~ Wade pov ~
Cidade nova, pessoas novas, vida nova e o melhor de tudo ninguém conhece nem a mim muito menos aos meus erros. O único problema é que tenho que explicar para todo mundo toda hora "o que aconteceu na minha cara" isso é um saco mas é sempre um ótimo jeito de puxar assunto.
Sair de uma cidade enorme e tumultuada como New York e vir para uma pacata cidade no subúrbio pode ter sido meio extremo, mas é bom um pouco de sossego para variar um pouco. E ainda tive sorte de conseguir um emprego em uma lanchonete, não é o emprego mas o dinheiro é suficiente para pagar o aluguel do apartamento que a Dominó conseguiu para mim.
(Por falar em emprego você não está atrasado para o seu primeiro dia não?)
- Mas é claro que não eu só entro as 9h30 - Tiro o celular do bolso e confiro a hora e para a minha surpresa faltam 10 minutos para o meu primeiro dia começar e ainda preciso ir para casa pegar o uniforme.
(Eu disse)
[Olhem o lado positivo... pelo menos a padaria e duas ruas de casa]
- Exato, se eu correr consigo chegar na hora
(E você está esperando o que bonitão? Uma carta formal?)
Corro e direção ao meu apartamento, visto meu uniforme e volto a correr mas desta vez em direção a lanchonete. É uma lanchonete bem arrumadinha, ela me lembra aqueles pub's irlandeses, afinal é uma lanchonete para os estudantes da faculdade ali perto. Devido a faculdade ser muito perto a qualquer momento que você entrar aqui é quase certo que encontrará alguém estudando.
Chego para o meu primeiro exatamente as 9h35 e me deparo com o gerente da lanchonete, ele parece aflito e olha incessantemente para o relógio como se não acreditasse que eu tinha dado o cano nele logo no primeiro dia.
- Oi - Ele levanta o olhar do relógio e o dirige a mim com muito alivio no olhar - Desculpe o horário eu me perdi vindo para cá.
- Tudo bem, leva um tempo para se acostumar com as sinalizações daqui - Ele estende a mão para mim - Sou o gerente da lanchonete, meu nome é Eliot.
- Wade - Ele esbanja simpatia e sinto que faz sem querer - Por onde eu começo?
- Agora o movimento está meio fraco mas por volta do 12h esse lugar fica lotado e é nesse horário que vou precisar de você - Ele prossegue - Eu pedi para tu vir mais cedo hoje para te ensinar como as coisas funcionam e tudo mais mas a partir de amanhã você pode aparecer aqui 11h30 e ficar até as 17h30.
- Certo - Concordei e Eliot saiu de trás do balcão para me mostrar a lanchonete certinho, me explicou como mexer em uma caixa registradora (coisa que eu por acaso já sabia fazer), como fazer café e um misto quente perfeito (marcas principais da lanchonete).
Até cerca de 11h40 a lanchonete estava calma e quieta apenas com alguns estudantes mas quanto mais perto o relógio ficava do 12h mais pessoas entravam logo a lanchonete estava empesteada de estudantes famintos, cerca de uma hora e meia depois a multidão tinha se dispersado mas agora a lanchonete tinha mais gente algumas pessoas estudavam outras jogavam papo fora sobre a volta das aulas. Alguns garotos vinham mais tarde para almoçar já que conheciam o tumulto que fazia mais cedo.
~ Peter pov ~
EU SIMPLESMENTE ODEIO, SABE O QUE É ODIAR? - Faço uma pausa esperando uma resposta que não quero que venha - ODIAR É O QUE EU SINTO POR INICIO DE SEMESTRE.
- Pete, você precisa se acalmar - Arabella uma das meninas que faz o mesmo curso que o meu diz com indiferença.
- Eu detesto essas crianças correndo de um lado para o outro como cachorros que caíram da carrocinha mas eu odeio mais os que se acham porque passaram em uma faculdade GRANDE COISA QUE VOCÊ PASSOU, EU TAMBÉM PASSEI MAS E DAI? argh.
- Não se esqueça que você foi um dos babacas cerca de 4 semestres atrás - Ela levanta o dedo indicador para mim com uma cara de reprovação - Que tal ao invés de ficar reclamando dos novatos ir ajudar um deles. Você lembra como estava perdido no seu primeiro dia? - Faço que sim com a cabeça - E você acha que nenhum dos novatos na cidade está assim? Saiba que estão então levanta essa bunda grande e preguiçosa e vai ajudar alguém hoje.
- Você devia ter cursado direito, sabia? - Ela me dá um sorriso contente - Vou passar na lanchonete perto da faculdade para comer e estudar, você vem junto?
