História Como tudo começou. (HIATUS) - Capítulo XI

Os olhos tristes percorreram toda a sala, evitando uma troca de olhar perturbante. Sakura observava Hinata suspirar parecendo procurar coragem, imaginando mil e uma razões para ela estar ali em seu consultório. Se aproximou desta que, rapidamente recusou com um passo para trás. Parecia estar com medo e se esforçava para estar diante dela. Deduziu que o motivo de estar ali era Naruto, como todas às vezes que conversavam, sempre pedindo conselhos pra conquista-lo e para conhece-lo mais, só que diferente de antes, Sakura se sentia incomodada, assumindo a si que não queria ajudar. Era uma sensação horrível se dividir entre o amor e consideração, deixava-a em uma encruzilhada sem rumo decisivo.

O primeiro sentimento que teve foi frustração, todos seus planos de esquecer seus problemas foram por água abaixo. Sakura tentava manter as aparências, mas era difícil perante á tantas situações ruins. Estava trêmula depois do ocorrido com Sasuke, e mesmo que tentasse mostrar-se firme com aquilo seu coração ardia com um misto de medo e decepção. Ergueu discretamente o colarinho, lembrando-se das marcas que - provavelmente - o Uchiha havia lhe deixado. Sorriu para Hinata na tentativa de mostrar que estava tudo bem, mas evidentemente quem a vesse sabia que não estava, a diferença é que a morena parecia não se importar e não se atrevia a abrir a boca para comentar sobre o jaleco amarrotado e com manchas de poeira, que com certeza havia reparado.

A atmosfera era pesada, como se trouxesse energias negativas. Talvez fosse seu susto pelo ocorrido de manhã ou por simplesmente estar diante de Hinata após a noite passada que teve com Naruto, de qualquer forma, era um incômodo estar perante aquele clima.

– Desculpe estar aqui tão cedo, Sakura-san. Você está sempre ocupada e devo estar atrapalhando – Sorriu forçado.

– Ainda falta um tempinho para a primeira consulta começar, está tudo bem – Sakura caminhou até uma das cadeiras do paciente e indicou para a mulher se sentar – Sente-se!

– Acho que você deve imaginar o porquê estou aqui...

Sakura concordou com a cabeça sorrindo, sentando-se ao lado de Hinata. Era tão estranho ter que olhar a ex-namorada de Naruto e pensar que também havia tirado uma casquinha, ou pior, que estava grávida dele. Vontade é que não faltou de enfiar a cara em buraco como um avestruz, era muito constrangimento. Da melhor forma possível, agiu normalmente, qualquer erro seu a verdade viria atona e não queria isso no momento.

– Não está fácil para mim lidar com toda minha situação atual e vim aqui atrás da sua ajuda, Sakura-san.

– Que bom que você ainda me procura para isso – Sorriu.

A rosada por um instante sentiu-se feliz, saber que ainda existia pessoas que a veem como uma pessoa ideal para pedir apoio, isso alegrava-a. Ela gostava de fazer o bem, não era atoa o trabalho de médica. Mas um problema surgiu, após deparar com um sorriso cínico de Hinata entendeu que as coisas não estavam como imaginou. Chegava a ser um afronto a forma que era encarada. Em seu lugar de trabalho foi rebaixada com apenas um enorme sorriso debochado.

– Não sei como te dizer isso, mas acho que você estar perto do Naruto-kun não me ajuda muito... – Disse a hyuuga de forma manhosa, logo se fingindo de chateada, colocando a melhor expressão triste no rosto. Queria que Sakura sentisse pena, talvez assim ela consederia seu desejo. – Sei que isso vai soar meio egoísta, mas você é minha amiga e entende, não é?

Achou que as surpresas haviam acabado, mas viu que estava totalmente enganada. Como se já não bastasse o desprazer de ter uma manhã péssima com Sasuke, agora aturaria o egoísmo da mulher em sua frente que nem se quer percebia o nível do absurdo de suas palavras.

Sakura quis acreditar que os anos em que Hinata passou tentando conquistar Naruto foram tão conturbantes que qualquer “obstáculo” que apareça ela tentava se livrar antes mesmo de supera-lo. Talvez, foram tantas decepções que, esta não conseguia ver o rapaz como uma conquista a se conseguir, mas sim como algo que já era seu. E ao ficarem juntos isso só se agravou ainda mais, ao ponto dela querer proibir Naruto de se relacionar com qualquer outra pessoa que fosse.

