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História Como uma Catarse (Yoonmin) - Como uma aranha que subiu pela parede


Escrita por: taymarty

Notas do Autor


Olá criaturas! PELO SENHOR UNICÓRNIO DO CARALHO ALADO, 60 FAVORITOOOS!! OBRIGADA, amo demais! E obrigada pelos comentários!! Desculpe-me pelos inúmeros erros do cap passado, eu o reli e tem muito erro mesmo!
PRIMEIRO esse Cap tem MÚSICA para OUVIREM com ele em "De play em" vcs apertem o play em: Eluvium - Prelude for Time Feeler (link nas notas finais)
E cheguei a fazer uma playlist no spotify só pra esse cap, mas deixei pra lá e só direi pra vcs essa mesmo.
Antes deixa eu exclareceu uma coisinha:
Cap passado tem aquela parte que Yoongi sai da mesa meio puto com o pai por algo que ele disse, e percebi que não deixei tão claro o porquê ele ficou puto. Bom Sr.Min mentiu para o outro empresário, dizendo que Yoongi iria assumir a empresa, ele mentiu para manter as aparências. Pois esse lance de ele assumir a empresa já foi esclarecido Cap.7 - O pedido de Sook, em que na parte a lembrança dela, tem um pequeno diálogo que Yoongi fala: “Eu já disse que eu não quero ir a reunião nenhuma, não é isso que eu quero!”
E depois o Sr min: “Por quê? Você quer ser rapper é isso? Eu não paguei uma escola cara, eu não o criei e fiz tudo, para você se tornar um vagabundo!”
Até ai já deixa bem claro que Yoongi não quer assumir empresa nenhuma, ainda mais pq Kwan morreu, e o fato do Sr Min ter insistido nesse assunto novamente ali no evento do cap passado, foi algo indelicado e um pouco babaca de fazer. Entenderam?
Enfim, aqui está um capitulo meio aleatório e como sempre, ELE TEM PISTAS!! Todos os caps tem pistas, mas esse tem PISTAS DESCARADAS. Sério, eu quase me dei pra vcs. - sqn
Ao mesmo tempo que é um cap aleatório e sem um foco específico, ele é uma ponte para coisas bastante importantes então prestem atenção nos detalhes!
Boa leitura!!!!

Capítulo 12 - Como uma aranha que subiu pela parede


Fanfic / Fanfiction Como uma Catarse (Yoonmin) - Como uma aranha que subiu pela parede

Passou pelo menos 2 dias desde quando Suga tinha experimentado aquele cheiro do paletó e por consequência dormido com ele desde então. Ele na verdade não sabia do tempo, se foi 2, 3 ou 4 dias que não via Jimin, nem ao menos sabia se este havia ido em sua casa durante esse tempo, não que ele se importasse também, mas ao meio de sua procrastinação habitual de ficar em seu quarto dia e noite e apenas sair para comer — isso quando ele se lembrava em comer — ele perdia a noção do tempo e do espaço, às vezes dormia ao amanhecer, outras ao entardecer; às vezes se lembrava em abrir a janela e outras apenas deixava a escuridão preenche-lo e aquele cheiro, que ao poucos se esvaia do colarinho, embriagava-o para um sono calmo. Afinal aquilo era a única coisa que se permitia a realmente tentar-se, já que era apenas uma fragrância, nada mais e nada menos. Até que chegou esse dia, — ele sabia que era dia, pois tinha aberto a janela e viu um céu limpo e azul claro —  que ele sentiu seu estômago doer, por mais uma vez havia esquecido de se alimentar; então atravessou seu quarto que mais parecia um campo minado pela quantidade de roupas, acessórios e outras coisas jogadas no chão e na cama, desceu as escadas, degrau por degrau com as pernas já meio bambas, suas mãos e pernas andavam tremendo bastante de uns tempos para cá, mais do que gostaria, assim chegou à sala daquele lugar que chamava de casa, foi até a cozinha de onde pôde ouvir algumas vozes, mas não se importou e apenas a atravessou até chegar a geladeira, ele pode ver pelo canto do olhos que duas figuras conversavam no balcão, mas ele não se importou de ver quem eram, — pensou que seria seus pais,  o que o fazia não ligar mais ainda — pegou a primeira coisa decente que viu, no caso  era um pedaço de torta de frango, a colocou em um pratinho e voltou para seu quarto sem se dar ao trabalho de esquentar o alimento.

— Oi Yoongi — Jimin disse enquanto o observava sair do lugar, mas este nem ao menos pareceu ouvir, parecia estar muito longe e apenas saiu sem se virar. Jimin chegou a notar que o garoto andava meio estranho e o prato que segurava parecia tremer em sua mão, voltou seu rosto para Sook que havia o chamado para só baterem um papo em como estava indo as coisas com seu filho e para fofocar sobre evento que tinham ido, ele na maioria das vezes apenas a ouvia como um bom amigo — Como pôde ver, ele realmente é alguém difícil.

— Ah, é eu já esperava que ele não iria pegar leve com você — Disse Sook com um sorriso de quem dizia “desculpe”.

— Mas não acho que seja impossível, sinto que ele só está passando por algum momento difícil — Disse Jimin lembrando do dia que Yoongi ficou bêbado, ficando um tanto hesitante se contava as coisas que havia acontecido naquela noite a ela ou não, no fim resolveu não dizer nada — Em falar nisso, ele ainda está com meu paletó — Ele lembrou desse detalhe, já que aquele era o único paletó decente que tinha e essas roupas não eram muito baratas.

— Obrigada por devolvê-lo em casa, de verdade. — Sorriu Sook enquanto tomava um gole do chá que estava em suas mãos, e Jimin tomava suco de laranja refrescante em um copo comprido —  E obrigada por fazer tudo isso por mim, vir aqui me fazer companhia e me ajudar com meu filho, você realmente é um bom garoto Jimin — Ela lançou um olhar doce a Jimin que ficou um tanto sem graça por estar sendo elogiado.

— Isso não é nada, eu entendo o seu lado, eu gostaria de ter uma mãe tão atenciosa — Sorriu Jimin, mas ele também pensava que ela realmente tinha que agradecê-lo, afinal ele foi babá do garoto bêbado enquanto ela e o marido estavam transando por aí.

— Ah, melhor não deixar a sua mãe ouvir isso — Ela soltou um riso.

— Hum, ela já se foi, então não tem como ela saber — Ele olhou pra baixo um pouco pensativo, enquanto a mais velha o olhava surpresa.

