Povs Justin
Você tem hora para chegar em casa? - perguntei olhando a chuva
Não mas... por que? - perguntou curiosa
Quero te levar em um lugar - falei com um pequeno sorriso
Ahn valew... Mas devo recusar - Ah não acredito, ela acha que vou estuprar ela
Eu não vou te estuprar - falei segurando o riso vendo as coisas terríveis que ela pensava sobre mim
Acabei de te conhecer... Não ligo pra minha vida mas eu também não quero arrumar mais problemas - Falou um pouco nervosa
Queria fazer uma surpresa mas já que você está com medo de mim vou falar - parei e olhei para ela - vamos em um lago
Tem lago aqui? - perguntou mais tranquila
Bom... se vou te levar em um lago... é porque tem - falei e logo me arrependi... fui grosso demais.
Bom argumento - Falou rindo
Comecei a vasculhar cada canto de sua cabeça, seus pensamentos, tudo. Parece que ela realmente não se ofendeu. Um alívio bateu em mim e quando percebi, ela me olhava curiosa, fiquei bastante tempo olhando Clare.
Por que está me olhando assim? - perguntou envergonhada
Eu sou um monstro - falei sério
Nada que me assuste - Falou também séria e eu sorri
Caminhamos até entrar na floresta... inacreditável... ela em nenhum momento estava com medo e sim curiosa. Saímos da trilha e eu a guiei para o enorme lago que havia no meio da floresta. Infelizmente por causa da chuva aqui está escuro, talvez até um filme de terror. Não era isso que eu queria que ela visse.
Ehh... desculpa, se não estivesse chovendo aqui estaria... - Ela cortou o que eu iria dizer
Aqui é lindo - Ela falou com os olhos brilhando
Não liga para escuridão? - perguntei surpreso
Pra falar a verdade eu até que me sinto melhor na escuridão - Confessou
Passamos o dia falando coisas aleatórias e quando já estava ficando de noite levei ela pra casa. Quando chegamos seu sorriso logo desapareceu.
Bom, é isso - falei tentando quebrar o silêncio
Obrigada Justin... por tudo. A muito tempo não me sinto assim... livre - Falou sinceramente
Então devemos repetir - Ela sorriu de orelha a orelha - Até amanhã Clare
Até - sorriu e entrou na sua casa
Eu estava feliz... falei com ela e não a matei. Quis beber muito do seu sangue mas me segurei.
Povs Clare
Feliz? Muito...
Me senti livre por horas até que passei pela porta daquela casa dos infernos e uma energia negativa caiu sob mim. Meu pai estava no sofá beijando uma mulher que nunca tinha visto na vida, minha mãe provavelmente está em algum bar, meu irmão Greg estava na cozinha sentado no balcão bebendo cerveja e minha irmã Lindsay estava no celular falando com seu namorado de dezoito anos sendo que ela tem catorze. Passei pela cozinha e já ia subir as escadas se o Greg não tivesse me chamado.
Nossa família está destruída - Falou baixo e deu um sorriso triste
Já faz tempo que não somos uma família - falei e ele assentiu
Eh mas eu não queria aceitar - ele me olhou - Clare... Eu não quero viver assim, eu vou para um Colégio interno ainda esse ano
Alguém tem que ser feliz nessa casa - falei abalada. Ele desceu do balcão e ficou na minha frente
Posso te dar um conselho? - assenti - Se puder... sai daqui e nunca mais volte. Nossos pais não irão sentir nossa falta e a Lindsay está se tornando igual a eles.
Subi para o meu quarto e fiz o de sempre. Comecei a pensar e pensar sem parar. Olhei na janela e já estava de noite, ventava agradavelmente. Dormi com um peso na consciência... O que eu vou fazer?
Acordei com um barulho de tiro dentro da casa, levantei rapidamente e fui para a porta e abri um pouco. Só se escutava gritarias e o Greg subiu as escadas pisando duro indo direto para o seu quarto. Caminhei lentamente até ele e vi o mesmo arrumando suas malas apressadamente.
Clare eu vou embora... NÃO DÁ MAIS - Ele gritava com si mesmo - Mamãe tentou atirar no nosso pai e agora ele foi na delegacia
Okay... me promete que nunca vai me esquecer e vai me ligar sempre - falei e ele veio me abraçar
Eu prometo... mas também me prometa que será a pessoa mais feliz do mundo - rimos
Prometo tentar... - ajudei ele a guardar as coisas
Descemos as escadas com as malas e simplesmente ninguém fez nem questão de se despedir do Greg... nem mesmo a nossa mãe pariu ele. Colocamos suas malas no seu carro e ele me deu um abraço muito apertado no qual não irei esquecer tão cedo. Eu olhava ele com admiração, pois agora iria conseguir seguir seus sonhos... tchau irmão.
Fiquei na calçada até o carro desaparecer da minha vista e dois carros da polícia chegarem em alta velocidade na minha casa. Revirei os olhos, não era a primeira vez que isso acontecia. Mamãe veio aos berros e papai saiu de dentro de uma viatura apontando para a mulher que em poucos minutos foi presa e papai acompanhando tudo. Os policiais foram embora junto aos meus pais. Lindsay parou do meu lado vendo as viaturas se distanciarem.
Quem foi preso? Mamãe ou papai? - perguntou indiferente
Mamãe - falei calmamente
Mas quem deu o tiro não foi o papai? - perguntou curiosa
Eu não estava aqui pra saber - dei meia volta e entrei em casa
Vesti uma calça de lavagem clara, uma blusa vermelha e meu tênis Puma vermelho. Desci as escadas e fui andando pra escola. Entrei e fui direto ao armário pegar meu material para a aula de artes... única aula que gosto. Fechei o armário e levei um belo susto com um ser que estava do meu lado e eu nem tinha sentido sua presença. Ele sorriu e eu o olhei incrédula.
Oi - Falou segurando o riso
Eh... Oi? - eu estava ainda doida por causa do susto
Não se lembra de mim? - se fingiu de ofendido
Sim? Sim! Eu só achei que você não iria falar comigo - falei meio em dúvida
Por que não falaria com você senhorita Rose - virei lentamente minha cabeça em sua direção
Bom... ao pé da juventude, nós adquirimos amores, desejos e fetiches no qual são impostos sobre nossa mente em sonhos impróprios. "Senhorita Rose"... seria um dos meus fetiches? E sabe? Às vezes sinto que ele sabe tudo o que eu penso e sinceramente não ligo, é até engraçado.
Tudo bem senhorita Rose? - Perguntou. Eu juro que entendi uma afronta nisso
Nunca está totalmente bem - falei com um sorriso debochado e saí dali.
Scream my name
Respirando violência e amor, eu nasci em cena
Agora isso corre no meu sangue, sim, você sabe o que quero dizer
Quando eu estiver morta, eles vão cantar sobre mim?
Morta e enterrada, eles vão gritar o meu nome?
Gritem meu nome
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