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História Como uma Catarse (Yoonmin) - Como um terceiro silêncio.


Escrita por: taymarty

Notas do Autor


Oie.
Dessa vez foi rápido né?
Uma parte desse cap já estava feito, foi por isso.
Bom sobre a foto de capa, eu fiquei muito em dúvida se entra ou não nas regras do Spirit, mas eu tive que por por motivos que direi nas notas finais.
Boa leitura.

Capítulo 16 - Como um terceiro silêncio.


Fanfic / Fanfiction Como uma Catarse (Yoonmin) - Como um terceiro silêncio.

Depois de Yoongi ter levado um grande sermão dos pais, como se fosse um adolescente de 15 anos, Jimin estava ensopado, morrendo de frio e com uma toalha em volta de seus ombros esperando sua bronca. Mas Sr. Min se retirou para conversar com seus empresários lançando um olhar repreendedor para Jimin antes de se retirar, enquanto Sook agora olhava Jimin com uma expressão de raiva e decepção atingindo o coração de Park.

— Estou decepcionada com você Park Jimin.

— Ele me empurrou e…

— E você o puxou para dentro da piscina — Ele logo se calou, não era hora para falar e sim de ouvir — Eu esperava mais de você. Eu entendo que Yoongi é uma pessoa difícil de lidar, mas o que você fez foi muito infantil e sem profissionalismo. Você sabe o quanto eu e meu marido ficamos envergonhados em ter nosso tradutor e nosso filho dentro de uma piscina ao meio de um evento social? Você sabe o quanto isso pode nos prejudicar nos negócios? — Jimin apenas assentiu olhando para os próprios pés, envergonhado consigo mesmo — Você sabe que algo assim levaria você a demissão em qualquer outro lugar não é? — Ele assentiu novamente — Só não te demitimos, porque eu sei que foi Yoongi que começou te tratando assim e como ele é meu filho, é nossa culpa também. Então pedimos desculpas por isso, e também porque gostamos muito de você e seus amigos trabalharam bem, melhor do que eu imaginava na verdade, então como já te dissemos antes, confiamos em você. Mas provavelmente não terá uma segunda vez.

— Entendo. Me desculpe, eu fui realmente infantil e não haverá uma segunda vez — Disse Jimin, baixo.

— Ótimo. Então Yoongi — Ela olhou para o filho que estava tremendo de frio em pé ao lado de Jimin — Leve Jimin para seu quarto e lhe empreste algumas roupas suas, ou melhor, Jimin tome um banho para não pegar um resfriado. Yoongi lhe empreste toalhas também. Ah, contorne a sala pelo lado que está mais vazio ok? Para não molhar onde os convidados estão. — Os dois assentiram, mas antes de se retirarem ela disse: — Yoongi! Mais uma coisa, pede desculpas para Jimin.

— Desculpe — Yoongi falou sem emoção olhando para o Park e Sook apenas revirou os olhos ao ver a falsidade do filho.

— Aah, apenas subam… — Disse ela em derrota.

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— Entra — Disse Yoongi quando já estavam em frente de seu quarto.

Assim, pela segunda vez Jimin entrou no quarto escuro e bagunçado de Suga, dessa vez não tinha tanta tralha jogada no chão, apenas a cama e uma cadeira cheia de roupas amassadas e emboladas que davam o tom da bagunça, e claro, a parede que era repleta de coisas, desde fotos a pedaços de papel grudados nela.

— Só não fique olhando pra parede — Jimin então desviou seu olhar para o chão, e viu que os dois já estavam deixando o assoalho todo molhado com suas roupas encharcadas.

— Por que não posso ver? — Perguntou curioso, mas ainda respeitando a privacidade do outro.

— Porque não, só não quero. Pode entrar no banheiro, tem toalha no armário branco, eu já levo uma roupa pra você.

— Yoongi, por que você fica fazendo essas coisas? Eu sou uma pessoa tão ruim assim pra você? — Jimin perguntou em um tom triste antes de entrar no banheiro.

— Aah… — Suga apertou as têmporas por um instante — Apenas tome seu banho, está bem?

