História Complicated. - Lauran.

POV Luke.

            Eu e Alex estávamos na minha casa fazendo... Basicamente nada. Quando a campainha tocou fui atender e me surpreendi.

            — Luke! Filho que saudades!! Como seu cabelo cresceu, você também, meu Deus parece que fazem décadas.

            — Mãe! — Eu falei a abraçando, saudades era a palavra.

            — Onde está Rebeka? Vocês cuidaram bem da casa?  — Meu pai falou entrando a fechando a porta atrás de si.

            — Saudade também pai!

            — Tia! — Alex apareceu saindo da cozinha.

            — Alex, mas como você esta bonito! — Ela falou o abraçando.

            — Obrigado. — Ele disse sorrindo — Chupa Luke — Alex cochichou pra mim que chutei discretamente a canela dele.

            — Nossa que legal, vocês falam primeiro com o Alex do que comigo. — Beka apareceu na escada fazendo careta, logo depois correu para abraçar meu pai. Se fosse essa a questão Beka seria a típica filhinha do papai, mas eu sempre fui chegado mais em minha mãe.

            — É tudo muito tocante maas, eu e Alex estávamos de saída. — falei.

            — Mas já filho? — Minha mãe perguntou.

            — É, tínhamos marcado de sair com a Laura.

            — Vocês ainda não desgrudaram daquela menina? — essa foi a vez do meu pai perguntar.

            — É pai, a gente adora “aquela menina”.

            — Podiam chamar ela pra vim jantar hoje aqui, estou com saudades dela. — Minha mãe falou.

            — É, vamos ver. — Eu disse.

            — Agora a gente tem que ir.  — Alex falou se dirigindo à porta e eu fui atrás.

            — Vou sair mais tarde também, tenho um... compromisso. — meu pai comentou e nós saímos deixando eles la falando algo sobre ele ter acabado de chegar.

            Passamos a tarde toda fora eu estava com saudades de meus pais mas não podíamos deixar Laura sozinha. E depois Alex decidiu que a gente tinha que ir lá pra puta que pariu, por que tinha uma loja de rosquinhas. E não sei como mas ele conseguiu convencer eu e Laura a andar por uma parte de Londres que eu nunca tinha visto pra comprar uma rosquinha!

            — Tenho certeza que ficava por aqui.

            — Eu disse pra gente perguntar pra aquele careca la atrás. — Laura falou.

            — Laura, você sabe que eu não gosto de carecas — Alex disse.

            A rua estava deserta a não ser por alguns carros estacionados.

            — Então minha mãe pediu pra te convidar pra jantar la em casa.

            — Seu pai vai estar lá?

            — Sim.

            — Ahn... Então acho melhor eu não... Aquele ali não é o carro do seu pai?

            — Que? Laura muita gente tem o carro dessa marca...

            — E aquele ali não é o seu pai saindo daquela casa?  — Alex perguntou e na hora eu vi, e sim era ele.

            Laura puxou a gente pra dentro do jardim da casa em frente e demos uma de James Bond, nos escondendo atrás dos arbustos.

            Logo depois de meu pai saiu uma mulher uns dez anos mais nova que ele, vestindo apenas um Hobby. Ele deu um beijo nela e entrou no carro.    

            Alex como se soubesse o que eu fosse fazer olhou para mim.

            — Eu vou... — disse me levantando, eu estava furioso, confuso, tonto, e surpreso. Eu tinha que ir até la, tinha que fazer alguma coisa. 

   Comecei a andar mas mal sai do lugar porque Alex teve a brilhante ideia de se jogar em cima de mim, me fazendo cair de novo atrás dos arbustos.

— Aai — Eu praticamente gritei.

— Fica quieto Luke! — Ele disse ainda em cima de mim.

— Alex, sai de cima de mim!

— E você vai fazer o que? Chegar dando uma voadora?

— Não seja tonto, eu não sei dar voadoras, se não já tinha te dado uma!

— Você não vai la, Luke você precisa pensar no que vai fazer.

— Vou chegar dando uma voadora!

— Gente. — Laura falou sendo ignorada.

— Pensa Luke, essa mulher pode nem saber que ele é casado.

— Eu não ia dar uma voadora nela...

— Gente.

— Luke...

— Alex, caralho, você é pesado!

— GENTE!   — Laura gritou nos fazendo prestar atenção.

