História Conflitos Internos... - Talk dirty to me

- Eles já se separam e a Jeny já está se ocupando com o elfo. É a nossa hora. - o branquelo careca conhecido por Lukas falou baixo para os outros quatro homens que estavam juntos no pátio de treino.

- E o moleque está sozinho? Você tem certeza? – o de boné para trás indagou, levantando-se do banco.

- Sim, o Phil avisou que viu ele entrando no vestiário.

- Não vamos perder tempo então. – o mais novo que possuía uma cicatriz no queixo e cabelos claros pulou do banco e andou um pouco para frente. – Lukas fica perto do quarto que a Jeny tá. Quando eles terminarem avise imediatamente o Phil. Ele vai ficar no corredor do vestiário. Eu e o Rob vamos entrar com o Max.

- Certo. – Lukas acenou e voltou para dentro do prédio, sendo copiado pelos outros três homens que tomaram o caminho para o vestiário.

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- Ahh, Fynn, cala a boca! Já falei que não vou arrancar a cabeça de ninguém. Que porra. Você é chato, cara.

                Ryan discutia aparentemente sozinho, mas isso era oque todos achavam, afinal ninguém sabia - nem mesmo Ágares - que Ryan tinha um companheiro espiritual. Entretanto totalmente indesejável. Fynn era um pequeno demônio que somente Ryan conseguia ver e interagir. O conhecera ainda criança quando teve sua segunda “visita” ao limbo. Por que isso acontecia? Ryan não fazia idéia até descobrir sua verdadeira natureza; um nephilin. O híbrido de um demônio e um anjo. Talvez por ter um lado sombrio ele era capaz que enxergar e viajar para o outro plano.

“Você que é um frouxo mesmo. Os caras estão falando que você dá o cu pro Ágares e como você age? ‘Ta de boas’. Se fosse eu, queimaria os filhos da puta enquanto eles dormem.”

- Eu não disse que... Ah! Vai se foder. – o garoto retirou a camisa que usava e jogou em cima do banco que ficava no centro do corredor entre os armários do vestiário. Pegou uma toalha, jogando-a por cima do ombro e descalçou os sapatos.  – Mas... Por que eu tenho que tenho que dar o cu? – parou oque fazia e voltou à atenção pro companheiro.

“Isso é fácil deduzir só pelo modo que vocês ficam de gracinhas. E também porque, primeiro, o Ágares é maior que você... e é negão; não tem como aquele cara ser passivo. Segundo porque entre vocês dois quem tem mais cara de viado é você. E terceiro porque você é branquela. Já viu aqueles pornôs inter-raciais em que..”

                Ryan franziu o cenho irritado. Pegou um dos calçados e jogou na direção em que Fynn estava, todavia ele atravessou o corpo imaterial do pequeno demônio, batendo contra a parede e caindo no chão.

“Errou. Seu burro. Além do mais, tenho certeza que ele quer te comer.” A voz do demônio era regada de sátira e risadinhas camufladas, enquanto ele flutuava em volta de Ryan provocando-o.

- Por que você não para de me encher a porra do saco e desaparece? – o garoto levantou do banco e seguiu para a área dos chuveiros.

“Porque você ia ficar mais sozinho do que já é.“

- Antes só do que mal acompanhado. – retrucou abrindo os cintos e o registro do chuveiro.

“Tem gente vinda aí. Vou vazar fora porque nãoquero ver o pau de ninguém. Divirta-se..” Dito isso, o pequeno demônio deu uma risadinha e flutuou para longe da vista de Ryan, atravessando uma parede.

-Graças aos deuses paz...

                Mas antes que retirasse as calças, Ryan notou de canto de olho três homens se aproximando. Teriam o ouvido falar sozinho? Ah, ele não se importava com isso. Contudo achou estranho que nenhum deles estava com uma toalha, e ainda usavam as roupas. Seus instintos o alertaram.

- Falando sozinho de novo, moleque?  Você é mesmo estranho...

