História Concatenação - Não somos um casal

PETER

O beijo dele era bem diferente do que eu imaginei, não era voraz cheio de desejo mas sim delicado no entanto ele parecia estar se segurando pelo menos eu desejava que ele estivesse se segurando pois após anos sonhando com momentos como esse desejo era uma das coisas que eu mais sentia. O beijo só cessou quando interrompi para poder respirar, eu olhei para ele e seus olhos eram como de uma criança abrindo seus presentes de natal.

- Nada mal - Digo sorrindo para ele - Como?

- Treino, faço flexão de lábio toda manhã.

- Não isso, quero dizer como sabia que era eu?

- Primeiro o Spidey disse que gostava do Wade, depois o Peter disse que sabia que o Wade e o Deadpool eram amigos sendo que os únicos que sabem são eu e o homem aranha então pensei que era você ou que o aranha tinha te contado então te dei uns concelhos para ter certeza que era você quando seguisse.

- Então você me manipulou? E por que não disse que você era o Wade? Você tem ideia quanta choradeira iria prevenir? 

- Desculpa Pete mas eu tinha que ser cuidadoso você podia estar querendo pregar uma peça em mim ou me expor não sei.

- Acho que você está invertendo os papeis bonitão - Eu não acredito que ele me veio com uma desculpa dessa.

- O que você quer dizer com isso? - Ótimo agora estão os dois bravos - Ah não espera eu já entendi, eu sou o mercenário sem escrúpulos que faz qualquer coisa por dinheiro, não é amigão da vizinhança?

- Não venha me fazer de vilão - Eu estou a dois segundos de começar a berrar com essa criança - Até onde eu me lembro não manipulei ninguém.

- Oh não! pobre Homem-Aranha sempre a vítima desse desalmado Deadpool, que fica sempre quebrando seu coração e fazendo ele sofrer - Ele coloca a máscara novamente e joga a minha em mim com força - Sabe Peter, eu acho que você devia repensar na sua vida e depois passar pela porta e ir pra casa do caralho. SEU MIMADINHO DE MERDA. 

 Ele vai embora e eu fico ali plantado com cara de tacho tentando entender o que acabou de acontecer, processando todas aquelas informações novas e só sou desperto quando meu celular toca com uma mensagem da Neena.

- Quer me encontrar em uma hora na lanchonete?

WADE

- Quem ele pensa que é para vir jogar as coisas na minha cara? Metido a besta de merda.

(Ele estava certo você sabe)

- Eu estava certo sobre quem ele era e nem por isso fui babaca, mas ele tem que vir e jogar na minha cara as coisas que eu fiz e depois coisas que eu nem fiz.

[Wade cala a boca você tá errado, ele só foi ridículo porque jogou coisa na sua cara mas até o que ele jogou em você o maldito tava certo]

- PAREM DE DAR RAZÃO PRA ELE - Bato a porta de casa com força.

- WOW, calma ai nervosinho a porta não fez nada - Neena grita da sala - O que o Aranha fez agora?

- Como você sabe que ele fez alguma coisa?

- Você sempre vem nervoso por causa dele - Ela nem se dá o trabalho de olhar para mim - Acho que já passou da hora de você superar o inseto e ir atrás do menino doce que gosta de você e mora ali do lado.

Começo a rir feito um maníaco e agora ela me encara com uma mistura de pena e curiosidade - Você acreditaria se eu dissesse que acabei de beijar o nosso vizinho e o Homem Aranha na mesma noite?

- Na verdade sim, mas eu acho que só um desses retribuiu o beijo - Ela tem um tom ácido na voz como se aquilo fosse me fazer ficar mal.

- Na verdade o Peter é o Aranha - Ela quase derruba o controle da televisão - Então os dois retribuirão.

- DESDE QUANDO VOCÊ SABE DISSO? - Dominó levanta num pulo - Peraí, você ficou esse tempo todo torturando o pobre garoto? Wade se você fez esse menino sofrer propositalmente eu juro pela própria morte que nem Thanos fará você ficar vivo.

- Foi naquele dia que você disse pra eu parar de investir no Aranha a verdade é que estava falando do Peter.

- Agora tudo faz sentido, nossa como não reparei na voz? - Dominó está claramente irritada com sigo.

- Mas agora não interessa quem é quem pois os dois são babacas - Neena nem está prestando a atenção em mim ela digita algo no celular e alguns segundos depois olha para mim.

- Eu preciso atender essa ligação espera um pouco Wade - Então ela sai da sala e volta minutos depois - Quer ir na lanchonete comigo? Sabe, afogar suas lágrimas em um copão de cappuccino.

