As portas do elevador se abriram, fui até a última porta do corredor e bati como o indicado.
— Rebeka? — Amy perguntou após abrir a porta.
— Precisamos conversar — falei.
1 hora antes, POV Rebeka.
— Eu acho que isso é seu — Luke apareceu na porta do meu quarto com uma de minhas calcinhas.
— Isso não é meu — menti.
— Rebeka, eu sei que é sua, só pode ser sua! — Dava para ver a irritação no tom de voz dele.
— Não sei do que está falando — negue até a morte Rebeka.
— Você vai continuar com isso?
— Ainda não sei do que está falando… — falei entrando no meu quarto e me sentando na cama, Luke não satisfeito veio atrás de mim.
— Tem noção de que fazendo isso você pode estragar uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida? — Ele falou, como sempre sendo dramático, ele não podia estar falando sério.
— Eu não fiz nada, mas se seu namoro acabasse eu não ficaria exatamente triste com isso.
— Como sabe que estou falando da Amy?
— Do que exatamente está me acusando Luke?
— Você foi até o meu quarto antes do jantar, e jogou esse negócio lá.
— Com que propósito?
— Isso é obvio.
— Isso é ridículo. Isso pode ter ido parar la de qualquer jeito, mamãe pode ter guardado no seu quarto ao invés do meu.
— Então ela é sua?
— Sim — eu sei, eu sei, negar até a morte, mas eu não consegui resistir…
— E a mamãe guardou no chão do meu quarto por engano? — ele perguntou sarcasticamente.
— Ela não serve pra você.
— A calcinha? — ele perguntou confuso.
— Amy — eu não conseguia mais esconder, se é que um dia já fiz isso, a minha indignação pelo término do meu irmão com a Katherine, ainda mais sabendo que foi ele que fez isso.
— Você nem conhece ela.
— Eu não preciso, eu conheço a Kat, e eu sei que ela é perfeita pra você, Luke você não pode trocar ela por outra garota. Não vê que ela ainda te ama?! — Minha voz saiu mais alta do que eu esperava, mas eu não entendia, como era possível aquele idiota não perceber….
— Se ela me amasse de verdade não tinha dormido com outro! — Aquele fato me atingiu como um soco, então tudo se encaixou, Luke a amava, de repente terminou com ela, Kat foi embora, ele ficou arrasado. Pelo jeito não fui só eu que não conseguia mais guardar segredos.
— Ela fez o que?! — Eu não podia acreditar nisso.
— Não era pra eu ter te contado isso….
— Aquela vadia!
— Eu sei que você adora ela, e Kat nunca fez nada pra você… Você não precisa odiar ela por isso.
— Mas ela fez alguma coisa pra você.
Isso muda tudo. Então eu percebi a merda que eu tinha acabado de fazer, porque eu podia não conhecer a Amy, mas sabia que ninguém nunca tinha magoado meu irmão como Katherine.
— Por que você não me contou antes seu idiota? Eu podia ter quebrado a cara daquela baranga a muito tempo.
Ele riu.
— Ninguém vai quebrar a cara de ninguém Rebeka.
— Tenta me impedir então
— Eu não vou impedir… mas agora você tem que fazer uma coisa mais importante pra mim…
Agora, POV Rebeka.
Depois de explicar tudo sobre tudo para Amy eu esperava ela digerir as informações.
— Você está falando a verdade? — Ela perguntou.
— Eu juro.
— Jure por algo muito importante — ela falou.
— Eu juro pelo Jimin.
— Eu não sei quem é esse, mas aceito sua palavra. Então… parece que aconteceu de novo.
— O que?
— Esses mal entendidos, tipo coisa de novela.
— Sinto muito por isso.
Ela assentiu.
— Por que ele mandou você invés de vir pessoalmente? — Ela perguntou.
— Ele disse que eu teria mais credibilidade, já que eu não teria motivos para mentir….
— Bom, agora eu vou ter que ficar o resto da noite digerindo as últimas horas — ela falou sorrindo, dava para ver o quanto o que eu contei tinha deixado ela feliz.
Pelo menos agora eu sei que ela gosta mesmo dele.
— Acho que você não tem o resto da noite.
— Por que?
— Luke está te esperando la embaixo.
— Agora?
— Sim.
Ela sorriu. Pegou seu casaco e saiu pela porta, eu a segui.
Amy terminou de trancar a porta, e foi até o elevador, e quando viu que eu não fui atrás ela perguntou:
— E você?
— Eu vou depois, pego um táxi, mas você tem que descer sozinha agora, pra ser mais emocionante — ela riu, e eu sorri também — Sabe como o Luke é…
— Muito dramático — ela completou, eu a olhei pela última vez, antes de as portas do elevador se fecharem.
Talvez ela fosse mesmo a garota certa….