— O que?! — Respondemos em uníssono.

— Ninguém vai dar voadora em ninguém porque o pai de Luke já foi embora e a mulher já entrou.

            — Vocês vão ficar bem? — Laura perguntou quando a levamos em casa.

            — Não. — Respondi.

            — Sim, Laura não se preocupe. — Alex falou por nós.

            Ela assentiu entrando.

            — Onde agora? — Ele perguntou

            — Pra casa.

            — Nem pensar! Você precisa dar um tempo!

            — Não eu não preciso, a única pessoa que precisa de alguma coisa é o filho da...

            — Luke! Você tem que pensar na sua mãe, como isso vai afeta-la, essas coisas não se resolvem em um dia.

            — Eu resolvo isso já já.

            No fim como sempre Alex me convenceu a fazer o que ele queria. Fomos para casa dele e eu telefonei pra minha mãe dizendo que dormiria la, ela estranhou mas no fim aceitou. Era estranho eu não estava mais acostumado a pedir esse tipo de coisa.

            — Você pode dormir la em cima na cama do Alex tenho certeza que ele vai ficar muito feliz em dormir em um colchão no chão. Não é querido? — A mãe de Alex falou.

            — Não. — ele respondeu.

            Depois de jantar subimos para “dormir”.

            Mas claro que não dormimos naquela hora, ficamos conversando, assistindo e depois jogando, até comemos, mas eu não estava com nem um pouco de sono. Evitamos tocar no assunto.

            — E ela? — ele me perguntou.

            — Ela?

            — Qual é Luke, você acha que eu não percebi que você gosta daquela Amy?

            — Aah, ela.

            — Se eu fosse você aproveitava.

            — Não da.

            — Não da? Você ainda ta pensando na Kat?

            — Não e sim, mas não.

            — Que?

            — Ela ta com outro agora. Aquele Dylan.

            — Credo, parece que jogaram vodu em você. — ele disse se deitando na cama.

            — É... Muito obrigado Alex... Alex?

            Quando percebi ele estava dormindo em sua cama, que aproposito era pra mim! Mas não faz muita diferença já que não consegui dormir nada.

            Fomos pra escola, fui mesmo sem mochila nem nada, tudo que eu não queria era ter que passar em casa e correr o risco de dar de cara com o John. Não consegui prestar atenção em nada o dia todo.

            Depois voltamos para casa do Alex mas eu precisava falar mais cedo ou mais tarde com John. As coisas não ficariam assim. Alex impôs que iria junto comigo e eu não neguei.

            Chegamos em casa e por sorte John era o único que estava la.

            — Luke, meu filho, finalmente voltou?

            — Ola John.

            — John?

            Alex observava tudo calado como se estivesse invisível

            — Espero que seu passeio ontem tenha sido divertido.

            — Eu tive um Compromisso com alguns sócios importantes da empresa aqui de Londres, não vai dizer que esta irritado por isso.

            — MENTIRA!

            — Luke eu não entendo...

            — Agora eu sei o que você anda fazendo com seus “sócios”.

            — O que aquela pirralha te contou?

            — Quem? — perguntei totalmente confuso.

            — Laura?  — Alex pareceu tão confuso quanto eu.

            — Essa menina está inventando mentiras para tentar me destruir filho...

            — A troco de que? A troco de que ela estaria fazendo isso?  — essa foi a vez de Alex se indignar.

            — Não importa, por que não foi ela que nos contou, eu mesmo vi.

            — Luke, eu eu juro que foi a ultima vez.

            — A ultima, e quando foi a primeira? Quando mamãe estava gravida de mim? No meu aniversário de quatro anos? Quando Beka nasceu? Aquele jantar que você teve que ir a uma reunião?

            — Não, não... Isso não faz muito tempo. Foi um pouco antes de partimos a negócios. Eu estava bêbado porque tinha acabado de brigar com sua mãe e aquela mulher me seduziu.

            — A pelo amor de Deus, não me venha com desculpas!

            — Mas essa é a verdade, hoje eu fui la apenas para dizer a ela que tudo acabou.

            — E o beijo?

            — Foi apenas um beijo de despedida.

            — Não foi o que pareceu.  — Alex falou.

            — Mas foi tudo o que foi. E eu juro, juro por tudo que é mais sagrado que foi a ultima vez, eu amo a sua mãe. E não estou disposto a estragar um casamento feliz, a fazer sua mãe ficar infeliz por uma qualquer, a questão é você esta Luke?

