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História Confie o mínimo no amanhã - Segundo


Escrita por: batmanuu

Capítulo 2 - Segundo


 Atordoada. Essa é a palavra que define minha situação. Be foi preso? Por que raios o filho dele me deu quatrocentos dólares? Por que Be seria preso? Tenho acompanhado a vida dele meio que de perto nos últimos tempos. Percebi que a saúde dele não anda muito bem e passei a cuidar do mercado no turno da manhã. Por mais que ele tenha um filho que trabalhe com cultivo e tráfico de drogas, ele é maior de idade e seu pai não tem nada a ver com isso. Ele é um homem honesto e que nunca fez mal a ninguém. A não ser que o filho dele o tenha usado para alguma coisa.

Fui até a casa de Be para ver como sua esposa estava, já que era caminho, passei numa padaria e levei uns salgados e uma caixa de suco. Chegando na casa dela, me deparei com dois policiais na porta:

- Você não pode entrar aqui, moça.

- Tá, mas você pode me explicar o que está acontecendo? POR QUE VOCÊS LEVARAM MEU CHEFE?

- Haha, parece que alguém vai perder o emprego! - o policial debochado disse para o policial de olhos claros.

- Relaxa, com essa sua carinha, consegue outro fácil, fácil. - o Olhos Claros disse. No fim, todos eram uma variação do Debochado.

Voltei para a casa com um pacote de salgados e uma caixa de suco. Pelo menos tinha comida.

 

Chegando em casa, liguei a TV no canal de notícias, e lá estava: “Dono de mercado típico é preso por esconder quatro quilos de drogas variadas, além de um corpo de um policial em sua propriedade”. Atordoada ainda é a minha palavra do dia. Be não fazia ideia. Foi por isso que o filho dele me deu o dinheiro. Eu era a única que sabia da verdade. A única que ficava horas depois do trabalho conversando com Joana, esposa de Be. Era a única que sabia (mas não contava para ninguém) o nome de Be: Victor Valdez.

Victor Valdez não mataria um policial. Victor Valdez não tem força nem para abrir a porta de seu estabelecimento. Victor Valdez tolera o fato de seu filho trabalhar com drogas apenas por ser melhor do que ele morar nas ruas. Victor Valdez é inocente. Victor Valdez caiu numa armadilha feita por seu próprio filho.

Vou até a casa de Be novamente, e os policiais ainda estão lá. Tenho que fazer alguma coisa. Tento pedir para o Olhos Claros se eu posso entrar na casa só um pouco para falar com Joana e depois de muitas súplicas e muitas humilhações, consegui. Joana estava sentada no sofá conversando com um delegado talvez. Tenho que me intrometer. Tenho que contá-los que Be não tem nada a ver com isso.

- Joana! - chamei.

- Oh querida! Eu não sei onde Be estava com a cabeça! Ainda não creio que ele fez isso.

- Mas ele não fez! Foi seu filho, ele até me deu dinheiro para não contar nada. Só não sei o motivo…

- Mocinha, você está dizendo que Victor Valdez foi acusado injustamente? Recebemos uma denúncia anônima na delegacia de alguém que alegava que Victor Valdez tinha drogas e um cadáver escondidos em seu departamento. O denunciante disse que tinha trabalhado para o senhor Valdez por meio ano e…

- Não! Isso está errado! Nenhum dos empregados de Be o chamava pelo nome, alguns nem sequer sabem o nome dele! Be não contrata ninguém que não seja conhecido dele, com exceção de mim. Ele me contratou porque eu era nova na cidade e não conhecia ninguém e estava desesperada por um emprego e ele não encontrava ninguém de confiança. Antes de os policiais entrarem no mercado, o filho dele, Romeu, me entregou um monte de dinheiro e saiu correndo. É eles que vocês devem pegar! Não Be!

Nesse ponto da conversa, Joana estava aos prantos e o delegado estava mais confuso do que antes. Ele me mandou ir para a casa tomar um banho de água fria para me acalmar e assegurou que cuidaria desse assunto com policiais e investigadores e não com uma garotinha que tinha acabado de chegar na cidade e nem sabia o nome da rua em que morava.

- Água fria? Até parece que vou me acalmar com água fria! Delegado idiota. Romeu idiota. - falei para o vento, enquanto voltava para a casa. Topei com meu vizinho no elevador, que debochou da minha cara, dizendo que provavelmente, eu estou envolvida com o caso, já que sou a única “inquilina” no negócio de Be. Nem olhei pra cara dele. Só entrei na minha casa e adormeci.

 

Quando acordei, estava começando a amanhecer. Decidi ir até a padaria ver se estava aberta. Óbvio que não estava. Malditos preguiçosos donos de padarias! Fui até o posto de gasolina mais próximo e comprei um copo de café. Comprei não, ganhei.

- Eu soube da história do dono da Vmexican. Triste. Eu gostava de ir lá por causa da garota do caixa. E porque tinha promoção todo o sábado de manhã. Deixa que eu pago seu café, Garota do Caixa. Agora que você está desempregada, não pode ficar gastando suas economias em cafés de posto. - esse não era um ser que sempre aparecia no mercado, mas já tinha o visto outras vezes, e como cavalo dado não se olha os dentes, aceitei o café.

- Aonde você vai agora? - ele perguntou.

- Vou ver se consigo falar com a Joana, esposa do Vi… esposa do dono do mercado aonde eu trabalho.

- Quer que eu te leve até lá? Estou de moto, assim você não cansa as pernas. - claro, que eu NÃO ia andar de moto com um estranho. Por mais que eu ame motos. Por mais que esse estranho não seja tao estranho assim e tenha a moto dos meus sonhos. Não.

- Não precisa. Preciso de um tempo para refletir e vejo se no caminho tem alguém contratando. Além do mais, morro de medo de andar de moto. - menti.

 

 

O caminho pra casa foi mais longo do que eu esperava. Entrei no prédio simples, sem porteiro e com um elevador que faz mais barulho que a boate da outra rua. Apertei no botão para o quinto andar, passei pelo corredor que levava até a porta de entrada e abri a porta. A primeira visão que tive foi a de Romeu:

- Ela tá aqui gente! - depois que ele disse isso, três homens saíram de dentro da minha casa e um deles me deu um soco na região do estômago e eu relutei, mas no fim acabei desmaiando.

 

Acordei sentada com as mãos amarradas para trás e um saco na cabeça. “Típico. Clichè.”, pensei. Estava quieto, mas eu podia ouvir a respiração de alguém, que quase passava desapercebida pela força das batidas sincopadas do meu coração.

- Quem tá ai? - perguntei, minha resposta foi uma forte batida na cabeça e mais um desmaio.

 


Notas Finais


xoxo


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