Desistindo por estar irritado e cansado daquilo tudo, ele entrou no banheiro fazendo o que lhe foi pedido. Tomou um banho deliciosamente quente depois de ter experimentado a água gelada de piscina. Ele usou o Shampoo e Condicionador de Yoongi sentindo um cheiro agradável dos produtos.

Saiu do banho, se enxugou e enrolou a toalha em sua cintura, agora tinha percebido que ainda estava sem roupas secas. Por um momento chegou a acreditar tinha sido mais alguma brincadeira de mal gosto de Yoongi, mas viu suas roupas molhadas ainda jogadas não chão do banheiro. Se ele fosse aprontar com Jimin certamente esconderia as roupas dele em algum lugar, para que este ficasse nu, assim como acontece em filmes de adolescentes americanos. Pensando assim, o Park sentiu um pouco mais de alívio.

— Yoongi? — Gritou Jimin do banheiro, ia chamar uma segunda vez, mas o mais velho entrou no banheiro como resposta com roupas dobradas em mãos, e as deu para ele.

Porém, assim que Jimin as pegou, ele percebeu que Yoongi tinha tirado o terno e agora estava apenas com uma cueca box branca e a camisa também branca ainda molhada e colada em seu corpo alvo. Piscou algumas vezes por vergonha, mas sem perceber mordia seu lábio inferior pensando o quão bonita era a pele do garoto vampiro. Pegou a camisa seca que Yoongi tinha lhe dado e começou a abotoar ainda com a toalha em sua cintura, enquanto isso viu Yoongi pegando mais uma toalha no mesmo armário que tinha pegado a sua, novamente observou a pele branca por baixo da camisa, que molhada ficava quase transparente, e viu também que a cueca também estava no mesmo estado. Será que Yoongi sabia o quão explícito estava sendo naquele estado? O tradutor não sabia responder, mas por um instante se imaginou beijando aquelas costas, nuca… pernas..., percebendo o rumo de seus pensamentos ele sacudiu a cabeça para afastá-los, então Yoongi se voltou para ele com sua toalha em mãos.

— Ah! — Yoongi soltou a onomatopeia como frustração — Você não sabe fazer nada direito? — Yoongi revirou os olhos impaciente chegando mais perto de Jimin arrumando a camisa do mesmo que, sem perceber, tinha abotoado tudo errado. Ele estava tão perto que mais um pouco seus corpos poderiam se tocar. Deste modo, Park tentou controlar sua respiração pelo constrangimento daquela situação, já o outro parecia não dar a mínima sobre aquilo.

Yoongi acabou de arrumar a camisa e se dirigiu para o box do banheiro e começou a tirar a própria camisa, Jimin ficou de olhos um pouco arregalados por nervosismo.

— Você, vai mesmo me ver tomar banho Jimin? — Disse Yoongi dando soltando um risinho aspirado meio irônico. O Park sem dar uma resposta saiu de lá o mais rápido possível. No quarto, colocou a calça emprestada e ajeitou os cabelos molhados com um pente que havia encontrado por ali. Sobre a cama viu um aparelho de tela preta, reconheceu que era seu celular que Yoongi tinha pegado, tentou ligá-lo, mas nada aconteceu, respirou fundo e se lembrou de que ele foi mergulhado na água junto com Yoongi. Então, colocando o aparelho agora inútil no bolso da calça, voltou a seu trabalho, mesmo não sabendo como iria se concentrar depois de tudo aquilo.

Chegando lá, avistou seus amigos trabalhando e pode ver que algumas pessoas já tinham ido embora. Jungkook e Tae chegaram perto dele curiosos.

— O que aconteceu com vocês? — Disse Jungkook.

— Longa história — Falou Jimin.

— Vocês realmente caíram na piscina? J-Hope falou que viu você lá e depois levando bronca e tals — Disse Tae curioso.

— Caímos não, ele me empurrou. — Jimin respondeu em um tom mal humorado.

— Sério? — Falaram os dois, e ele assentiu.

