História Completo Novamente - (ESPECIAL) Os Sentimentos de um Uchiha

{Sasuke}   

Andava alheio por Konoha, mergulhado em meus pensamentos. Embora fosse novo todo esse sentimento dentro de mim, eu estava disposto a mostrar a ela o que realmente estava em meu coração. Eu resolvi me entregar à sensação de sentir amor novamente, de ter alguém com quem eu me importasse.    

Não importa quantas vezes eu siga por outros caminhos, todos sempre me levam a ela. Era como uma flecha que uma vez atirada, segue seu curso cortando o ar até seu alvo. O destino era o arqueiro, eu a flecha e ela era o alvo. Eu estava destinado a ela e ela a mim.  
 
 Uma voz desconhecida me trouxe de volta de meus pensamentos.  

  — Uchiha Sasuke, o Hokage solicita sua presença! -" Me virei para o ninja que me chamava. Assenti e seguimos a passos calmos até o prédio. O ninja que me acompanhava parecia inquieto. Me observava de soslaio, com olhos curiosos, parecia que queria me perguntar algo. 

 — Você está hospedado na casa de Haruno Sakura, não? -" Não sabia exatamente o motivo da pergunta e eu poderia responder que aquilo não era da conta dele, mas como agora sou um ninja diferente, tento ser pelo menos, apenas concordei com a cabeça."  — Ela é uma Kunoichi muito bonita! -" Ele disse com o rosto envergonhado. Eu não estava entendendo o intuito da conversa, mas algo dentro de mim estava começando a ferver."   

— Bom, eu...queria convida-la para sair! -" Não pude evitar a surpresa de ver a impertinência do idiota. Cerrei meus punhos e pude sentir a unha cravar em minha pele. Mas que merda, desde quando eu fiquei tão sem controle? E como já não bastasse a falta de percepção, ele continuou falando." — E eu queria saber... se vocês dois, estão... hhmm bem... vocês estão juntos, ou algo do tipo? -"Respirei devagar. Não queria ser responsável pela morte de um ninja qualquer por pura insensatez, minha reputação não é das melhores, então me virei para o infeliz e a resposta simplesmente saiu."  

— Sim, estamos! -" Minha resposta saiu ríspida e com frieza. Era nítido a decepção em seu rosto, e a estranheza no meu. O que ela está fazendo comigo?"  

Depois de alguns minutos de um silencio embaraçoso, chegamos e Kakashi foi logo me mandando entrar.  

— Sasuke, como vai? Tenho três coisas importantes pra tratar com você. -" Eu mal respondi e Kakashi começou a falar sem rodeios."  — A primeira é sobre sua situação. Os Senhores Feudais me convocaram para uma reunião e disseram estar bastante satisfeitos com sua estadia em Konoha. Eles deram apenas mais duas semanas, depois disso você está liberado para sair como um ninja de Konoha e não terá mais o titulo de Nukenin. -" Ouvir aquilo realmente me trouxe mais alívio do que eu esperava, eu finalmente estava deixando para trás o que era para ser deixado." — A segunda é que, como você precisa ficar mais duas semanas, tomei a liberdade de arrumar outro lugar para você ficar, claro, se você ainda quiser! -" Sua voz saiu com tom de provocação. Kakashi é o maior cretino que eu conheço. Óbvio que ele queria saber como estavam as coisas entre eu e Sakura e por mais que soe estranho admitir, eu não quero ficar longe dela."   

— Não se preocupe com isso, se não tiver problemas para Sakura, posso continuar na casa dela! -" Respondi da forma mais indiferente que eu consegui, mas pude ver que mesmo por debaixo da mascara, Kakashi sorria. "   

— Vejo então que enfim se acertaram. Fico feliz! -" Kakashi não tinha trava mesmo, mas foi graças ao seu conselho que pude assumir a mim mesmo a verdade. Então aceitei seu atrevimento, só dessa vez." — Agora, vamos ao terceiro assunto que precisamos tratar. Assim que sua situação se resolver por completo, preciso que vá até o País da Agua. Estão acontecendo ataques sem razão aparente e ninguém conseguiu achar o culpado. Se você não estivesse aqui, eu mandaria Naruto, mas ele é o próximo a se tornar Hokage, por isso precisa ficar. Você é o ninja mais hábil e competente para essa missão qualificada como Rank-S.   

