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História Confissões - Confissões


Escrita por: Ripper1998

Notas do Autor


É apenas o piloto de algo bem maior, deixem comentários e sugestões, espero que gostem porque quebrei muito a cabeça aqui pra fazer isso, boa leitura.

Capítulo 1 - Confissões


Tudo começa em um pequeno cômodo escuro, um homem com roupa de prisioneiro se encontra sentado, algemado com seus braços para trás e um capuz preto na cabeça.
Ele parecia inconsciente, mas não por muito tempo. Um soldado molha ele com água gelada fazendo o mesmo  despertar, tossindo desesperadamente para não sufocar devido ao capuz, pelos gemidos roucos que dava, parecia que ele estava quase no fim de suas forças e de sua vida, então o soldado que estava na sala se retira e o som do elevador de carga que ficava do outro lado do corredor se fez presente. Quando o elevador chega no andar do mesmo, ouvem-se passos e então uma voz bem calma diz:

-Eu precisava desse lugar, pra ouvir as palavras que as pessoas tem a dizer - falou enquanto se aproximava - Isso é algo que eles nunca irão entender.
O homem entrou na sala andando calmamente, sua face não podia ser vista pelo prisioneiro, e os poucos raios de luz que entravam na sala  não iluminavam o seu rosto assim o mantendo escondido.
-Você fez a sua parte, você nos contou o suficiente, você conhece a dor do tempo e mesmo agora você pensaria, como qualquer pessoa iria, isso não pode estar acontecendo! - o homem se senta.

- É a educação? Morais, Fé? Apenas a impressão de histórias de vidas? Cara a cara com o destino, bem exatamente onde você está e  continua a pensar que a ajuda está a caminho. O mundo no qual você nasceu foi feito para lhe salvar, não estou certo? É claro que estou! Todo mundo sabe disso. Até o seu ultimo suspiro você saberá. Sem a menor chance ou razão os restando, humanos são capazes de esperança. Eu não sou diferente, porém por uma coisa, quando a minha hora me chamou, eu não morri! Minha família morreu, meu país morreu, mas eles não me levaram junto. Tudo o que o inferno tomou de mim foi essa pele, essa camada exterior que me caracteriza  como "humano". - então o homem relaxa na cadeira, tira o seu chapéu e põe na mesa, ele inspira e volta a falar.

- Minha vila tinha um campo de petróleo e uma boa fábrica, todo o dia eu e meus amigos íamos ver nossos pais  trabalhando naquela fábrica. Era tudo oque eu tinha. Era todo o mundo que eu conhecia. Até que um dia, aeronaves vieram bem distante no céu, a fábrica foi bombardeada. Alguns...."espiões" contaram a eles que fazíamos armas. O prédio queimou, nós tentamos sair, a multidão bloqueou a saída, a multidão de pessoas, quente, estava muito quente -parecia mais relutante ao descrever essa parte.
-Eu tentei me arrastar, puxando suas pernas para chegar a frente mas o pisar de uma bota em meu estômago me fez ficar no chão, a fumaça deles queimando me preencheu, eu ouvi chamarem meu nome............mas não por muito tempo. - ele se inclina pra frente se aproximando do prisioneiro.

- No hospital uma enfermeira no corredor me viu e disse como se aquilo acontecesse todo o dia: "Eles deveriam deixar a pobre coisa morrer".

- Essas são as únicas palavras da minha língua mãe que eu me lembro, era a língua da minha vila, até tropas estrangeiras invadirem, e então a ultima identidade que me restava, as palavras que eu falava, foram tiradas de mim. Minha pele nunca mais sentiria nada, essa face seria queimada novamente, na tortura, nas mãos estrangeiras. Mas eu, eu continuo a queimar naquela  fábrica em chamas, mergulhado em óleo fervente, é tudo o que eu tenho pra sentir, aquela dor, tudo pra me lembrar que eu existo aqui. - o homem então ri sádico.

- Aqueles "espiões" informaram muito bem, nós fazemos armas certo, quando cartuchos de rifles vinham do campo de batalha nós os consertávamos e os enviávamos de volta para que nosso país pudesse vencer, ou para, que aquele pequeno mundo que conhecíamos continuasse. Percebi que eu não devia morrer, eu sou a ultima esperança deles, todos aqueles que pereceram e me deixaram aqui, eu tenho que cumprir algo, se eu não fizer, a vontade deles será descartada desse mundo. - então o homem se levanta e caminha até o prisioneiro e remove o capuz dele revelando sua face para o mesmo.

O pobre prisioneiro continuava gemendo de dor e parecia não se importar ao ver a face toda deformada e queimada de seu torturador, ele estava em suas ultimas forças.

-Então? Você me vê agora? - questionou o torturador - Me diga, o que você vê? - perguntou mas o prisioneiro não tinha mais forças para falar- Hmmm? Você tem olhos, o que os seus olhos veem? - novamente o prisioneiro não responde e o torturador ri sadicamente.

- Sim, isso mesmo, você vê uma "Cara de caveira", você me vê como a caveira que eu sou, minha marca, minha prova de humanidade. Eu não tenho país, não tenho um idioma, eu não tenho face, mas eu não perdi a minha caveira, então eu disse a mim mesmo.... A  dor e esforço que me mantém vivo nunca conheceram alívio, nunca conheceram consolo e nunca serão pagas. Eu sei disso, mas eu disse a mim mesmo para ter foco em uma esperança, uma esperança não existente para me guiar por esse mundo flamejante, uma esperança, chame-a de sonho, uma ilusão melancólica. Enquanto as pressões internas queimam em mim eu me seguro para não chorar porque as palavras que estavam atreladas a mim se foram e tudo oque eu conhecia está morto. - ele se ajoelha e põe as sua mãos nos ombros do prisioneiro.

- Eu sei como você se sente, eu já senti isso, então me mostre, que eu não sou o único, que você também pode voltar para esse mundo por vingança............Você me vê?..........Não morra - ele balança o corpo do prisioneiro que não reage- Não morra!.........Ahnnnn - grunhiu desapontado.



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