— Eu já falei que ele é filho da puta. Só tem cara de cachorro abandonado. Mas na verdade é um demônio em forma de gente.

— Mas cara, por que ele te empurrou pra piscina? Ele é maluco? — Falou Jungkook indignado

— É mais que maluco eu diria, bom… Gente, depois eu explico direito, como eu disse é uma longa história. Eu preciso trabalhar agora.

Depois de se livrar de seus amigos Jimin voltou ao seu trabalho tentando ao máximo fazer o seu melhor, já que agora tinha vacilado com seus chefes, ele precisa compensar com dedicação.

Já Namjoon que permanecia na sala, estava entediado e agora com fome, a comida já estava acabando e só tinha petiscos. A única coisa engraçada daquele evento para ele eram as confusões de seu Hyung. Como Yoongi pode empurrar o tal tradutor na piscina? É, talvez Yoongi precisa de uma conversa, porém ele sabia que seria difícil fazer o mais velho expor seus sentimentos. Nos últimos tempos o único sentimento que ele conseguia ver Yoongi expor era raiva e cansaço, a impressão que ele tinha era que seu hyung estava cansado o tempo todo e isso não é bom, pois parecia que não estava vivendo, não de verdade. Por isso ele sentia um pouco de falta do antigo Min Yoongi, que apesar do modo de falar que parece estar sempre bêbado demonstrava um jeito infantil e alegre sobre algumas coisas, ele adorava isso. Mas agora tudo parecia ter mudado e o mais velho pareceu ter se perdido conforme os tempos. Suspirando, Rap Monster viu que não ia chegar em nenhuma conclusão em como ajudar Yoongi, e agora só sentia que seria ótimo dormir, mas apesar do tédio e fome, achava que estar ali naquele momento era melhor do que na sua rotina agitada de sempre, tinha muito amor e carinho pelo seu trabalho, mas ultimamente andava tão estressado e cansado que quando foi ao médico como rotina, ele foi quase obrigado a se afastar por um tempo, se não a ansiedade poderia acabar o matando. Então foi parar ali, naquela sala com um bando de pessoas que ele não conhecia e seu “tios”, aqueles que eram amigos de seus pais desde de quando era pequeno. Naquele instante conseguiu sentir sua barriga reclamar de fome, então voltou para a cozinha onde tinha o cozinheiro mal-humorado.

Jin finalmente estava descansando um pouco, ele mesmo nem teve tempo de comer, mas pelo dinheiro aquele trabalho valia a pena. Ficou sentado no banquinho do balcão passando a mão em seu rosto que agora estava oleoso por conta do calor e da maquiagem que já derreteu a muito tempo, só que não deu a mínima pra isso, não se importava mais se seu rosto ainda estava marcado por seus arranhões, só o fato de estar sentado e parado por um momento já era muito bom. Porém viu o coreano alto que segundo seus amigos tinham lhe dito, era um famoso da Coréia, um tal Rap Alguma coisa.

— Oi — Namjoon soltou um leve sorriso enquanto via Jin.

— Oi — Respondeu Jin cansado. — Deixe eu adivinhar, você quer comer?

— É... — Namjoon ainda se perguntava porque aquela pessoa estava sendo rude novamente.

— Espere um pouco, eu vou pegar algumas coisas que sobraram

Jin se levantou lamentando por ter que fazer isso. Onde estava seu ajudante nessa horas? Claro, Paulo teve que sair um pouco mais cedo pois tinha um outro compromisso no dia. Jin pegou algumas coisas na geladeira e ao ver aquilo percebeu que também estava com fome. Colocou as bandejas e tigelas sobre o balcão fazendo um gesto para que o outro de servisse.

— Se não se importa comerei um pouco com você — Jin disse novamente se sentando em frente ao outro rapaz sem esperar uma confirmação.

Namjoon não se importou, apenas pegou as primeiras coisas que viu em sua frente e começou a comer.

— Está muito bom, você que fez? — Ele soltou um sorriso satisfatório. Jin quase ia responder com um “Não é óbvio?”, mas antes que fizesse achou que já estava sendo grosseiro demais.