                Um deles tomou a frente. Era o homem baixinho e de cabelos castanhos. Logo atrás outro usava o boné virado e ao seu lado o barbudo que esbarrara no refeitório a dois dias atrás. Ryan os encarou.

- Se estou ou não, isso é problema meu. Oque querem?

- Só viemos te avisar de uma coisa. – o de boné deu um passo ficando mais próximo do baixinho. – Você é novato aqui, não ta acostumado ainda. Mas a gente vai te ensinar.

                Lentamente os três caminhavam na direção de Ryan, cercando-o com um ar hostil.  Ele também se moveu lentamente, dando dois passos para trás. Retirou a toalha do ombro.  Mesmo não sabendo das habilidades físicas dos três, Ryan mantinha uma pose orgulhosa. Era um nephilin afinal de contas, estava muito acima das capacidades humanas. Esses caras não sabiam com quem estavam se metendo. 

- Parece ser algo tão urgente que precisaram atrapalhar meu banho. Mas se estão querendo me intimidar, estão fazendo do jeito errado. – ele sorriu de canto, encarando-os. – Falem logo de uma vez oque querem porra.

- Você e aquele elfo negro desgraçado. Ficam de viadice por toda a base. Mal chegaram aqui e acham que vamos ter que engolir a putaria de vocês. – agilmente o homem de boné tirou uma faca curta de dentro da bota. Ryan franziu o cenho. – A Aquila não é lugar pra viado não!

                Ele avançou no garoto, sendo copiado pelo baixinho que também se armou com uma faca parecida. Provavelmente pegaram as laminas curtas que usavam nos treinos mais avançados.  Ambos atacaram simultaneamente dos dois lados, flanqueando Ryan. Contudo o nephilin se moveu mais rápido saindo do alcance deles. Os dois atacaram novamente. O primeiro aplicou um golpe descendente mirando o braço de Ryan, que novamente desviou. Já o segundo mirou um corte horizontal em seu abdômen que foi aparado.  Ele segurou em sua mão e torceu o braço do homem de boné, desarmando-o. A faca caiu no chão e Ryan a chutou para longe.  Aplicou um soco de direita no rosto dele, fazendo-o cair dentro de um dos boxes.

- Vocês são patéticos se acham que conseg...

                Ryan só teve tempo de virar o corpo e proteger a cabeça antes que o golpe acertasse suas costelas, o jogando contra a mureta. Grunhiu com a dor. De alguma maneira o barbudo se aproximara dele tão rápido que Ryan só percebeu quando era tarde demais.

- Até que você é rápido pro seu tamanho hein, bigodinho. – ele passou a mão no local atingindo certificando-se que não tinha quebrado nada. Mas a dor o incomodara demais.

                Ergueu o corpo e viu que o maior o havia acertado com um pedaço de cano de ferro. Onde conseguira aquilo?!

-Depois a Viper fala que eu sou marginal. Tirou isso do cu, ow filho da puta?

                Ryan se recompôs e encarou o barbudo. O julgara precipitadamente, talvez, mas só talvez, ele não fosse tão ruim quanto pensara. Contudo os outros dois eram palhaçada para o garoto. Rob, o homem que Ryan socou, levantou-se também mexendo no maxilar dolorido, e mesmo desarmado não recuou.

                Não recebera resposta alguma de Max, o barbudo, somente uma careta mais fechada.

- Ah, do tipo caladão. Clichê.

-Não vai se achando não, moleque. – provocou o baixinho – Você pode ter dado sorte, mas estamos em três. Dê um vacilo que a gente te arrebenta, seu viado.

                Ryan ergueu uma sobrancelha. Numericamente estava em desvantagem levando em consideração que também estava desarmado.  “Você é um animal mesmo.” Culpou a si mesmo por nãoter praticado nenhuma arte marcial antes ou em conjunto com seu treinamento com espadas quando mais novo. Sabia o básico de defesa pessoal, mas só isso. Enquanto divagava, novamente os três o cercaram. Ao menos eram espertos, teve que admitir. Percebeu que caso se afastasse muito enquanto dois deles o atacassem pelos flancos, daria as costas ao terceiro que poderia acertá-lo. Ryan começara a se irritar tanto pela estratégia deles quanto pela provocação.Cerrou os punhos, contudo logo se lembrou que ainda segurava a toalha de banho. Teve uma brilhanteidéia e rapidamente a torceu, segurando na outra ponta.

