É claro que voltamos a tocar no assunto mais uma vez, mas somente mais uma. Uma longa conversa para colocar definitivamente uma pedra em cima de todos os erros do passado. Era hora de começar uma vida nova. A ironia dessa história é que o tempo todo eu tentei procurar respostas que pudessem justificar os meus atos, as minhas inseguranças. Eu queria ser libertária, mas ao mesmo tempo ter plena consciência de todos os caminhos que eu percorria. Era como almejar mergulhar de cabeça no desconhecido sem querer tirar os pés do chão firme, procurando uma forma de tentar reafirmar para mim mesma a minha “pseudo” auto-suficiência. O que me desconcertou foi perceber que as respostas que eu procurava não estavam em mim, mas em outra pessoa, ou melhor, em um sentimento verdadeiro trocado com outra pessoa. Foi perceber que eu tentava ser libertária sem nunca realmente ter me libertado do meu próprio “casulo”. Enfim as barreiras tinham sido rompidas.
Estamos juntas há 4 anos. Há 2 anos, Dani e eu passamos a morar juntas (apenas duas “amigas” dividindo um apartamento, é claro). Ano passado me formei em jornalismo e estou começando uma carreira. Vamos ver no que isso vai dar. Encontrei o Marco somente mais uma vez, logo depois de todos aqueles acontecimentos. Ele mal falou comigo. Tudo bem, não posso condená-lo. Fiquei sabendo que ele se casou há poucos meses. A Aylén tem sido uma grande amiga. Ela e a Dani se dão super bem. Consegui reunir um grupo de antigas amizades na minha vida. Uns aceitaram mais facilmente, outros demoraram um pouco mais, mas isso não desgastou a nossa amizade. A Alyson, de grande amiga, virou cunhada definitivamente. Agora que ela não está mais namorando tem saído com a gente direto. Uma ótima companhia.... Calma, ela continua hetero.
E assim estamos levando. Um “casamento” quase perfeito. Sim, porque temos as nossas diferenças, o que é comum. Mas na realidade somos pessoas muito parecidas. Não colocamos limites nas nossas fantasias. Procuramos tornar cada dia diferente do anterior, e assim vamos encontrando a fórmula para manter um relacionamento em constante renovação. Nem sempre dá certo, pois como falei, é “quase” perfeito, mas nunca fechamos portas nas nossas vidas. Mesmo sabendo que irei utilizar uma frase clichê, mesmo assim o farei, pois considero que ela seja bastante adequada à nossa história, que “será eterna enquanto durar”. Na realidade, gostaria de poder encerrar com um “e foram felizes para sempre...”, mas isso não é um conto de fadas, então temos que nos adaptar, viver cada dia como se fosse o último, sem deixar de lado uma boa dose de “inconseqüência calculada”. Nesses 4 anos, fizemos muitas loucuras, de todos os tipos. Situações extremamente interessantes. Bom, mas isso já é uma outra história...
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