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História Como um Buquê de Flores - Amor e Ódio Andam de Mãos Dadas


Escrita por: CherryKisses

Notas do Autor


Para as cerejinhas que já sabiam que eu ia postar esta one-shot: Eu estou bastaaaaaaante atrasada, mas uma amiga minha pediu ajuda com um trabalho para a universidade e acabei por ficar até há pouco a ajudá-la. Além disso, também não consegui escrever nada para a "Mundos Trocados" (como eu já previa) então isto foi tudo terminado meio à pressa. A capa e o nome da fic foram uma dor de cabeça e mesmo assim não ficaram como eu queria! Irei arranjar tudo assim que puder! Prometo!

Para as novas cerejinhas: Oiiiinnn~ Eu não tenho muito jeito para one-shots porque acabo sempre por querer continuar a história e as coisas estendem-se *chorrindo* Esta one, no entanto, ficou bonitinha assim (mas já estou a preparar a parte dois! Bolas, Cherry!) então espero que gostem!

Uma última nota, para todas as cerejinhas: Eu escrevi isto numa época em que andava em baixo e tudo o que eu escrevia saía triste. Aproveitei para escrever sobre o tema da hanahaki (algo que eu adoro) e saiu isto!

Boa leitura!

Capítulo 1 - Amor e Ódio Andam de Mãos Dadas


Amar um… odiar o outro… Era assim que queria sentir. Mas não podia, não era capaz de tal. Acima de tudo, se conseguisse dividir os seus sentimentos dessa maneira, não saberia qual deles preferia amar ou qual deles preferia odiar.

Tudo começou bem antes deste “tudo começou”. Nessa altura as coisas eram fáceis de entender: entendia que o novo amigo era muito mais quieto do que ele próprio, entendia que Mark achava divertido o facto de poder mudar de idioma a qualquer momento e ainda assim receber uma resposta devida de sua parte, entendia a confusão que o outro sentia em viver num país diferente, entendia que era tão fácil entender o americano. Era uma época em que, apesar das diferenças gritantes entre os dois, Jackson entendia a ele mesmo e a Mark com uma facilidade crescente.

Era sempre o Wang a tomar a iniciativa, mas até era divertido, como se estivesse a educar uma criança. Mark não era muito virado para festas, multidões ou qualquer coisa que parecesse barulhenta e cheia de gente. Preferia ficar em casa e ver uns filmes na TV, sentado no sofá, enrolado num cobertor, em vez de sair para ir ao cinema. Também preferia livros em vez de pessoas, ou escrever em vez de falar. Jackson brincava, dizendo a certo ponto que já nem se recordava de como era a voz do mais velho, ao que o Tuan sempre ria. Na verdade, ele ria de tudo o que Jackson dissesse e fizesse para soar engraçado. Parecia quase automático.

Por não gostar muito de socializar, Jackson sentia-se especial sempre que Mark o chamava por alguma razão. Outros amigos questionavam-se como é que os dois podiam ter uma convivência tão boa sendo tão diferentes, mas, no final, o Tuan gostava tanto da presença do Wang, como este gostava de se fazer presente.

E a amizade durou… Só… Talvez… Talvez não tenha durado tanto como Jackson queria…

Jinyoung apareceu.

E Jinyoung era tão parecido com Mark e tão parecido com Jackson… O Park entendia completamente a mente do americano: entendia a sua preguiça, entendia o que o deixava confortável, entendia o quanto a realidade parecia desinteressante… Eles eram iguais apenas na medida certa, uma vez que Jinyoung também entendia que ver novos horizontes renova a alma, entendia que falar com pessoas diferentes coloria o dia, e que não era tão difícil fazer com que o Tuan entendesse que não vale a pena a preguiça.

Mais do que frequentemente, Mark passeava pela cidade por vontade própria, graças ao Park.

Então Jackson deixou de ser o único que entendia Mark, passando a ser o segundo que entendia Mark.

E doía. Doía tanto! Como se os seus pulmões fossem lentamente rasgados pelo ciúme, tornando a respiração dolorosa. O seu interior remexia-se de maneira desagradável, a sua garganta ficava áspera e a cabeça pesava.

