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História Confidences - 14 confissão: Revelações


Escrita por: LukaHatsune

Notas do Autor


OLÁ MEUS NEKOS! LEIAM AQUI!

Antes de tudo, eu sei, não atualizei a fic a muito tempo e quando eu atualizo é uma edição de capítulo, mas me deixem explicar.

Sempre que eu posto um capítulo eu volto pra ler mais tarde com um olhar mais crítico, e quando eu voltei pra ler esse eu simplesmente pensei: "Meu Deus, não acredito que postei isso."

Ou seja, tô respostando porque estava horrível.

Então, eu editei, tirei umas coisas, coloquei outras e por ai vai. Eu espero que leiam e gostem.

E só voltando a dizer, muito, muito obrigada a todos que comentaram e favoritaram a história. Chegamos a 100 favoritos e eu estou muito feliz! Muito obrigada a todos vocês!

Agora, chega de falar, até lá em baixo.

Capítulo 17 - 14 confissão: Revelações


Olhava Adrien em silêncio enquanto ele lia um livro. O semblante sereno fixado nas linhas e entrelinhas, captando cada detalhe daquelas páginas amareladas.

Enquanto Adrien olhava para o livro, Natasha o olhava. Gravando cada detalhe de seu rosto, cada mínimo detalhe. Ainda estava receosa, achava que havia voltado cedo demais, - mesmo tendo sentido a maior felicidade de toda sua vida quando reencontrou o filho. Estava tensa, e mesmo que pudesse esconder aquilo muito bem como tantas vezes havia feito não podia continuar fazendo aquilo para sempre. Às vezes quando se perdia em pensamentos, ela vacilava e podia sentir os olhos preocupados de Adrien cair sobre si, e então ela apenas sorria e dizia que tudo estava bem.

Mas a realidade, é que nem tudo estava bem.

Enquanto olhava para ele, sempre reparava em sua cicatriz longa e esguia em seu rosto, reparava em como ele usava apenas camisas de mangas longas. Era algo que ela mal entendia, mas que tinha um receio de perguntar, como se aquilo fosse lembrá-lo de algo incômodo demais.

Mas ela precisava saber de tantas coisas. Havia tantas explicações que ela precisava.

Mas como perguntar algo assim?

—O que foi?

Quando percebeu, viu os olhos de Adrien focados em si, brevemente preocupados. Dessa vez, porém, ela não sorriu nem disse que tudo ficaria bem.

Ela olhou-o e pegou suas mãos. Hesitando nas próprias palavras.

—Minou.—Sua voz saíra tímida. —Eu sei que você passou por coisas incômodas, mas eu preciso saber... Saber o que aconteceu com você, por que só usa camisas de mangas longas não importa o calor, por que tem essa cicatriz em seu rosto... Preciso saber o que aconteceu com você... E também o que aconteceu com seu pai.

O rosto de Adrien era vago, não chegava a demonstrar alguma reação. Deixou vagamente o livro em qualquer canto antes de coçar em um ato de nervosismo a própria nuca.

Ao ver essa ação por um momento Natasha se questionou se deveria ter perguntado isso a ele.

—Quer dizer. —Ela disse rápido como se as palavras saltassem de sua boca. —Não precisa dizer se não quiser, talvez quando se sentir melhor ou...

—Não, tudo bem. —Adrien a cortou com a voz hesitante. —Eu tenho que falar disso uma hora ou outra.

Fechou os olhos e respirou fundo. Não acreditava que estava falando daquilo novamente, trazendo lembranças à tona novamente. Lembranças incômodas. Traumáticas e, acima de tudo, dolorosas.

Afinal, ás vezes durante a noite ele ainda ouvia sussurros. Ainda ouvia de leve a voz e as ameaças, ainda por um momento de distração ele achava sentir uma lamina fria sobre sua pele. Era tudo uma ilusão, era verdade. Ele estava seguindo em frente com um dia após o outro era verdade. Mas ele sabia que algo assim não era deixado para trás.

