo que não havia necessidade, mas ele me chamar assim na frente de seu amigo soou como se eu fosse apenas seu mestre. Mas, cara, eu disse para Park que eu também podia ser seu amigo.

Então, por que eu não podia saber o que os dois conversavam?

Estava sentado na poltrona da sala batendo o pé impaciente. Já fazia alguns minutos que eles estavam conversando e eu estava curioso sobre o que estava acontecendo. Nada havia sido esclarecido para mim!

Olhei para um lado, para o outro e então bufei irritado me recostando na poltrona encarando o teto, aquela curiosidade iria me matar.

Mas, se eu fosse ao banheiro no andar de cima, poderia escutar algo.

Abri um pequeno sorriso após ter arranjado a solução de matar minha curiosidade. Me levantei da poltrona e fui a passos leves até a escada, subi os degraus de forma silenciosa. Pude ouvir alguns sons vindo do quarto quando cheguei ao corredor de cima, me aproximei de forma quase imperceptível.

— … Você sabe que não há necessidade de ficar aqui, Jimin. Você não tem obrigação com ele.

— Ele me invocou, Tae. — Me aproximei, a porta estava entreaberta. Pude ver Jimin próximo a janela.

— Isso é desculpa! Vocês não selaram um pacto de mestre e servo, você só está brincando de ser escravo.

Então ainda havia algo a mais para que ele fosse meu servo?

— Não. — Ele se virou olhando em direção a Taehyung, mas eu não podia vê-lo. — Bom, quer dizer, eu não sei. Algo me prende aqui, a terra.

— Te prende? — Pude ouvir sua risada. — Eu sei o que está te pretendo aqui, Jimin, nós sabemos. E sabemos também o que pode acontecer contigo caso você coloque tudo a perder.

Então Jimin estava aqui porque queria?

— Eu… Eu acho que ainda preciso ficar por aqui, Luci. Prometo que não farei besteira, eu estou me cuidando para que nada aconteça.

Queria continuar a escutar a conversa, mas escutei passos próximos a porta. Voltei a caminhar em direção a escada a passos lentos e quando cheguei aos degraus, desci correndo. Sentei na poltrona que estava antes e meu coração estava disparado, minha mente tentava a todo momento processar tudo que havia escutado.

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— O que aconteceu contigo, Jungkook?! — Hoseok já saiu entrando em minha casa. — Nós ficamos super preocupados com você. Tu saiu da delegacia e nem falou com a gente!

— Foi mal. Aconteceram algumas coisas, Jimin e eu tivemos que sair as presas de lá.

— Eu fiquei preocupado. — Jung suspirou antes de se sentar no sofá. — Tipo, ele saiu desesperado da sala que nós estávamos e foi, cara, foi de repente, sabe.

— Como assim? — Me sentei ao lado dele.

— Depois que o policial nos mandou entrar na sala, Jimin começou a ficar inquieto. — Hoseok fungou antes de continuar. — Ele começou a andar de um lado para o outro, ficou encarando a porta várias e várias vezes. Namjoon até tentou acalmá-lo, mas ele sequer escutava.

Pensar que ele estava preocupado comigo de certa forma me deixava um pouco empolgado. O que estava acontecendo?

— Daí ele encostou na parede e cruzou os braços, fechou os olhos também. — Coçou a cabeça. — E ficou quieto por alguns minutos, estava bem diferente do Jimin da boate, sabe.

Eu sabia muito bem. Jimin conseguia ser assustador ao extremo quando ficava sério.

— Foi então que ele abriu os olhos e estes estavam completamente negros. Eu fiquei, cara, eu me encolhi todo. Jimin saiu como um vulto pela porta e só tivemos tempo de correr para tentar impedi-lo, só que o policial apareceu e não nos deixou sair. Ele tinha uma força enorme, quase sobrenatural. A ponto de conseguir segurar nós três ao mesmo tempo.

Isso que me deixava com um grande ponto de interrogação na cabeça. Como os policias sabiam sobre mim? Por que eles permitiram que um suspeito solicitasse a visita de alguém?

— Foi ele. — Murmurei.

— Que? — Hoseok me olhou e eu apenas sorri sem graça negando com a cabeça. — Yoongi e Namjoon estão demorando.

— Eles estão vindo?

— Sim. — Respondeu. — Foram na casa do Nam avisar aos pais dele que o bonitão ‘tava bem.

Segundos depois Yoongi entrou em minha casa sem bater ou avisar que estavam ali acompanhado de Namjoon, típico do mais baixo.

— Eu vou encher a sua cara de bolacha, Jeon Jungkook! — Yoongi veio em minha direção com um semblante nada legal já com os punhos cerrados.

Mas antes que ele pudesse me bater, escutamos um barulho de porta se fechando no segundo andar. Logo Jimin já estava no início da escada e olhava em nossa direção com um semblante sério. Uma silhueta apareceu atrás dele, pude reconhecer rapidamente a cabeleira loira, era Taehyung.

— VLuci? — Hoseok se pronunciou surpreso e todos nós olhamos para ele.

O loiro apenas abriu um sorriso largo.

— Menino Hoseok, como estás? — Sua voz soava divertida.

— Quem é o loiro bonitão? — Min sussurrou para que apenas eu ouvisse.

— V-Vocês se conhecem? — Perguntei olhando para Hoseok.

— É uma longa história. — Ele respondeu enquanto desviava o olhar para o chão completamente sem jeito.