— Desculpe! Eu não sabia Jimin!

— Ah, tudo bem, eu não cheguei a conhecê-la, ela morreu quando eu nasci, então realmente não tem problema — Ele dizia movendo as mãos como se para acalmá-la.

— Nossa, eu sou muito egoísta, eu aqui falando dos meus problemas e contando minhas besteiras, enquanto você tem suas próprias coisas para lidar. Desculpe.

— De verdade não tem problema, e na verdade eu não tenho muito o que falar da minha vida — Ele disse sorrindo um pouco sem graça, na verdade tem muitas coisas que ele nunca contara a ela, como por exemplo que era gay, que estava morando com um amigo e que seu ex voltou, e entre muitas coisas, mas no fundo ele nem queria contar, por mais que ela seja uma pessoa legal e amável, esses assuntos são particulares demais e não se sentia à vontade em contar assim cara a cara.

— Bom, de qualquer forma, estou aqui para qualquer coisa Jimin.

— Obrigado — Ele se levantou do banco que estava sentado — Bom… Eu tenho que ir agora.

— Ah sim, claro — Ela iria se levantar para acompanhá-lo até a porta, mas lembrou-se de algo — Você não ia pegar sua roupa que emprestou a Yoongi?

— Ah verdade! — Ele disse enquanto ela foi pegando um copo de vidro e colocando um pouco de suco lá.

— Pode subir lá, ele deve estar no quarto e peça seu casaco, mas leve isso para ele, por-favor — Ele entregou o copo de suco para ele — ele deve estar morrendo de sede, não o vejo tomar nada à dias.

— Ah sim, claro — “Tenho certeza que esse garoto não iria conseguir sobreviver sozinho não”. Pensou Jimin, enquanto subia as escadas.

*DE PLAY EM:  Eluvium - Prelude for Time Feelers

Apenas quando chegou ao segundo andar que percebeu que não fazia ideia de onde era o quarto do garoto, a casa era grande demais, e sabia que lá tinha mais quartos do que eles precisavam. Lembrou-se vagamente de uma vez tê-lo visto indo para o lado direito do corredor, então seguiu esse lado. Chegou a passar por umas duas portas até chegar perto de uma que parecia estar tocando uma música… Mas achou estranho, o garoto ouvia música clássica? Ele já tinha ouvido músicas antes vindas do quarto do vampirinho, a maioria eram raps e algumas música melódicas, só que essa era a primeira vez que ouvia música instrumental — não sabia ao certo se era mesmo clássica. Jimin, quase que como seguindo as notas musicais, em um dó deu um passo, no fá maior já estava de frente com a tal porta de onde saía a música, era um tanto triste e tentadora o mesmo tempo, como se as vibrações da música que passava pela porta que a fazia vibrar quase que invisivelmente estivesse pedindo para ele abri-la.

— Yoongi! — Ele chamou atrás da porta — Yoongi, está aí? — Chamou novamente, mas não houve resposta. A música começou a ficar mais melódica ao som de um piano e de um violino cantante por trás. Jimin colocou a mão na maçaneta respirando fundo. Entrava ou não entrava? Ele fechou os olhos e a girou de forma que parecia durar minutos, sendo que em questão de segundos estava dentro de um quarto. Ou melhor, um furacão. Parecia que algo tinha revirado cada canto do cômodo, a luz do sol passava por uma janela através de uma cortina, que deixava tudo ali em um tom avermelhado e meio sombrio, como se aquele quarto estivesse daquele jeito a anos, e o pó que se via flutuando pela faixa de luz do sol atingia o assoalho de madeira deixando visível que ele não era limpo a algum tempo. Jimin pode ver vários papéis e também o que pareciam ser fotografias coladas em uma parede, de forma em que quase toda ela era preenchida, ele passou por além da entrada da porta se sentido atraído em ver mais de perto aquela formidável obra de arte que se via por toda parede, era como se cada pedaço de papel, foto e imagem dizia mais e mais do dono do quarto, parecia que a mente dele estava ali, as angústias, medos e frustrações, os amores e as lembranças. Ele andou para frente um pouco mais e sem querer Jimin sentiu pisar em um pedaço de plástico que estava no chão, parecia um saquinho de plástico e tinha alguma coisa dentro que não pode ver tão bem por conta da sombra da cama, quando ia se abaixar para pegar o tal saquinho do chão ele ouviu uma porta se abrir, Jimin olhou para trás e pode ver Yoongi em frente a porta do que parecia ser do banheiro particular dele e por um instante ficou paralisado o olhando assustado.

— O que faz aqui?! — Gritou Yoongi, com os olhos que exibiam uma raiva que Jimin ainda não tinha visto.

— E-eu, eu só queria... — A voz dele falhou um pouco ao responder, porque de repente sua mente se tornou um branco ao ver a fúria do garoto.

— Sai daqui Jimin! — Yoongi gritou raivoso indo em direção a ele para empurrá-lo para fora. Ele puxou o braço dele e por pouco o suco que segurava não derrubou no chão.

— Yoongi eu só queri…. — Jimin foi interrompido enquanto já estava chegando perto da porta novamente

— VAI EMBORA! NÃO ENTRA MAIS AQUI ENTENDEU? — Yoongi o empurrou para fora e ia fechar a porta com uma força um pouco fora do habitual, mas Jimin colocou o pé na frente para impedi-lo, o que acabou machucando-o um pouco.

— Me deixa explicar por um minuto pelo menos? Ou você realmente vai fechar a porta na cara de quem cuidou de você durante sua bebedeira desgraçada? — Suga parou por um minuto e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si ficando no corredor junto com o tradutor.

— Fala — disse em um olhar duro e frio que quase fez Jimin se arrepiar, ao mesmo tempo em que o fazia pensar: “Por que tanto escândalo por causa de um quarto?”

— Eu só entrei, porque sua mãe disse que eu podia, eu só queria meu paletó de volta. Só isso, não é como se eu fosse invadir para mexer em suas coisas — Ele tentou dizer o mais calmo que pôde.

— Não foi o que pareceu.

— Eu só, sem querer, pisei em algo, foi só — Jimin o olhou atentamente e pela primeira vez percebeu o estado do outro, Yoongi estava de cueca box e uma camiseta branca bem larga e velha. Ele tentou desviar sua visão das pernas lisas e pálidas do garoto — que parecia mais pernas de meninas — e voltou seus olhos aos do mais velho percebendo também que este estava com uma cara terrível, seus olhos tinham olheiras pesadas e escuras, o rosto também parecia mais pálido e magro que antes. Jimin pensou que talvez seria, porque da ultima vez que o vira ele estava de maquiagem.