            Como se tudo isso, essa merda, fosse minha culpa, quando na verdade o culpado era ele! Nessa hora eu não me segurei mais e acertei um soco em sua boca.

            Senti a mão de Alex no meu ombro como quem dizia, “esse ele mereceu, mas só esse”.

            E depois saímos do mesmo jeito que entramos, deixando John la com a mão na boca manchando o colarinho de sangue.

            — O que você vai fazer — Alex me perguntou enquanto vagávamos por ai sem rumo.

            — Eu não faço idéia. Ele tem razão vale a pena estragar um casamento de vinte anos por isso?

            — Esta absolvendo ele? — Alex perguntou em tom de indignação.

            — Claro que não. Mas ele pode estar falando a verdade e se tiver sido a ultima vez? E se tiver sido só um erro?

            — Eu não acredito nele.  — Eu também não, no fundo eu sabia que era mentira, de alguma forma eu sabia, mas era mais fácil simplesmente acreditar no que ele dizia, eu não queria ter o peso de acabar com o casamento dos meus pais, então era muito mais fácil apenas acreditar.

            — Merda, o que eu vou fazer!

            — Luke, você tem que se acalmar, daqui a pouco você vai ficar careca de tanto passar a mão nesse cabelo! E ai a gente não ia mais poder ser amigos porque você sabe que pessoas carecas me assustam.

            Só o Alex pra me fazer rir numa hora dessas.

            — Acho que agora eu vou pra casa.  

            — Certeza?

            — Não. Mas eu quero ver minha mãe, provavelmente elas vão ter voltado quando eu chegar.

            — Você vai me socar também se eu for junto?

            — Hmmm... Não.

            Chegamos em casa (de novo), e dessa vez estava todo mundo presente, então não falamos sobre o, ocorrido, incidente, nenhuma dessas palavras se encaixa.

            No meio do jantar mamãe perguntou para John sobre o corte em sua boca e ele inventou uma desculpa claro.

            Eu sabia o que Alex estava pensando.

            “ O Luke socou a boca dele porque descobriu que estava tendo um caso”  ainda bem que ele não disse isso.

            Depois do jantar mamãe disse que arrumaria o quarto para nós, tínhamos um quarto de visitas mas sempre que Alex ou Laura vinham dormiam no meu quarto.

            Subimos e eu me sentei em um pufe por ali. E Alex abusado se jogou na minha cama. Meu quarto era meio grande, então não era tão difícil achar pufes para sentar ou bagunças para arrumar. Ainda não tinha tirado a cena do John naquela merda de casa da cabeça. Então Alex sendo Alex tentou me distrair.

            — Você vai naquela festa.

            Sim, ele não perguntou ele afirmou que eu iria.

            — Eu não sei Alex, eu queria ir mas isso foi antes...

            — Antes do seu pai ou de você descobrir sobre a Amy.

            — Antes de tudo. Caramba, você não cansa de falar dela?

            — Hmmm, não. Você tem certeza de que ela esta namorando?

            — Sim.

            — Ela te disse isso?

            — Sim, não, não exatamente....

            — Como não exatamente?

            — Alex!! Da pra mudar de assunto?

            — Okay, perdoa.

            Ele se revirou na cama e acabou tirando alguma coisa de baixo de si. Olhei mais claramente e vi que era uma camisinha. O que caralho o Alex estava fazendo com aquela camisinha?

            — Uou, desculpe Alex somos apenas amigos, okay?   — falei rindo da cara de surpresa dele.

            — O que?! Por que tinha uma camisinha na sua cama Luke...  — ele falou me olhando com os olhos semicerrados.

            Então percebi que a camisinha não era dele.

            — Luke... A sua mãe... — ele falou e começou a gargalhar da minha cara.

            E eu tive que admitir que a ideia era engraçada.

            — Então... Ela acha que você também é.  — falei ainda rindo e Alex só conseguiu rir ainda mais.

            Depois não foi mais tão engraçado quando começamos a pensar realmente no assunto.

            Depois de rir, e conversar resolvemos dormir, porque ainda tínhamos aquela coisa, chamada escola amanhã. E comprar as roupas já que Alex me obrigaria a ir naquela festa de qualquer jeito. E como Alex estava deitado na minha cama resolvi pedir que saísse gentilmente.

