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História Como uma Catarse (Yoonmin) - Como se defender com uma frigideira


Escrita por: taymarty

Notas do Autor


Olá personas! Sei que demorei um pouco, mas esse Cap foi complicado de organizar, porque eu queria demonstrar que passou um período de tempo mas ao mesmo tempo nesse período algumas coisas valiam ser pontuada. Eu li reli várias vezes, mas mesmo assim deve ter alguns erros, então me perdoem e avisem para eu arrumar okay?
AVISO IMPORTANTE: As citações e palavras que contém * é porque há uma nota de consulta nas notas finais.
Já aviso também que ele está bem grande, pois não pude separa-los se não vocês poderiam se perder durante o enredo.
Está grande mas tenho certeza que vão gostar de chegar ao final ;)
Boa leitura amores.

Capítulo 3 - Como se defender com uma frigideira


Jimin escovava os dentes com pressa, estava quase na hora. Olhava-se no espelho e uma figura com a boca cheia de espuma encarava-o de volta, usava um terno preto e uma camisa lilás por baixo, sua gravata vinho se destaca, deixando o rosto do jovem de cabelos penteado para trás com ar mais velho do que realmente é. Encarou-se franzindo a sobrancelha como se visse aquela pessoa pela primeira vez.

— Quem é você Jimin? — Disse com a voz embolada antes de cuspir a espuma.  Ao sair girou seus ombros para frente fazendo uma careta, suas costas doíam tanto que não importava o que fizesse nada iria melhorar, já que fazia quase um mês e meio que deixara de dormir no quarto escuro com uma janela que dava para o nada, para dormir no sofá da sala que tinha uma janela grande o bastante para ver um horizonte de prédios que beijam o céu.

Ainda se lembrava daquela noite.

Era a terceira noite naquele apartamento, chovia e trovejava tanto que era assustador olhar lá fora, mas mesmo assim ao dormir no quarto escuro e sendo obrigado a fechar a janela em que não se via nada, sentiu um desejo enorme e sair de lá. Deitou-se mesmo assim, já que aquilo fazia tanto tempo que chegava a ser ridículo...Assim, aconchegou-se na cama de casal mais vazia e vasta do que gostaria, fechou os olhos e dormiu.

Aquele ato simples e natural foi um erro.

Jimin acordou suando e ouvindo o eco de um grito desesperado que saia de si mesmo. Ele ofegava. “Tum tum tum tum” Seu coração não sossegava. Levantou-se um tanto tonto, queria sair daquele lugar, então correu trôpego até a porta sentindo um alívio repentino ao respirar um ar mais fresco e estar em um lugar mais iluminado de sua ampla sala. Andou devagar em direção a grande janela, sentou-se no sofá já se acalmando, enxugou o mar de suor e lágrimas em seu rosto com a manga do pijama. Olhava a janela em tempo infinito, absorvendo cada minuto do calmo silêncio da solidão o consumindo, até finalmente adormecer novamente encolhido em posição fetal, como para proteger-se de seus próprios pesadelos.

Percebeu então que aquele nunca seria seu lar.

Ao lembrar daquilo um arrepio passou em suas costas, e o interfone finalmente tocou o salvando de sua própria mente.

Assim saiu porta afora.

— Entrou no carro preto onde o senhor Min Sung-ho já o esperava. Eles sorriram e cumprimentaram um ao outro.

Após isso Jimin percebeu que o senhor posicionou suas próprias mãos sobre o colo, onde a direita apertava firmemente a esquerda.

— Está nervoso Senhor? — Ele disse olhando para frente como se não tivesse notado as mãos.

— Confesso que sim, preciso muito fechar esse negócio para minha empresa. Se eu não conseguir terei que encontrar outro fornecedor e não há melhor do que esse.

— Entendo senhor, tenho certeza que se sairá bem apresentando sua proposta.

— Obrigado jovem — Jimin deu um sorriso tímido com isso.

Sua relação com os mais velho havia se aprofundado um pouco nos últimos dias, já conseguia até notar quando o homem estava em seu estado simpático e normal ou quando estava irritado e emburrado. Isso era algo muito fácil de perceber considerando que entre tantos defeitos Jimin era observador, conhecia as pessoas profundamente e isso era sua característica que mais gostava em si mesmo, se não a única. Lembra que ao conhecer o casal, logo que os vira percebeu que eram boas pessoas, o que se provou ser verdade. Até aquele momento nenhuma pessoa conseguiu enganá-lo com falsidades e mentiras cabulosas, o que as deixava até um pouco previsível.