— Eu não me importo, só nunca mais entre lá, entendeu? — Yoongi disse rígido e sério.

— Não entrarei, só quero meu paletó de volta, por favor.

— Espere aqui — Ele olhou desconfiado para Jimin e depois voltou dentro de seu quarto fechando a porta, mesmo assim era possível ouvir para quem estava do lado de fora que já tocava outra música também instrumental.

Yoongi parou dentro de seu quarto por um momento, encostado na porta que acabara de fechar, sentia-se desconfortável, gritar daquele jeito e ter ficado bravo tinha o deixado um pouco mais fraco, respirou fundo tentando organizar seus pensamentos por alguns instantes e logo depois pegou o paletó que estava jogado em cima da cama bagunçada, sentiu que algo estava errado, ele não queria devolver aquilo, pois tinha medo que seus pesadelos — que a alguns dias tinham se esgotado — pudessem voltar. Fungou o colarinho do paletó preto mais uma vez, o abraçava forte entre seus braços como se fosse uma pessoa real que iria embora para sempre e nunca mais voltar, enfim voltou-se para a porta, abrindo-a apenas uma brecha, o bastante para deixar seu braço passar e estendeu a veste para seu real dono.

— Ta aqui, vai pegar ou não? — Jimin hesitou por um momento até finalmente pegar, mas sentiu que Yoongi parecia resistir em soltar a veste, e acabou sorrindo por isso.

— Você quer ficar com ele?

,— Não — Respondeu seco com uma cara de “nada” que sempre fazia, logo depois soltando a mão.

— Espere! — Jimin, logo depois de deixar o casaco em seu ombro, colocou a mão na porta antes que o garoto a fechasse — Sua mãe mandou eu te dar isso — estendeu o copo com o suco para o garoto vampiro, que por sua vez apenas o olhou sem paciência e voltou a fechar a porta mas ele a segurou de novo — Só pegue o suco, se não quiser não toma, ela só pediu para que eu trouxesse pra cá. — Ele apenas olhou para Jimin de novo sem dizer nada — Se você não pegar eu vou ficar te infernizando até você ficar mais louco do que já é, você não quer isso ou quer? — Por fim o garoto vampiro apenas pegou o copo rudemente quase deixando o conteúdo dele pingar no chão.

— Não volte mais aqui. — Disse novamente em um tom seco.

— Não voltarei, não tenho prazer em falar com pessoas mal agradecidas. Mas deixe eu te fazer uma pergunta, você alguma vez na vida deixou seu orgulho de lado e fez algo realmente decente? — Yoongi olhou para baixo por um instante e depois olhou de volta para Jimin sem saber o que responder ainda com parte do corpo escondido por detrás da porta — For o que eu pensei — Então Jimin virou-se e foi se retirando. Enquanto Yoongi respirou fundo e olhou para o chão.

— Chim Chim! — chamou e o outro se virou surpreso ao ouvir o apelido esperando o garoto continuar. Suga olhou de volta para Jimin. — Obrigado — disse com uma voz rouca e fria e não esperou mais nenhuma reação, apenas fechou a porta atrás de si adentrando ao quarto “furacão” e bebericou um pouco do suco doce que tinha em mãos, acabou por tomar todo o conteúdo de uma vez, já que no fundo estava realmente com sede.

Jimin apenas sorriu por finalmente conseguir uma reação positiva do outro de uma forma natural, — sem ele estar bêbado — e ainda mais com ele o chamando-o pelo apelido, isso significava que se lembrava de uma parte da estranha noite que passaram juntos, mas em parte em sua mente algo o preocupava, havia algo de errado com Yoongi, isso ele já sabia, porém agora tinha certeza, principalmente porque parecia que não era algo qualquer. Enquanto descia as escadas e dava um “tchau” a Sook que estava na sala assistindo TV, pensou se seria viável falar dessa sua preocupação a ela, mas lembrou-se que a mesma sabia que havia algo de estranho com o filho e que este iria se recusar ir a um psicólogo, ou seja, Jimin teria que se virar. Contudo tinha medo de que aquilo era bem maior do que imaginava e bem maior do que ele mesmo. Assim voltou para casa, poderia pegar uma carona com o motorista da família, mas queria andar, mesmo que estivesse muito calor.

Olhou para o céu límpido daquela manhã e sentiu o calor tocar sua pele branca, não estava nem muito quente e nem frio, apenas aquele breve esquentar de uma manhã refrescante, já que era uma mistura entre estações. Estavam no meio de setembro e cada vez mais a primavera chegava junto com suas chuvas trovosas e logo com seu aniversário em Outubro, assim como a natureza que era misturada com as estações, Jimin era mixado por emoções, não sabia se esperava seu aniversário ou se o temia, não sabia se seria otimista com sua missão de ajudar um garoto ou se seria pessimista. O realismo talvez fosse a resposta certa, mas quando se lida com sentimentos contrários de repulsa e carinho, esperança e medo, o cinza, ou seja o meio termo parece desaparecer. Assim sem muita certeza de nada Jimin chegou em seu prédio, entrou em seu elevador com uma ansiedade em relaxar em seu apartamento pela primeira vez em algum tempo, a verdade é que não fazia tanto tempo para quem observasse de longe mas para ele parecia que tinha passado semanas desde que ficara em casa descansando de verdade. Por algum motivo dentro daquela lata apertada — que chamava de elevador—  em que estava, a música que tocava no quarto de Suga estava em sua mente, ele lembrou-se em como aquele som parecia ter um leve chiado, como se tivesse sido gravado por algum equipamento não tão bom. Jimin estava distraído até que sentiu uma sensação estranha de que o elevador tinha parado, mas achou esquisito porque 12º andar, que era o seu, ainda não tinha chegado e a porta não tinha aberto. Então, como se respondesse ao que ele pensava, as luzes do elevador piscaram duas vezes até apagaram de vez, deste modo ele se viu totalmente sozinho, em uma lata, no escuro. Assim como seus piores pesadelos.