— Sim, mas Paulo me ajudou

— Paulo? — Namjoon olhou diretamente para o cozinheiro pela primeira vez, fazendo uma expressão confusa.

— Meu ajudante — Jin soltou um leve sorriso.

Namjoon acabou olhando as feições do outro por um pouco mais de tempo, notando que este tinha algumas marcas róseas em suas feições delicadas, pareciam arranhões e chegou a estranhar em como o tom delas combinava com o cabelo rosa claro do garoto. Jin percebeu que o moço famoso estava lhe observando e começou a ficar um pouco inquieto. Então em silêncio pegou o último petisco e se levantou para lavar o resto da louça que tinha ali, queria descansar um pouco mais, porém não se sentia muito confortável com o outro ali presente.

Rap Monster acabou comendo mais um pouco enquanto de vez em quando olhava o cozinheiro lavando a louça, ainda tentando entender as marcas rosa de seu rosto. Talvez estivesse sendo inconveniente fazendo isso, mas aquela pessoa o fez lembrar um pouco de uma vez quando foi a um museu quando era menor. Ele viu essa pintura a óleo que parecia perfeita, era tudo tão bem pincelado aos mínimos detalhes, parecia que não tinha um erro nela de tão perfeita, então como toda criança curiosa ele chegou mais perto de tamanha beleza e percebeu que a tinta na tela estava craquelada como se no mínimo toque ela pudesse se soltar da tela, foi aí que ele percebeu que aquela pintura estava longe de ser perfeita e por esse fato aquela obra virou sua favorita até hoje. Pois no momento que ele viu as pequenas rachaduras na tinta ele notou que aquele toque realista era o que deixava a obra verdadeiramente perfeita. Namjoon não conhecia aquela pessoa que estava ali naquela cozinha, não sabia absolutamente nada sobre, mas de longe tinha visto que aquele ser tinha uma certa beleza que atrai qualquer um, só que ao ver os arranhões em seu rosto notou que ele também tinha alguma fraqueza assim como qualquer pessoa. Era o toque de realidade que deixava uma obra praticamente perfeita. Rap Monster absorto em suas reflexões soltou uma respiração audível e saiu do local pensando que talvez estivesse colocando um significado grande demais em uma pessoa que mal conhecia.  

Certo tempo depois alguns convidados já estavam indo embora e a música ambiente já tinha sido parada, Min Yoongi não se deu ao trabalho de colocar uma roupa formal de novo, apenas uma calça jeans preta, uma camisa branca e uma jaqueta de moletom confortável. Quando seus pais o viram vestido desse modo, percebeu que provavelmente seria repreendido, porém estavam absortos demais com uma conversa com um casal que faziam negócios com eles, e Jimin estava lá no meio também, traduzindo de uma forma muito concentrada. Yoongi lembrou-se da pergunta do garoto “Eu sou uma pessoa tão ruim assim pra você?”. A verdade é que ele não sabia responder essa pergunta, não que Park Jimin fosse uma pessoa ruim, muito pelo ao contrário ele era bom até demais e isso de certa forma o assustava. E não queria isso, ele não queria que alguém o ajudasse, assim como sua mãe tinha feito o tradutor prometer, afinal ele não precisava necessariamente de ajuda nenhuma. Ele já era adulto e sabia exatamente o que estava fazendo com sua vida… Sabia? Sabia mesmo?

Ele também não conseguia responder essa pergunta. Mas como uma vez ouvira, não conseguir e não saber é na verdade um não querer. Mas por que ele não iria querer saber dessas coisas isso… Já é mais uma coisa que se recusava a pensar.

Ele avistou seu amigo de infância sentado em um canto mexendo no celular distraído, por um momento pensou em ir lá e perguntar “Está trabalhando em uma nova música?”, “Por que veio ao Brasil para passar as férias?”, pensou em coisas assim. Mas eram perguntas inúteis, não eram? Eram possíveis conversas que não fariam diferença nenhuma, nada fazia diferença nenhuma, nada tinha um gosto bom para si, nem mesmo uma sensação boa. Então o que importava de verdade, não é mesmo?