Ele e Sung-ho entraram em um prédio enorme que pertencia a empresa do qual deseja o acordo. Rapidamente foram direcionados a sala de reunião assim como estava marcado. Conheceu o diretor da empresa e seus gerentes e analistas, mas por algum motivo Jimin já detestava aquelas pessoas, o modo que elas olhavam para ele e Sr. Min, o modo como cochichavam discretamente um no ouvido do outro dando uma leve risadinha. Apenas o diretor do lugar parecia neutro, mas como já tinha experiência com isso, Jimin também não confiava naquele rosto.

O senhor e seu tradutor saíram da reunião um tanto nervosos, o primeiro por ansiedade e apreensão e o outro por pura irritação, aquelas pessoas falavam de forma que pareciam duvidar ou até diminuir Sr. Min, mas este não parecia enxergar isso.  Assim quando estavam prestes a sair ele decidiu ir ao banheiro, entrou na cabine para fazer suas necessidades urgentes, porque afinal como um humano ele também defecava. Mas então, ali dentro ouviu umas risadas graves chegando de dois homens falando português.

— Esses asiáticos são tão inocentes — Riu um, fazendo um chiado sem fôlego.

— Você viu a proposta dele? Eu realmente não sei como uma pessoa pode pensar que algo assim pode dar certo — Disse outra voz.

— Ah! Esses coreanos me fazem rir, sério, já basta falar “flango” e ainda vem dando de esperto pensando que vamos financiar algo sem fundo, que tá cara que não vai dar certo — ainda chiava.

    — Ditadura deve mexer com a cabeça desses caras — O Park ficou de boca aberta “Esse cara nem ao menos sabe a diferença da Coreia do Sul com a do Norte? Sério mesmo?” Pensou. — Pelo menos, isso nos dá vantagens, a gente pode conseguir alguma grana extra com a burrice desses caras ai.

— Nada que alguns juros não resolvam...

Jimin pensou em abrir a porta ali mesmo, uma raiva irracional o possuía, seu velho chefe era uma das pessoas mais sensatas que conhecia, era um absurdo aquelas pessoas ofenderem ele e sua cultura. Mas era covarde demais para dizer algo aquela hora, o que aqueles caras diriam quando o vissem? Mas respirou fundo tentando controlar suas emoções.

Ele se limpou, levantou as calças e deu descarga anunciando que havia alguém ali.

Saiu de sua cabine e foi lavar as mãos da forma mais indiferente possível, as outras duas pessoas refletidas no espelho eram um dos gerentes e o próprio diretor, que o fitavam pelo espelho, espantados.  

    — Só para você saber o mínimo de história, seria impossível meu chefe ser da Coreia do Norte, que a propósito, é um país muito diferente da do Sul, porque é um país que vive em embargo econômico*. Caso não saiba o que é procure no Google — Deu uma piscadela de um olho — Hum — Soltou esse som da garganta olhando-os e desafiando com uma sobrancelha levantada e um rápido sorriso irônico — Patéticos —  sussurrou o bastante para eles o ouvirem quando se dirigia a porta, deixando-os com cara petrificada —  "Parece que o jogo virou não é mesmo?" — Pensou Jimin.

Depois disso não sabia muito que fazer. Não sabia se deveria contar a Min Sung-ho ou o deixar descobrir sozinho. Será que acreditaria nele? Afinal só estava trabalhando com o outro a um mês e meio... Seus pensamentos divagam enquanto ficava no modo automático ao entrar no carro ao lado do chefe. Demorou certo tempo ao perceber que não estavam indo ao seu apartamento para deixá-lo, mas sim a Mansão dos Min.

    — Perdão senhor, porque estamos indo direto a sua casa...?

   — Ah, eu que me desculpo Jimin, Sook — nome de sua esposa — voltou de viajem hoje e me avisou que gostaria que você jantasse conosco. Tudo bem para você?

    — Claro. — deu um sorriso tímido. Como contaria para o Senhor. E Sra. Min?

    — Está tudo bem mesmo Jimin?  — Sr min, percebeu que o outro estava muito quieto, mais que o normal sua expressão parecia séria e absorta em pensamentos.

