(Leiam as notas, obrigada!).
"..."
Olhei para Artur, ele estava suando e parecia nervoso. Ele abriu a boca, mas mão saiu nenhum som. Ele parecia estar nervoso e sem reação, congelado. Pisquei confusa e balancei a cabeça.
- A vaca de ontem comeu a sua língua?- perguntei e ele me encarou surpreso.
- Alice... - tentou dizer, mas ficou sem voz novamente.
- Diga logo! Não quero me atrasar.
- Eu comprei esse buquê para você! - ele disse me entregando as rosas.
Fiz uma careta.
- Para quê? Para eu te acertar com ele na sua cabeça? Eu nem gosto de rosas...
- Como não? São suas flores favoritas!
- Eu gosto de girassóis!
- Mas que raios é isso?
- É uma planta, seu burro!
- Mas não tinha essa planta lá! Por favor, aceite as rosas.
Peguei o buquê, dei um sorriso irônica, andei até o lixo mais próximo, abri a tampa e joguei o buquê dentro. Tudo bem... aquilo foi um pouco infantil da minha parte e eu não queria ter feito aquilo com as rosas, elas eram bonitas, mas eu precisava mostrar para ele, que eu não era a mesma. Eu tinha voltado a ser eu, quem eu era realmente. A completamente irônica, agressiva e bipolar, Alice.
- Pronto! - bati uma mão na outra, como se tivesse terminado o serviço.
- Então, isso significa que você não quer voltar comigo?
- Preciso escrever para você entender? - peguei uma caneta jogada nem minha bolsa, peguei seu braço e escrevi bem grande: Não!
- Bem direto - ele disse.
Tampei a caneta e joguei ela em minha bolsa novamente, eu ia sair andando, quando ele me segurou pelo braço e me encarou:
- Desculpa, ta? Eu não quis te fazer sentir humilhada, eu não devia ter feito aquilo. Eu sou um garoto completamente idiota. Não mereço alguém como você. Você é esperta, bonita, confiante, madura e muito perfeita para ser real. E eu sei que eu destrui seu coração e eu sinto muito.
As pessoas já estavam nos rodeando, consegui ouvir suspiros das líderes de torcida, me segurei para não revirar os olhos ou soltar o palavrão mais sujo que eu conhecia. Apertei minha mão, com raiva. Como ele se atrevia a fazer aquele show no meio do corredor? Eu tenho certeza que só fez aquilo para pegar alguma idiota por aí depois do almoço.
- Eu preciso de um tempo para pensar - eu disse.
Ele assentiu, abaixou a cabeça e me soltou.
- Tudo bem... - ele disse.
Eu não queria mais falar com ele, tinha medo que ele me convencesse a voltar atrás. Então, me afastei da multidão e dele e entrei na classe de matemática.
- Parece que alguém não está mais no País das Maravilhas.... Bom dia, Alice - disse Carolyn rindo ao lado de suas amigas metidas. Olhei para Lisa, ela n ria ou expressava qualquer emoção, apenas me encarava.
O professor de matemática estava atrasado. Sorri e abri a minha bolsa, tirei minhas pulseiras, meus brincos e anéis de menininha. Estava na hora de acabar com aquilo. Olhei para o nerd na primeira carteira, seu nome era Carlos e era alguém que eu zoava muito na época da antiga Alice. É, eu estava com saudades de falar com ele. Me aproximei dele.
- Batom! - falei e ele me deu o batom preto,que sempre levava em sua bolsa sem questionar. Passei em meus lábios perfeitamente, sem qualquer ajuda de um espelho. Devolvi o batom ao Carlos.
- É bom ter você de volta! Esse batom ia apodrecer - ele disse.
- É bom estar de volta! E obrigada por guardar meu estoque de maquiagem em seu armário.
- Sem problemas - ele sorriu.
Olhei no fundo da sala, Chloe estava sentada com meus antigos amigos, ela ao me ver de volta, sorriu. Peguei minha bolsa do chão, andei firme até Carolyn e arrastei sua carteira até mim, me agachei e encarei os seus olhos.
- Escuta aqui, sua bruxa. Eu não sei que tipo de feitiço você colocou em mim, mas agora acabou. A Alice está de volta. Isso mesmo! Aquela garota brega, de roupas pretas, totalmente rebelde, agressiva e sem paciência. Aquela Alice na qual você destruiu, mas que agora vai derrubar o seu império. Entendeu? - quando terminei, puxei a carteira mais perto ainda, encostando nossos narizes, ela me encarou espantada.
- Entendido - ela falou tão baixo que quase não saiu um som da sua boca.
- Ótimo.
Me sentei na frente de Chloe, ela me cutucou.
- Parece que a Alice mau humor voltou, finalmente.
- Dessa vez, é para ficar.
- Que bom. Senti sua falta.
- Eu também. Quer se encontrar no esconderijo mais tarde? Sabe... precisamos conversar...
- Claro.... concordo com você.
As aulas passaram voando, eu estava louca para conversar com Chloe após tanto tempo. Queria recuperar meu tempo perdido com ela. Ela era muito especial e eu não queria a perder de novo.
A noite, pulei a janela do meu quarto para me encontrar com Chloe, era tão bom estar livre novamente, sem aquelas patricinhas e suas regras bestas de beleza. Eu me sentia eu mesma. Corri até o nosso esconderijo atrás da casa de Chloe. Entrei no amontoado de árvores e esperei em nossa árvore de encontro.
De repente, escuto passos e vejo os olhos azuis de Chloe iluminados pela lanterna. Ela se aproxima de mim, sorrindo.
- Você veio.
- Claro que sim - eu disse também sorrindo.
- Acho que você me deve explicações.
- Sim...
Me sentei na grama e Chloe se sentou do meu lado. Respirei fundo e ela segurou uma de minhas mãos.
- Não se preocupe. Pode confiar em mim - ela disse.
- Depois que nós brigamos, há uns seis meses, Lisa me obrigou a me arrumar para uma festa com ela, disse que queria me animar. E eu não sabia quem tinha sido convidado, eu pensei que íamos a uma balada, mas não. Quando cheguei lá, Artur, Carolyn e todos os mais populares estavam na festa. E eu bebi, porque eu estava muito triste. Nós tínhamos brigado feio, Chloe.
- Alice... eu sei... me arrependo muito...
- E.. - lágrimas surgiram em meu rosto - Eu fiquei um pouco bêbada, fiquei com Artur e eu me senti culpada, com vergonha... e por isso, e eu não queria olhar na sua cara de novo. Então, Lisa e Carolyn me ajudaram e me transformaram em uma patricinhas como elas. E eu e Artur ficamos mais vezes, até que começamos a namorar e eu comecei a gostar muito dele.
- Se apaixonou?
- Não...
- Como assim?
- Eu ainda sou apaixonada por outra pessoa. Artur foi um cara que eu gostei, Chloe. Só isso!
Chloe sorriu. Ela se aproximou, senti sua respiração perto da minha.
- É bom mesmo, porque se ele tentar quebrar seus sentimentos novamente. Eu arrebento ele.
Eu ri, muito alto e Chloe me acompanhou. Eu estava com saudades dela.
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