- Viado é teu pai, seu filho da puta.

                Retrucou no mesmo tom de provocação do outro, que se irritou e o atacou, todavia Ryan já esperava por isso. Assim que estava em seu alcance, sacudiu a toalha na direção dele e acertou a ponta retorcida em seu rosto(JOSÉ TOALHA!), especificamente no olho do baixinho. Ele largou a faca no chão e se afastou com a mão na cara, proferindo palavrões direcionados ao nephilin. Ryan riu descaradamente, não acreditara que aquilo funcionou de fato. Mas antes que pudesse agir, o outro homem avançou nele no mesmo tempo que Max também o fez pelas costas.

                Tendo sua atenção focada no grandalhão, Ryan desviou de um golpe que teria acertado sua cabeça, todavia escolheu o lado errado. Ao esquivar-se para a direita o baixinho acertou-lhe um chute na parte de trás da perna. Ryan desequilibrou e abaixou-se, imediatamente o outro homem atrás de si acertou um golpe em seu rosto. Caiu de lado e tentou revidar, mas novamente o homem baixinho com cicatriz no queixo imobilizou seu braço esquerdo ao tempo que o outro o copiava imobilizando o direito. Teria escapado facilmente, no entanto o terceiro golpe surpresa que recebeu no rosto o desnorteou totalmente. O gosto de sangue invadiu sua boca e o líquido quente escorreu pela lateral de sua cabeça, se destacando entre seus cabelos brancos e pele clara.

- Eu falei que a gente ia te pegar a hora que você vacilasse, sua bicha. – proferiu o baixinho, agora com um olho fechado e inchado.

                Os dois homens que o seguravam ergueram-no do chão. Max aproximou-se dele e sem mais socou o abdômen do nephilin com a mão livre, que grunhiu e cuspiu sangue e saliva no chão. Tossiu convulsivamente e um segundo golpe acertou o mesmo lugar. Ryan gemeu com a dor e sentiu o resto do almoço voltar à boca. E o terceiro golpe o fez expeli-lo. Tossiu por alguns segundos enquanto os dois que o imobilizavam riam dele.

- Mas é uma franga mesmo. Não aguenta umas porradinhas. Sua mulherzinha! Se achando foda, mas você não passa de um saco de merda.

- Ele só sabe dar a bunda mesmo! Viado do caralho! Não sei oque os chefes viram de tão especial nesse cara para contratá-lo.

                Isso já era demais. Ryan fechou as mãos e ergueu a cabeça encarando enraivecido o barbudo a sua frente. Havia um corte em seu lábio inferior, e o gosto amargo de bile junto com o sangue se misturavam em sua boca, além do fato de não conseguir respirar direito devido aos golpes recebidos. Como fora burro o suficiente pra deixar que aquela idiotice chegasse a isso?

- E ai Max? Que vamos fazer com ele agora?

- Abaixem a calça dele. – proferiu tirano.

                Os dois homens se entreolharam e firmaram o nephilin que se remexeu agitado tentando se soltar em vão.

- Oque vai fazer, cara? – perguntou o baixinho.

- Se esse moleque gosta de coisas na bunda, vou dar isso a ele. – Max segurou o cano de ferro mais firme entre seus dedos – Quero se vai continuar gostando depois. – deixou que um sorriso cruel brilhasse em sua face.

                Os dois homens o obedeceram e com certa dificuldade forçaram o garoto contra o chão, de bruços.

- Seus filhos da puta! Podem parar com essa porra! Eu vou foder com a cara de vocês se não me soltarem! –Ryan berrava e se remexia violentamente. Agitava os braços tentando se livrar do aperto e distribuía chutes do modo que conseguia. Contudo fora contido novamente pelos dois. – Me larga, porra!!