História Complicated Love - Kiss

Carolyne  on

Hoje é o aniversário da Yuuki. Como sempre, Yuuki-sama não nos deixa fazer uma festinha e proibiu o conselho de comemora-lo com aqueles grandes banquetes exagerados e com todos os nobres do mundo que eles sempre fazem com os sangue-puros. Sinceramente, aquilo é exagero demais. Mas já que é para uma sangue-puro... eu não vou falar nada. 

Essa época, essa casa sempre fica deprimente e meio sombria. Eu odeio isso. Tento animar a casa mas nunca dá certo. Hoje eu não sei porque mas eu estou meio revoltada com a vida e com tudo.

Hoje vai ser diferente! Sinto isso na pele! Sou otimista e vou continuar sendo. Vai ser diferente porque Kaname-sama vai vir comemorar com Yuuki-sama. Bem, eu espero que seja.

Yuuki-sama, como sempre, está trancada em seu quarto como sempre. Não mostrou as caras desde ontem. Essa época é meio triste por aqui... Acho que já disse isso. Eu já expliquei para vocês? Sei lá. Vou explicar de novo.  O budego é o seguinte, resumindo tudo, os pais de Yuuki-sama morreram/foram assassinados um dia depois de seu aniversário. Ou seja, amanhã. Isso é meio deprimente. Muito deprimente. Os pais serem assassinados bem em uma época de comemoração é demais até para um adulto aguentar. Pensa para um criança! E como ela é uma sangue-puro, o conselho inventou que ela não pode ter sentimentos! Ahhhhhhh!!!! Vai se foder!!! Seus filhos de uma puta!

Desculpa a palavra... Voltando.

O Kaname-sama parece meio desanimado esses dias. Dane-se para ele Carolyne, se foque na Yuuki-sama.
Kaname-sama chegou na mansão de Yuuki-sama com uma roupa normal (não com o terno e todo arrumado como eu esperava. Kaname-sama menos dez pontos.), mas o bom é que ele estava com um presente nas mãos. O presente eu achei meio pequeno, mas deve ser uma joia ou coisa do tipo.

Me curvei para ele e ele me perguntou aonde estava Yuuki-sama. Estava revoltada então somente disse aonde era a localização de seu quarto e ele foi sozinho, me olhando um pouco estranho. Foda-se. Acho que estou de TPM. Está tudo muito irritante hoje.

Katsuo- 'Tá bem, Lyne? - Lyne era um apelido que o Katsuo tinha me dado quando eu o conheci. Ele me chamava assim de vez em quando. Foi por causa desse apelidinho besta que a mulher dele começou a ficar com ciúmes de mim. Cara, naquela época, eu queria dar uma surra na cabeça dela para ver se ela começava a racionar de novo porque Katsuo ama ela incondicionalmente. Depois dessa treta toda,eu fiquei super amiga dela. Agora a gente não passa um dia sem falar ou fofocar.

Carolyne- 'Tô ótima. Só tô meio estressada com alguma coisa aí.

Katsuo- Tá bom né... - disse.- acho que Kaname-sama está meio estranho esse dias.

Carolyne- Foda-se para ele. - Katsuo arregalou os olhos por eu ter referido um palavrão para alguém superior.

Katsuo- você está de TPM, Lyne?- me perguntou ainda chocado com o palavrão.

Carolyne- acho que sim. Agora me deixa em paz.- disse me virando de costas e indo pra qualquer lugar longe de todo mundo Depois eu pediria desculpas para Katsuo por ser rude com ele.

Carolyne off

Kaname on 

Hoje é o aniversário de Yuuki. Não estou animado nem desanimado. Me arrumei normalmente, peguei o presente e fui em direção à casa/mansão dela. Antes de entrar no carro, Eduart me parou e me encarou de cima para baixo me analisando cuidadosamente.

Eduart- o senhor irá com essa roupa mesmo?- perguntou me olhando de cima para baixo. 

Kaname- sim, por que?

Eduart- não... Nada... Eu só achei que o senhor iria de terno ou algo do tipo. Algo mais formal...sabe...- ele ficou um tempinho em silêncio e retomou.- o senhor pegou o presente?- mudou de assunto rapidamente quando o clima ficou meio tenso. Assenti com a cabeça e entrei no carro.- Não esqueça de ser gentil com a Yuuki-sama.- assenti de novo.- tenha uma boa viagem Kaname-sama. -disse se curvando para mim e fechando a porta do veículo e se afastando do mesmo.