Jackson Wang queria odiar Park Jinyoung por roubar a sua luz sem mesmo perceber. Porém, odiá-lo era impossível. Jinyoung não se tornou apenas importante para Mark: Jackson também se afeiçoou a ele rapidamente, culpa da sua facilidade em fazer amigos. E o pior é que, ao contrário do Tuan, Jinyoung revidava cada coisa dita ou feita com bom humor e vontade. Incrivelmente, o Wang conseguia ficar sem fala por vezes, perante uma ou outra resposta que o surpreendiam. Mesmo sem querer, acabava por pensar: “Não me posso esquecer disto!” e quando dava por si, estava a contar a outros a travessura dita pelo Park com o maior sorriso no rosto.

Acima de tudo, não podia odiar Jinyoung depois de este se ter tornado o seu maior pilar ao descobrir que estava doente.

Doente de amor…

A dor do ciúme tomou forma. Jackson via bem a maneira como o rosto de Mark se iluminava perto de Jinyoung, como ele se esforçava para ser falador e, pior ainda, como ele, disfarçadamente, pouco a pouco, tornava os toques no Park algo normal. Vê-los abraçados, sentados ao colo um do outro, com a cabeça apoiada no ombro alheio, com os dedos entre os fios de cabelo do outro em carinhos leves, ou simplesmente de mãos dadas, os pés a tocarem-se… Mais do que ciúme e inveja, o Wang sentia-se posto de parte.

Sentia como se Mark nunca pudesse sentir mais do que amizade por ele.

E ele queria acreditar que estava tudo bem se as coisas fossem assim, mas o seu corpo não quis concordar.

Percebeu isso certo dia, quando estava a voltar de um passeio com o “casal de ouro” (uma espécie de nome-código que criou para referir Mark e Jinyoung), quando a doença se manifestou, realmente, pela primeira vez. Jackson agradecia a todos os seres superiores pelo facto de o Tuan não ter estado presente para ver o seu estado deplorável: parando de repente a caminhada para se inclinar numa esquina meio suja, tossir como se fosse cuspir os pulmões a qualquer segundo e, logo depois, sentir uma, duas, três pétalas de flor na mão que cobria a boca.

Por outro lado, Jinyoung estava lá… e não podia ter soado mais assustado ao perceber a expressão de horror no rosto do chinês.

- Jackson! Fala comigo! Estás bem? O que é que se passa?

Quando recorda o acontecimento, mesmo distante, é possível captar o desespero crescente na voz do amigo. Lembra-se de erguer o rosto com cautela e analisar a expressão do Park. O mesmo parecia que poderia morrer se não obtivesse uma resposta, então, completamente perdido, com umas gotículas de sangue ainda no canto da boca, estendeu a mão para mostrar as flores. Os dois permaneceram em silêncio por uns segundos, até Jackson interromper:

- São flores… Isto saiu de dentro de mim…

A sua voz não tinha a energia habitual e isso magoou Jinyoung.

Em vez de rir da situação e fazer algum comentário que insinuasse que Jackson estivera a comer flores, algo comum para o Park que não perdia uma oportunidade para insultar o outro, Jinyoung engoliu as suas palavras. Primeiro pareceu ter vontade de perguntar algo, mas calou-se. Depois pareceu querer chorar, mas aguentou-se. Por fim, a sua voz soou num tom tenso:

- Tens de ir ao médico, Jackson…

Não havia modo de negar. Então ele foi e o Park acompanhou-o.

Hanahaki byou

Se uma pessoa sofre por um amor unilateral, a hanahaki dá as caras para tornar os seus sentimentos ainda mais miseráveis. O doente passa a ter flores a crescer dentro de si, geralmente com algum significado importante para a pessoa que ama, e as flores crescem e crescem… até que já não é possível suportar mais…

E os sentimentos transbordam… Libertam-se em forma de pétalas ou flores inteiras. Alguns, menos sortudos, sentem-se ser rasgados por espinhos. Outros, que nem por isso têm uma vida mais fácil, são condenados a uma morte lenta por pequenas flores.

Sim… morte…

E Jackson preferia morrer a esquecer todos os sentimentos que mais prezava. Afinal, bastava uma operação para remover todas as flores, contudo, com elas iriam as coisas boas que sentiu e que viveu.

Soava ainda pior do que a própria doença.

Desde aí que Jinyoung não deixa o Wang sozinho mais do que o necessário. Ele nunca, nem uma única vez, perguntou quem era a pessoa que o tinha deixado doente, como se não precisasse saber. Em vez disso, gostava de aconchegar Jackson nos seus abraços, de o fazer rir com os seus comentários astutos e de o atualizar sobre as coisas que Mark fazia quando o Wang não estava presente. O chinês tornou-se grato por tudo isso. Então, como? Como odiar Park Jinyoung?