    — Estou sim senhor — Disse se surpreendendo com a pergunta, questionando se o outro havia percebido sua preocupação.

O carro entrava na garagem da grande casa, que levava a um jardim, dali já era possível ver a piscina que refletia as luzes vindas da casa. A casa se erguia moderna e rústica ao mesmo tempo, trazendo uma sensação confortável.

O garoto cumprimentou a Sra. Min Sook com uma reverência, mas essa não tardou a lhe dar um grande abraço, ele sentia sua falta e ela dele, uma vez que fazia um pouco mais de duas semanas que havia viajado para Coreia do Sul para ver o filho, havia recebido uma ligação noites atrás que a tinha deixado aflita e a fez decidir viajar de volta ao seu país; o Park não sabia exatamente o porquê da viagem, mas ouviu-a falar algo com seu marido sobre um de seus filhos, por isso preferiu não comentar sobre o assunto. Após os comprimentos foram jantar na mesa de madeira que ficava no jardim de frente a piscina, a noite estava agradável e a comida deveria estar surpreendentemente deliciosa como sempre, mas o jovem mal sentia seu gosto, pois não prestava atenção nela, observava Sook falando sobre algo que aconteceria dali alguns dias, porém suas palavras pareciam distantes, enxergava bem o rosto dela e o modo que suas bochechas se moviam, estava certamente mais magra e parecia haver uma camada de maquiagem cobrindo olheiras mais fundas que o normal, até mesmo seu cabelo negro sempre brilhante estava mais opaco, certamente algo realmente ruim aconteceu na Coreia. Talvez não deveria preocupá-los mais dizendo sobre o que ouvira no banheiro, afinal o dever dele não era se meter nos negócios de seu chefe, mas apenas traduzir simultaneamente o que os outros falam nas reuniões, se preocupava com o que aconteceria se deixasse as coisas seguirem seu fluxo normal. Seu olhar passou a se concentrar na comida, porém não a enxergava de verdade, mal sabendo o que estava em seu prato, até que ouviu:

 — Jimin! —  Levantou seus olhos assustado para sua chefe quando esta levantou minimamente a voz para chamar sua atenção, o marido dela, que estava ao seu lado, também se surpreendeu  —  O que houve, querido? Você está muito quieto —  Ela falou em um tom verdadeiramente preocupado.

— E-eu...— Pensou em mentir, mas sabia que ela não acreditaria, além disso quando olhou para aqueles olhos escuros e sinceros percebeu que realmente deveria falar a verdade mesmo com suas mãos suando debaixo da mesa, então retomou o fôlego —  Na verdade algo importante para falar com o senhor Min, ou melhor, sobre o senhor —  Olhou para seu chefe.

Eles consentiram sua fala, e então relatou o que ouvira no banheiro, exatamente como lembrava, também admitiu em estar preocupado com Sr. Min e desculpou-se sobre se meter em seus negócios. Quando enfim respirou, um silêncio se propagou, os dois mantinham olhar sobre ele, e Min pareceu ter ficado realmente irritado com o que ouvira, passando uma mão sobre seu próprio rosto apenas disse que estava tudo bem, em seguida levantou-se para pensar no que fazer. Naquele instante o mais jovem percebeu que era seu momento de retirada, levantou-se e se despediu negando quando a senhora ofereceu para o motorista levá-lo, queria ficar sozinho por um tempo.

No dia seguinte, repentinamente recebeu a visita do casal no apartamento, ele se assustou ao ver o seu chefe ali, visto que nunca havia entrado. “Vou ser demitido, é agora que sou demitido! Puta que pariu Jimin, parabéns em estragar tudo!” Pensou ficando ainda mais nervoso com a situação e ainda agradeceu por ter limpado brevemente o apartamento pela manhã. No fim, a intenção da visita era o oposto, eles agradeceram sua sinceridade e coragem, pois viram que realmente se preocupou com o que poderia acontecer ao Senhor Min, que deu nas mãos de Jimin uma moeda muito antiga* - provavelmente pertencente a alguma dinastia da Coreia - pendurada em um cordão, segundo eles, aquilo era o símbolo de confiança que sua família tinha para com ele. Tentou recusar, mas insistiram fazendo-o perceber que seria falta de educação continuar a recusar algo tão precioso. Nos dias após isso a Sra. Min começou a tratá-lo menos como um amigo e mais como um filho e Jimin apesar de achar isso estranho se sentia mais à vontade com ela.