Taehyung procurava sem parar seu precioso pen-drive, tinha que aproveitar enquanto Jimin não estava em casa para fazer o que tinhas que fazer, mas por algum motivo não conseguia encontrá-lo em lugar algum e isso o deixou completamente aflito: “Será que ele tinha encontrado?” Perguntou-se para si mesmo, mas como o dispositivo não havia realmente nada que fosse duvidoso tentou não se preocupar tanto, só com aquele arquivo não era o bastante para descobrir nada estranho, então tentou agir racionalmente. Estava a caminho de seu quarto mais uma vez para procurar novamente, até que as luzes da todo o lugar se apagaram, ele xingou algo e pegou o celular em seu bolso para iluminar melhor, mesmo que a grande janela da sala lhe proporcionasse uma luz clara natural, mas de repente ouviu seu celular tocar, olhou brevemente quem era e atendeu.

— Fala Jiminie! — Disse Tae simpático e simplista.

— Ta-t-tae, me ajuda — Tae arregalou os olhos ao ouvir a voz tremida e abafada do outro.

— O que foi? O que aconteceu Jimin?

— O-o elevador — Jimin respirou fundo tentando se controlar — ele parou e está muito escuro — Tae arregalou os olhos novamente. Aquilo era ruim, muito ruim, sabia muito bem dos temores e traumas do amigo — Me ajuda Tae, por favor — Ele pode ouvir Jimin começar a chorar baixinho do outro lado.

— Calma, Jiminie. Ouça só minha voz, pense só em minha voz entendeu? Eu vou te ajudar, mas preciso que você se acalme — Ele tentou dizer da forma mais tranquila possível, mas no fundo já começava a ficar desesperado, por não saber muito que fazer — Você está no elevador do nosso prédio certo?

— S-sim — Jimim respirou forte — Tae, eu estou com medo.

— Calma, tente respirar pelo nariz e solta pela boca. Vai dar tudo certo, eu vou te ajudar. — Ele pode ouvir Jimin respirando fundo como mandara — Jimin eu preciso desligar por um momento, eu preciso ligar para o zelador do prédio…

— Tae — Disse chorando — Por favor, não me deixe sozinho, por favor.

— Jimin, eu vou voltar! Eu vou te ligar de novo, mas para te ajudar preciso fazer isso.

— T-tae eu to com muito medo, tenho medo que t-tudo v-volte.

— Chim Chim eu sou um dos seus melhores amigos, então eu vou voltar, não importa o quê, eu entendo que você está com medo. Lembra-se daquela música que você me disse uma vez? Aquela que você disse que te ajudava?

— Lembro

— Cante ela. Eu vou te ligar de novo. Eu prometo — Tae desligou o celular, estava muito preocupado com Jimin, mas ele precisava desligar para poder ligar para o zelador, se não ele nunca poderia ajudá-lo a sair de lá. E assim o fez.

Jimin ao escutar a voz do seu precioso amigo cessar, escorregou suas costas pela parede lisa e gelada do elevador até sentar-se no chão. Tentou controlar suas respiração como seu amigo lhe falou, mas mesmo assim ele conseguia sentir que estava caindo e caindo cadê vez mais. Fechou os olhos se deparando com sua própria escuridão interna como uma lembrança, aquilo que temia voltou em um instante. Pôde ouvir seu próprio chamado infantil.

“ME SOLTA POR FAVOR! Eu prometo que não faço mais, eu prometo, por-favor, me tira daqui! Me tira daqui” — As lágrimas do pequeno Jimin caiam mais e mais. Porém seus gritos e murros na porta de madeira apenas recebiam uma única resposta: O silêncio.

O Jimin voltou abrir seus olhos conseguindo enxergar na luz mínima que ainda tinha no elevador, sentia sua face encharcada e seu corpo tremia, seu próprio peito subia e descia em um desespero desnecessário de pegar mais e mais oxigênio. Ele tentou controlar sua respiração novamente já se sentindo tonto, vendo que só aquilo não seria o bastante, então começou a cantar:

— A dona ara-ranha subiu pela p-parede — Mais duas lágrimas caiam — V-veio a chuva forte e a derrubou — Não se importava se era algo infantil e ridículo, o que importava era que funcionava naquele momento — já p-passou a chuva, o sol já vem surgindo e a dona aranha continua a s-subindo — Respirou mais uma vez tendo mais coragem — Ela é teimosa e desobediente, sobe, sobe e sobe e nunca está contente... — Ele olhou para o lado, era quase como se pudesse ver sua avó ali, ensinando-o novamente a pequena canção. Uma canção realista sobre como era a vida. Ela parecia sorrir e seus olhos já pequenos sumiam por baixo das rugas. Jimin soltou um pequeno sorriso, e a saudade ao mesmo tempo em que a esperança, invadiam seu peito. Como sentia falta de sua avó, de seu cheiro, de sua risada, das broncas e principalmente quando ficava assim ao seu lado para lhe dar coragem quando precisava. Nesse momento ele notou o quanto amar era doloroso, mas principalmente como o abandono era uma das coisas que mais destruia as pessoas.

Depois de um tempo que pareciam horas e horas, o elevador de repente acendeu as luzes e voltou a funcionar, finalmente chegando ao andar certo. Quando ele abriu as portas, logo viu um ser loiro com um semblante preocupado.

— Tae! — Jimin o abraçou com força, tendo as poucas lágrimas que sobravam caírem em seus olhos — Você disse que ia ligar de novo!

— Desculpe Chim, de verdade, eu estava ajudando o zelador a arrumar o gerador — Tae o abraçava com força também, odiava ver seu amigo assim, com um rosto arrasado e os olhos com medo — Está tudo bem, eu estou aqui okay? Eu já estou aqui — Depositou um beijo em cima dos cabelos do Jimin que ainda o abraçava molhando sua camiseta, mas ele não ligava pra isso. O que realmente tinha que se importar era com o fato de que as mãos e pés do garoto ainda estavam tremendo — Vem, vamos entrar, sim? — Ele guiou Jimin até a porta do apartamento e o sentou no sofá. Foi rapidamente até a cozinha e trouxe um copo de água com açúcar para o pequeno.

— Obrigado.

— Hey, amigos servem pra isso — Tae abraçou Jimin novamente sentando-se ao lado do garoto, que por sua vez deitou sua cabeça em seu ombro.

— Porque um prédio tão caro como esse tem que ter um gerador quebrado? — Disse Jimin quando estava mais calmo.

— Porque mesmo pagando caro, as pessoas ainda serão incompetentes Jimin, o mundo infelizmente é assim. Um resolve que é melhor deixar a manutenção para o outro mês, porque é mais conveniente e quem paga no fim, somos nós — Jimin colocou o copo no braço do sofá, que tinha um apoio próprio para isso e deixou-se deitar no tecido macio do mesmo puxando Taehyung consigo.