Cheguei mais rápido do que esperava na casa de Yuuki. Entrei e Carolyne me recebeu. Ela estava diferente. Meio raivosa e estressada. Deve ser TPM. Fiquei surpreso quando ela disse para eu ir sozinho para o quarto de Yuuki. Eu posso conhecê-la faz pouco tempo, mas eu sei que se ela estivesse bem, não deixaria eu ir sozinho de jeito nenhum.  

Fui na direção onde Carolyne disse que era o quarto da Yuuki e antes de chegar na porta, eu senti uma aura muito forte e até que um pouco assustadora. Deve ser por isso que os empregados nem chegam perto do quarto dela. Essa aura mataria qualquer plebeu que chegasse perto.  Bati na porta com um pouco de receio. A porta do quarto de Yuuki é bem detalhada. Fiquei olhando os detalhes por um tempo esperando uma resposta da pessoa do outro lado da porta. Nada. Bati de novo e nada. Se eu não sentisse aquela presença forte e matadora, acharia que não havia ninguém naquele quarto. Girei a maçaneta da porta, e para a minha surpresa, a porta estava aberta. A única coisa que eu "achei" foi um montinho no cobertor, o que provavelmente era a Yuuki.

Kaname- Yuuki? - não respondeu. CLARO NÉ, SEU IDIOTA! ELA NÃO FALA, SEU DUMBO!- Yuuki?- encostei no montinho a balançando. Sem resposta. Eu sei que ela não morreu porque senão teria virado pó. Eu meio que me desesperei com o pensamento que ela poderia ter desmaiado. Tirei o cobertor de uma vez, a descobrindo. Ela não estava desmaiada, graças à algum espírito aí. Ela estava encolhida e ficou mais ainda quando eu a descobri. Ela não me olhou nem uma vez. Eu achei isso meio estranho. Hoje não é o aniversário dela? Eu errei de dia? Por que todo mundo está tão desanimado hoje? Não estou entendendo nada.- Yuuki... O que foi?- sentei ao lado dela. Eu tenho um lado emocional também, tá? Respeite.

Yuuki parecia em transe. Não se mexia e tinha um olhar profundo (mais que o normal é o que tinha melhorado) e sem rumo. Ela não se mexia, mesmo eu balançando e cutucando ela. Se um humano a encontrasse, a declararia como morta.

Depois de um tempo (relativamente longo) eu meio que desisti de ter uma resposta.

Kaname- Feliz aniversário, Yuuki.- cochichei em seu ouvido. Percebi que ela tremeu um pouco. Peguei o presente e abri. - Parabéns.- retirei o colar e coloquei em seu pescoço. A embalagem eu deixei na escrivaninha. Eu ia me levantar quando percebi que ela segurava minha camisa levemente. Foi quase que nem a primeira vez, sabe?- Quer que eu fique? - ela assentiu.- quer que eu deite com você?- ela me deu espaço se arrastando pela cama e me puxou para deitar.

O que eu percebi: ela não estava nem aí para o apelo sexual. Ela só estava querendo carinho. Que nem um gatinho, sabe?

Me deitei ao seu lado e ela meio que se esfregou em mim se aconchegando. Agora sim parecíamos namorados. PARECÍAMOS.

Eu estava curioso. MUITO curioso. Mas se eu perguntasse para ela, ela não iria me responder. Eu tenho a impressão de que ninguém iria me responder. Desde que eu conheci a Yuuki eu só tenho dúvidas e mais dúvidas. Não sei se gosto dela. Também não sei se não gosto dela. Estou no meio termo.

Percebi que ela avia se acalmado quando a aura assustadora meio que se dissipou do local. Ela dormia serenamente do meu lado. Me levanter da cama com o maior cuidado do mundo e sai do quarto na ponta dos pés, abrindo e fechando a porta cuidadosamente. Finalmente sai do quarto. Fui até a sala central para ver se eu achava alguém para me explicar o que diabos estava acontecendo. 

Eu estou muito confuso. Muito mesmo. Sobre tudo.