Para o desgosto de Hinata, Sakura estava decidida a não se afastar do Uzumaki, mesmo com todas as dificuldades que passaram ambos não perderam a amizade, não seria agora que isso mudaria. Tentou se manter calma, mas era difícil vendo que Hinata agia com certa indiferença, ao mesmo tempo, tentava não mostrar como aquilo a chateou.

– Como?

– Eu não vou repetir... – Cruzou os braços.

– Sinceramente, não sei o que dizer – Disse Sakura.

– Apenas diga que sim, Sakura-san... Olha, eu sei que é difícil, mas––

Hinata foi interrompida:

– É uma brincadeira, certo? Puxa, por um instante quase acreditei... – Riu nervosamente, tentado se convencer que era uma piadinha a parte. Sakura poderia fazer qualquer outra coisa, mas ficar longe do Naruto jamais.

Hinata estreitou a sobrancelha com o que ouviu e mexeu-se sobre a cadeira expressando corporalmente seu incômodo. Um leve riso saiu de sua boca, não sabia o porquê disso, se era para tentar esconder o desgosto ou apenas por irritação. De qualquer forma, ver que Sakura não havia caído no jogo de chantagem pela primeira vez, evidentemente deixava-a desconcertada. Hinata não queria parar tão cedo, iria lutar por Naruto de todas as formas possíveis, depois de tantos anos, uma pedrinha no caminho como a Haruno não era nada.

– Acho que a palavra “amiga” deixou de te definir. – Afinetou.

Sakura não conseguia acreditar que aquela era a Hinata que conhecia. Entendia o amor que ela sentia por Naruto, mas aquilo estava saindo do controle. A própria mulher se prejudicaria com suas emoções compulsivas, e como médica, Sakura não queria ver a amiga com tal transtorno que, mesmo comum, era tão cruel.

– Olha para você mesma, está deixando que seu amor se torne uma obsessão, não é assim que vai conquistar o Naruto.

Aquilo foi o suficiente para que a morena se levantasse bruscamente da cadeira, informada com a maneira que Sakura falara. Queria manter seu teatro, mas em apenas olha-la seu peito ardia com tamanho ódio e ciúmes. Cruzou os braços e rapidamente deu-lhe as costas, na tentativa frustrante de prosseguir aquela conversa sem acabar confessando.

– Não é você que vai ditar como o Naruto-kun gosta de ser ‘conquistado’.

– Você está falando sério? – Disse incrédula. Sakura soltou um forte suspiro acompanhado de um breve riso, mantinha-se desacreditada com a atitude de Hinata e não queria brigar com esta por causa de homem. Levantou-se de onde estava, aproximado da mulher que evitava lhe encarar. Observou o chão por um momento em busca das palavras ideais para abaixar toda aquela poeira. Mas, o quê poderia dizer? Sua cabeça estava cheia de tantas coisas que nem se quer conseguia pensar.

Sentia-se a beira das lágrimas, seu coração queimava com o desespero. Queria gritar e dizer a todos o que estava acontecendo, confessar que não suportava aquela situação sozinha, aguentando secretamente a sensação de impureza que Sasuke deixou. O problema era que em Konoha a sensatez não dominava.

– Ei... – tocou-lhe no ombro – Vamos parar com isso, hum? Somos amigas e––

Hinata a interrompeu:

– Para de se bancar a boazinha, Sakura-san! Acha que eu não enxergo? Que não percebo a forma como ele te trata? – virou o rosto para encara-la – Eu não suporto isso.

Hinata abraçou o próprio corpo voltando a ignorar totalmente a rosada. Não queria se sentir inferior a ela, mas ao lembrar dos sentimentos que Naruto nutria pela mesma, chegava a ser inevitável. A súbita tremeira foi incontrolável ao sentir a forte vontade chorar. Seus olhos começaram a embaçar, e antes que pudesse fazer algo para controlar-se, as lágrimas caiam quentes e com certa abundância.

– Hinata... – Chamou-a.

– Eu sabia que era uma péssima ideia vir aqui – a voz saiu trêmula – Deveria ter ficado em casa.

Ouve um silêncio insuportável entre as duas. De repente, apenas se ouve:

– A verdade é que não consigo me afastar do Naruto... – Sakura soltou quase como um sussurro – Ele consegue me fazer ficar e não há nada que possa mudar isso.