Tae o abraçou por trás como se pudesse proteger Jimin de todas as coisas ruins do mundo com aquilo. Chim Chim deixou se iludir por um momento nesse sentimento de proteção e se afundou nos braços do amigo.

— Tae, você é uma das melhores pessoas que já conheci — Disse Jimin baixinho com os olhos já fechados aproveitando aquele momento.

— Não fala isso — Disse Tae sério, não se sentia bem quando alguém dizia isso a ele — Eu estou apenas fazendo minha obrigação como seu amigo — sua voz saiu grave e rouca.

— Não, não é qualquer um que me seguraria assim como você. E como uma vez me disseram, geralmente pessoas boas não admitem que sejam boas — Jimin puxou os braços dele mais para si, apertando o abraço e aproximando mais seus corpos — Eu te amo Tae, de verdade.

Tae fitava os cabelos e a nuca do outro sem saber o que dizer ou fazer, mas quando percebeu já estava sorrindo e se deixando levar pelo quentinho que era Jimin e beijando mais uma vez seus cabelos.

— Eu também te amo Jiminie — Ele respondeu baixo ao ouvido do outro, mas ao dizer isso sentiu um certo desconforto, não que não amasse Jimin, mas algo não parecia certo naquilo. Será que estava sendo falso de certo modo? O que será que tinha essas palavras que o fazia se sentir tão estranho? Taehyung sempre foi confuso, nunca soube o que eram seus sentimentos, geralmente apenas ignorava a confusão e tentava vê-la de forma positiva. E ali não seria diferente. Afinal, já teve momentos como aquele com seu amigo, então não era algo tão diferente ou esquisito. Era apenas mais um sentimento entre tantos outros.

Por um segundo ao sentir seus cabelos beijados, passou pela cabeça de Jimin em se virar para Tae e beijá-lo, mas assim como outras vezes que sentira isso, desistiu da ideia e lembrou-se que ele era apenas um amigo. Tae ocasionalmente lhe transmitia tanto carinho que às vezes o deixava confuso, por se sentir levemente atraído por ele, mas ao mesmo tempo em seu dia-a-dia o via apenas como um amigo, não se via fazendo sexo ou coisa do tipo com ele, apenas eram meros amigos que dividiam um apartamento. Só isso. Quer dizer era só isso não era? Será que só o fato de considerar em beijá-lo já o tornava mais que um amigo? Jimin começou a ter pensamentos e perguntas confusas, das quais não tinha resposta, então como já bastava ele ter se esgotado com lembranças perturbadoras e sentimentos nada legais, apenas deixou-se absorver ainda mais naquele abraço e acabou cochilando.

Tae notou a respiração profunda do moreno, entendendo que o mesmo estava dormindo, mas ele por si só, não consiga dormir, além de ter acordado tarde naquele dia, Jimin estava próximo demais a si e estava se sentindo estranho com isso, como já havia lembrado, já tinha dormido assim com ele antes, mas ele realmente aparentava estar sentindo uma atração. Colocou o rosto perto do pescoço de Jimin e deu um pequeno e leve selar em sua nuca, que notoriamente se arrepiou.

— O que está fazendo Tae? — Jimin sussurrou fazendo-o se assustar por um momento.

— Desculpe por te acordar.

— Tudo bem, eu ainda não estava realmente dormindo, mas por que me beijou? Você sabe que ai é meu ponto fraco.

— Desculpe, eu só tive vontade.

— Tudo bem, eu… — Jimin fez uma pausa para pensar — Eu também estava com vontade de te beijar.

— É bom saber que não sou o único que está ficando louco — Jimin sorriu com essa frase e apenas ficou em silêncio fazendo uma certa tensão estranha ficar no ar. Então como uma resposta a tudo aquilo, Jimin puxou o braço de Tae inda mais perto de si e foi um pouco mais pra trás também, fazendo seus corpos se colarem. O seu coração estava um pouco acelerado pela ansiedade de ter seus corpos em contato e também para saber como seria a reação do loiro. A verdade, era que não sabia se estava fazendo besteira ou não, somente sentiu que os dois tinham a mesma sensação no momento, que era uma carência e uma certa atração que não passava de uma parceria e respeito, pois no fundo não tinham nada realmente romântico entre os dois.

Já o loiro, ficando um pouco surpreso por aquela atitude, sentiu duas coisas distintas. A primeira era que para ele aquilo realmente não passava de uma carência, respeitava e gostava muito de amigo, então não sabia dizer se aquilo era algo ruim ou bom e a outra era que talvez se acontecesse algo poderia estar de certa forma traindo seu melhor amigo, Jungkook. No entanto, Jimin dizia que não queria mais nada e não sentia mais nada pelo ex… Por fim, manteve seus corpos bem colados e acabou colocando uma perna por cima das de Jimin, encaixando-se nele e conseguindo sentir os músculos de suas pernas através da calça e também a nádegas que ele insistia em grudar mais ainda em si. Taehyung quase por instinto começou a morder de leve a orelha do Jimin, como um ato carinhoso, e ele pareceu gostar soltando um gemido surpreendido e inclinando mais a cabeça para facilitar mais a mordidinhas que desceram até seu pescoço. Jimin se virou e ficou de frente a Tae chegando seu rosto perto dele colando suas testas, mas não o beijou, apenas segurou os fios loiros fazendo cafuné, causando com que o loiro fechasse os olhos, então delicadamente Jimin foi até o pescoço do amigo e deu leves beijinhos, como se cada um criasse uma palavra formando a frase “Você é um ótimo amigo, eu te amo”, os beijinhos subiram até a orelha do Kim, onde Chim Chim deu uma leve mordida fazendo o outro soltar um suspiro grave.

— É melhor não passarmos disso… — Sussurrou Jimin em seu ouvido dando um leve sorriso.

— Então o objetivo era só nos deixar excitados ? — Perguntou Tae, cortando todo o clima fofo e fazendo Jimin rir.

— Acho que sim, eu não sei… Você realmente quer continuar?

— Hum… Na verdade não — Jimin sorriu, adorava a sinceridade que ele e Tae tinham um com o outro — Jimin, por que você não me beijou?

— Por que se eu te beijasse deixaria de ser algo de amigo e se tornaria romance.

— Acho que faz sentido... — Tae sorriu fazendo cafuné em Chim Chim — Somos estranhos não é?

— Acho que sim — Jimin abraçou o outro ainda deitados — Obrigado Tae, acho que eu estava precisando disso.