- Não, eu to cansada - Ela ajeita a bolsa nos ombros - Mas talvez eu passe lá mais tarde com as meninas para tomar um sorvete ou sei lá.
- Sei lá é certamente o prato principal de lá - Passo a mão na barriga ela empurra meu ombro de leve e vai embora rindo.
Eu adoro essa lanchonete ela tem toda essa decoração vintage brega que tenta imitar um pub irlandês mas mesmo assim tem seu charme, mas o único problema dela é que só tem uma pessoa servindo o que a faz demorar séculos para minha comida chegar então me sento em uma das cadeiras de frente para o balcão e espero Eliot chegar para anotar meu pedido, não o vejo quando chego então começo a tirar minhas coisas da bolsa para estudar.
- Oi, meu nome é Wade, já gostaria de fazer seu pedido? - Dou um pulo batendo o ombro no queixo do rapaz que estava abaixado, pelos deuses eu sou um desastre.
- OH MEUS DEUSES ME DESCULPE - O rapaz é muito mais alto e forte do tipo que se me der um peteleco eu saio voando (por um segundo fiquei com medo que ele realmente o fizesse) - Nossa me desculpe, você precisa de gelo... eu posso pegar ali no fundo ou ... AI MEUS DEUSES DESCULPA.
- Calma, eu estou bem, do jeito que foi a batida seu ombro deve estar doendo mais que o meu queixo -Ele sorri, um belo sorriso por sinal, e eu sinto meus rosto queimar como se tivesse colocado a minha cara dentro de um vulcão - Então...
- Então... o que? - O encaro confuso e ele a mim ansioso
- Você está pronto para fazer o pedido?
- Ah sim, gostaria de um misto quente a moda da casa e um cappuccino - Ele anota e vai para de trás do balcão preparar meu pedido e então um silêncio extremamente constrangedor, é claro que nós acabamos de nos conhecer mas mesmo assim EU BATI MEU OMBRO NO QUEIXO DELE - Então...
Ele levanta o olhar para mim - Sim?
- Wade né? - Que ótimo jeito de começar a conversa com alguém que você quase quebrou o queixo em Parker - Meu nome é Peter.
- Sim, Wade - ele volta a atenção para o misto quente - É um prazer Peter.
- Você faz faculdade aqui também?
- Na verdade não, eu vim de New York para cá tentar um novo começo... digamos que minha vida lá era meio... bagunçada - Ele volta para mim - Você pelo jeito veio aqui para estudar.
- Sim, eu vim - Respondo - Você veio de New York também?
- Você veio de lá também? - Agora sim ele parece interessado não como antes que apenas estava sendo educado - Você morava aonde?
- Queens e você?
- No centro.
- Legal - Mais uma boa dose de silêncio desconfortável.
- É meio estranho ver pessoas de NYC aqui, Nova iorquinos geralmente gostam de lá e nunca querem sair da cidade grande.
- Parece que a toda regra tem um exceção... no nosso caso duas não é mesmo - Ele me encara como se não entendesse a piada - Eu e você somos de lá.
- Na verdade eu sou Canadense.
- Legal.
E assim minha tarde passou, eu e Wade conversando sobre assuntos aleatórios e então um silêncio constrangedor paira por nós até um quebrá-lo, se bem que a certo ponto da conversa o silêncio deixou de ser constrangedor e simplesmente virou uma deixa para um próximo assunto. Em meio a essas trocas de assuntos o expediente do Wade acabou e eu tive que ir embora.
- Foi bom conversar com você Peter - Ele sorri e veste a jaqueta.
- Digo o mesmo, você meio que animou meu dia que estava uma droga.
- Fico feliz por isso ... Bem então tchau.
Sigo em direção a minha casa e depois de uns momentos caminhando sinto um peso no meu ombro então logo me viro, era Wade.
- Você sabe para que lado fica a avenida principal? - Ele está aparentemente sem graça.
- Sei, quer que eu te leve até lá? - O rapaz me encara aliviado.
- Se não for incomodo?
- Eu quase quebrei seu queixo acho que é o mínimo que poderia fazer - Ele revira os olhos, muito bonitos por sinal ... não que eu tivesse olhando eles.
- Peter é mais fácil você ter quebrado o ombro que eu o queixo vai por mim.
Wade e eu caminhamos em direção à avenida principal conversando como se fossemos amigos a séculos, e depois quando cheguei em casa percebi que mantive minha palavra para Arabella e ajudei um novato na cidade tudo bem que não foi exatamente o que ela pediu mas já é quase lá.
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