Era pútrido, era nojento, tenebroso. E ao ver os olhos da mãe em uma preocupação curiosa, mas ainda sim com um inegável brilho, ele se questionou se valeria a pena tirar-lhe aquilo.

Mas não podia evitar, ela tinha que saber de tudo.

Então, se fosse pra saber, que fosse ali.

—Bom... Eu uso essas blusas porque eu tenho outras cicatrizes como essa no rosto que eu tenho que cobrir. —A voz de Adrien soara vaga. —Cicatrizes que... Foi o pai que deixou.

—Seu... Pai?—Natasha tinha uma expressão confusa e incrédula. —Mas como? Quando?

Respirou fundo, mantendo a calma o máximo possível. Aquilo seria difícil.

—Eu também não sei ao certo quando tudo começou. —Falou em um tom vago. —Só lembro que um dia, eu cheguei em casa e ele parecia diferente.

—Diferente como?

—Eu não sei explicar. —Disse por fim após um longo minuto de silêncio. —Ele parecia estressado, inquieto e... Fumava.

—Seu pai estava fumando?—A dúvida e surpresa eram evidentes na voz de Natasha. —Ele era a pessoa que mais detestava cigarros no mundo.

—Eu sei, e isso também me deixou confuso. Mas eu resolvi não questionar, ele continuava estranho e eu não queria o deixar mais estressado do que ele já estava. —Adrien fechou novamente os olhos reunindo a coragem necessária. —E então começou.

Natasha não soube o que fazer a não ser ficar parada em seu lugar sem conseguir mover um músculo ao ver Adrien puxar hesitante a manga da camisa, revelando uma pele marcada por cicatrizes. Finas e esguias como as de seu rosto, mas também pequenas marcas circulares espalhadas por todo seu braço.

O tamanho exato de um cigarro.

—Ele começou de repente. —Ele disse em um murmúrio. —Primeiro foram ameaças, depois gritos... E quando me dei por mim, às coisas haviam saído de controle.

Por mais que tenta-se, nenhuma palavra saia da boca de Natasha. Estava muda, paralisada, incrédula com o relato que lhe era contado.

O rosto sério de Adrien demonstrava o quanto eram verdadeiras suas palavras. Mesmo que seus olhos estivessem marejados, como se tivesse cada palavra doesse.

—E então ele me queimava com os cigarros. —A voz de Adrien soara trêmula pela primeira vez. —E então vieram socos, vieram facas e eu tinha medo. Ele não ameaçava só a mim, ameaçava a meus amigos, a todas as pessoas que eu amava. E por mais que eu tenta-se eu não conseguia falar, eu estava tão apavorado tão...

Parou por um instante e puxou o máximo de ar que seus pulmões permitiam. Queria conter as lágrimas que ameaçavam correr por seu rosto, não queria chorar. Não queria chorar por causa dele novamente, não depois de chorar tudo que podia nos tempos que passou praticamente preso.

—Eu fiquei semanas nisso. —Voltou a dizer depois de seu longo momento de silêncio. —E com uma ajuda completamente inesperada eu consegui me livrar. Consegui me salvar e ele foi preso. E esta. —Tocou o próprio rosto. —Foi a última cicatriz que ele fez.

Ao calar-se pode ouvir a respiração falha vinda da mãe. Levantou o rosto e o que viu fora Natasha com o rosto avermelhado banhado por lágrimas finas.

—Mãe?

—Eu não... Não posso... Eu...

Não conseguiu dizer nada. Os soluços cortaram sua garganta saindo altos por sua boca. Estava desesperada, as palavras ecoavam em sua mente e seu coração apertou-se de forma tão dolorosa ao perceber por tudo que o filho havia passado.

Por tudo que ele havia passado enquanto ela estava longe, escondida, com medo de algo que ela nem mesmo sabia se ainda era real.

E o que mais lhe doía, era o fato de seu marido. A pessoa que mais amou no mundo, ter sido capaz de fazer uma atrocidade daquelas.

Sentiu ser envolvida pelos braços do filho a puxando para um abraço apertado. E ela chorou alto e sem se importar com quem ouvia.

E pela primeira vez desde que chegara fora ela quem teve de ser consolada.

