História Companheira do Dragão - A Sereia Furiosa

_Oi Luce.

_Ei, espera, o que você está fazendo? Não podemos deixá-lo lá, ele não parecia estar muito bem.

_Luce, tenho que contar uma coisa.

Nós já estávamos longe das chamas que o salamander havia nos lançado, estávamos sobrevoando o mar.

_O que foi?

_Minha magia acabou.

_Gato idiotaaaaaa!

_Ayeee!!!

Começamos a cair em queda livre, segurei Happy e fiquei de costas sentindo o impacto das águas em minhas costas fazendo-me saltar um pequeno grito de dor e o ar sair de meus pulmões.

Happy estava me encarando com seus grandes olhos brilhantes, retornei seu olhar, mostrando que estava bem. Tateei meu bolso até encontrar minhas chaves. Não queria, mas sabia que iria me arrepender da escolha, não poderia deixar que levassem aquelas garotas, tinha que ajudar o garoto também.

_Abra-te portão da portadora das águas, Aquarius!

Um espirito no formato de uma grande serei azul apareceu, notei que Happy não parava de salivar, sabia exatamente no que ele estava pensando, aproximei de seu ouvido e sussurrei.

_Ela não é de comer, acredite você teria uma terrível indigestão... Aquarius use seu poder para levar aquele navio para a margem.

_Tsc!

_Vamos Aquarius, eu realmente preciso de sua ajuda.

_Deixe-me dizer uma coisa, a próxima vez que você fizer a burrada de seguir como um cachorrinho fiel um desconhecido, eu te mato.

Seu olhar era assustadoramente arrepiante

_Foi mal.

De sua ânfora saia uma grande onda que envolvia o barco e nós ao mesmo tempo.

O barco estava caído de lado nas margens do porto já danificada.

_Você poderia ter sido mais delicada, quase nós mata no processo.

Aquarius me encarava com decepção.

_Droga, errei, acabei levando o navio junto.

_Você estava mirando em mim?

_Chega, eu não quero mais saber de você, por favor, não me chame durante três dias, estarei com o meu namorado, NA- MO- RA-DO.

Ela fazia questão de dar ênfase em cada silaba.

_Ei, não precisa jogar na cara.

O portão se fechou fazendo com que Aquarius desaparecesse.

_Como você fez aquilo? Você é maga?

Happy parecia impressionado.

_Sim, eu sou uma maga celestial, consigo invocar os espíritos que tenho contrato através de suas respectivas chaves.

_Legal...

Happy me olhava constrangido, parecia sentir-se mal com alguma coisa.

_O que houve? Tem alguma coisa para me dizer?

Toquei o rosto do felino fazendo-o me encarar. Suas patas macias tocavam minha mão.

_Você não está machucada?

O encarei confusa.

_Quando caímos na água, você não se machucou?

Dei um leve afago em sua bochecha.

_Eu estou bem...

Mentia. Uma grande explosão seguida de várias outras chamou minha atenção, tudo que pude ver, foi que metade do porto estava destruído, as mulheres antes capturadas agora corriam livremente tentando se afastar da bagunça.

_Natsu fez de novo.

O encarei com dúvida, sem entender o que ele queria dizer.

_Acho melhor você pegar seu amigo e levá-lo para o meu apartamento essa confusão com certeza chamará a atenção dos soldados e do conselho magico.

_Aye! Mas é você Luce?

_Meu nome e Lu-cy, não precisa se preocupar comigo, só irei verificar se todas as garotas estão em segurança, encontro vocês na minha casa.

O garoto corria em direção ao Happy.

_E a garota?

Podia ouvi-lo antes da comoção se tornar geral.

    +++

O conselho mágico estava por todo canto, já parecia saber de quem era a culpa de todo o incidente, todas as garotas foram testemunhas contra o salamander que só depois fiquei sabendo que seu nome na verdade era Bora antigo membro da guilda Titan Nose. Estava cansada e com sono, tudo o que queria no momento seria um bom banho quente.

Quando cheguei ao meu quarto, percebi que Happy e seu amigo estavam novamente dormindo, notei que os alimentos que havia colocado em cima da mesa já haviam sido devorados.

Fiz uma limpeza rápida jogando os restos de comida fora, cheguei mais perto da cama é cobri os dois, a noite seria fria pelo menos era o que dizia a meteorologia.

Encaminhei-me em direção ao banheiro, levando uma nova muda de roupas, uma blusa branca que ficava um pouco acima da cintura e uma calça de flanela. Deixe meu corpo aproveitar a temperatura morna da água, meus músculos relaxaram, podia notar que um grande hematoma se formava por minhas costas, tomando toda sua extensão. Sai da banheira sentindo o ar frio que circulava pelo quarto, antes de me dirigir ao sofá para dormir, sentei-me na pequena escrivaninha e escrevi outra carta contando para mamãe tudo o que havia acontecido naquele dia, sem deixar de lado nenhum detalhe.

Deixei a carta em cima da mesa com algo pesado sobre sua borda para que ela não voasse. Deitei-me no sofá de dois acentos com dificuldade, sobre os protestos de meu corpo, não possui mais nenhuma coberta ou lençol, a única coberta que tinha estava com os dois, e o lençol extra que havia comprado estava na lavanderia. Não me preocupei muito, estava grata por eles terem me salvado. Meus olhos começaram a ficar pesado sem resistir me entreguei ao sono.

 Alguns espirros insistiam em sair, deixando-me incomodada, o ar estava frio, pequenos arrepios eriçavam minha pele, me encolhi tentando manter o calor de meu corpo, por algum tempo parecia que minha forma de tentar me manter aquecida não estava dando certo.

