História Confused - Capitulo Cinco

DIAS ATUAIS

— Oppa, será que devo me preocupar? – Sun Hee perguntou colocando seu hashi em cima da mesa.

— Não, não. – balancei a cabeça negativamente.

— Tem certeza? Você parecia irrita…

— Eu já disse que não! – a interrompi num tom alto, socando a mesa com força.

Sun se assustou e rapidamente levantou-se.

— Eu deveria saber que você não mudaria. – foi rapidamente para o quarto.

Apoiei-me na mesa e baguncei meus cabelos num puro acesso de raiva.

— Sun, me desculpe. – me levantei e fui em direção ao quarto onde Sun estava discando algum número em seu celular.

— O que você está fazendo? – peguei o celular de sua mão, mas ela não me respondeu.

Olhei para a tela de seu celular e vi o nome “omma” brilhando na mesma.

— Por que estava ligando para a sua mãe? – encerrei a ligação antes que fosse atendida e a encarei novamente.

— Minha mãe disse que se eu estivesse triste ou irritada com algo, era para desabafar com ela. Yoongi, eu estou muito desapontada com você. – cruzou os braços e desviou seu olhar do meu.

— Por quê? – Sun suspirou e colocou um pedaço de seu cabelo por detrás da orelha.

— Você me deixou com medo. Achei que você fosse me machucar novamente como fez no passado…

Naquela hora senti um peso cair sobre mim e o sentimento de culpa me consumiu por completo.

— Sun Hee… Eu nunca faria isso novamente. Eu te amo. – aproximei-me da garota para lhe fazer um carinho, mas ela se afastou rapidamente de mim.

— Yoongi, pare com isso, por favor. – olhou para mim com os olhos marejados. — Não mexa mais numa ferida que você não consegue curar. É como se você colocasse um curativo em minha ferida e esse curativo sempre caísse, você sempre coloca o mesmo curativo por cima dela e isso não está mais dando certo! – sua voz ficou falha.

— Sun…

— Não diga uma palavra Yoongi. – me interrompeu. — Você sabe o porquê de eu não ter ido embora no dia em que tivemos aquela briga? Porque eu não tenho para onde ir, eu não tenho nada aqui em Seul além desse trailer e de você. – jogou seus braços para o ar. — Eu não fui embora porque não tenho dinheiro para eu ficar alguns dias em alguma pensão ou hotel, não tenho dinheiro para alugar uma casa, não tenho dinheiro para comprar uma passagem de ônibus para voltar a Daegu!

Eu queria dizer algo, a contrariar, ter argumentos para que ela parasse de falar aquilo mas… Eu não tinha palavras.

— Eu te amo, Yoongi. Eu te amo muito, mas eu não posso continuar assim. Por mais que você tente, nós nunca voltaremos a ser como éramos no começo. – engoli o nó que se formava em minha garganta e Sun Hee suspirou pesadamente.

A mais nova passou me empurrando para o lado e pegou uma bolsa que estava em cima da bancada da pia.

— Para onde vai? – perguntei parando no corredor.

— Eu preciso de um tempo para pensar, preciso pensar sobre você e eu. Volto antes do pôr do sol. – respondeu saindo do trailer.

Corri até a porta, impedindo-a de fechar e vi que Sun já se encontrava distante do trailer. Um suspiro escapou de minha boca e puxei os fios de meu cabelo num acesso de raiva. Eu estava tão... Confuso.

SUN HEE

Eu não sabia para onde iria, muito menos se voltaria para Yoongi. Eu estava muito confusa, precisava pensar no que fazer.

Peguei minha bolsa e a abri logo pegando meu celular. Olhei em minha agenda e vi um número bastante conhecido e que fazia tempo que eu não discava.

— Alô? – uma voz grossa e sonolenta atendeu.

— TaeHyung? – arregalei os olhos. Fazia tanto tempo que eu não escutava sua voz.

— Sou eu. Desculpe mas… Quem fala?

— Sou eu. A Sun Hee. – escutei sua risada e sorri.

— Sun Hee? É você mesmo? Eu não acredito! – ele parecia surpreso. — Eu pensei que você não iria mais ligar. Desde o dia em que você e Yoongi hyung foram embora de Daegu, eu espero você me ligar me dando notícias, como prometido. Mas Lee, já se faz um ano que eu não recebo notícias suas. Eu já havia até desistido…

— Uh… Aconteceu muita coisa durante esse tempo. – coloquei uma de minhas mãos no bolso de minha calça jeans.

— Você e o hyung… – Tae pigarreou. — Continuam juntos?

Olhei para o chão e mordi o lado interior de minha bochecha. Eu não sabia o que responder.

— Sun Hee? Está tudo bem? – o garoto chamou minha atenção.

— Tudo sim. – ri forçado, torcendo para que Tae não percebesse. — Então… Faz tempo em que não tenho notícias suas. – mudei de assunto enquanto me aproximava de uma barraquinha de tteokbokki no espeto.

— Ah! Eu tenho notícias ótimas. Você vai adorar saber. – sorri com sua animação. — Depois que vocês foram embora de Daegu, eu completei o colegial e fiz a prova para ver se conseguia entrar numa faculdade. E adivinha? Eu fui aceito em uma das melhores faculdades de Seul!

Peguei o tteokbokki no espeto que a senhora preparou e sorri.

— Oppa, eu estou orgulhosa de você! Quer dizer então que você está morando em Seul? – dei uma mordida no espeto.

— Sim. Você poderia me visitar qualquer dia desses, se você não estiver morando muito longe de Seul, claro.

— E se eu dissesse que moro em Seul? Só que eu moro na parte mais afastada do centro. – TaeHyung riu.

— Eu não acredito nisso. O destino é mesmo generoso conosco, não? – ri.

— E, por alguma coincidência, hoje estou no centro dando uma volta. – paguei meu tteokbokki e a senhora agradeceu.

— O que você acha de nos encontrarmos para tomar um Ice Americano?

— Eu adoraria! – me sentei em um banco ao lado da pracinha, onde algumas crianças brincavam.

— Me encontre na cafeteria perto da pracinha em vinte minutos. Logo, logo chegarei aí. – meu melhor amigo disse antes de encerrar a ligação.

Guardei meu celular e olhei para frente vendo que, no outro lado da rua se encontrava a cafeteria que Tae havia marcado de nos encontrarmos.

Um casal havia entrado no local e meus olhos marejaram assim que me lembrei da pequena discussão que tive com Yoongi minutos atrás. Até agora, ele não havia me ligado e, muito menos, mandado mensagem. Min parecia não se importar com o fato de que eu havia ido embora. E isso era o que mais me doía.