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História Confissões de uma perturbada - Capítulo 22: Recomeço...


Escrita por: Lamartini

Capítulo 23 - Capítulo 22: Recomeço...


Fanfic / Fanfiction Confissões de uma perturbada - Capítulo 22: Recomeço...

Naruto


Faz mais ou menos um ano que não a vejo e nem falo com ela.

Hinata se isolou completamente do mundo e de mim.

Na última conversa que tivemos, Hinata me disse que precisava de um tempo só pra ela. Um tempo sem ninguém, "um tempo para vagar por aí e se descobrir" foi o que ela me disse. Em um primeiro momento, eu a apoiei, pensei que essa era uma oportunidade dela crescer. Mas agora, tudo que consigo pensar é no quão preocupado eu estou. É o último ano de Hinata na faculdade. Durante todos esses anos nós temos nos falado e nossa estranha relação tem dado certo. O que realmente me preocupa é que Hinata não me deu nenhum sinal de vida durante esse ano afastada. Nem à mim, nem ao seu pai. E o modo como ela praticamente me expulsou da Inglaterra, me fez pensar se ela ainda continuaria comigo.


Um ano atrás:


- Acho que vou fazer umas viagens... Sozinha...- ela disse enfatizando que eu não era bem-vindo.

- Sério? Para onde você está pretendendo ir?- perguntei tentando disfarçar o tom de decepção na voz.

- Sei lá por vários lugares diferentes. Vários países de continentes diferentes. Preciso me descobrir melhor antes de voltar para o Japão.

- Bem isso parece ótimo. Não esqueça de mandar fotos e cartas de onde você estiver.

- Aí é que está. Não vou usar nenhum meio de comunicação. Quero dispensar tudo que possa me atrapalhar ou me desfocar. Quero que seja eu e só. Nada de contato.

- Mas como vou saber se você você está bem? Se você está precisando de alguma coisa, onde você está...?

- Calma Naruto! Parece até meu pai, credo. Eu vou ficar bem.

- Como eu vou saber?

- Só confia em mim.

- Como posso confiar em alguém que é completamente maluca e sem juízo feito você Hinata?

- Nossa! Agora me senti ofendida. Não sou tão inconsequente quanto pensa, Naruto. Tudo bem que já fiz muita merda nessa minha vida, mas eu cresci. E não sou doida. Tenho apenas um modo diferente de viver minha vida, um modo que a deixe menos chata. Mas se você ainda não entendeu isso e ainda não confia em mim, é melhor você ir embora.

- Espera Hinata, também não é assim... Me desculpa! É só que eu me preocupo demais com você.

- Que seja! De qualquer forma você tem que ir. Eu vou embora amanhã mesmo.

- E a faculdade? É o seu último ano!

- Esse é o menor de meus problemas.- ela disse e caminhou até a porta de seu dormitório, abriu e esperou que eu passasse.

- Me desculpa, não quero que fique chateada comigo.

- Não estou.- ela disse e me beijou rápida e suavemente.- A gente se vê daqui há um ano.


             ***********


O telefone vibra no meu bolso me despertando de meus devaneios.

- Uzumaki.

- Desculpe o incômodo sr. Uzumaki é que chegou uma correspondência na direção da faculdade para o senhor. Achei um pouco incomum e resolvi ligar.- a voz da secretária do reitor diz, e eu fico confuso.

- Sem problemas, chego aí em dez minutos.- disse e desliguei.

Seria possível que fosse dela? 

Bem, talvez depois de um ano ela achou que deveria pelo menos mandar um sinal. 

Não estou muito longe da faculdade e chego na direção bem rápido.

- Senhor Uzumaki, peço perdão mais uma vez, por ter ligado. Mas me pareçeu importante.- diz a secretária.

- Sem problemas. Muito obrigado!- digo pegando o envelope e saindo da sala.

Já dei as minhas aulas de hoje e estava indo para minha casa. O envelope estava com o remetente no nome dela. Quando notei isso, foi que me apressei mais ainda para abrir a carta. Quando vi o conteúdo, fiquei se entender. Esperava uma carta contando... Sei lá as "aventuras" dela, o que ela fez todo esse tempo que esteve fora, com quem esteve...

Mas no envelope só havia a foto de um cachorro, ainda filhote, preto e branco.

Fiquei sem entender o que Hinata estava tentando me dizer. E então fiquei furioso. Até que meu telefone tocou:

- Uzumaki!- disse com uma rispidez incomum.

- Ui! Ele tá nervoooso!- meu coração dispara quando ouço essa voz. Ainda é macia e calma mas que também carrega um quê de travessura.- Relaxa aí Narutinho, estresse faz mal para a saúde.

- Hinata?- pergunto sem acreditar.

- Euzinha!