            — Sai da minha cama, ô desgraça.

            — Mas a tia Helena disse...

            — A tia Helena é o caralho, sai da minha cama.

            — Grosso. — ele disse finalmente deitando no colchão no chão.

            Acordei com minha mãe batendo na porta e perguntando se podia entrar.

            — Claro! — foi Alex quem respondeu, ele já achava que a casa era dele.

            — Filho, é... precisamos falar sobre um assunto delicado, eu pediria para o seu pai mas ele já foi trabalhar... já devíamos ter falado sobre isso a muito tempo mas... Enfim precisamos falar sobre ter relações sexuais.

            Alex afundou a cabeça no travesseiro e provavelmente estava rindo tanto que não conseguia dizer nada.

            — O que? Mãe...

            — Filho eu sei sobre sua... ahn... orientação... e eu não tenho nenhum problema... Mas vocês usaram a camisinha que eu dei?

            — O que?! Mãe NÃAO!

            — Ai meu deus! Seus irresponsáveis! Mais tarde teremos uma conversinha mocinho!

            — Ahan.. Claro — falei me levantando, eu só precisava acabar com isso logo. — Você poderia também ligar para a mãe do Alex e avisar sobre sua orientação talvez ela não saiba... Mas agora a gente precisa se arrumar pra ir pra escola — falei a conduzindo a até a porta.

            — Certamente... Mas não pense que vai escapar...

            Quando eu fechei a porta foi um alivio, e finalmente Alex levantou a cabeça, estava vermelho de tanto rir.

            — Você podia ter me ajudado. — falei.

            — Luke....  — foi o que ele disse antes de voltar a rir.

            Me joguei na cama e afundei o rosto no travesseiro. Hoje era meu dia!

            Fomos na escola e bla bla bla, e ela estava la, como sempre Luke o que você achou que fosse acontecer desintegração?

            Por fim pude parar de ficar olhando igual um maníaco para Amélia e aquele Dylan, quando o sinal bateu e eu e Alex fomos numa loja de velharias comprar uns ternos antigos, com uns suspensórios horrorosos. Compramos até uns chapéus que duvido que usaremos algum dia na vida.

            Depois chegamos em casa, sim chegamos porque Alex ficou me seguindo o dia todo, parecia um sem teto. Não que sem tetos fiquem me perseguindo por aí. Sentamos no sofá e jogamos as sacolas no chão.

            E então a porta se abriu, ninguém tocou a campainha, Laura apenas entrou como um furacão na sala.

            — Luke William Christoph...

            — Você ta ferrado — Alex disse colocando a mão sobre a boca.

            — Por que você não atendeu a porcaria do celular o dia todo ontem?

            — Ahn... A culpa foi do Alex, ele ficou me distraindo com camisinhas no quarto.

            — OQUE??

            — Foi a tia Helena que nos deu.

            — Eu to até com medo de perguntar... Então não vou!

            — O que era tão importante assim? — perguntei antes que o assunto se desviasse.

            — Dylan me pediu em namoro!!

            — O QUE?! — Eu e Alex falamos em uníssono enquanto levantamos do sofá como se fosse ensaiado.  E ele me deu um tapa na cabeça.

            — Alex! — Dessa vez fomos eu e Laura que falamos em uníssono.

            — Ele mereceu!

            — Por que? — Laura perguntou.

            — Ele... — Então eu tampei a boca de Alex, mas ele me mordeu fazendo eu soltar.  — Ele achava que Dylan e Amy estavam namorando.

            — Luke! — Laura falou.

            — Mas parecia! — Eu me justifiquei.

            — Ta, mas por que parecia?

            — Ah é que ele ta afim da Amy. 

            — Alex! — Fale chutando a perna dele.

            — Você o que? Não Luke a Amy não.

            — Por que....

            Nessa hora a porta se abriu de novo. E minha mãe entrou.      

            — Nossa que bom que estão todos aqui! Agora podemos falar sobre aquele assunto. Sentem-se.

            Então nos sentamos.

            — Falar sobre o que?

            — Sobre relações sexuais.   — minha mãe falou como se fosse a coisa mais normal do mundo de se falar numa sala com três adolescentes.

            — Então eu já vou indo.

            — Não Laura, isso é importante, acho que você deveria aprender também. — falei puxando ela de volta pro sofá. Se eu teria que ouvir levaria todos comigo.