POV Amy
Se eu estava feliz? Eu estava radiante. Parecia uma garota de 13 anos a qual o “crush” havia acabado de notar. Assim que passei pelas portas de vidro o frio da noite atingiu o meu rosto. Eu vi Luke, como sempre, parado na frente de seu carro. E quando ele me viu sorriu aliviado.
— My lady — ele disse abrindo a porta do carro.
POV Katherine.
Estava indo para o meu quarto, quando vi a correspondência jogada em frente a porta, eu tinha recolhido tudo essa manhã. Peguei, tinha apenas uma carta endereçada para mim, mas não era do correio, não tinham celos, nem nada, apenas um envelope escrito: Para Katherine.
Alguém tinha deixado la pessoalmente, aquilo despertou a minha curiosidade, abri o envelope e comecei a ler enquanto andava pela casa.
Katherine
Quando eu te vi pela primeira vez eu soube que você não era qualquer uma, e você me provou isso.
Eu fui completamente apaixonado por você.
Você não foi uma namorada ruim, e eu sei também que não é uma pessoa ruim.
Mas se eu estou escrevendo isso pra você, é pra te dizer que não te amo mais. Você me disse que tudo que te importava era se eu ainda te amava, mas não amo. E também não te odeio. Se eu dissesse que sou indiferente a você, estaria mentindo, porque você é importante pra mim.
Você cometeu apenas um erro. Mas existem erros que não podemos consertar.
A única coisa que eu posso te dar é meu perdão. Qualquer outra coisa seria pedir de mais.
Viva bem
Luke.
Uma pequena carta, mas que dizia tudo que eu precisava saber. Uma lágrima pingou no sofá onde eu me sentava antes que eu pudesse enxuga-las. Luke tinha razão, há erros que não podemos consertar.
Peguei o telefone e disquei o número.
— Alô… Pai… eu estou voltando pra França.
Parece que eu não vou ganhar essa.
POV Amy
Luke já estava dirigindo a pelo menos dez minutos, a noite estava tão linda quanto naquela noite no acampamento.
— Isso está errado… — eu falei.
— O que está errado?
— As coisas nunca se resolveram tão rápido.
— Mas hoje não é qualquer dia.
— O que esse dia tem de especial?
— É um novo começo.
— Como você sabe?
— Pressentimento.
— E pra onde nós estamos indo? — Perguntei.
— Por que você não adivinha?
— Pro Alasca?
— Hoje não…
— Então não faço ideia….
Paramos em uma rua toda iluminada e andamos um pouco, só então percebi onde estávamos….
— London eye…
A incrível roda gigante estava parada bem na minha frente, era realmente uma linda vista, com todos os prédios iluminados à volta, e o rio refletindo todas aquelas luzes.
Vi então Alex, Dylan, Laura e Jean se aproximarem.
— Vocês estão atrasados — Alex reclamou.
— Você disse as sete Luke, as sete, já são quase oito horas — Laura falava irritada.
— Não é minha culpa, culpe o trânsito — ele se defendeu.
— Foi por isso que você disse que tinha uma coisa importante pra fazer e saiu? — Perguntei para o Dylan.
— Tem alguma mais importante que ir na London eye?
— Muitas coisas — Jean retrucou.
Entramos em uma das cabines, as portas se fecharam e ela começou a subir.
Enquanto ela subia eu me lembrava de cada momento desde que cheguei a Londres, meus All Star azuis, quando Laura não parava de falar no primeiro dia de aula, Jean aparecendo, a primeira vez que Luke me disse oi, quando não conseguia dormir e conheci Dylan, o primeiro trabalho com Luke, quando fui em sua casa, quando Dylan veio morar comigo, ele aparecendo na escola de surpresa depois de viajar, eu descobrindo que gostava do idiota do Luke, aquela festa, que na verdade até hoje eu não me lembro, quando eu achei que Luke gostava de outra garota, em 1884, quando Luke disse que eu era bela e dançou comigo a trilha sonora de crepúsculo, Alex me beijando, meu Deus eu já beijei o Alex, saber que Jean era gay, quando descobri que a garota que Luke gostava era eu, no acampamento, a noite iluminada pelas estrelas e os olhos dele prateados, nós indo patinar no gelo, Luke achando que eu namorava com o Jean, descobrir que Alex me beijou como um “favor”,
A chegada de Katherine, o primeiro “eu te amo”, a história sobre a garota tão importante para Luke.
Chegamos no topo e a roda parou por alguns segundos enquanto eu observava a linda vista da noite iluminada pelo brilho ofuscante dos prédios, Laura abraçando Alex enquanto Dylan parecia um assassino que ia matar os dois de ciúmes, Jean olhando pelas janelas, e Luke ao meu lado apreciando a vista da cidade. Ele me abraçou e eu perguntei, enquanto fitava seus olhos azuis.
— Quando você vai parar de me fazer feliz?
E ele respondeu sorrindo:
— Quando você acha que eu vou morrer?
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