— Estou me sentindo um consolo, — ele disse em referência a brinquedos eróticos — mas tudo bem, acho que nós dois usamos um ao outro. — Jimin riu pelo nariz.

— Acho que foi exatamente isso.

— E agora somos dois caras excitados um em cima do outro, o que faremos?

— Você sempre estraga os climas — Riu Jimin — mas essa parte é fácil, é só nos aliviar ou tomar um banho gelado ué.

— Aff Jimin, tudo sua culpa, agora temos que lidar com isso.

— Minha culpa? Você que começou beijando meu pescoço!

— Mas você que veio todo meigo e manhoso colando o corpo em mim!

— Eu tava mal, poxa! A gente já fez isso antes, não é como se fosse uma novidade ou algo do tipo!

— Tá tá tá, eu sei, mas pelo menos desça de cima de mim, a não ser que você queira me masturbar também.

— Credo Taehyung!! — Jimin fez uma cara de nojo e pulou saindo de cima dele, dando-o espaço para se levantar e ir ao banheiro de seu próprio quarto, enquanto Jimin fazia o mesmo.

Depois dos dois tomarem banho, ficando limpos e sem nada os atrapalhando ao andar, Tae foi checar seu celular que não parava de vibrar, quando ligou a tela notou que haviam várias mensagens no grupo dos meninos.

“Grupo bonde da Coreia”

Hobi: Olá princesos, como vão?

Hobi: É o seguinte hoje a tarde vamos sair Ok? Vcs vão conhecer minha namorada e não quero desculpas.

Hobi: É sério

Kookie: Oxi que história é essa moço?

Jin: Hobi eu trabalho esqueceu? Só saio daqui de noite moço

Hobi: Vdd eu esqueci :|

Hobi: Hum… E se a gente jantar em seu restaurante?

Jin: Tá maluco? Da última vez vcs fizeram mal zona lá, eu tive vontade de enfiar minha cabeça em uma panela e cozinhá-la junto com a sopa.

Kookie: Só explique isso direito Hoseok.

Hobi: Nossa como Kookie está sério. E Jin como vc é exagerado *emoticon revirando os olhos*.

Hobi: É só nos encontrarmos no metrô perto do restaurante do Jin, umas 17:30, que tal?

Jin: Aqui começa a lotar lá para uma 18:30, então é bom não se atrasarem.

Hobi: Vc não trabalha não?

Jin: Eu tirei meu intervalo para o almoço, mas já tenho que voltar, o povo aqui já começa a pirar se ficarem 1min sem mim.

Kookie: falou o precioso princeso.

Jin: Princeso não tá? Rei

Hobi: Tá combinado?? Cadê os outros 2 viados?

Kookie: Vadiando por ai horas. — Tae sorriu com isso, pois não deixava de ser um pouco verdade.

Jin: To saindo aqui, tchau povo.

Tae: Eu to aqui.

Hobi: Aeee Desgraça! Tu vai né?

Tae: Pra mim tudo bem, mas o restaurante é um pouco caro não é?

Hobi: A gente podia ficar só um pouco lá e dividimos a conta como sempre, depois podemos passar no shopping lá perto.

Tae: Pra mim tudo bem, mas não sei de Jimin vai querer ir não. Ele tá meio desanimado — Tae olhou Jimin que sentava no sofá da sala já tomado banho, mesmo com a TV ligada este estava apenas com a cabeça apoiada no encosto do sofá olhando para o teto pensativo.

Kookie: Eu tbm vou, ah Tae tentar animar ele pra ir.

Tae: Hum, é que tipo aconteceu um bagulho ai e acho que ele tá meio abalado, sabem como é sensível.

Jimin: Tae, eu to bem, não sou tão sensível *emoticon revirando os olhos*

Kookie: O que aconteceu?

Jimin: Nada demais, sério. Eu to bem.

Hobi: Sério Jiminie? Se não quiser ir eu vou entender.

— Viu Tae? Tu preocupou eles sem motivo —  Disse Jimin em voz alta para o amigo

— Você estava aí todo avoado, eu pensei que queria descansar, só isso ué.

— Até as 17:00 eu tenho tempo para isso. Mas brigado.

Jimin: Eu to bem, de vdd. Então vou sim. Quero conhecer essa namorada ai e vê se não é invisível.

Kookie: Nossa RT

Tae: RT 2

Hobi: Se vcs não vierem, enfio a cabeça de vcs no cu do Jin.

Jimin: vcs são nojentos.

Tae: falou o que acabou de peidar aqui e empesteou a casa

— Ow Taehyung! Tem que anunciar pra todos “mermo”?

— Claro ué, você que solta a bomba tu que paga o prejuízo.

Jimin desistiu de ficar ouvindo as besteiras do amigo, se levantou do sofá e foi até a lavanderia pendurar a toalha úmida que tinha em mãos, mas ao passar por lá viu que tinham roupas já secas na máquina, — que também era secadora — ao abrir viu que estas não pertenciam a ele.

— Tae! Têm umas roupas suas aqui na máquina. Vem pegar.

— Pega pra mim.

— Nem ferrando, são suas roupas, você que as pega — Tae, derrotado, foi até a lavanderia onde Jimin já estava saindo e pegou as tais roupas, mas ao recolher uma calça jeans lembrou-se por um momento de algo que já estava sumindo de sua mente, então rapidamente mexeu nos bolsos da calça recolhida e finalmente encontrou o bendito pen-drive. Porém ele tinha um problema, tinha sido tão burro que sem querer havia lavado a calça junto com o dispositivo, e agora tinha que torcer para que ele ainda funcionasse. Ao voltar de lá, percebeu que Jimin estava no quarto, então aproveitou e pegou rapidamente o notebook do garoto que estava em cima da mesa e foi até seu quarto. Colocou o pen-drive na entrada USB e surpreendentemente o notebook o reconheceu. Entrou na pasta e para seu alívio a sua foto preciosa ainda estava lá. Agora era só mandar revelá-la, como sempre fazia, mas achou melhor deixar isso para outro dia, já que seria embaraçoso se o outro visse.

