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História Compromisso Inesperado - Conclusões


Escrita por: Aoneko-Lee

Notas do Autor


Olá, eu finalmente estou postando. Para falar a verdade, achava que nem ia postar essa semana, por um milagre tive uma onda de criatividade repentina e passageira e consegui terminar.

Como eu avisei nos dois últimos capítulos eu escrevi uma one shot no universo dessa fic, mas ela foi separada devido a classificação. Nessa fic extra está hentai que prometi para alguns leitores. Encontrarão o link para ela nas notas finais.
Como sempre, perdoem meus erros e boa leitura.

Capítulo 16 - Conclusões


Fanfic / Fanfiction Compromisso Inesperado - Conclusões

Sem saber muito bem como agir, Rukia encarava o tenente sem reação. Seu primeiro impulso ao ouvir a conclusão da sentença de Yachi foi o de chutar a cara do jovem ruivo, mas foi comovida pela expressão envergonhada e assustada dele. Mesmo Yachi sendo quase uns trinta centímetros maior que ela, parecia frágil e dependente da morena.

Rukia, incomodada pelo silêncio que predominava na área afastada da multidão que ainda estava festejando, decidiu dar seu parecer sobre a declaração fora de hora do tenente.

– Eu acho que você tem noção disso, mas esse é meu casamento. – Ela o encarou com uma expressão confusa e indignada.

– Só queria que soubesse. Eu sei que não vai deixar o Kurosaki taichou. – Olhava para os pés enquanto falava o que despertou uma profunda piedade em Rukia. Ela sempre teve certo carinho e instinto de proteção pelo dedicado tenente e nesse momento se sentia péssima por ser a causadora do sofrimento dele.

 

Ichigo caminhava entre a multidão de desconhecidos que insistiam em o cumprimentar como se realmente fossem amigos do ruivo. Já cansado do tumulto tentou se livrar convidados seguindo para um canto mais afastado do amplo terreno.  Viu Rukia seguir após o fim da dança para uma área deserta onde estavam apenas alguns funcionários e era para lá que estava indo.

Começou a vasculhar com os olhos em busca da baixinha, não pode a encontrar, mas viu o projeto de ruivo que Rukia chamava de tenente caminhando um pouco distante dali.

Acabou por seguir o moleque que estava longe porem o cabelo chamava atenção o bastante para que Ichigo não o perdesse de vista. Se aproximou vendo, mesmo à distância ele conversando com uma moça tão baixa que só podia ser Rukia.

 

Sem ter ideia de como consolar o tenente Rukia se aproximou de Yachi, colocou, com dificuldade, a mão no seu ombro e disse a única coisa que veio à cabeça.

– Sinto muito que se sinta assim, mas não posso corresponder seus sentimentos. – Ela falou tão baixo que o tenente se inclinou para ouvir.

Sem pensar muito a respeito Yachi se inclinou abraçando a pequena capitã de surpresa. Embora há muito desejasse isso, fora a primeira vez e, provavelmente, a última.

Rukia não teve tempo de reagir, pois no segundo em que foi surpreendida pelo abraço de seu imediato, sentiu o corpo ser puxado para trás. No instante seguinte se deu conta de estar cambaleando atrás de Ichigo que permanecia com o braço estendido à frente dela, como se Yachi fosse uma espécie de animal selvagem que tentava devorar Rukia.

– Que porra pensa que está fazendo? – Ichigo foi quem gritou com Yachi, Rukia torcia para estarem longe o bastante dos convidados da festa para não serem ouvidos.

A reação do tenente foi abaixar a cabeça sem poder formular uma explicação plausível para suas atitudes.

– Ichigo… – A morena falou tentando acalmar o futuro marido. – Já está tudo resolvido...

– Não! Ele agarrou você! – Ele virou o rosto para a noiva que permanecia atrás de seu braço direito. – Ele te trouxe para um lugar escondido para te agarrar!

– Claro que não. Nós estávamos conversando, isso foi só um abraço.

– Não! – Ichigo se virou para o tenente que, em vez de aproveitar a oportunidade proporcionada pela baixinha para correr, permaneceu estático encarando o casal. – Nunca mais se aproxime da Rukia contra a vontade dela, caralho!