- O que...? Por que...? O que você estava pensando Hinata? Um ano! Um ano sem falar com você, sem saber como você estava, onde estava... Eu morria de preocupação todos os dias pensando se você estava bem!- disse. Do outro lado da linha, Hinata ficou muda. Por u momento pensei que ele havia desligado ou que iria me responder da maneira mais ríspida possível. Mas o que Hinata disse me surpreendeu.

- Eu sei. Me desculpa Naruto. Mesmo. Mas eu precisava desse tempo. Naruto eu amadureci tanto. Eu fiz tantas coisas simples mas que de alguma maneira ajudou pessoas. Eu vi tanta coisa... Estou uma nova mulher. Sei que devia ter mandado notícias mas estive muito ocupada e desligada do resto do mundo...- ela disse soltando um suspiro cansado.- Mas não houve um só dia em que eu não pensasse em você, meu amor. Não havia um só dia em que não sonhava que estava de volta, para casa. Com você e com meu pai.

- Eu também senti sua falta. Muito.- disse e pude ouvir um pequeno sorriso. Hinata havia deixado de ser aquela menina atrevida e passara a ser uma mulher decidida.- Então... Qual é a desse cachorro?

- Você gostou?- ela perguntou.

- É bonitinho. Como se chama?

- Roger Waters.

- Espera... Esse não é o vocalista do Pink Floyd?

- Sim. É que o Roger e eu amamos o Pink Floyd.- ela responde e eu sorrio.

- Então... Ele é seu?

- O que você pensa de cachorros?- ela desconversou.

- Eu gosto deles, particularmente.- digo.

- Ah que bom! Achei que poderíamos ter problemas. Mas já que você gosta...- o telefone fica mudo. Meu coração dispara. Depois de um ano Hinata resolve dar sinal de vida, e logo hoje o sinal cai? Só pode ser brincadeira... 

Tento retornar a ligação, mas não consigo. Quando estou na beira de um ataque de nervos, sinto algo em minhas pernas, quando olho vejo que é um cachorro... Não qualquer cachorro, mas, "o cachorro". Sem sombra de dúvida esse cachorro é Roger Waters... Eu me agacho e o pego sorrindo, o cãozinho me enche de lambidas eufóricas.

- Ele gostou de você! Isso é bom.- a voz atrás de mim diz e eu me viro sem acreditar.

Está mais linda do que eu me lembrava, o cabelo mais curto, mas ainda assim lindo. Os mesmos traços delicados e o mesmo sorriso radiante. Mas já não é uma menina e sim uma mulher. A mulher que eu amo. A minha Hinata Hyuuga.


Hinata


Estive nas regiões mais pobres do mundo. Presenciei os mais diversos tipos de miséria e fome que pude presenciar. Ajudei pessoas com atitudes tão simples que não acreditei que fosse possível. Fiquei um ano inteiro viajando de um campo de refugiados á outro.

Ajudei pessoas a voltarem a se movimentar, a progredirem seus movimentos. Era isso que a faculdade de fisioterapia me permitia fazer, devolver os movimentos e a esperança para as pessoas.

Pessoas que foram mutiladas pelas armas, pela guerra, que já dura há anos...

Não foram cenas fáceis de se ver. E as histórias são piores ainda de se ouvir. Aquelas pessoas passaram por coisas terríveis. Coisas piores do que eu mesma passei. Aliás ,se comparada as histórias deles a minha é fichinha. Essas pessoas não conseguem dormir uma noite, sem ter pesadelos horríveis. Elas enfrentam tantos demônios que eu fico com medo por eles. Mas a esperança que eles possuem, a vontade de viver é admirável. E foi isso que me motivou a ser uma pessoa melhor.

Eu sentia a falta de Naruto, do meu pai, da Kurenai...

Sabia que estava deixando todos preocupados. Mas era por um bem maior.


Mesmo agora olhando para ele, é difícil que eu realmente encontrei alguém para amar. Amar de verdade.

Naruto me envolve em um abraço apertado, como se ele não acreditasse que eu estava mesmo ali. Cheira meu cabelo e depois o afaga. Se afasta e olha dentro dos meus olhos, seus olhos estão marejados mas nos lábios há um sorriso. Ficamos nos olhando, nossos narizes encostados. E então ele me beija. Como se ainda não acreditasse que eu estava ali, na sua frente.

- Eu te amo!- é tudo o que ele diz.

Não sei o que pode nos acontecer no futuro. Mas se aprendi algo, é que enquanto estamos vivos, temos que batalhar para sermos felizes, para nos sentirmos realizados. Não podemos desistir, quando algo dá errado. Temos que persistir até que dê certo.

Mas isso só é possível se nos acreditarmos em nós mesmos, e se tivermos alguém que nos impulsione.

Naruto é u meu impulso nesse momento. E espero que continue sendo por um longo tempo.

- Também te amo!



Notas Finais


Fiiim!!


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