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História Confidences - 17 confissão: Má sorte


Escrita por: LukaHatsune

Notas do Autor


OLÁ MEU NEKOS! Como vocês estão?
Bom, eu tô aqui fugindo das pedras que devem tá jogando em mim, hehe.

Eu sei, eu demorei para um caramba, e eu espero que me desculpem por isso, mas é que os dias tão corridos, e a falta de inspiração deixa tudo complicado, mas em compensação o capítulo saiu até grande.

Bom, agora chega de enrolação, espero que gostem e até lá em baixo!

Capítulo 20 - 17 confissão: Má sorte


 

Em diversas culturas — praticamente todas elas — o gato preto era um sinal de má sorte. E com o tempo, Adrien começou a achar que não importava quem fosse o pobre gato preto ele traria a seu inocente dono má sorte.

E mesmo que Marinette não fosse necessariamente sua dona, ele havia trazido o azar para a moça a seu lado.

Ela permanecia em silêncio, tocando distraidamente o relicário de coração em seu pescoço. Ele havia o dado a ela, ela tinha em seu pescoço uma lembrança persistente dele, de Chat Noir. O que ela estaria pensando dele naquele momento? Estaria o amaldiçoando? O chamando de todos os nomes ruins que ela conhecia? Ou apenas pensando no quão decepcionada ela estava?

Porque além da persistente tristeza e do medo, decepção era algo ainda mais presente.

Ele havia a decepcionado? Havia traído sua confiança? Quando eles se vissem ele ainda poderia chamá-la de princesa? Aliás, eles ainda se veriam?

A resposta obviamente seria sim afinal, ele estudava com Marinette, a via praticamente todos os dias. Então por que tinha aquela incomoda sensação?

E a resposta também era obvia. Mesmo que fossem a mesma pessoa, Adrien era o extremo oposto de Chat Noir, sua personalidade, seu jeito de agir, seu olhar, até mesmo o que ele tinha com Marinette era diferente quando ele era o gato preto que a fazia companhia a noite. Tudo era diferente.

Mas ele tinha o medo de que aquele diferente acabasse não se tornando tão bom. Adrien havia admitido a si mesmo que apenas era ele como ele gostaria ser quando estava com Marinette ou com Ladybug na forma de Chat Noir, escondido por aquela máscara — mesmo que sua Lady não gostasse tanto da maneira como ele agia. Mas aquele era ele, seu verdadeiro eu.

E o pensamento que veio a sua mente ao olhar Marinette suspirar sofregamente novamente foi: “O que seu verdadeiro eu faria?”

A resposta surgiu mansamente como uma brisa que veio de seu interior: “Fale com ela, mostre que está preocupado, mostre que está ali para ela, faça alguma coisa

Adrien não seguiu seu próprio conselho ao pé da letra, porém ele escorregou pelo banco do carro e parou ao lado de Marinette. Ela levantou o olhar o encarando com seus olhos azuis cansados fazendo com que novamente a pontada de culpa chegasse em seu coração.

E mesmo que estivesse se sentindo culpado — o pior ser humano do planeta talvez — ele forçou seu melhor sorriso e segurou as mãos ainda trêmulas de Marinette e a puxou para que sua cabeça pousasse sobre seu ombro acariciando suavemente seu braço.

Havia infinitas coisas que Adrien poderia ter tido naquele momento, em infinitas possibilidades e em infinitas maneiras diferentes, mas naquele momento, aquele pequeno ato bastou.

O caminho pareceu durar mais do que Adrien poderia pensar. E quando se deu conta, ele já ajudava Marinette a sair de dentro do luxuoso carro. Ela, assim que pisou no chão e olhou para a mansão atrás de si lançou um olhar interrogador para Adrien.

— O que estamos fazendo aqui? — Ela o perguntou com sua a voz baixa.

— Eu achei que seria melhor você não ir para a sua casa agora. — Ele a respondeu segurando a sua mão. — Sabe, com tudo isso acontecendo eu achei que talvez seria bom você ir para um lugar diferente e aliviar a cabeça. Eu posso pedir para avisarem seus pais. Não ficou chateada, ficou?

Marinette olhou para Adrien e pela primeira vez naquele dia voltou a sentir a sensação que tinha sempre que estava perto dele. Sentiu coração bater mais rápido e o rosto esquentar, o olhar dele demonstrava preocupação e nada além disso.

Ela não saberia dizer se aquilo era uma maneira de compensar a maneira como ela havia o ajudado na questão de Gabriel, ela apenas sabia que depois daquilo um sorriso mínimo surgiu em seu rosto junto ao de Adrien, e assim que fez isso, ele segurou mais forte sua mão.

— Não, não fiquei. — Ela disse segurando mais forte sua mão. — Obrigada Adrien.