- Contanto que seja por sua conta.

- É incrível como você consegue ser um aproveitador independente do seu estado emocional - Ela passa o braço pelo meu ombro - Vamos encher o rabo de cappuccino, Wilson.

Dominó e eu caminhamos até a lanchonete, ela me ouviu reclamar a todo instante de como Peter era mimado, como ele me irritava, como ele é babaca por ter me tratado como me tratou. Neena não comentou nada apenas acenava com a cabeça e ouvia atentamente.

- Sabe Wade eu concordo totalmente com tudo que você disse, porque você não senta naquela mesa lá no fundo enquanto eu vou pedir nossas bebidas? - Concordo com a cabeça, vou até a mesa e desbloqueio meu celular e abro as mensagens que eu mandei para o Peter, nenhuma era nada demais só ele perguntando se ia sair mais cedo ou se eu podia deixar o pedido dele pronto. Aquele bocó.

(Você gosta taaaaanto dele devia ligar para ele)

- Não gosto não.

[Gosta sim, mas não devia ligar se respeite Wade]

- Não gosto e não ia ligar.

(PAREM DE ATRAPALHA MEU CASAL NOSSA)

- NÃO SOMOS UM CASAL - Bato a mão na mesa irritado e percebo que todos envolta estão me encarando então abaixo a cabeça momentos um copo é posto na minha frente.

- Sabe você não precisa gritar para todo mundo que não somos um casal - A voz que vem é mais grave que a de Neena mas tem o mesmo tom de sarcasmo que o dela, levanto a cabeça na hora e lá está ele na maior cara de pau sentado na minha frente com aquele cabelo bagunçado, aqueles olhos marrons lindos escondidos atrás de um par de óculos extremamente bregas mas que combinam muito com ele. Maldição como eu vou ficar bravo com alguém lindo desse jeito?

- Cadê a Neena? 

- Ela disse que já voltava - Ele toma um gole do que tem dentro do copo - Mas faz tanto tempo que acho que ela deve ter voltado para casa.

- O que você está fazendo aqui? - Tento meu máximo para ser rude mas é impossível fazer isso sem uma discussão, esse menino é tão lindo. EU O ODEIO.

- Neena me ligou depois de um tempo que você me deixou plantado e disse para eu vir aqui resolver essa babaquice - Ele toma mais um pouco - E cá estou.

- Como você consegue? - Peter coloca a bebida na mesa e me olha curioso.

- O que?

- Se fazer de vitima até quando está errado - Eu me levanto mas ele segura meu braço.

- Desculpa, olha Wade eu sei que fui um babaca em te jogar todas aquelas coisas na sua cara mas você precisa admitir que não sou o único errado aqui - Eu me sento novamente e o encaro esse. Menino é horrível ele é lindo de morrer e sempre está certo eu odeio ele.

- Me desculpe também, não devia ter te manipulado mas você precisa entender que tenho que ser cuidadoso mas isso ainda não é desculpa - Tomo um gole do meu cappuccino - E só pra ficar bem claro, eu não brinquei com seus sentimentos eu só descobri que era você alguns dias depois de quando você chorou no telhado e eu sei que devia ter tirado a máscara e gritado quem eu era e acabado com seu sofrimento mas volto a dizer preciso ser cuidadoso não virei o melhor no campo tirando a máscara para qualquer um que conhecesse o Wade.

- Eu entendo, me desculpe por toda aquela situação - Nós dois levantamos na mesma hora chocando meu rosto com o dele - Você bateu na minha cara com a sua.

[Caramba você é um inútil em Wade, será que algum dia você vai conseguir fazer algo sem estragar tudo no final?]

Sinto algo encostando em cada bochecha minha - Esse é o jeito certo de chocar rostos - Peter puxou meu rosto junto ao seu e tocou minha boca com a sua, diferente de mim ele não foi lento nem nada do tipo ele foi voraz não se segurou em nada além de mim era como se só nós dois existíssemos naquele instante. Ele e eu, eu e ele e o resto era apenas um borrão. Então na mesma forma que nos juntamos nos separamos, abruptamente.

Abro meu olho e vejo ele sorrindo bobo para mim então ouço palmas, olho envolta e todos na lanchonete estão de pé batendo palmas para nós dois. Peter chega do meu lado e fala no meu ouvido.

- Acho que agora não tenho como não dizer que somos um casal - Eu viro para ele e dou-lhe um beijo leve na testa.

- Só se você quiser que sejamos então seremos.

- Então somos oficialmente um casal - Eu poderia ser mais feliz?

(SPIDEYPOOL ESTÁ VIVÍSSIMO MEU POVO)