Felizmente, Katsuo estava na sala. Estava arrumando um vaso de flores, ocupado,  mas estava lá, isso que importa. Quando percebeu a minha presença parou o que estava fazendo e se curvou para mim.

Katsuo- está tudo bem, Kaname-sama? Algo lhe incomoda?

Kaname- eu que pergunto isso. Hoje não é o aniversário da Yuuki?- assentiu- então por que diabos ela está assim? Não era para ser uma data comemorativa?

Katsuo- eu lhe conto a história se desejar. Mas primeiro, me permita lhe acomodar em um local mais confortável.- disse apontando (convidando) para a porta que dava para a sala de estar me levando até lá. Eu me sentei em um dos sofás e Katsuo me trouxe (de algum lugar aí) chá e alguns biscoitos.- Por favor, aprecie o chá e os biscoitos amanteigados à vontade.

Kaname- não , obrigada. Eu não gosto de coisas doces.- disse sorrindo. Tinha que pelo menos ser educado.

Katsuo- Oh! Me desculpe, senhor! É que Yuuki-sama só come coisas doces. Foi rude da minha parte não saber de suas preferências. Perdoe-me.- disse se curvando. Sério. Eu realmente não entendo o que essa gente tem na cabeça. 

Kaname- não se desculpe. Ninguém é obrigado a saber do que eu gosto. Isso não é coisa a se desculpar.

Katsuo- então o senhor prefere... Amargo?- assenti com a cabeça.- Certo! Irei mandar as cozinheiras fazer agora mesmo. Só um minuto.

Kaname- não precisa.- disse antes dele sair "correndo" da sala.

Katsuo- mas...

Kaname- eu não quero.- se calou.- agora pode me contar o que raios está acontecendo hoje?- disse calmamente e ele assentiu.- sente-se ao meu lado, por favor.- sentou-se em uma cadeira meio distante. Eu achava que AO MEU LADO era mais perto. - mais perto, por favor.- ele sentou na cadeira ao lado dele. Sério mesmo?- senta aqui, Katsuo.- bati do meu lado do sofá. Ele hesitou, para caramba, mas depois se sentiu derrotado e veio sentar do meu lado.- então...?- disse para ele começar a me contar a história.

Katsuo- hoje não é uma data tão celebrada assim por essa casa.- pensou um pouco antes de falar.- acontece que... De fato, hoje é o aniversário de Yuuki-sama e DEVERIA ser uma data comemorativa só que... Foi a última memória feliz da senhorita com os seus pais...- Acho que entendi... Ficou meio confuso, mas eu entendi.- Amanhã... Será o aniversário... Da morte dos pais da senhorita...- ele ficou cabisbaixo e eu pude sentir a tensão no ar. Eu sei como era esse "tempo", porque meus pais também faleceram e essa época é sempre deprimente.
Depois de ter me contado, eu bombardeei o Katsuo com outras perguntas. Ele me respondeu prontamente sem nenhum relutância.

~ 1 ano e meio depois~ 

Eu e Yuuki somos grandes amigos. Sim, você leu certo. Somos somente amigos, mas viramos meio que melhores amigos. Com o tempo, percebi que Yuuki era bem parecida comigo e uma pessoa bem legal, mesmo não falando nem demonstrando emoções. 

Liana, como sempre, não se conformou e ficou nos irritando e "judiando" de Yuuki até que teve um momento que eu estava com tanta coisa na cabeça que acabei gritando e xingando ela. Aí, ela desapareceu de vez. Por um tempo ninguém sabia o paradeiro dela. Aí ela aparece do nada falando que vai se casa. Na verdade, ela estava tentando  esfregar na minha cara que ia se casar. Nem dei bola. Ela ficou furiosa por causa disso. Sempre achei Liana muito se achona e acho que Yuuki acha ela a mesma coisa além de insuportável.

Como eu ficava e fico muito com a Yuuki, eu acabei conseguindo decifrar um monte de coisas e "emoções" se ela precisar ela escrever no bloquinho (que eu nunca sei de onde ela tira). É tipo uma mania, sebe? Como, por exemplo, se ela começar a esfregar o dedão no dedo anular, quer dizer que ela não concorda com tal situação (mas às vezes ela acaba concordando com a pessoa mesmo achando que não é muito... Vamos dizer que certo.); Se ela não parar de colocar o cabelo para trás da orelha, ela está com vergonha; Se ela cruzar os braços, ela está te levando a sério; se ela tem dó de alguma coisa (tipo um bichinho morto ou uma criança na rua), ela fica passando a mão no braço; Se está com raiva de alguma pessoa, ela ignora por um bom tempo essa pessoa;E assim por diante.