Ok, aquilo não estava planejado. Quando percebeu o que disse, sentiu todo corpo tremer, praguejando por pensar alto demais. Sakura viu que suas palavras foram de grande efeito, Hinata encarava-a em choque, enquanto se aproximava para ter certeza que aquilo que ouvira não era paranóia da sua cabeça. A rosada não movia um músculo, o que disse foi uma surpresa para si também. Precisava urgentemente acabar com aquele clima pesado que se instalou na sala.

– Você... O ama? – Soltou.

“Esconder para que? E porquê?”

Ambas estavam ali, discutindo sobre o mesmo homem e sentimentos amorosos que o envolviam, então não tinha motivos para guardar aquele amor que tanto sentia. Sakuda pensou em muita coisa antes de responder Hinata. Seus pais não sabiam de nada e nem seus amigos, apenas Ino... Ou ERA apenas a Ino.

Seus lábios se abriam para que as palavras saíssem, mas nenhum som saira de sua boca. Supirou fundo e como um solavanco de coragem, disse:

– Sim, eu amo! – pausa – Eu amo o Uzumaki Naruto.

Mais uma vez ouve silêncio.

A última coisa que viu, foram os olhos marejados e o ranger de dentes que Hinata soltou antes de sair do consultório as pressas. Estranhamente, Sakura não se sentia culpada por se confessar, pelo contrário, sentiu-se aliviada em ter tirado mais um peso das costas. Agora não precisaria disfarçar e nem esconder sua atração. Isso deixava-a um pouco mais tranquila, mas isso também deixava com uma sensação de perda. Hinata oficialmente deixou de ser sua amiga.

Colocou a mão na testa sentindo a forte tontura chegar e rapidamente buscou a cadeira mais próxima para sentar-se. Fortes emoções, se esqueceu que não era saudável senti-las. Sasuke, Hinata e a gravidez secreta... Até quando poderia suportar? Não conseguia se responder. Muitos diriam que era exagero da sua parte e apenas ao estalar os dedos tudo se resolveria, mas só ela sabia o quanto aquilo chegava a ser sufocante.

Tentou se acalmar e focar na saúde do seu bebê, dando vários arfares para o vento enquanto pairava sua visão por toda a sala. Foco Sakura, foco!

Aquele seria um dia puxado, teve certeza absoluta disso.

(...)

Sakura terminou seu expediente tranquilo, algo que achou que não poderia conseguir com tantas coisas na cabeça. Organizou a papelada em cima de sua mesa e guardou dentro de uma das gavetas. Checou se tudo estava arrumado e saiu do consultório rumo a sua casa.

O hospital encontrava-se em grande movimento e de princípio aquilo deixou-a assustada. Uma correria mais do que normal entre pacientes e médicos. O mais estranho era que todos estavam ansiosos e felizes por algo que não fazia ideia o que era. Se despreocupou, aparentemente não era nada grave.

Quando colocou os pés para fora do hospital, teve a conclusão que estava acontecendo algo bem estranho em Konoha, porém nenhuma alma se quer lhe avisou. Os moradores iam todos pela mesma direção, sorridentes e conversando alto. Curiosa, tentou ouvir e descobrir o que se passava, mas eram tantas vozes falando ao mesmo tempo que chegava a ser incompreensível.

Acelerou os passos até sua casa para perguntar a Mebuki o que estava acontecendo, com certeza sua mãe sabia de algo. E quanto mais andava, mais pessoas via e trombava nestas sem querer. A curiosidade foi tanta que, passou a pular de telhado em telhado para chegar em casa o quanto antes e descobrir o motivo de toda a algazarra.

Quando chegou, deixou rapidamente os sapatos na genkan. Foi até a sala principal e deparou-se com seus pais completamente arrumados, aparentemente para uma ocasião importante. Mebuki sorria animada para Kizashi que parecia estar estar feliz também, embora seu sorriso esteja fraco.

– Vocês vão sair? – Perguntou se aproximando dos Harunos.

– Sim, hoje é um dia especial para todos. – Respondeu sua mãe.

Sakura tirou seu jaleco médico e sentou-se para descansar da breve corrida que teve que fazer. Seus pais pareciam fazer questão de provoca-la com risos e comemorações, sorriu ao vê-los felizes.

– E você? Não vai vir conosco? – Kizashi disse apertando a gravata – Creio que Naruto tenha lhe contado, sim?