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Mais tarde, os dois já estavam no metrô para se encontrar com os outros, subiram a escada rolante e mesmo de lá já podiam ver a cabeleira brilhante e sedosa de Jungkook do outro lado da catraca, quando passaram por ela, foram surpreendidos por um abraço de J-hope que estava todo alegre, notaram também que este estava acompanhado por uma moça alta como ele, — eram quase do mesmo tamanho — ela tinha uma pele cor de oliva e tinha os cabelos castanhos claros bem compridos e ondulados, era magra e tinha um porte esguio e elegante somando-se com lábios grossos e olhos escuros que lhe dava o ar latino de uma brasileira. Jimin e os outros tinham que admitir, ela era bem bonita, eles se apresentaram descobrindo que o nome da garota era Noeli, e estudava na mesma faculdade de Hoseok. Jungkook, — como tinha chegado antes deles — já havia se apresentado a ela. Por um instante Jimin e Tae quase não notaram, mas um pouco distante deles havia uma garota branquela, loira em uma cor bem clara e cabelo Chanel com franja, quem a visse de longe podia confundi-la com um personagem de um conto de fadas ou com a garotinha dos clipes da cantora Sia.

— Ah eu esqueci de apresentar! Essa é minha amiga Elisa! — Elisa veio mais a frente um pouco tímida e acenou para os dois com um sorriso e olhar um pouco infantil. Enquanto Noeli era carismática e extrovertida assim como J-hope, Elisa parecia ser ao contrário, como se pertencesse a outro mundo, ela aparecia avoada e enigmática, o modo que andava parecia que estava pisando em nuvens e seus olhos claros pareciam olhar para as coisas de uma forma única que só ela entendia.

Logo que se cumprimentaram com um leve aceno e um sorriso singelo, todos foram para o restaurante onde Jin trabalhava, não era muito longe daquela estação, então apenas andaram um pouco agradecendo mentalmente que naquela tarde não estava chovendo. O sol já estava se pondo ao poucos deixando as rua movimentada daquele bairro com um toque alaranjado com um fio de rosa, tingindo os tons brancos em um laranja um pouco dourado pela luz do sol. Entraram naquele restaurante que não parecia ter sido feito para eles. Uma atendente logo os guiaram para uma mesa para 6 pessoas em um canto do restaurante, que por sua vez ainda estava tranquilo em relação a quantidade de pessoas.

— Antes de pedirmos, nós somos amigos do Jin, um dos chefes de vocês. Tem como você avisar a ele que estamos aqui? — Disse Hoseok sorrindo para a atendente baixinha.

— Ah vocês conhecem Jin? — Disse em um tom animado e encantado — Bom, eu posso avisar sim, mas preciso do nome de um de vocês.

— Meu nome é Hoseok, mas ele já estava nos esperando, então não há necessidade.

— Okay então, eu aviso sim enquanto o senhores escolhem seus pedidos — Enquanto a moça se fora ele começaram a vasculhar o cardápio.

Enquanto isso, ainda naquele lugar o calor e o suor impregnavam as roupas brancas de Jin, que se esforçava ao máximo em encontrar o que estava faltando naquele molho, era algum ingrediente que ele não conseguia acertar, e isso o preocupava, já que não queria levar uma bronca do outro chefe que era exigente dali. A verdade era que Jin ainda não era um Chef de cozinha total, ele era um co-chef cujo o papel era ajudar nas sugestões dos pratos e a guiar o resto da equipe, mas ainda quem dava a palavra final era o Chef.

— Jin — Chamou uma das garçonetes que chegava perto dele com um sorriso aberto.

— Sim?

— Tem um grupo de jovens que perguntaram de você, disseram que você já estava esperando-os.

— Ah sim, obrigado Pamela — Jin de um sorriso a ela e a garota abaixou o rosto envergonhada. E Jin enquanto retirava seu chapéu e avental apenas pensava nas pestes que estavam o esperando e que aquele não era um bom momento para estarem ali, não estava no seus melhores dias. Ele saiu pela porta da cozinha entrando na área dos clientes, que aos poucos voltava a encher por causa da hora do jantar. Enquanto passava por algumas jovens de uma classe alta que usavam vestidos justos um pouco decotados, elas o olhavam a passar, a gola de sua camisa branca estava um pouco aberta pelo calor que ele sentia na cozinha, mas ali o ambiente estava fresco e agradável. Avistou os rostos conhecidos sentados em um lugar do qual tinham juntado duas mesas e foi até eles. Porém, ele sentia que vários olhares do restaurante estava sobre ele e pode ouvir um cochicho que foi um pouco alto de demais: “Nossa que lindo, senhor”. Ele deu um suspiro por ter ouvido aquilo, na verdade Jin gostava de ouvir elogios sobre si, porém aquilo acontecia toda vez que saia da cozinha, e isso às vezes o irritava, principalmente em dias como aquele que ele estava um pouco sem paciência por estar sentindo calor demais e por que tudo naquele dia parecia não estar saindo como gostaria.

Finalmente chegou perto do grupo e deu um sorriso e olhou para as duas pessoas desconhecidas dali.

— Oi, eu sou o Jin prazer! — Ele forçou um sorriso, pois realmente estava cansado e só queria voltar para casa — Você deve ser a namorada do J-hope aqui né? — Ele olhou para o amigo que sorria.

— Sim, sou Noeli, o prazer é meu — Disse a garota morena de uma forma bem simpática — E essa é minha amiga Elisa — Apontou para a loira que não parava de olhar para Jin

— Uau! Você é tão bonito — Disse Elisa como se tivesse hipnotizada fazendo Jin e todos soltarem uma risada.

— Se eu fosse você não elogiava muito o Jin, ele já se acha demais — Disse Jimin.

— Hahaha — Deu um riso falso a Jimin e depois se voltou para a garota loira — Obrigado Elisa, você também é muito bonita — Jin sorriu.

— Não liga pra ela, ela é meio doidinha mesmo — Disse Noeli.

— Como se você não fosse — Disse Hoseok soltando um sorriso.

— Tá me chamando de doida Hoseok?

— Não, magina… — Ele se fez de desentendido enquanto Noeli encarava-o com os olhos estreitos, tirando um risinho de todos.

— Jin, o que você recomenda pra a gente hoje? — Perguntou Tae.

— Hum… acho que o Ceviche* e arroz com frango, todo mundo elogia bastante.

—  Hum, esse Ceviche parece ser tão bom —  disse Taehyung vendo o cardápio.

—  Meninas foi um prazer, mas eu realmente preciso voltar para a cozinha. Vejo vocês mais tarde.

Todos disseram um tchau para Jin, enquanto Elisa murmurava baixinho para si mesma: “ Tão bonito…”.

—  Vocês não acharam Jin estranho hoje? —  Perguntou Jungkook, que andava bastante quieto naquele dia.

—  É, um pouco. Ele parecia sério né? —  Falou Tae.