– Tem certeza que foi contra a vontade dela? – Yachi encarou o ruivo sentindo sua raiva aumentar. – Contra a vontade dela ou a sua? – Gritou para Ichigo.

Uma vantagem de acompanhar Ichigo desde sempre era a capacidade de antecipar comportamentos característicos dele. Rukia, como ninguém conseguia decifrar o que o noivo sentia e nesse momento ela pode predizer a atitude que ele tomaria.

Quando Ichigo se moveu em direção ao tenente para lhe atingir na face com o punho cerrado, Rukia se moveu com o shunpo parando com os braços abertos à frente de Yachi. Graças a sua velocidade fora de qualquer padrão, Ichigo se impediu de atingir a futura esposa com o soco que era destinado ao moleque inconsequente.

– O que está fazendo, Rukia?

– Eu é quem pergunto, o que está fazendo? Vai bater nele no meio do nosso casamento?

– Ele te agarrou e está defendendo ele? – A indignação de Ichigo se expressava pelo volume da voz que era elevado cada vez mais.

– Estou tentando colocar juízo nessa sua cabeça, não pode sair batendo nele do nada. – O ruivo encarou a noiva com um sentimento novo para ele, se sentia traído.

Ichigo virou as costas para os dois começando a andar em direção ao grande grupo que ainda festejava alheio à confusão que acontecia naquele canto da festa.

Rukia observou o noivo se afastar se perguntando se a decisão que tomara fora a certa. Sentiu as lágrimas se acumulando atrás dos olhos por medo de Ichigo desistir do casamento no último momento, mas não se permitiu chorar.

– Obrigado, taichou. – Falou Yachi tocando seu ombro de leve.

O shinigami que possuía nem um terço da velocidade e reflexos de sua capitã só se deu conta do que acontecera quando sentiu o corpo bater contra o chão devido ao forte soco que Rukia havia lhe infligido.

– Não foi porque eu te defendi que concordo com o que fez. – Ela gritava como costumava fazer quando dava lições de moral em Ichigo ou Renji. – Eu te protegi para impedir que o Ichigo cometesse um erro. – Rukia sabia o que poderia acontecer se Ichigo perdesse o controle. – Mas é melhor não criar fantasias sobre isso.

Ela se virou deixando o tenente só, ainda caído no chão, e seguiu para a multidão, trilhando os passos de Ichigo.

 

Akihime, aflita, percorria o perímetro destinado aos convidados da festa atrás dos noivos desaparecidos. Faltava menos de uma hora para o sol se pôr e nem ela nem Urahara sabiam onde as estrelas do show estavam. Aizen, que estava encarregado de os vigiar à distância no momento em que sumiram, alegou estar ocupado conversando com a ex tenente como desculpa pela negligência.

A jovem Kuchiki, quase corria olhando para todos os lados, ironicamente não viu quando um babaca que se achava capitão atingiu com as costas o rosto dela.

Akihime foi jogada no chão por Renji que se virou perplexo para a jovem caída no chão.

 – Me desculpe… Ah, é você. – Ele disse estreitando os olhos para a garota. – Bem feito que tenha caído, não olha por onde anda?

– Desculpe, mas minha visão é fraca e às vezes eu não vejo insetos. – Respondeu se colocando de pé.

– Você está bem, Kuchiki-san? – Perguntou Kiyori, a tenente de Byakuya, uma garota obtusa, na opinião de Akihime.

Aparentemente Renji viera ao casamento acompanhado de Kiyori o que surpreendeu Akihime que nem desconfiava que essas duas almas irritantes se conheciam.

– Claro que estou bem, as agressões gratuitas desse brutamontes não me afetam.

– Vocês se conhecem? – Perguntou Renji olhando de uma para outra. – Kuchiki-san? É parente da Rukia?

– Sim, nos conhecemos porque eu frequentemente tenho reuniões com o Kuchiki-san em seu ambiente de trabalho e sim, eu pertenço ao nobre clã Kuchiki, então se coloque em seu lugar.

– Ora, sua… Pare de ser tão esnobe e peça desculpas por esbarrar em mim.

– Peça você, desculpas por me derrubar, seu animal. – Gritou exaltada.