– É claro que ele contou, querido. Sakura sabe que Naruto-kun vai ser nomeado Hokage hoje, além do mais ele––

Sakura interrompeu Mebuki:

– Espera, o quê? – levantou-se rapidamente – Naruto não me falou nada... Quando será isso?

– Daqui a doze minutos... – O Haruno olhou o relógio da parede em sua frente e contou brevemente os minutos.

– Droga... Me esperem aqui, por favor! – A rosada subiu as escadas rapidamente indo direção ao seu quarto para trocar-se. Adentrou e abriu o guarda-roupa com rapidez, pegando qualquer vestido pela frente.

Seu coração bateu forte ao imaginar o Naruto com a capa que ele tanto quis usar e não conseguiu conter o sorriso com tais pensamentos. Ambos cresceram um do lado do outro e vê-lo finalmente realizar seu sonho deixava-a orgulhosa. Era tudo que Sakura precisava naquele dia, ser feliz com algo que realmente valia a pena. Olhou-se no espelho rapidamente, ficando de lado tentando observar o minúsculo volume em sua barriga por cima do vestido que havia acabado de colocar. Sentiu uma sensação gostosa quando tocou aquela região, Naruto era a pessoa ideal para ser pai de seu filho e seu interior dizia isso. Alisou os cabelos delicamente e desceu pra sala para encontrar seus pais.

– Está tudo bem? – Perguntou Mebuki para Sakura, a qual apenas assentiu com a cabeça – O lugar vai estar lotado e se você se sentir mal não exite em me avisar.

– Vai dar tudo certo. Obrigada, mãe.

Era uma satisfação para a garota ter a família como companhia em um momento tão importante como aquele. Seu coração ardeu e sua barriga logo deu sinal da sua ansiedade, precisava ver Naruto naquele momento. Queria abraça-lo, toca-lo... Dizer que ele era um cara incrível, mas não sabia se por diante teria chances para isso. O rapaz se tornaria Hokage e o peso da responsabilidade o perseguira. Sem tempo para ela, sem tempo para o bebê. Sakura negou com a cabeça no mesmo instante, não queria ser pessimista com o grande evento como aquele.

Havia uma multidão reunida no lugar, chegava a ser difícil se locomover entre as pessoas, mas com muito esforço e alguns empurrões, Sakura, Kazashi e Mebuki conseguiram encontrar um espaço mais calmo para ficarem.

No alto da residência do Hokage, dava para ver claramente o Conselho, Shikamaru, Kakashi, escribas e alguns guardas da Anbu, todos se preparando para a nomeação. As pessoas gritavam freneticamente exigindo a presença de Naruto para venera-lo e comemorarem seu novo posto. Sakura não conseguiu segurar mais uma vez o sorriso de orgulho.

Quando finalmente o Uzumaki deu as caras para o público, a Rosada não sabia o que começou a sentir. Seus olhos brilhavam em direção ao homem que gentilmente acenava para todos. Estava admirando-o secretemente, vendo como ele estava bonito com sua clássica camiseta laranja e a capa de sétimo Hokage que combinara com o chapéu que usava. Seus olhares se encontraram por um instante e Sakura lhe mandou um aceno que logo foi respondido com um sorriso, para ela o mais encantador que já viu. Isso era amor?

– Ah, estou tão feliz por estar realizando este sonho... – Naruto começou a falar – Queria primeiramente agradecer as pessoas que sempre estiveram comigo e me apoiaram em minhas conquistas. – Ele olhou-a mais uma vez – Sinceramente, são as melhores pessoas que já conheci. E também agradecer por todo o carinho que estou recebendo, muito obrigado a todos-ttebayo!

Estridentemente, os habitantes de Konoha começaram a gritar e chama-lo pelo nome em coro bem animado. Batiam palmas e comemoravam a nomeação do Sétimo Hokage. Ele não conseguia acreditar que finalmente havia concluído um dos seus maiores objetivos, olhava as pessoas que o veneravam e não pode conter a emoção, estava tudo do jeito que sempre sonhou, porém sentia que lhe faltava algo. Sorriu para o vento, Naruto já tinha em mente do que se tratava.

Sakura se afastou dos pais por um instante para conversar com Ino e Sai que estavam ali próximos de mãos dadas. A loira não se cansava de falar que Naruto merecia aquilo e que estava extremamente feliz por ele. O homem ao seu lado, mantinha-se calado enquanto carinhosamente alisava o braço direito da Yamanaka, concordando com tudo que ouvia.