— Hai!  -" isso significa que eu tenho mais duas semana para ficar com ela. Não era muito tempo, mas era o suficiente. Já estava me preparando para sair, quando ele me interrompeu."  

— Sugiro que conte a Sakura sobre sua missão. Pode demorar e você não tem uma data prevista para voltar! -" Suspirei cansado, eu sabia que ele tinha razão, mas certas coisas não podem ser mudadas mesmo se forem avisadas, mesmo que eu falasse para ela, o que ela poderia fazer?"   

Assenti e saí direto para a casa, pelo horário Sakura já estaria no hospital e eu teria um tempo para pensar.   
 
           [...]      

Cheguei e me deitei no sofá mesmo, precisava descansar. Cochilei por alguns minutos, mas acordei com a presença de Sakuta e de mais uma pessoa. Levantei rapidamente do sofá e encarei as duas à minha frente. Sakura estava apoiada em Ino, visivelmente cansada. Sua pele estava pálida e sua boca perdeu o rosado natural. A garota loira começou a falar o que aconteceu com Sakura e minha mente processou mais lento quando ela disse que o chakra de Sakura estava baixo. Fitei os olhos verdes, que claramente demonstravam amargura e tensão. Eu sabia o porquê de Sakura estar no estado em que se encontrava e não pude deixar de me sentir responsável.  

Eu percebi que Sakura ficava cada vez mais fraca a cada palavra de Ino, então tirei ela do apoio da garota tagarela e coloquei ela sentada no sofá. Seu olhar sobre mim, me fez perceber que ela ainda guardava o mesmo sentimento de anos atrás e isso me aqueceu por dentro.

Depois das instruções de Ino, ficamos sozinhos. 

 Sem perceber viagei alguns anos e me lembrei dos olhares que Sakura sempre me lançava quando eu chegava perto dela. Era o mesmo olhar de alguns instantes atrás. Naquela época eu odiava, não gostava dos assédios, para mim era perda de tempo um sentimento tão sórdido. Se me dissessem naquela época que esse mesmo olhar um dia me traria boas sensações, eu diria que a pessoa enlouqueceu ou que eu mesmo não estaria em meu juízo perfeito. Mas o tempo passa, a gente amadurece e entende que coisas boas nem sempre parecem ser boas em determinados momentos.  

Ela me tirou dos meus pensamentos nostálgicos, tentando me convencer de que não foi culpa minha. Mas não importa, eu sabia que eu era responsável e me dispus a cuidar dela, eu iria ser o que ela precisasse, estava disposto a ser o que eu não costumava ser. Eu olhava seu rosto que externava cansaço, mas ainda sim, era o mesmo rosto meigo e delicado, que me fazia lembrar meu irmão. Ela pareceu se perder em pensamentos por alguns segundos e voltou seus olhos verdes para mim, ao perceber meu olhar sobre ela, deu um sorriso tímido e suas bochechas ruborizaram.   

Ela pendeu a cabeça para trás e deu um suspiro pesado, percebi que ela queria descansar. Perguntei se ela queria que eu a levasse para o quarto, ela assentiu. Estiquei minha mão para ela e a apoiei até o quarto. Enquanto a ajudava nossos olhos se encontraram, eu estava a centímetros dela. Naquele momento um desejo surgiu, um desejo que eu desconhecia. Meu corpo ansiava o seu, me pedia para se unir a ela, me controlei mentalmente. Eu não podia me entregar a esses desejos, não agora. Continuei apoiando e levando ela para cima, a coloquei na cama e ela agradeceu.   

[...] 

Depois de um certo tempo na sala, resolvi subir para ver como ela estava. Ela dormia profundamente, seus cabelos espalhados pelo travesseiro e uma pequena mecha caída sobre o rosto a deixava ainda mais bonita.   

Ali ao lado dela, eu comecei a pensar...  

"Sakura sempre foi a calmaria e eu o vendaval, ela é a sutileza e eu a rijeza, eu era a raiva e ela a tranquilidade, eu era o ódio e ela o amor. Talvez por sermos tão distintos e contrários um do outro, que faz com que este laço seja tão resistente e estável."   