Sem saber direito o porquê tinha saído de seu quarto novamente e estava naquele andar, ele respirou fundo e se dirigiu para a sala vazia onde tinha o piano, mas além do instrumento lá também tinha uma prateleira de livros que ninguém realmente tinha lido. Pegou um que tinha a capa mais atraente e começou a ler a primeira página que pelo que podia ver o livro era em coreano.

“NOITE OUTRA VEZ. A Pousada Marco do Percurso estava em silêncio, e era um silêncio em três partes.

A parte mais óbvia era uma quietude oca e repleta de ecos, feita das coisas que faltavam. Se houvesse vento, ele sussurraria por entre as árvores, faria a pousada ranger em suas juntas e sopraria o silêncio estrada afora, como folhas de outono arrastadas. Se houvesse uma multidão, ou pelo menos um punhado de homens na pousada, eles encheriam o silêncio de conversa e riso, do burburinho e do clamor esperados de uma casa em que se bebe nas horas sombrias da noite. Se houvesse música... Mas não, é claro que não havia música. Na verdade, não havia nenhuma dessas coisas e por isso o silêncio persistia”

Ao ler frase da música Yoongi paralisou por um momento e receoso olhou para o piano que esperava paciente ao seu lado quase como um ser vivo que respirasse. Engolindo em seco ele pulou a parte do meio do texto procurando palavras que o atraísse, até que chegou nos parágrafos finais das páginas.

“(...). O homem tinha cabelos ruivos de verdade, vermelhos como a chama. Seus olhos eram escuros e distantes, e ele se movia com a segurança sutil de quem conhece muitas coisas. Dele era a Pousada Marco do Percurso, como dele era também o terceiro silêncio. Era apropriado que assim fosse, pois esse era o maior silêncio dos três, englobando os outros dentro de si. Era profundo e amplo como o fim do outono. Pesado como um pedregulho alisado pelo rio. Era o som paciente ― som de flor colhida ― do homem que espera a morte.”

Nome do Vento - Patrick Rothfuss

Yoongi fechou o livro e o colocou novamente na instante, parecia que era um livro de fantasia. Quem diabos tinha comprado aquele livro? Não era do feitio de seus pais lerem esse tipo de livro… Bom, aquilo na verdade era algo indiferente. Lentamente a se ver sozinho naquele espaço percebeu que agora a casa estava em silêncio, olhou novamente para o piano e pensou que aquele de fato era primeiro silêncio daquela casa. Ele se lembrou de Namjoon quieto em seu canto e nos garçons que pareciam calados durante a noite e na forma que eles só falavam entre si para coisas aparentemente sem importância real. Aquele era o segundo silêncio, talvez. Até que olhando suas próprias mãos pálidas em que as unhas estavam curtas de mais de tanto serem roídas, ele sem dúvidas era o terceiro silêncio, de um homem que espera a morte.

Enquanto isso, Sr. e Sra Min acompanhavam os dois últimos convidados até o portão da casa para irem embora, enquanto Jimin tinha ficado para ajudar seus amigos a guardar as coisas. Em um vai e vem entre um carro que estava estacionado perto da entrada da casa e a parte de dentro da mesma, Jimin carregava as últimas coisas em seus braços em direção a porta da frente para a saída, onde praticamente todos estavam em uma noite fria, até que, nesse caminho, repentinamente seus ouvidos captam um som horrível de várias teclas de piano serem batidas de uma vez, foram batidas uma, duas, três vezes. Jimin assustado apoiou as coisas que segurava em alguma mesa e foi até onde vinha o som, podendo ver Yoongi fazendo uma cara de raiva ao mesmo tempo em que praticamente socava as teclas com força.

O mais novo tocou os ombros do outro com certo receio para que esse se acalmasse e parasse com aquilo.

— Yoongi… Calma, você não precis… — Jimin começou a dizer, mas foi interrompido.

— Calma? Você me diz calma? Me diga uma coisa Jimin, por que você simplesmente não me deixa em paz e vai fazer seu trabalho, hãn? — Yoongi falou em um tom frio.