Os dois não soltaram suas mãos até que chegassem a porta, quando Adrien tocou a maçaneta arqueou as sobrancelhas como se tivesse se lembrado de algo importante. E naquele momento Adrien realmente se perguntava como havia esquecido daquilo.

Olhou para Marinette atrás dele e com um sorriso ainda maior ele disse:

— Quero que conheça uma pessoa. Só me prometa que não vai ficar surpresa.

Marinette concordou com a cabeça e entrou atrás dele. Já havia estado naquela casa inúmeras vezes, mas nunca deixava de se surpreender com o luxo que havia ali. Porém, não foi naquilo que ela reparou, ela seguira o olhar de Adrien até o topo da escada onde de costas ela pode ver uma esbelta mulher loira com um vestido branco que lhe caia extremamente bem olhando para o quadro no alto da escada. Um quadro que Marinette admirou nas poucas vezes que o vira, ela achava a beleza da mãe de Adrien encantadora.

— Eu não gostei muito desse quadro quando o fizeram. — Ela disse como se soubesse quem havia atrás de si. — Mas olhando depois de tanto tempo, eu até senti falta dele.

E quando ela se virou para olhar Adrien, Marinette simplesmente sentiu seu queixo cair.

A misteriosa mulher que descia a escada com tamanha elegancia que chegava a ferir o coração de Marinette que se sentia uma extrema desajeitada era indentica a pintura.

Era a mãe de Adrien.

Quando ela parou a sua frente Adrien soltou vagamente a mão de Marinette e abraçou forte a mãe e deixou que um longo suspiro de alívio escapa-se, — algo que não passou despercebido por Natasha que sorriu ao segurar o rosto do filho.

— Eu disse que ainda estaria aqui. — Ela disse com um tom de quem havia ganhado uma aposta antes de voltar seu olhar para Marinette que permanecia parada atrás de Adrien ainda em choque. — E eu posso saber quem é a sua bela amiga?

— Ah, claro. — Adrien disse segurando novamente a mão de Marinette fazendo-a piscar várias vezes. — Mãe, essa é a Marinette. Marinette essa é a minha mãe, Natasha.

Marinette fez um breve aceno com a mão, Natasha porém levou a mão a boca, as sobrancelhas arqueadas. Deu dois passos em direção a ela com um legítimo olhar de surpresa.

— Meu Deus. — Natasha arfou. — Marinette, eu não acredito que é você!

Marinette olhou para Adrien e ele tinha o mesmo olhar que ela, dúvida e então Natasha riu como se tivesse lembrado de algo obvio.

— Me desculpe querida, é claro que não se lembra de mim, era só uma criança. — Ela segurou as mãos de Marinette. — Eu e sua mãe somos grandes amigas, conheci você quando tinha apenas alguns meses.

— Jura? — Marinette a perguntou, a surpresa surgindo junto com a notícia.

— Sim, eu queria muito que você e o Adrien pudessem brincar juntos algumas vezes, mas infelizmente eu nunca tive a oportunidade. — Natasha olhou para os dois a sua frente. — Mas vejo que isso não impediu que se tornassem amigos.

Marinette murmurou um “uau” juntamente com Adrien. Natasha olhou para Marinette de cima a baixo e deixou novamente que um suspiro escapa-se.

— Você virou uma moça linda. — Ela disse. — Tem os olhos da sua mãe.

E todos naquela sala sorriram, Adrien e Marinette trocaram breves olhares repletos de paz e leveza.

Adrien admitiu para si mesmo. Se como Chat Noir ele trazia a má sorte, a sua mãe era como o último trevo de 4 folhas do mundo.

— E o que traz você aqui Marinette?

Com uma simples frase Marinette sentiu sua breve paz cair. Sua situação voltou como um soco em seu estômago, e ela fechou com força os olhos.

Natasha olhou para Adrien e ele apenas tirou o celular do bolso, parado ainda na matéria que lera durante a madrugada e ainda estava lá. Ela correu os olhos pela matéria e assim que terminou devolveu o celular a Adrien e segurou as mãos de Marinette não hesitando em a puxar para um abraço.

— Ah querida. — Ela disse. — São os boatos não são?

Natasha viu quando ela concordou. Adrien aproximou-se da mãe e assim como ela, aproximou-se de Marinette e a olhou como quem queria a proteger, e de fato, ele queria.

— Eu a trouxe aqui porque talvez fosse melhor para ela fugir disso tudo. — Adrien disse. — E talvez tivesse algum jeito de ajudá-la.

— Deve haver um jeito. — Natasha disse, atraindo a atenção de Marinette que afastou-se de seu abraço.

— Como? — Marinette a perguntou, a voz saindo ligeiramente embargada.