– Calma, gente, não precisa de nada disso… – Kiyori tentou amenizar a briga, mas parecia que ninguém a ouvia.

– Retire o que disse, protótipo de Kuchiki. – Renji ignorou o que a companheira disse e gritou de volta a Akihime.

– Eu vou quebrar sua cara, sua vareta ruiva insignificante.

Sem pensar muito Renji arremessou o conteúdo de seu copo na roupa de Akihime, por sorte era apenas água, mas foi o suficiente para acabar com o pouco de sensatez que a Kuchiki possuía.

A morena saltou sobre o ruivo, acabando caindo junto com ele no chão. Ela puxava a trança dele fazendo o maior gritar e tentar segurar os pulsos dela. Ofensas eram trocadas de forma escandalosa pelos dois e um grande número de convidado circulara os dois e assistia à demonstração pública de desafeto.

– Calma, gente… – Falava inutilmente Kiyori que rodava ao redor dos dois tentando achar o jeito de os separar. – Eu sei que podemos resolver isso com uma conversa. Por favor…

A confusão acabou no momento em que Urahara surgiu da multidão e sem perder o sorriso simpático arrancou Akihime de cima de Renji. A garota continuou se debatendo enquanto era suspensa pelo loiro.

– Akihime-san, se esqueceu que deveríamos procurar uns fugitivos?

Como em um estalo a garota aquietou os braços e pernas e arregalou os olhos lembrando que o tempo estava passando e nada dos noivos.

– Eu estava fazendo isso. – Ela respondeu quando Kisuke a soltava. – E você. – Falou com Renji que se colocara de pé e era examinado por Kiyori que procurava possíveis ferimentos. – Pare de arrumar confusões por aí.

 

Rukia avistou a cabeleira ruiva em uma das grandes tendas que estavam armadas no terreno. Ele estava no meio do grupo de pessoas que passeavam ao som de uma música típica. O dia ainda estava quente e mesmo sob a tenda em que estava Rukia estava, a morena suava, além disso, andava com dificuldade graças ao kimono. Mesmo assim conseguiu acompanhar o passo do ruivo que parecia parar a todo momento para responder, com grosseria, aos comprimentos dos convidados.

– Ichigo. – Ela chamou tocando de leve a parte baixa das costas dele. O ruivo não respondeu, nem se virou para a encarar, apenas permaneceu parado de costas para ela. – Nós estamos bem?

– Eu estava te defendendo, por que ficou do lado dele? – Ele permanecia sem se virar para ela. Aparentemente os transeuntes da festa seguiam com o comportamento normal, sem reparar na estranha atitude do casal.

– Não fiquei do lado dele, te impedi de tomar uma atitude impensada, ia se arrepender depois.

Ichigo se virou mostrando a Rukia sua carranca emburrada e olhar magoado

– O que você fez foi o mesmo que dar autorização para ele fazer isso com você. Eu estava te protegendo disso.

– Desde quando eu preciso ser protegida? – Ela fazia o máximo de esforço para não gritar, mas seu tom de voz já dava sinais de irritação. – Você sabe que eu posso cuidar de mim mesma, por que tem que ser tão super protetor?

– Porque eu te amo, porra! – Ele falou mais alto do que pretendia, chamando a atenção dos convidados mais próximos. – Não posso lidar com a possibilidade de te perder. – Ele estava corado, mas mantinha os olhos castanhos fixos nos dela.

– Como assim me perder? – Rukia não era capaz de entender onde ele queria chegar. Era óbvio o motivo dos ciúmes dele, mas era ela que estava achando que ia o perder e não o contrário.

Em contrapartida ele dissera que a amava, Rukia estava pasma e sem fala, como lidar com tanta informação?

Antes que ele pudesse responder, uma criatura esguia, molhada e descabelada surgiu entre eles. A reconheceram pela voz escandalosa.

– Finalmente achei vocês. – Falou Akihime alisando o braço de Ichigo. – Ainda bem que começaram a gritar, nunca iria conseguir achar vocês nessa multidão.

– Por que estava nos procurando? – Perguntou Ichigo arrancando o braço das garrada de Akihime sem deixar de olhar para Rukia. Eles conversavam com o olhar e acabavam de decidir que essa conversa não acabara.