Era tão estranho ver o outro membro da equipe sete agindo amorosamente com alguém, mas ao mesmo tempo era gracioso de se observar a felicidade estampada entre os dois.

– Vocês se assumiram... – riu – Hoje o dia realmente está cheio de surpresas.

– Sim, testa! Você conhece o Sai, sabe como ele é complicado para essas coisas, mas no fim deu tudo certo. – Abraçou agora seu oficial namorado – E como está indo? Está tudo bem? – Discretamente Ino apontou com o queixo para a barriga da amiga, que rapidamente entendeu o que dissera.

– Nada de estranho por enquanto... – Sorriu.

Sakura achou que dizer que não havia nada, soou mentiroso, aliás tirando o bebê, ela não estava muito bem em relação à algumas situações. A primeira coisa era que, encarar Hinata nos encontros das garotas não seria a mesma coisa como antes, Karin também se incluía nisso por conta das atitudes do seu parceiro. A segunda era que, pensar em Sasuke chegava a ser repugnante. Mesmo com tantos pensamentos assim, contar para Ino naquele momento não seria adequado, vendo-a tão feliz ao lado de Sai, achou que seria maldade ter que estragar a felicidade alheia.

– Está tudo bem mesmo, Sakura-san? – Foi a vez do rapaz lhe perguntar.

– Estou apenas cansada com o trabalho no hospital, nada grave. – Sorriu falso.

Sai não era idiota, e observador como era, apenas pelo sorriso dela teve certeza que não estava tudo bem. Porém não disse nada, achou que se Sakura não contou, não era algo que ele precisasse saber, embora sinta uma leve preocupação de sua parte.

– Mudando de assunto, acho que você deveria ir conversar com o Naruto... Digo, com o Hokage-sama. – Provocou Ino com um riso.

– Não vou incomoda-lo, ele agora é um homem ocupado... – Disse receosa – Logo vai estar começando a se preparar para as responsabilidades e não quero atrapalhar.

– Eu fui convocado para discutir uns assuntos importantes da vila com ele, se você quiser eu posso mandar recado. – Propôs Sai.

– Não se preocupe, terei outros momentos para vê-lo.

– Ahhh, você consegue ser chata quando quer. É apenas um recadinho. – Bufou Ino.

– Sem recadinhos.

Para o casal estava tão evidente que Sakura queria ver Naruto, que chegava a ser ridículo toda a complicação que ela criava. Mentalmente a rosada dizia que queria mandar recado e de preferência ir até ele por conta própria, mas ao olha-lo conversando com o Conselho, desanimava completamente. Estava ficando paranóica sozinha com tantos pensamentos de que, vai incomodar ou não.

– Você nunca é um incômodo para ele, deveria se aproveitar do momento para vê-lo.– Insistiu Ino. – Qual é, acha que ele não quer te ver? É do Naruto que estamos falando.

No fim, mesmo com tantas insistências Sakura continuou negando, alegando que não seria uma boa ideia. Despediu dos amigos e resolveu ir embora com seus pais. Vendo que Hinata e Sasuke estavam ali também, se sentiu desconfortável com tais presenças. A mulher parecia lhe repugnar com olhos, enquanto o Uchiha a olhava com tristeza. Mesmo estando ao lado de Karin, o homem não conseguia disfarçar e a observava demais, ao ponto de parecer que suas costas iriam queimar a qualquer momento. A primeira coisa que quis era sair dali o mais rápido possível, assim como as outras pessoas estavam fazendo. Mesmo sendo uma dia a se comemorar, antes de tudo havia alguns problemas que queria evitar.

(...)

O dia começou a entardecer rapidamente e antes que desse conta, todos já estavam se recolhendo para ir dormir. A noite havia sido boa, Mebuki falou como estava feliz por Naruto e por saber que ele terá condições para cuidar bem de Sakura e do futuro bebê, ainda que a garota não tenha gostado da forma como sua mãe via a situação. Kizashi ainda evitava o máximo de conversar com a filha, mesmo que as vezes “sem querer” algumas palavras eram trocadas. Ele tentava negar a si que era incorreto conversar e manter a relação que sempre tiveram, mas seu coração queria ficar perto daquela que ele criou com tanto amor.