— Quê? Mas eu só estou querendo te… — Chim Chim começou a dizer um pouco indignado e assustado ao mesmo tempo.

— Ajudar? Você não percebe que isso já está ficando patético? Você realmente gosta tanto de dinheiro assim? Eu te humilho, te trato da pior forma, tento me aproximar de você apenas para te mostrar o quanto você mesmo é tão ingênuo e você ainda quer me ajudar? É tão desesperado para ficar com esse emprego assim, a ponto de destruir seu próprio orgulho? É tão desesperado por dinheiro a esse ponto?

— Mas o que você…

— Eu sei Jimin. — Ele deu uma risadinha irônica e maldita — Eu não sou tão idiota a ponto de não saber da sua conversa com minha mãe, mas eu to aqui pra te dizer que não preciso da pena de ninguém, eu não preciso de ajuda de ninguém, muito menos sua. Não se deixe enganar por causa daquela noite, eu estava bêbado e você também não estava completamente sóbrio, então esqueça aquele dia, pois aquilo não se passa de ilusão.  — Soltou outra risadinha debochada — Salvar meu coração hãn? Quem precisa ser salvo aqui é você por ser tão tonto a ponto de não ter nem graça de jogar com você. Por favor, eu cheguei a te empurrar na piscina e você ainda veio aqui querendo me ajudar — Ele dava um riso irônico baixinho como se nessa última frase estivesse dizendo pra si mesmo.

Isso começou a fazer o peito de Jimin doer, aquelas palavras estavam o ferindo tanto, ele estava assustado pela explosão repentina do outro e uma vontade tola de chorar estava começando a nascer.

— Você… Você quer dizer que sabe da promessa? — Jimin se sentia realmente um tonto, pois todo aqueles joguinhos de humilhá-lo era só por que ele tinha feito uma promessa? Aquilo ainda estava confuso.

— Claro que eu sei, e te digo novamente que você não é diferente de ninguém, você sabe que não é só uma promessa, seu emprego está em jogo aqui. Mas entenda que não preciso de babá, e é ridículo demais você se deixar humilhar apenas por uma merda emprego. Então porque não me deixa em paz e volte lá a ser o pau mandado de meus pais?

Jimin sem palavras e sentindo um nó sufocante em sua garganta, se virou para ir embora antes que se deixasse se humilhar mais e chorasse na frente do garoto. Yoongi tinha sido tão cruel agora que ele não conseguia imaginar… Ele tinha tentado tanto… Mas o que era pior é que parte daquelas palavras eram verdades. Jimin tinha se humilhado e se feito de idiota por ter aceitado todas aquelas grosserias. E aquela última frase “Então porque não me deixa em paz e volte lá a ser o pau mandado de meus pais?” foi a mais dolorosa e parecia ter cravado na mente de Park como se fosse pregado. Quando estava abrindo a porta para sair e ir embora com seus amigos algo o impediu de dar mais um passo. Alguém o chamou do lado de fora para poder se apressar, mas o chamado foi ignorado. Naquele momento havia um milhão de coisas em sua cabeça, passando como se estivesse em alta velocidade. Ele lembrava do modo simplório que Suga tinha chegado nele no dia do Shopping, ele lembrou dos olhos marejados de quando o garoto tinha brigado com o pai, lembrou da foto que tinha tirado de Yoongi quando ele estava na sacada bêbado no dia daquele evento. Lembrou da forma que correram para não serem pegos pela polícia, lembrou da forma infantil que ele abriu os braços em suas costas querendo voar pra longe, também teve a vez de quando ele pronunciou o apelido que jimin tinha lhe dado enquanto sorria docemente quase igual a foto que Jimin tinha visto de quando Yoongi era pequeno. Essas coisas o fez sentir um incômodo. Ele tinha realmente tinha feito tudo aquilo para afastar Jimin dele? E Jimin realmente tinha tentando tanto por causa da promessa a Sook e o medo de perder o emprego? Foi tudo porque era “obrigado” as fazer?