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Na sexta-feira daquela mesma semana, durante uma tarde que estava livre do trabalho, ele e ela decidiu ir a Avenida Paulista, apenas para ela conhecer melhor a cidade, Jimin convidou Jin, que também estava livre do trabalho, porque era péssimo em localização e sempre se perdia por lá, diferente de seu responsável amigo. Sook adorou Jin assim que o conheceu e o jovem tradutor ao observá-lo conversando sobre culinária riu ao pensar que agora tinha duas mães em sua vida.

Após algumas compra da senhora Min e Jin, tomavam sorvete em uma bancada que dava vista a avenida, em uma lojinha bem cara para os padrões do Park que ria enquanto a velha senhora insistia em comprar mais sorvete para o rosado, que não aguentava nem mais um grão de coisa qualquer. Mas os olhos de Jimin de repente se focaram por trás do vidro da loja, visando um sujeito pálido de olhos puxados usando uma jaqueta e calça jeans um tanto rasgadas e uma toca preta um pouco folgada. Seu coração pareceu parar com aquela cena, aquela pessoa lhe lembrava de alguém; alguém que não via a anos, mas não poderia ser seria muita coincidência aquela pessoa estava muito longe, não estaria ali.

Quando Sook finalmente o deixou em paz indo ao banheiro, Jin virou-se e notou a expressão aturdida do seu amigo que olhava fixamente algum ponto lá fora, seguiu o seu olhar e percebeu do que se tratava. Respirou fundo pousando a mão em seu ombro, não sabia o que dizer naquele momento.

— Jin, será que é ele mesmo? — Disse Jimin com uma voz rouca e baixa.

— É ele — fez uma pausa — Você deveria ir até lá antes que ele suma.

— É melhor não…— Deu um sorriso cheio de saudade, fechou os olhos, ainda lembrava-se de sua voz de garoto e seu sorriso tímido, ainda se lembrava dos cabelos macios e sua risada tilintando, era um carinho jovem, inocente e precioso. Como sentia falta da sensação de adorá-lo. — Olhe, ele parece ocupado — completou suspirando, quando o garoto de touca entrou em um carro preto. No fim, era melhor deixá-lo ir.

Naquela noite, Jimin dormiria na casa dos Min, pois na manhã seguinte teria que ir cedo com eles em um almoço de confraternização que ocorreria em um sítio longe, então tudo teria que estar pronto para saírem às 05h00min da manhã. Assim o casal o convidou para passar a noite, pois poderia ajudar com as coisas para levar e ficaria menos preocupado em se atrasar, já que partiria com eles. Seria como um passeio que duraria só um dia, visto que voltariam apenas no domingo de manhã. Haviam planejado tudo, a cada minuto do dia, pois o casal era bem pontual, diferente de Jimin que mesmo tendo que dormir cedo planejava escrever em seu site, que já havia dezenas de comentários pedindo-o que postasse mais, mesmo com nada muito interessante a falar e mesmo que seus textos profundos tivessem se esgotado prometeu a si mesmo que tentaria escrever qualquer coisa para seus leitores. Mas no fim, nenhum esforço foi realmente preciso.

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Park Jimin - Dooly

ON

Olá, Pessoas. Como vão?

Vocês estavam desesperados para eu postar,  isso porque faz apenas uma semana e meia que não posto nada, vocês me amam muito, eu sei <3

A verdade é que nada de interessante estava acontecendo, nada realmente legal de se comentar e eu estava sem criatividade para criar textos, porque ultimamente ando trabalhando muito, além de reuniões tem alguns contratos que o tio Noel pede para eu dar uma traduzida para ele. Mas vocês aclamaram tanto por mim, fizeram tantos rituais do mal e provavelmente até fizeram sacrifícios em animais,  que o tio Lúcifer deve ter atendido suas preces,  porque agora a coisa é tanta que sou obrigado a desabafar com vocês. Então tampem os seus ouvidos porque aqui vai:

EU DEVERIA ENFIAR MINHA CABEÇA NA PRIVADA, DAR DESCARGA E IR PARA NÁRNIA*, E MESMO ASSIM ESSA PORRA DE AZARAÇÃO IA PERSEGUIR MINHA BUNDA. (Sério, ela deve ser muito cheirosa porque aonde vou o azar está comigo) - Ufa! Isso me aliviou um pouco (só que não). Porque eu nunca passei tanta vergonha na minha vida, e olha, se existe um nome que deveria ir no Guinness Book* por ser a pessoa mais azarada, perdida e desesperada com certeza seria o meu.