– Como assim, Kurosaki-san? Para trocarem de roupas, é claro. – Ela apontou para cima como se o teto da tenda permitisse ver o céu. – O sol já vai se pôr, está na hora de oficializar a união.

O estômago de Rukia deu um nó e suas mãos passaram a suar, enfim ela se tornaria esposa de Ichigo, isso é, se ele ainda quisesse esse casamento. Ichigo que até então estivera tranquilo com toda a situação matrimonial, enfim se dera conta do que estava prestes a acontecer, por um momento seus joelhos bambearam e ele sentiu uma ânsia de colocar o almoço para fora, mas manteve a comida dentro de si.

Estranho que enfrentar Aizen ou Yhwach não tenha lhe dado tanto pavor quanto se casar, mas o que estava assustando o jovem capitão ruivo era a possibilidade de Rukia ter mudado de ideia, seria possível que depois de tudo o que eles viveram juntos ela se recusaria a casar com ele para ficar com o tenente protótipo de ruivo que e vivia puxando o saco da mesma? No fundo Ichigo sabia que não, mas temia por ter dito em voz alta que a amava e ela em resposta apenas lhe encarou com os olhos azuis/violetas esbugalhados.

– Kurosaki-san, me acompanhe. – Falou Urahara que estava até então avaliando as expressões do casal. – Kuchiki-san, acompanhe a Akihime-san, ela vai te indicar onde trocar de roupa.

 

Trancada em um quarto com um espaçoso sofá, parecido com os que os vivos tinham em suas casas, enquanto duas empregadas lhe ajudavam a vestir seu shiromuku, Rukia pensava nos ocorridos, seu maior medo era Ichigo estar tão irritado com ela a ponto de desistir do casamento.

Outra coisa que perturbava os pensamentos da pequena noiva era a declaração de amor feita por Ichigo, ela não pensava muito nisso, mas inconscientemente sabia que ele a amava, mas ouvir isso dele fora melhor do que imaginava que seria.

Afinal se ele a amava a ponto de dizer isso mesmo em um momento de                                         raiva, queria dizer que ele não desistiria do casamento, certo?

– Está na hora. – Falou Akihime entrando pela porta sem nem mesmo bater, aparentemente a organizadora do casamento trocara de roupa e dera um jeito na maquiagem e cabelo, tornando-se apresentável outra vez.

– Kuchiki-san já está pronta. – Informou a empregada que terminava de ajeitar as mexas do cabelo de Rukia que estavam fora do lugar.

– Olha só, que surpreendente, esse vestido ficou excelente em você. – Falou Akihime avaliando a noiva.

Rukia percebeu a crítica disfarçada de elogio, mesmo assim não reclamou, era melhor evitar mais brigas por hora.

 

Ichigo esperava, ansioso pela chegada da noiva. Já com seu hakama preto e com os músicos a postos ele olhava para a porta por onde Akihime havia entrado para buscar Rukia.

O pé esquerdo do ruivo batia incessantemente em um ritmo rápido que transparecia seu nervosismo. Ele olhou mais uma vez para o pai que estava próximo a Karin e também aguardava a chegada da noiva. Isshin compreendeu o olhar do filho e sorriu levantando o polegar. Pela primeira vez na vida Ichigo encontrou conforto na atitude positiva e divertida do pai.

Quando Ichigo já estava cogitando roer as unhas a porta foi aberta por Akihime que facilitou a saída de Rukia.

O Kurosaki não tinha palavras para descrever o que sentiu quando viu a morena. Usando um kimono branco com detalhes florais prateados e o cabelo preso em um penteado harmonioso, Rukia estava deslumbrante, ainda mais bonita do que antes.

A maquiagem leve em tons de azul claro e os lábios rosados, davam um toque de delicadeza a noiva que que tentava sorrir mesmo estando nervosa.

Ela alcançou Ichigo parando ao seu lado, os músicos se posicionaram à frente do casal e começaram a tocar uma melodia tradicional em flautas e tambores.

– Ichigo. – Cochichou ela quando o grupo começou a andar em uma espécie de fila. – Eu sinto muito.