—  Eu achei ele bem simpático —  Disse Noeli.

—  É que você não o conhece, geralmente ele é mais brincalhão —  Disse o namorado da garota.

—  Verdade, mas parece que ele estava só irritado. Ele fica assim às vezes —  Disse Jimin.

A conversa ia e vinha, entre os assuntos mais aleatórios. Jimin no fim realmente estava achando uma boa coisa estar ali para distrair sua mente e eles acabaram achando as duas garotas bastante interessantes. A morena sabia dançar balé e cantava um pouco também, ela se mostrou uma pessoa tão divertida quanto o namorado, e também com uma mente aberta e baladeira, segundo J-Hope contara ela vivia saindo para as festas das faculdades e inclusive já ganhou uma espécie de “prêmio” de quem mais aparecia nas fotos das festas da faculdade. Já Elisa, ou Lisa como os amigos dela a chamavam, cursava artes plásticas na USP, também sabia cantar um pouco, mas principalmente o que mais fazia era vender e promover sua artes incomum pelos lugares, e segundo ela, muitas pessoas estavam propostas a comprar o que fazia, ela também gostava de produzir vídeos, filmava, editava e fazia sua própria amostra de música e depois colocava em seu canal no YouTube que cada vez mais crescia com inscritos. Jimin achou tudo aquilo interessante, principalmente pelo fato de Lisa parecer ter saído de um livro de conto infantil pelos seu jeito quase Taehyung de ser, mas percebeu também o quanto peculiares elas eram, contudo todos ali tinham algo de peculiar e isso era o que os unia.

No fim eles decidiram que já estava tarde para ir no shopping e contentaram-se em apenas voltar para casa. Eles até pensaram e esperar Jin, mas ele havia dito que iria demorar mais porque o restaurante realmente tinha ficado lotado mais pela noite, então apenas se despediram e foram cada um para suas respectivas casas.

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Jin lavava o resto da louça que lhe restava o mais rápido possível, passando o sabão pelo utensílios metálicos e os enxaguando com uma água bem quente para retirar a gordura. No entanto a água estava tão quente que nem ele mesmo sabia como não estava se queimando.

— Desse jeito você vai se queimar —  Disse uma voz grave por trás de si.

— Eu já fiz isso muitas vezes e minhas mãos ainda estão inteiras —  respondeu Jin não ligando muito.

—  Jin —  A voz agora estava bem em seu ouvido e ele sentia duas mãos segurando sua cintura, Seokjin apenas parou o que estava fazendo e tentou se controlar por um segundo, antes de agir com brutalidade, afinal aquele era o Chef, e ele precisava daquele emprego, já que ser cozinheiro não era o emprego mais fácil de se ter no Brasil e nem o mais decente. Mas ainda assim tinha que tentar.

—  Me solta —  Jin disse com a voz rude, torcendo por dentro para que aquilo seja apenas as flertadas e cantadas habituais que o Chef geralmente fazia a ele, ao mesmo tempo também torcia que alguém entrasse na cozinha e visse com seus próprios olhos como o tal excelente Chef era, na verdade, um babaca.

—  Você sempre me recusou… Vamos Jin é só uma vez… Você não queria ser chefe ou ganhar uma promoção?

—  Eu disse me solta! —  Jin pegou os braços do homem que estavam em sua cintura e tentou soltá-los com toda a força que tinha.

—  Não precisa ficar assustado Jin… Não vou te machucar!

—  Eu disse que não quero! Não dá para você entender ou preciso desenhar?!! —  disse furioso, apenas queria sair dali o mais rápido possível, só de pensar naquelas mãos o tocando à força sentia seu estomago embrulhar e sua pele arder como se estivesse suja.

—  Você é muito bonito sabia Jin? Até mesmo bravo —  O homem beijou sua bochecha, mas o rosado aproveitou a deixa e pisou com força no seu pé e espetou o garfo que ainda segurava em mãos nos braços do Chef, o homem soltou um urro e ele se afastou o máximo que pode às pressas.

—  Eu avisei para me soltar! —  Jin disse enquanto o homem segurava o braço que agora sangrava.

Assim saiu da cozinha o mais rápido possível sem se dar ao trabalho de tirar seu avental, atravessou o salão com cadeiras e mesas e pode ouvir algum garçom que ainda estava ali para terminar de limpar o lugar, perguntar:

—  Jin? Aconteceu algo, que grito foi aquele?

—  Foi minha demissão, e antes que ouça mentiras daquele homem, apenas olhe as filmagens das câmeras agora. Por favor.  —  E então finalmente saiu para a noite, deixando um garçom assustado e confuso para trás, mas sem se importar com mais nada foi até o estacionamento que só tinha mais uns dois carros devido a hora, e entrou no seu, mas sem dar a partida, ficou ali em silêncio por um tempo, abaixou a aba de visor de sol do carro, da qual tinha um espelhinho e observou suas própria face. Tocou seu próprio rosto fino e com uma pele lisa, tocou seu lábios grossos e rosados e olhou no fundo de seus próprios olhos.

—  Por que eu tive que nascer bonito? —  Disse baixinho para si mesmo sentindo gotas mornas surgirem de seus olhos e caírem sobre seu rosto belo e atraente. Aquela era sua pequena maldição.


Notas Finais


Link para a música: https://www.youtube.com/watch?v=963Tt7CEt2s
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*Ceviche: cebiche ou seviche, é um prato da culinária peruana baseado em peixe cru marinado em suco de limão ou lima ou outro cítrico (Eu amooo e recomendo)
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Yoongi ta meio cú doce né? Por que será que ele surtou tanto com o quarto dele?
Jimin e seu trauma de novo. O que será que aconteceu com ele?
Esse Vmin ( ͡°╭͜ʖ╮͡° )
O que será que tem na foto que V quer tanto revelar?
Jin sofrendo aquilo meio que aconteceu, eu realmente imaginei algo mais leve, mas acabou assim.(Pq minha história as vezes parece que tem vida própria, exemplo como a parte Vmin q não foi planejada). Pelo menos ele pode escapar e nada a mais aconteceu com ele, pq eu não quero tratar algo tão delicado como estupro, então ficou assim.
E antes que pensem. Rap Mon não é o Chef. A identidade do Chef não é importante.
O que acharam da Noeli e da Elisa? (A Elisa eu me baseei em várias personagens diferentes e em uma pessoas real tbm)
Vcs querem as outras músicas da playlist que eu fiz?
Beijos e até o próximo


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