Tá, mas porque tanto drama garoto?

É simples. Primeiro de tudo vamos ao início desta noite.

Tio e Tia Noel me chamaram para dormir na casa deles  — sim gente, já tá nesse nível, daqui a pouco vão me dar o papel de adoção  — e eu acabei aceitando porque amanhã vamos a um almoço de negócios em um sítio de um dono de uma empresa X, mas o sítio fica perto da fábrica da mesma, que fica no cú do mundo, então teremos que acordar bem cedo amanhã e sim, estou ciente que já são 01:30 da madrugada. (mas não consegui dormir e vocês saberão o porquê).

Não sei se já falei da mansão deles, mas aqui é muito grande, tem até um piano de cauda   que provavelmente nunca será usado, que fica em um canto da sala enorme. O quarto que estou que é de hóspedes, é bem espaçoso  — como tudo aqui  — e tem uma cama de casal e tudo que gosto. Tudo aqui é muito perfeito eu diria, é como uma casa que todo mundo gostaria de ter, eu até entrei no quarto da tia, porque ela me pediu para ajudá-la a arrumar as coisas ( lá tem piscina, então teremos que levar roupa e essas coisas me falar voltaremos só na manhã do dia seguinte). O quarto dela e do tio Noel também é lindo, tem um cheirinho meio adocicado e amadeirado, e o closet deles é maior que minha cabeça. Achei legal principalmente por ter dois porta-retratos, um aquele filho fofo dela que citei antes, estava ainda mais criança dando aquele sorriso gostoso para seu irmão mais velho que o abraçava rindo de mostrar os dentes  — nós, pessoas com olhos puxados, somos realmente fofos quando pequenos (sim, sou descendente de coreanos)  — eu realmente queria estar junto naquele abraço, eu nunca tive irmãos sabe, só meus amigos, Pink Princess ( Pq ele ama rosa e princesas da Disney) V e Hobi, que não vejo há um tempo,  mas ainda assim não deve ser a mesma coisa, eu acho. A outra foto também tinha os dois um pouco maiores, mas no meio deles havia uma garotinha, provavelmente amiga dos dois já que não eram semelhantes, parecia ter alguma idade entre eles, não sei dizer. Aquilo aqueceu meu coração, de verdade, é legal conhecer mais sobre a família Noel.

Voltando aos fatos, depois que a ajudei a escolher que roupa levar e essas coisas, fui tomar banho, para depois por meu pijama fajuto de calor (afinal estamos no Brasil) e dormir, porque, por incrível que pareça, sou um ser humano e tenho necessidades naturais. Deitei, mas o sono não vinha ao invés disso, veio a maldita fome. Como já estava tarde e o casal Noel provavelmente estava dormindo, pensei entre assaltar a geladeira ou me torturar tentando dormir de barriga vazia. A escolha era óbvia.

Fui de fininho até a cozinha xeretar a geladeira. Peguei um cacho de uva e comecei a devorar (quem vê pensa que é saudável), estava tudo indo bem com meu momento amor com a comida, até que comecei a ouvir um barulho estranho vindo do lado de fora da casa, parecia algo arrastando. Nessa hora MEU CU PISCOU! Sério, no momento imaginei um corpo morto sendo arrastado, então minha mente entrou no modo “defence” (defesa). Peguei a primeira coisa que vi na minha frente, uma frigideira no caso, e a segurei como um escudo indo em direção a porta de frente, eu não iria, mas teria que passar por ali de qualquer forma para voltar na segurança das minhas cobertas. Fiquei o mais quieto que pude. Segurei a respiração enquanto ouvia passos chegando perto da casa. Meu coração parecia que ia pular da minha boca, principalmente quando, com um rangido, vi a porta se abrindo.

Não sei como não me caguei nessa hora hahaha.