– Eu também. – Ele olhava para baixo enquanto falava. Não estava sendo fácil para nenhum deles se desculpar. – Não deveria ter sido tão precipitado e nem achado que me trocaria por ele.

O cortejo seguia andando por um caminho coberto de flores brancas. Nos casamentos tradicionais japoneses eles deveriam seguir pela cidade acompanhado de amigos e parentes até um santuário. No caso de Ichigo e Rukia, caminhavam dentro do próprio terreno onde acontecia a festa e eram seguidos pelas pessoas que fizeram parte da história deles.

Estavam sendo observados pelos demais convidados que se posicionavam dos dois lados do caminho preparado para eles. Algumas pessoas que assistiam até choravam ao ver o casal passar.

– Me desculpe, eu acho que dei margem ao Yachi para se comportar desse jeito, mas você não tinha nada que agir como um maluco. – Ela olhou brava para ele.

– Fiquei com medo. Quando você defendeu o fedelho eu achei que preferia ele… Você não sente nada por ele, né?

– Claro que não, idiota. – Ela se virou para ele falando um pouco mais alto do que devia e ouviu Byakuya pigarrear atrás de si. – Não sinto nada por ele e nem poderia porque eu…

– Chegamos. – Sussurrou Akihime e eles se deram conta que chegaram a uma espécie de palco elevado que se assemelhava a um santuário ao ar livre. – Depois vocês conversam. – Ela disse enquanto erguia a calda do shiromuku de Rukia para que ela subisse os cinco degraus da estrutura.

Eles seguiram as tradições japonesas que normalmente eram usadas em casamentos na Soul Society. Também, por influências da família do noivo, trocaram o par de alianças, o que normalmente não acontecia nos casamentos ali.

A aliança de Rukia era prateada e possuía uma abertura no formato de lua minguante, sem falar no nome de Ichigo no lado interno. Já a aliança do ruivo, semelhante à dela, era prateada, com pequenas aberturas que formavam um sol e o nome da noiva enfeitando a parte de dentro.

Os anéis que simbolizavam a união para os ocidentais foram oferecidos, gratuitamente pela Urahara Shop.

A Ichigo foi entregue um papel contendo o juramento que faria como noivo. Ele leu todos os versos metodicamente enquanto eram assistidos pelas centenas de convidados. Quando terminou, entregou o papel ao sacerdote que ia dar continuidade a cerimônia quando foi interrompido pelo noivo.

– Rukia. – Ele disse alto e os convidados atentaram para o acontecimento inesperado. – Quando nos conhecemos você me emprestou sua força e graças a isso pude salvar minha família. Desde então eu tenho usado sua força emprestada, não importa quanto tempo passe, eu sempre vou precisar de você ao meu lado me motivando e sendo uma luz para me guiar.

– Ichigo… – Rukia não sabia o que responder, todos os convidados observavam em silêncio o decorrer da cena.

– Eu me lembro porque eu quis tanto te salvar, porque você me salvou quando nos conhecemos e vem me salvando todos os dias desde então. – Ele olhava a lua que começava a se arrastar no céu arroxeado atrás de Rukia e se perguntava como alguém poderia ser tão fascinante.

– Ichigo. – Ela repetiu, dessa vez sabia o que deveria dizer. – Desde que te conheci, minha vida ganhou cor e, desde então, cada momento em que estou com você tem me dado mais vontade de viver. – Os olhos azuis/violetas encaram com dificuldade o ruivo contra o sol que se punha às suas costas. – Eu não posso suportar viver em um mundo sem você, porque eu te amo, tenho te amado por todo esse tempo.

Ichigo percorreu a distância que existia entre eles e envolveu o pequeno corpo. Ele não se importava com mais nada, só queria estar com essa baixinha irritante o máximo possível.

O sacerdote que conduzia a cerimônia, sem saber o que fazer depois de tantas interrupções, simplesmente deu sua benção final enquanto o casal permanecia preso em um abraço.

Os convidados explodiram em palmas e o casal se separou observando todos os amigos os cercarem dando parabéns sorrindo felizes com a conclusão da união que levou muito mais do que o esperado para acontecer.