Eu já deixei ela com raiva de mim uma vez e ela me ignora por umas semanas. Não importava o quanto eu tentava me aproximar, ela me ignorava completamente. Foi um época, vamos dizer que difícil para minha pessoa. Não gosto quando alguém me ignora. Sim, sou infantil. Me deixa. Mas sério, quem gosta de ser ignorado?

Tem gente que me chama de vidente por causa que eu consigo identificar os sentimentos de Yuuki. Quando ela quer negar alguém mas acaba concordando, eu que acabo negando por ela. Assim, parece que eu li a mente dela, mas é só convivência demais.

O concelho ainda me empurra muito para cima dela, mesmo que aquele prazo lá de eu namorar com ela até o fim do ano já tenha passado faz tempo. Eles não desistem. Ô pessoas insistentes em!

Agora já é super normal para todos eu sair correndo por todo o prédio do conselho segurando a mão de Yuuki e a puxando para todo local. Eu, Yuuki, Takuma , Rima, Ruka, Akatsuki e Hanabusa viramos grandes amigos e quase sempre saímos juntos. Sempre tem uma excessão que algum de nós não podemos ir. Ruka e Rima sempre fazem alguma maluquice e puxam Yuuki para dentro. No fim, elas sempre são repreendidas por seus maridos "furiosos" (as aspas porque Ruka é a que sempre fica com mais raiva e acaba gritando com Akatsuki).

Falando nesse casal (Ruka e Akatsuki), eles não passam nem um dia sem brigar. Mas não é por causa dessas brigas que eles não se dão bem. Eles também não ficam nem um dia sem se pegaram em qualquer canto da casa. Todos nós já flagramos eles ou ficamos de vela no meio. Nas brigas, a maioria das vezes, termina com Ruka raivosa e Akatsuki pedindo desculpas, o que não demora para Ruka desculpa-lo.

Ah! Tem mais uma coisa! Ruka está grávida de três semanas. Ela passou MUITO mal esses dias e acabou descobrindo que estava grávida. Akatsuki ficou tão feliz que só faltava chorar. Takuma fez o maior drama e até chorou. Dramático demais...

Hanabusa e Takuma estão dizendo por aí que acharam as suas almas gêmeas. O que começou com um casamento arranjado por causa de seus pais, viraram suas almas gêmeas. Ironia não? Mas esse casamento arranjado não é aqueles tradicionais que você conhecem. O deles, eles só se casam se os dois concordarem, aceitarem e se amarem. Então... É que nem só apresentar duas pessoas e ver o que acontece com a convivência dos dois juntos.

Hoje, um dia normal, eu estava na casa de Yuuki (já era completamente normal eu aparecer na casa dela ou ela aparecer na minha. Sem avisos nem nada.) e procurava por ela. Me disseram que ela estava na biblioteca, então fui por esse caminho. Abri a porta e vi ela sentada na mesa comprida que havia ali lendo, ouvindo música ao mesmo tempo e com uma pilha de livros ao seu lado. 

Yuuki, de algumas forma, conseguia ler enquanto prestava atenção na música. Ela também consegui ler e escutar duas pessoas ao mesmo tempo. Se fosse eu, já falaria um "para e recomeça só que um de cada vez".
Fui andando até ela e me sentei ao seu lado esquerdo. Ela me olhou e acenou com a mão.

Kaname- o que você está ouvindo?

Ela tirou o fone esquerdo e deu para mim. Como era o fone esquerdo, eu tive que me aproximar mais dela. Nós nem ligávamos mais para isso de tão íntimos que estávamos. Ela estava ouvindo K-pop enquanto lia um livro em francês. Nada a vê, né?

Me virei no intuito de perguntar como ela conseguia fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Me arrependo muito (ou não) de ter me virado.

Como nós estávamos, vamos dizer que, muito próximos por causa do fone, e eu não percebi que ela estava me olhando, quando eu me virei, acabei a beijando sem querer...




(Continua...)