Quando eu percebi, eu já tava berrando e me jogando na frente do monstro,  batendo-o com a frigideira com o máximo de força que tinha. Ele gritou de susto e dor e tentou segurar meus braços com sucesso e então fechei os olhos.

“ É AGORA QUE VOCÊ MORRE DOOLY! Adeus tia e tio, adeus vida nova, morte pode me levar eu já não sou virgem mesmo, então acabe logo com isso “ Eu pensei. Mas, claro que a morte não veio, isso seria bom demais para mim. Ao invés disso ouvi uma voz em coreano gritando.

    — QUE PORRA É ESSA? QUEM É VOCÊ E O QUE FAZ AQUI? - Foi aí que eu abri os olhos dando de cara com uma pessoa tão pálida quanto eu e com olhos tão negros que pareciam que iam me sugar. Fiquei em silêncio, não sabia realmente o que estava acontecendo, mas tive uma leve impressão que eu tinha feito uma merda bem grande. Ele ainda segurava firme meus dois pulsos a ponto de doer e fazendo-me sentir o gelo de suas mãos, cogitei até se não era um vampiro, mas isso seria idiotice demais, ainda porque prefiro os lobisomens ( ͡° ͜ʖ ͡°) — entendam como quiser. Olhei pra baixo e a frigideira estava no chão. Meu peito ainda subia e descia com a respiração assim como o dele. Olhei em seus olhos que me encaravam esperando uma resposta. Sabe aquele ditado que diz que os olhos são a janela da alma? Então, eu sempre acreditei, porque sou uma pessoa que consegue facilmente perceber qual é a intenção ou essência das outras, vejo isso principalmente quando olho nos olhos dos outros e isso nunca falhou, até agora.  Ele tinha olhos vazios, opacos, sem alma, parecia até que eu estava caindo em um poço muito profundo e escuro e tive a impressão que no fim dele havia algo, eu não sabia dizer se era bom ou ruim, mas era algo escondido, como um segredo. E quem me conhece sabe que sou curioso e adoro segredos.

Ouvi passos descendo as escadas.

    — Dooly? Suga? O que fazem aqui e que barulheira é essa? - Exclamou tia Noel espantada.

    — Por que tem uma frigideira no chão?   — disse senhor Noel que vinha logo atrás, sério, porque ele tem que reparar nas coisas mais banais? Eu adoro esse homem. hahaha.

O garoto vampiro soltou meus pulsos olhando confuso para mim e para eles enquanto eu olhava assustado para os dois também. Se eu fosse um desenho de uma história em quadrinhos haveria um balãozinho de pensamento em cima de mim com vários pontos de interrogação.

— Mãe, quem é esse? — Olhou-me com desprezo e indiferença — E o que faz aqui? — Jurei que havia um tom de ódio em sua voz rouca e fria.

Mas foi aí que me toquei.

— Espera...Mãe? Como assim…? — Olhei trôpego do garoto para Tia Noel.

E aí aconteceu uma coisa que eu nunca imaginei. Senhor Noel começou a gargalhar. Seu rosto rechonchudo ficou vermelho que nem pimentão. Fazendo a tia Noel segurar uma risada também.

— Suga, esse é Dooly e Dooly esse é meu filho que te falei — Ela disse entre risinhos. Mas burro como sou, continuei quieto com cara confusa. Olhei para Suga que também olhava para mim, e então percebi a semelhança familiar, também uma leve lembrança me veio da tia Noel contando algo sobre o que aconteceria em alguns dias... Eu estava distraído demais na hora. Mas meu maior choque foi quando me lembrei da imagem de uma criança fofa sorrindo de uma forma tão adorável que era quase mais fofo que eu...Sim! Ele é a criança da foto. Sim, ele é o filho mais novo da senhora Noel.    

— Espera ele é o seu filho fofo da foto? — Eu não resisti e perguntei, precisava de uma confirmação mesmo que a resposta fosse óbvia.

— É sim — Ela riu da minha cara. Vê se pode? Bom... Eu peguei comida da geladeira dela, então até acho justo.

O Velho Noel tinha se acalmado um pouco mais ainda fazia esforço para não dar risada. Seus olhos ainda tinham lágrimas de tanta gargalhada.