— Quando eu comecei a namorar o Gabriel, as coisas eram meio turbulentas para mim. — Ela o respondeu. — Prefiro não falar sobre, mas boatos eram o que mais existiam. Com o tempo eu consegui desmentir vários deles, e eu vou te ajudar querida. Ainda não sei como, mas vou, te prometo.

Marinette sorriu, Natasha beijou sua testa antes de levá-la para um dos vários quartos de hóspedes com um pedido de que passasse a noite ali e uma promessa de que seus pais teriam permitido até o fim da noite. E assim que voltou a sala, encarou Adrien com um pequeno sorriso de lado.

— Minou. — Ela o chamou.

— O que mãe?

— O que a Marinette está fazendo com o meu relicário?

Quando Adrien foi para seu quarto sua mãe ainda estava acordada e conversava fervorosamente com Nathalie, ela estava decidida a ajudar Marinette, não importava como teria que fazer, ela faria.

Adrien deveria estar dormindo, assim como Plagg, mas em vez disso, o Kwami olhava para Adrien com a irritação e mal humor de sempre, talvez um pouco pior.

— Você é um idiota ou algo assim? — Plagg retrucou coçando os enormes olhos verdes. — De todas as pessoas do mundo você é a única que ela não quer ver!

— Mas eu tenho que vê-la Plagg. — Adrien disse, voltando de novo para o Kwami com os braços cruzados. — Eu tenho que falar com ela… Do jeito certo.

A última coisa Adrien viu Plagg fazer antes de se transformar foi bufar com força e revirar os olhos. E segundos depois Chat Noir saiu pela janela, andou coberto pela noite no telhado da casa até parar em frente a janela do quarto de Marinette. A abriu devagar, entrou silenciosamente no quarto olhando para a moça encolhida na cama, parou um momento e olhou para ela.

Ele já havia perdido a conta de quantas vezes havia feito aquilo. Gostava de ver a tranquilidade no rosto dela, era como se o contagia-se e por mais que estivesse em uma situação ruim, aquilo o acalmava por completo.

Porém daquela vez, mesmo em sono, o rosto de Marinette estava rígido, preocupado, o extremo oposto de como ela sempre era.

Aquilo estava o torturando.

— Princesa? — Ele murmurou as garras passando de leve por seu rosto. — Princesa, pode me ouvir?

Marinette estremeceu, levantou a cabeça e assim que viu Chat Noir seus olhos se arregalaram. Quando abriu a boca, ele levou o dedo aos próprios lábios em um sinal de silêncio.

Ela levantou-se da cama, e antes que pudesse dizer qualquer coisa sentiu o travesseiro de Marinette chocar-se contra ele o jogando para o chão. Ela continuou, batendo com toda a força que podia repetidamente.

— Hey! — Ele protestou. — Mari, Mari para!

Chat Noir segurou o travesseiro firme, as garras sendo cravadas firmes nele. Pelo escuro ele pode ver o rosto vermelho de Marinette, a respiração arfante da moça chocando-se contra seu rosto.

— Tem noção do que fez? — Marinette disse ofegante. — Você tem a mínima noção do que fez?

— Mari, olha eu não queria que aquilo acontece-se, tudo bem? — Ele a respondeu. — Eu sei, foi uma idiotice completa te levar para o Arco e te beijar lá em cima, mas eu juro que eu não queria que as coisas terminassem assim.

Marinette soltou o travesseiro. Sentou-se no chão, levou as mãos até o rosto e o cobriu, encolheu-se próxima a cama. Não se mexeu, não disse nada, mal pareceu respirar. E novamente a culpa acomodou-se em seu coração como uma dolorosa pontada.

— Princesa… — Chat Noir murmurou, aproximando-se mansamente dela. — Hey eu…

— Eu sei que sente muito. — A voz abafada de Marinette saiu. — Eu sei disso, mas… Mas é difícil Chat… Eu não quero mais isso.

Ele ouviu quando os soluços de Marinette saíram altos pelo quarto escuro. Chat Noir em um momento de culpa ainda maior a puxou para um abraço longo e apertado, por várias vezes Marinette tentou se afastar dele, arriscou-se até mesmo a socar os ombros dele. Mas algo que ela não podia negar era que Chat Noir era mais forte que ela, e ele a manteve ali junto a si até que sentisse que as lágrimas dela corressem por seu rosto e caírem sobre o uniforme.

— Eu sinto muito por ser sua má sorte princesa. — Ele a confidenciou em um sussurro. — Eu realmente sinto muito.

Havia diversas coisas que ele poderia ter dito naquele momento, em diversas maneiras e diversas formas de dizer.

Mas assim como naquela manhã, aquele ato bastou.


Notas Finais


É Mari, conhecendo a sogra hein hehe.

E eu continuo com muita peninha da Mari, mas ela é forte independente irreverente (quem assiste o Luba pegou a referencia).

Enfim meu amores, eu espero que tenham gostado e comentem tá?

Beijos!


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