...

As horas haviam passado. O dia chegava a seu final com o céu pintado em uma aquarela laranja e azul com estrelas despontando por todos os lados.

Adrien observava aquela obra natural de seu quarto. Depois daquela conversa não vira a mãe pelo resto daquele dia, e ele entendia perfeitamente. Ela precisava pensar, precisava por em ordem seus pensamentos depois de tudo que lhe fora dito.

E até mesmo ele precisava fazer aquilo.

—Estou atrapalhando?

O grito de surpresa escapara por entre seus lábios. O coração palpitou mais forte, e ele não soube dizer se era pelo susto que havia levado ou por pela primeira vez em meses ele encontrar novamente a sua heroína vermelha.

Literalmente.

—Ladybug... —Fora tudo que conseguira dizer.

—Olá. —A voz dela soara tão tímida quanto a primeira vez que se dirigira a ele. —Já faz um... Bom tempo não é?

Ainda não conseguia dizer nada. Tentando inutilmente se recuperar e associar as coisas. Em um momento, estava pensando em tudo o que acontecera em meses, em seus problemas, nas conversas problemáticas. E então, de repente, lá estava ele sem conseguir dizer uma única palavra ao encara o rosto corado e o olhar constrangido de Ladybug para si.

Ás vezes, até mesmo Adrien se surpreendia com as voltas que sua própria vida dava.

—É... —Foi apenas o que ele conseguira dizer antes de recompor-se. —Já faz uns quatro meses...

—Eu sei. —Ela disse ao andar até o seu lado. —Eu não sei o que dizer por ter sumido assim... Acho que um “me desculpe” já é um bom começo, não é mesmo?

—Sim, é. Mas eu ainda prefiro começar por um “onde você estava”.

Ladybug deixou que um sorriso nervoso toma-se conta de seu rosto. O que diria a ele? Que estava passando algum tempo longe de problemas? Que estava cuidando de certo gato preto descuidado e que sumia misteriosamente? Ou que estava dando uma volta no Arco do Triunfo com aquele mesmo gato?

Que desculpa arranjar agora?

—Eu estava... Resolvendo algumas coisas e... Até mesmo me recuperando de tudo o aconteceu, nunca tinha enfrentado algo assim.

Quando terminara aquela frase ela respirou fundo esperando a reação de Adrien. Afinal, ela não havia dito necessariamente a verdade, assim como não havia necessariamente mentido. E assim que o vira concordar levemente soltou sem perceber um suspiro de alivio.

—Mas não vim aqui falar sobre mim. —Ladybug disse aproximando-se mais um passo. —Eu vim aqui saber como você esta.

—Bem eu acho. —Adrien disse entre um suspiro frustrado. —Vou levando um dia de cada vez. Mesmo que eu acabe sendo forçado a enfrentar algumas coisas desconfortáveis.

—Como assim?

—Acho melhor não falar disso agora. —Falou ao olhá-la. —Eu acho que já tive demais desse assunto por hoje. Apenas confesso que fiz várias, e várias revelações. Então...

Aproximou-se um passo receoso, deixando entre eles apenas uma mera distância de poucos centímetros fazendo o rosto de Ladybug tomar uma cor mais rubro do que ela achava possível ser.

—Então... Será que você pode ficar aqui, só um pouco? Só até eu conseguir esquecer isso tudo?

Ladybug concordou minimamente e os dois voltaram seu olhar para o pôr-do-sol. A conversa morrera ali e depois, ambos ficaram em seu confortável silêncio aproveitando a companhia um do outro.

...

"Era uma vez, um Pavão e uma Borboleta.

 

Ambos eram diferentes, mas completavam a si mesmos de uma maneira que apenas eles podiam fazer, contrariando qualquer lei que a natureza e qualquer outro ser havia ditado.

O que o Pavão e a Borboleta não esperavam, era que entre eles, havia um caçador nas sombras."

 


Notas Finais


Beijos meu amores. Comentem, e me digam o que acharam, ok?

E eu ainda continuo sentindo muita dó pela Natasha.

Enfim, até mais.

Beijos!


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