No começo a promessa tinha sido sim falta de escolha, mas aquilo realmente significava que Jimin tinha até levado o garoto na casa de seu tio por causa de seu emprego? Respirando fundo e com o coração acelerado, Jimin ignorou novamente que o chamava pela segunda vez e se virou novamente para dentro.

Yoongi ainda estava sentado no banquinho em frente ao piano olhando para as teclas como se esperassem algo delas. E Jimin sentiu que não poderia deixar simplesmente ser xingado de pau mandado.

— Yoongi — O outro o olhou surpreso — Você estava certo. Eu fui um tonto. Mas você estava errado em uma coisa. Eu nunca iria tão longe simplesmente por causa de um emprego. Eu nunca pediria desculpas a alguém por não tê-lo ajudado em um momento frágil sendo que nem era minha obrigação. Eu nunca levaria qualquer pessoa bêbada para casa do meu tio que foi onde eu tive um dos melhores momentos da minha vida. Eu nunca faria essas coisas por dinheiro ou por causa de uma promessa sem muitas escolhas. Eu posso não conhecer você bem Yoongi, e posso estar falando merda, mas eu sei que você não está bem, você pode dizer qualquer coisa, falando que não precisa de ajuda, mas eu sei como é ficar trancado dentro de um quarto escuro e tentar esquecer de todo resto, tentar esquecer-se da vida. Eu sei como é querer ficar sozinho, pois assim é mais fácil para ninguém se machucar, mas no fundo você mesmo está se ferindo... E isso… Isso dói Yoongi. Dói ver alguém como você fazendo isso, pois poxa! Eu sei que você tem algo. Há algo lindo em você que não sei explicar, mas eu sei, pois por mais que você me diga para esquecer aquela noite que eu cuidei de você, eu não vou esquecer por que é tarde demais… Eu vi muita coisa de você naquela noite e você sabe disso. — Jimin fez uma pausa depois de ter falado tudo de forma quase atropelada, ele mesmo não fazia ideia do que estava fazendo — Eu só te peço uma chance. Um chance para te mostrar que há coisas que valem mais a pena do que ficar sozinho em um quarto escuro.

Depois disse ele só podia ouvir silêncio, e o olhar de Yoongi mostrava medo. Por que ele só conseguia ver sentimentos ruins nos olhos do filho dos Min? Esperar uma resposta que parecia levar horas era quase uma tortura, e ainda estava com vontade de chorar por ter tantos sentimentos acumulados de uma vez só. “Vamos, Yoongi… Só uma chance”. Ele pensava.

Yoongi não sabia o que dizer. Como Jimin conseguia ser tão persistente? E mais do que tudo. Como ele conseguia ter acertado tantas coisas sobre si, sendo que tiveram pouquíssimas conversas? Aquilo doía. A verdade era que doía. Era como se fossem palavras que ele queria tanto se recusar a ouvir, mas que no fundo sabia que precisava delas, e que eram tentadoras. O rosto de Jimin parecia tão sincero, tão certo das coisas que dizia que aquilo fazia nascer algo novo no peito de Yoongi. Algo que ele não queria sentir, que queria ignorar a todo custo, pois não merecia aquilo. Era a maldita esperança, misturada com algo a mais que não sabia identificar bem. Agora que Jimin estava parado em sua frente com os olhos brilhando para uma resposta Yoongi soube o porquê seus pais gostavam e confiavam tanto no garoto, ele lembrava muito seu irmão. Kwan…

— Tudo bem… Eu te dou uma chance — Disse Yoongi após alguns minutos que pareciam horas, estva meio hesitante e  fou baixinho quase como se sussurrasse, e o rosto de Jimin logo começou a se iluminar com um sorriso que fechava seus olhos — Domingo. Passe aqui, na hora que quiser.

— Obrigado Suga!! — Jimin exclamou alegre se segurando para não abraçar o outro. Depois sem saber o que fazer apenas se dirigiu porta afora deixando Yoongi pasmo consigo mesmo.