Deitada sobre sua cama em uma tentativa frustrante de dormir, Sakura acaba perdida com tantos acontecimentos que ocorreram. Rolava de um lado para o outro, mas não conseguia deixar de pensar. Se sentiu aliviada por ser sua folga no outro dia, para não ter que reencontrar com Sasuke outra vez. Ela não conseguia entende-lo, uma coisa tão de repente e sem explicações como a atitude dele. De qualquer forma, abuso não precisa ter motivos... É crime.

Lembrou-se outra vez da chupada que o homem forçou pra deixar e sentiu nojo. Mesmo que tenha conseguido remove-la com uns truquinhos de médica, a marca psicólogica sempre estaria ali. Definitivamente, até mesmo a consideração por Sasuke havia acabado, e a melhor coisa seria manter distância dele.

– É capaz de alguém roubar sua casa e você nem perceber – Uma voz masculina lhe tirou dos pensamentos e rapidamente procurou por seu dono.

E lá estava, Naruto trajado com sua capa de sétimo Hokage, enquanto caminhava lentamente na direção de Sakura. Ela não deixou de sorrir com a surpresa repentina, e se ajeitou na cama para vê-lo melhor. Era incrível como o rapaz tinha a capacidade de tira-la da angústia em questões de segundos.

– E você não cansa de invadir meu quarto – riu.

– Eu gosto de ver sua cara de surpresa-ttebayo – brincou – Sai disse que você queria me ver...

Sakura começou a tossir disfarçando o constrangimento de imaginar que Ino fez o namorado mandar recado para Naruto. Aquilo com certeza tinha dedo da Yamanaka envolvido.

– Eu não falei nada!

– Você não queria me ver?

– Não é isso! – se alterou – Eu só não queria te incomodar e achei melhor não ir conversar com você.

– Você ainda insiste com isso, Sakura-chan? Você sabe que não me incomoda-ttebayo. – Suspiro – De todo jeito, mesmo que Sai não tivesse me avisado, eu ainda teria vindo te ver.

Naruto sentou-se ao lado de Sakura e alisou seus cabelos em um gesto carinhoso.

– Hum?

– Eu te trouxe um presente. – Ele disse.

O rapaz colocou a mão dentro do bolso da calça e puxou um colar do mesmo. A peça era delicada revestida de prata e com uma pequena pedra de esmeralda no centro. Os olhos da rosada brilharam quando viu o quão bonito era a correntinha.

– É lindo, Naruto! É linda a esmeralda. – Sorriu peça em mãos e continuou a admirar.

– Foi por isso que lhe trouxe, para que você se lembre o quão bonitos são seus olhos verdes, assim como essa esmeralda... – sorriu – Posso colocar em você?

Sakura rapidamente assentiu e entregou o colar a ele. Se aproximou do loiro e virou-se de costas, afastando com as mãos seus cabelos. Sentiu Naruto colocando calmamente enquanto sentia o calor das palmas deste tocando-lhe levemente na nuca. Quando ele colocou, sentiu seus dedos deslizarem sobre a pele desnuda da região, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.

– Desculpe, eu não tenho nada pra te dar em troca. – pausa – Nem se quer um presente por ter se tornado Hokage...

– Shhh... Eu não me importo, Sakura-chan.

Sakura virou-se para ele e não se conteu em lhe dar um abraço apertado. Naruto retribuiu no mesmo instante, aproximando seus corpos. Ao lembrar-se do que aconteceu aquela dia, sentiu vontade de chorar ali mesmo nos braços do rapaz, mas se segurou para não estragar o momento que tanto precisava... O abraço.

– Eu quis te abraçar hoje e dizer que você merece tudo o que está acontecendo com você. – Afastou-se para encara-lo.

Naruto não aguentou somente encara-la e ver seus pequenos lábios se moverem a cada palavra. Aproximou-se do rosto da mulher e beijou-a com toda a vontade que sentiu. Seus lábios eram quentes e macios, dando-lhe a sensação de êxtase.

Sakura sentiu seu corpo sendo deitado calmamente sobre a cama e agarrou-se no pescoço do rapaz que ficou por cima. O beijo foi começando a pegar fervor e não conseguiram se afastar. A garota puxava os fios loiros dele, que arfou dolorido por conta da força bruta, mas estava tão gostoso que, aquilo fazia-o intensificar ainda mais o ato.

Afastaram-se em busca de ar e respiravam ofegantes sobre a boca um do outro enquanto se encaravam. Quando sentira sua respiração voltar ao normal, Naruto diz sob efeito da excitação:

– Eu quero você.