Como odiá-lo… sabendo que… Jinyoung… também está doente…?

Jackson não queria ter visto aquilo. Mas aconteceu.

Estavam a passar mais uma tarde juntos em sua casa, a fazer grandes nadas. Tinham tomado esse hábito depois de que Jackson achou melhor não perturbar Mark com os seus sentimentos. Passava tempo com o Tuan e assim que a garganta coçava, despedia-se, corria para casa e notificava Jinyoung nos avanços da doença. Claro que o Park não aparecia sempre que era chamado. (Seria estranho fugir de Mark para cuidar de Jackson?) Porém, bastava ele aparecer para que Jackson lhe sorrisse como se o sol tivesse voltado depois de um longo dia de tempestade.

Nessa tarde comiam algo doce que tinham estado a cozinhar e, do nada, Jinyoung começou a tossir sem se conseguir acalmar. Primeiro pensou que o amigo se tinha engasgado enquanto falava e comia em simultâneo. Aproximou-se para o ajudar e não tardou a vê-la: uma flor roxa.

- Por favor… - a voz do Park soara fraca – Por favor… não digas nada…

O sorriso triste no rosto do mais novo parecia contagiante. Jackson não conseguiu evitar sorrir do mesmo modo. “Uma doença tão tola que destrói vidas que poderiam ser tão belas quanto as flores que as corroem…” Sem pensar muito, estendeu as mãos para acariciar as alheias com cuidado. Não se concentrou em mais nada a não ser naquele toque. Então, calmamente, pegou numa das flores e ergueu-a ao nível do olhar de ambos.

- Já sabes o significado delas…?

De todas as questões insistentes e preocupadas que Jinyoung imaginou que sairiam da boca do Wang, aquela foi, sem dúvidas, a mais inesperada. Deixou cair o olhar triste sobre as mãos que ainda acariciavam as suas e quase chorou.

- “Perdão”… - respondeu num quase sussurro – Jacintos roxos são como um pedido de desculpas… - termina com a atenção novamente na expressão pesarosa de Jackson.

Um suspiro e um abraço. Não foi preciso pensar muito para perceber que Jinyoung era bem mais forte do que o chinês alguma vez imaginara. Todo aquele tempo que passaram juntos e nem um “ai” fora solto. Talvez, se não tivesse visto com os seus próprios olhos, Jackson nunca iria acreditar que Jinyoung também sofria com a doença de hanahaki. Mas sofria… E tanto sofria que, em vez de pétalas, já flores inteiras saiam do seu interior.

Jackson só queria abraçar o amigo e dizer-lhe que tudo iria ficar bem, só que ambos sabiam a realidade: não ia ficar. Talvez até piorasse. Talvez… terminasse da pior maneira…

De coração apertado, tanto como o abraço que partilhavam, Jackson murmurava pedidos de desculpas pelo sofrimento que ele não tinha notado, sem saber que as flores que cresciam dentro de Jinyoung já o faziam por si…

Naquela noite, o Park não tossiu, aconchegado no abraço, no colo, no calor e no aroma daquele que amava até à morte. Foi o sono mais calmo que tivera em muito tempo e, de repente, queria poder repetir tudo só para poder ter Jackson tão perto mais uma vez.


Notas Finais


Então? Então? O que acharam? Bem tristinho, né? Mas também fofo, acho.
Eu gosto muito da relação destes três e ultimamente só consigo pensar em escrever coisas sobre eles! Que vida difícil!~ *drama* Muitas das coisas acabo por não postar porque sinto que não é relevante ou assim, porém esta fic esteve um bom tempo a pedir para ser mostrada *risos* Só espero mesmo que gostem e não me matem pela sofrência toda *chorrindo*

(Estou a morrer de sono, por isso não sei bem o que escrever aqui... Hum...)

Quanto à parte 2, de que falei, irei trabalhar nela com cuidado para que não arruíne a imagem desta one. Só irei postar a continuação se sentir que é necessário e suficientemente bom, ok?

Lamento pela postagem meio mal feita, mas estou realmente a dormir de pé... ugh...

Love You~~~ *hearteu*
Cherry kissus!


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