Pouco tempo depois senti um leve aquecer em meus braços que logo começou a envolver todo o meu corpo fazendo-me relaxar, aquele calor era suave e acolhedor, pouco tempo depois sentia-me ser levantada e logo abaixada sobre uma superfície macia e quente. Os espasmos de dor cessaram permitindo-me cair no sono.

Minha mãe estava bem ali, abraçando-me aquecendo-me em seu corpo, era tudo tão real que podia sentir seus braços envolta de meu corpo, aproximei-me mais encaixando minha cabeça embaixo de seu queixo, podia ouvir sua respiração calma dormindo, orava para kami-sama pedindo que se possível parasse o tempo naquele momento, que não permitisse que eu acordasse. Depois de tanto tempo eu havia tido uma noite calma, sem pesadelos, sem rever milhares e milhares de vezes a morte dela, e agora eu estava aqui, feliz e sendo abraçada por ela.

_Eles se goxxtam...

Meus olhos relutavam em se abrir, queria continuar ali nos braços quentes de minha mãe. Sentia meu corpo sendo puxado para mais perto, fazendo-me acordar, não queria sair dali, estava confortável demais, aconchegante demais.

Protegida, era assim que me sentia naquele abraço... Estranhei o volume que sentia pressionado minha coxa, abri meus olhos assustada, onde eu estava? Olhei em volta até que percebi Happy voando sobre mim com suas patas sobre a boca, tentando reprimi um sorriso, quando olhei para o lado vi o garoto amigo do felino. Estávamos na cama seus braços em volta de mim pressionando-me contra seu corpo, meu olhar descia por seu abdômen até sua cintura, minha coxa estava entre suas pernas... Meu cérebro finalmente voltou a funcionar.

_Mas que mer....

Fui me afastando de seus braços, tirando minha perna presa entre as suas, continuei retirando meu corpo que estava colado com o dele até que cai da cama, minhas costas protestavam ao sentir o frio do solo em minha pele.

_Bom dia Luce...

Happy antes risonho agora me encarava com seriedade, não fazia questão de esconder que estava chateado com alguma coisa, seus olhos chorosos focavam-se em mim.

_Luce você mentiu.

_Meu nome é Lucy, mas, por que disse que menti?

_Você disse que estava bem, mas eu vi suas costas.

Levantei com dificuldade tentando ter cuidado para não fazer nenhum barulho e fui em direção ao pequeno gato azul e o abracei.

_Eu não menti, eu disse que estava bem e estou.

O encarei com um largo sorriso.

_Mas, e o machucado nas costas, não dói?

_Dói um pouco, mas nada que não possa suportar.

Happy afundava seu rosto em meu peito, enquanto eu acariciava seu pelo macio e azul.

_Não se preocupe, o importante é que você não se machucou.

Continuava afagando seu pelo.

_Obrigada por toda sua ajuda.

Uma voz grave e suave saia de trás de mim, pegando-me desprevenida e assustando-me. O rapaz de cabelos rosas estava me encarando com um olhar curioso.

_Meu nome é Natsu, o Happy me disse que foi você quem nós ajudou, estou muito agradecido por isso.

Ele me encarava com um belo sorriso em seu rosto, seus belos dentes brancos davam um tom harmonioso em sua face angelical.

Batidas forte na porta chamaram nossa atenção.

_Aqui é do conselho mágico, estamos pedindo a colaboração dos moradores para mais detalhes sobre o acontecimento de ontem...

Novas batidas foram feitas, pedi que Natsu e Happy continuassem em silencio, não queria me envolver com o conselho, não seria bom tê-los em nossos pés.

_Voltamos mais tarde, parece que não tem ninguém em casa.

Barulhos de passos se distanciando fizeram com que soltasse um suspiro de alivio

_Não sei como eles chegaram até aqui, mas acho melhor vocês irem embora.

Os olhos de Natsu e Happy estavam focados em mim.

_E você? O que vai fazer?

Natsu me encarava, parecia ler minhas expressões, sabia que se mentisse ele iria saber.

_Eu me viro, arrumo um novo lugar para ficar.

_Por que você foi se encontrar com o salamander?

Sua pergunta me pagava de surpresa, não tinha com que me preocupar, afinal de contas o assunto não era nenhum segredo.

_Ele disse que poderia me apresentar para os integrantes de sua guilda Fairy Tail, mas depois descobri que ele estava mentindo.

_Você quer vir com a gente para Fairy Tail?

Seu sorriso se alargou em seu rosto.

_Desculpe, mas ser enganada uma vez já é o bastante.

Seu olhar serio caiu em meu corpo. Quando ele tirou a jaqueta vermelha pude ver a marca em seu ombro, eu conheceria aquele símbolo em qualquer lugar.

_Você é membro da Guilda Fairy tail.

Happy voava ficando ao seu lado.

_Ele é o verdadeiro salamander de Fairy Tail, também conhecido como Natsu.

Happy parecia orgulhoso em apresentar seu amigo.

-E então você vem?

Natsu estendia sua mão e sorria esperando minha resposta, lembrei-me do que Aquarius havia me dito, sobre não seguir estranhos como um cachorrinho fiel, mas, ele salvou minha vida, isso não contava? O pensamento dos sermões que iria receber de Aquarius fazia com que minha pele arrepiasse. Tomara que quando ela voltar, tenha tido uma boa noite com seu namorado, talvez assim seu humor seja menos ríspido.

_Você ainda não acredita em nós?

A voz de Natsu me trouxe de volta, havia esquecido que sua mão estava ali estendida para mim. Segurei sua mão, aceitando me juntar a eles.

_Você vai amar a guilda.

Falava ele com mais um de seus belos sorrisos a mostra.