– Agora vocês têm que trocar de roupa para a última parte da festa. – Falou Akihime para o casal no meio do grande grupo que comemorava com os dois.

Ichigo e Rukia se encararam e o sorriso foi inevitável, eles conversaram silenciosamente e sabiam exatamente o que fariam a seguir. Se viraram e saíram em disparada no meio dos convidados deixando Akihime falando sozinha.

Rukia não conseguia correr com o desconfortável kimono, então Ichigo a colocou sob o braço esquerdo, do mesmo jeito que fizera quando a salvou de sua execução. Ela nem se deu ao trabalho de reclamar. Ichigo usou o shunpo para os tirar do grande terreno em que a festa acontecia.

 

A comemoração do casamento durou até quase o amanhecer, mesmo depois que todos os convidados haviam deixado o lugar do evento as festas continuaram por toda a seireitei e algumas partes de rukongai.

Em nenhum desses lugares alguém sabia onde os noivos estavam. Em um beco próximo duas pessoas riam exasperadamente após despistar uma multidão e fugir da própria festa de casamento.

Sem um destino em mente eles passaram a caminhar pelas ruelas da seireitei tentando esconder as identidades dos transeuntes bêbados que passavam pelo casal.

– Ichigo, acha que devemos voltar? Podemos deixar o nii-sama preocupado. – Disse a morena se virando para olhar o marido.

– Lembra quando ele disse que não podíamos passar a noite juntos? – Ele tinha o braço esquerdo envolto na cintura dela, protetoramente. Rukia anuiu em resposta. – Isso só valia antes de nos casarmos.

– Então acho que só quero voltar daqui umas semanas.

– Essa é uma ótima ideia. – Ele apertou de leve a cintura da baixinha a aproximando ainda mais. – Onde quer passar a primeira noite como fugitivos?

– Podíamos dormir na casa nova pela primeira vez. Os empregados da mansão já levaram nossas coisas para lá. – Ichigo apenas sorriu em resposta.

A casa em que morariam desse dia em diante ficava distante da seireitei, em uma área com vários morros cobertos de grama e poucas casas espalhadas. Em uma colina particularmente alta estava a casa escolhida por Ichigo e Rukia.

Quando visitaram a casa ela não possuía cercas ou muros e dava uma bela vista do campo ao redor e até da seireitei, mas devido a insistência de Byakuya agora ela era rodeada por um alto muro recém construído e possuía um portão com a insígnia Kuchiki.

Mesmo os recém-casados não tendo qualquer intenção de seguir tradições ocidentais, Ichigo acabou entrando com Rukia nos braços, devido à dificuldade que ela encontrava para se mexer com o kimono matrimonial.

– Me desculpe pelo que aconteceu hoje. – Ela falou ainda sendo carregada por Ichigo.

– Te desculpar por que? Acho que nunca me senti tão feliz na vida e tudo porque estou com você, Rukia.

– Idiota. – Rukia, mesmo com dificuldade deu um jeito de dar um soco no peito dele. – Não vou ficar me desculpando o tempo todo, então aceite minhas desculpas e para de frescura.

– Tudo bem. – Ele disse rindo do rosto corado e emburrado da esposa.

Sentou Rukia na cama sentando ao seu lado, levou a mão livre até o rosto dela o trazendo para perto de si. Tocou com os lábios a bochecha dela, Rukia se virou sorrindo para o ruivo e passou os braços pelo pescoço dele. Iniciaram um beijo calmo e amoroso, não tinham pressa, era o primeiro de muitos que compartilhariam.


Notas Finais


Obrigada por lerem, eu sei que esse capitulo também ficou gigantesco, acho que o maior até agora, me desculpem por isso, mas eu não queria dividir outro. Quero informar que o próximo capitulo será o último da fic. Isso me entristece um pouco, mas não dava para prolongar mais.

Para quem pediu, eu fiz uma One Shot com um capitulo extra dessa fic com um Hentai, apesar de não gostar muito eu escrevi. Para quem não gosta, não precisa ler porque esse capitulo extra não interfere na estória da fic.
Eis o link da One Shot:
https://spiritfanfics.com/historia/honeymoon-6683111
Acho que são todos os avisos, obrigada por tudo e até a próxima.


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