Resolvi tomar um banho, entrei rapidamente no banheiro e entrei embaixo do chuveiro, deixando meu corpo relaxar com a agua morna. Voltei anos no passado, me peguei imaginando como seria apresentar Sakura para a minha família, como seria te-los vivos? Perguntas que eu não teria a resposta. Mas eu estava feliz de certa forma, era estranho, mas eu estava feliz. Saí do banho, fiz tudo como de costume, e desci para esperar o tempo passar.   

 Estava sentado na sala, quando ouvi batidas na porta, me levantei para abri. Era Ino. Voltou como disse que faria.  

— Olá, Sasuke-kun, trouxe o almoço. Espero que goste de Gyudon! -" Ela me entregou uma vasilha tampada, ainda estava quente, mostrando que acabou de comprar." — Onde está a Sakura?   

— Eu a levei para o quarto, ela está dormindo! -" Ela me olhou de uma maneira estranha e provocativa e rindo de canto, mas não me incomodei, não precisava ser um gênio para adivinhar o que se passava na cabeça desse ser."   

Ela subiu para ficar com a Sakura, enquanto isso aproveitei para comer.   

Depois de algum tempo ela desceu.  

— Já vou indo! Ah, Naruto virá mais tarde e vai trazer a Hinata para ajudar Sakura com o banho. Dei os remédios recomendados por Tsunade, mais tarde eu volto pra ver como ela está!  

— Ok! -" Ela acenou e saiu. Eu quase não me lembro da Ino, mas na minha época de genin, ela e Sakura não se davam tão bem. Mas isso só mostra o quanto todos mudaram"  

Subi as escadas e peguei Sakura no susto. Eu a apoiei como já havia feito anteriormente,  e mais uma vez aquela sensação de desejo tomou conta de mim. Tudo nela era tão convidativo. Me afastei dos pensamentos que só me faziam quere-la mais. Me controlei pela segunda vez e a levei até o banheiro. Depois que saiu me pediu para leva-la para baixo e foi exatamente o que eu fiz. Coloquei minha mão envolta de sua cintura e ela apoiava o braço envolta do meu pescoço, eu sentia que a cada toque meu, ela estremecia e sua respiração dava uma leve acelerada. Eu podia sentir o que eu fazia com ela e percebi que eu gostava da sensação de causa-la arrepios.   

Sentamos no sofá e ela imediatamente ligou a TV, mesmo com meu rosto virado para a tela, vi com a minha visão periférica que ela me olhava. Havia desejo e insegurança em seus olhos, ela estava receosa por algo e suspirava ofegante. Foi quando virei-me totalmente para ela. Não iria mais segurar, eu vou mostrar a ela que eu a queria e aquele era o momento certo.  

Coloquei minha mão sobre sua pele macia. Ela fechou lentamente os olhos ao sentir meu toque, eu aproximei meu rosto e quando ela percebeu nossa pequena distancia, mordeu o lábio inferior deixando mais vermelho e levemente inchado, isso fez meu desejo aumentar ainda mais, eu queria senti-la, provar seu gosto. Eu fitei seus olhos e vi que ela sempre esperou por isso, ela correspondeu ao meu toque e eu pude sentir que ela desejava aquilo tanto quanto eu. Eu encarei seus lábios e em um impulso de pura atração os tomei para mim, senti o estremecer do seu corpo ao meu toque e senti meu corpo ferver. A beijei delicadamente, não queria ultrapassar nenhum limite dela. Coloquei meu corpo mais perto, e pedi passagem com minha língua e ela cedeu.   
Seus lábios eram delicados e seu gosto era como anestesia para o meu corpo, eu me sentia ansioso por mais dela, queria sentir tudo que um dia eu mesmo me privei de ter. Havia desejo, tanto da parte dela como da minha, ela passou a mão envolta do meu pescoço e acariciava meus cabelos, eu me deixei levar por aquelas sensações que sem eu perceber, haviam me dominado, eu me deixei levar pela maré. Me permitir ser pego pela correnteza e me deixaria ser levado por quanto tempo ela quisesse. O beijo era singular, mas seu significado foi muito mais profundo e intrínseco, porque agora ela sabia o que se passava em meu coração.   

Após poucos minutos de satisfações de desejos, os beijos cessaram. É difícil e estranho admitir para mim mesmo, mas Sakura havia me pegado, e por mais incomum e inusitado que fosse, eu não queria escapar. Eu estava apaixonad. Sim, Uchiha Sasuke estava apaixonado e era por ela, por essa irritante, a minha irritante.