— Dooly? Essa é a pessoa que você disse que é tradutor do meu pai? — Tia Noel confirmou com a cabeça.  Mais uma vez ele me olhou com desprezo. Sério, mal o conheço, mas já tenho vontade arrancar a cabeça desse cara. Não é possível que ele foi aquela criança. Sério, não tem como. Aliás, não é possível que ele nem que ele seja filho do casal Noel.

— Dooly, me diga uma coisa, por que você estava aqui? E por que tem uma frigideira no chão? — Opa, AGORA FUDEU! Foi o que pensei enquanto a tia me encarava com ar divertido.

    — Hã...  — Eu já estava vermelho que nem o tio Noel quando comecei a dizer em voz baixa e olhando para chão — Bom... Eu senti um pouco de fome e acabei indo para a cozinha... Mas eu ouvi um barulho estranho e fui ver o que era… — Eu coçava minha própria nunca que nem um macaco para disfarçar meu constrangimento, sem sucesso é claro.

— Com uma frigideira?  — Questionou o Tio. Porque diabos esse homem tem uma fixação com a frigideira? Eu também não entendo.

— Ah, foi a primeira coisa que vi... E até que serviu como escudo — Eu tentei disfarçar com a piadinha idiota, mas a única coisa que eu queria era ficar com um saco na minha cara, ainda mais porque dessa vez a senhora minha chefe, não conseguiu segurar a risada.

    — Hã...Não conseguiu não — Disse Suga com tom frio e sério, com uma expressão que dizia uma coisa que eu concordava, que eu era patético.

Essa foi a aventura que seus apelos me deram. POIS É, SINTAM-SE CULPADOS. Mentira, vocês devem estar é rindo da minha cara. Assim como até meus chefes riram. Ah! Eu ia me esquecendo de contar que o som do corpo sendo arrastado era a mala de Suga, e eu dei esse apelido doce para ele devido à foto e também para me lembrar de que ele é totalmente ao contrário do que eu pensava. Já que na verdade é um babaca. Enfim.

Isso é tudo pessoal!

OFF

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Jimin foi deitar-se ainda pensando em como uma criança tão pura se tornou em alguém frio e arrogante.

    — Onde está seu sorriso Yoongi? — Disse com olhos fechados, sussurrando baixinho para si mesmo antes de dormir — Ha! E narrador, eu sei que você tá rindo de mim também então, por favor, já que não consigo te fazer sumir, ao menos pare um pouco e me deixe dormir okay? Obrigado!

Okay Jimin. Deixo-te dormir e eu realmente ri de você, desculpe-me por isso.


Notas Finais


* embargo econômico - "Embargo no comércio internacional e na política, é a proibição do comércio e da comercialização com um determinado país, como um castigo para os políticos, as políticas ou atos do país embargado"
Fonte > https://pt.wikipedia.org/wiki/Embargo
* moeda muito antiga - A moeda a que me refiro é uma que utilizada durante a dinastia Yi (1392-1910), não consegui encontrar exatamente o quando valem e nem de qual material é feita, mas aqui há uma imagem de referencia (está com qualidade muito ruim mas da pro gasto)
https://www.leiloesbr.com.br/imagens/img_m/4547/1826641.jpg
* Nárnia - Nárnia é um mundo fantástico criado pelo escritor Irlandês Clive Staples Lewis, que pertence a um série de 7 livros chamada As Crônicas de Nárnia. - Fonte > https://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%A1rnia
* O Guinness World Records é uma edição publicada anualmente, que contém uma coleção de recordes e superlativos reconhecidos internacionalmente.Fonte > https://pt.wikipedia.org/wiki/Guinness_World_Records

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Primeiramente estou muito agradecida pelos favoritos <3
Não sei se notaram mas nesse cap tentei me aprofundar mais em sentimentos, tentando deixar as coisas menos descritivas e um pouco mais poéticas, para ser sincera não sei se consegui o efeito que queria. Eu estava com pouca inspiração e a cenas estavam muito confusas na minha cabeça, mas então li uma fanfic que me inspirou muito, sem falar que meu amigo L. me deu uma luz mesmo não lendo fanfics , melhor pessoa. Então no fim tudo ficou bem.
Eu gostaria muito de saber a opinião de vocês sobre Yoongi. E também sobre todos o mistérios que coloquei. Acho que foram muitos. O que acham que são? Preciso de sugestões e criticas construtivas! Afinal vocês também me inspiram. Bom...
Isso é tudo pessoal
Beijos. Até o próx.


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