Jimin estava sem acreditar que eu discurso tinha dado certo. E seus amigos pareciam impacientes o apressando para entrar em uns dos 2 carros. Mas então parou de novo lembrando-se da última frase de Yoongi. “Domingo. Passe aqui, na hora que quiser…”. Jimin não sabia nada sobre o garoto, não sabia ideia do que ia fazer no Domingo e nem o que falar com o vampirinho. Entretanto avistou Rap Monster do lado de fora perto dos carros, pois aparentemente também tinha ajudado a arrumar as coisas, Jimin foi rapidamente até ele.

— Oi… — Falou Jimin

— Oi — Disse o outro simplista.

— Eu sei que isso é estranho de perguntar mais, você conhece Yoongi muito bem não é?

— Nós praticamente crescemos juntos, mas ultimamente a gente não anda se falando tanto quanto antes… Mas ainda pode-se dizer que sim, o conheço. Por quê?

— Isso vai ser muito estranho de novo, mas a Sra. Min queria que eu fosse amigo dele e eu também acho que isso seria legal, mas não sei nada sobre ele.

Quando Rap Monster ia responder, um dos amigos de Jimin o chamou para ir embora novamente.

— Entendo… Bom, acho que seria legal ele ter algum amigo aqui no Brasil já que eu não vou ficar muito tempo… Olha por que você não passa o número de seu celular e você me pergunta o que quiser?

— Meu celular quebrou… É mais fácil você passar o seu.

Por sorte, Rap Monster sempre andava com alguma caneta para estar preparado se a qualquer momento tivesse alguma ideia para músicas e até ligar o celular, poderia esquecer. Então ele riscou o número na mão de Jimin e este logo agradeceu e entrou em um dos carros, indo embora. O tradutor parecia um cara legal, seria realmente bom de seu amigo tivesse alguém como ele ao seu lado.

Quando Jimin finalmente entrou no carro J-Hope o olhava estranho enquanto Jungkook dirigia e V falava algo sobre o moreno demorar demais.

— Que foi? — Perguntou Jimin para J-Hope.

— Hum… Desculpe, mas eu acabei ouvindo sua conversa com o filho dos seus chefes…

— Ah, sério? — Jimin o olhou com uma mistura de vergonha e surpresa.

— É, eu era o único que estava lá dentro, além de vocês. — Fez uma pausa  —Eu não ouvi tudo, só quando ele falou aquelas coisas para você, mas eu vi você voltando pra falar com ele.

— Ah… — Jimin não estava entendendo onde J-Hope queria chegar falando aquilo.

— Por que você deixa ele te tratar desse jeito Jimin?

— Não é que eu deixo… Tá, talvez eu deixe um pouco, mas eu sei que ele faz essas coisas para me afastar. Ele é assim, meio arisco como um gato, mas no fundo acho que ele está só assustado de alguma coisa.

— Entendo… Só tome cuidado Jimin, eu sei que você é o tipo de pessoa que vê o melhor das outras pessoas, mas você não é um herói que tem que sempre lutar pelas outras pessoas, desse modo você pode acabar se machucando mais. Então só tome cuidado okay? Eu me preocupo com você.

— Obrigado Hobi — Jimin sorriu leve sincero e  J-Hope retribuiu. Hobi era um bom amigo, ele sempre dava bons conselhos e por isso as pessoas sempre se sentiam bem ao desabafar com ele.

No fim daquela noite, Taehyung e Jimin finalmente chegaram no apartamento e Jimin lembrou que deixou algumas bandeijas em cima de uma das mesas antes de falar com Yoongi. Bom… Mas agora a única coisa que deseja fazer era cair na cama. E foi exatamente isso que fez suspirando ao sentir seu corpo pesando sobre o colchão.

— Mas que dia narrador… — Disse Jimin, sem saber ao certo se aquela frase significava algo bom ou ruim.


Notas Finais


O motivo da foto foi pq ela que me inspirou a parte da piscina e pós piscina. então eu tive que colocar.
Eu quase chorei com escrevendo a treta do Yoongi com o Jimin.
Em falar nisso estou muito insegura em relação as partes do Yoongi.
Ta muito confuso?
Eu realmente amo camentários, fico triste quando não recebo hahaha.
Enfim... Até o próx.


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