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História Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, nostalgia


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Gente estou enfrentando uma crise existencial rsrsrsr, sinceramente pensei que não iria conseguir fazer um outro capitulo tão cedo, mas como estou um pouco ansiosa por um assunto ai, resolvi extravasar o estresse escrevendo e né que funcionou.
Fiquem com mais um capitulo.
( Por mais que eu tente, mamãe não consegue abandonar vocês rsrsrs)

Capítulo 16 - Esse mordomo, nostalgia


Fanfic / Fanfiction Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, nostalgia

A carruagem corria pelo centro de Londres, Ciel estava em mais uma missão. O que afligia o coração de Vossa Majestade dessa vez eram óbitos suspeitos ocorridos nas ultimas semanas, e para acalmar o coração de Victoria, seu fiel cão estava incumbido de resolver esse problema. 

Porém, no momento havia algo que incomodava muito mais Ciel: era seu mordomo, Sebastian Michaelis. Há alguns dias Ciel vinha notando que o mordomo estava diferente do habitual, sendo mais específico, no relacionamento secreto deles. Não era uma mudança significativa, porém Sebastian estava mais contido, já não mostrava o mesmo fervor de antes. 

‘Ele se arrependeu?’ Ciel sentia os olhos do demônio sobre ele, estava sendo observado desde a mansão, mas toda vez que o olhava, Sebastian desviava o olhar. 

“Não fique me olhando desse jeito, desembuche logo. Está querendo me falar alguma coisa?” Ciel foi direto ao ponto.

“Nada, jovem mestre. Eu estava apenas lembrando que estamos no final de outubro e falta pouco tempo para seu aniversario de 18 anos. Como o tempo passou rápido, não acha? Você já é um homenzinho adulto.”

“Não me chame de ‘homenzinho’. Eu cresci bastante desde que nos conhecemos, temos praticamente a mesma altura agora.” Ciel odiava quando o outro fazia trocadilhos com seu antigo tamanho. 

“Verdade. Porém para mim, você será sempre uma criança.” O olhar do demônio poderia ser descrito terno. "Eu sou centenas de anos mais velho que você."

“Idiota.” Ciel virou o rosto, Sebastian sabia como ninguém irritá-lo.

‘Idiota.’ Esse era o problema.

Sebastian voltou a observar as ruas movimentadas, crianças corriam de um lado para o outro com sacolas de frutas oferecendo às pessoas que passavam, estas que por sua vez ignoravam e fingiam não ver aqueles pequenos esfomeados, estavam mais preocupadas em olhar as vitrines das luxuosas lojas, na duvida cruel de onde gastar seu precioso dinheiro. 

“Humanos são tão interessantes e egoístas.” Sebastian pensava. 

Ele olhou novamente para seu mestre, que também observava a paisagem a fora. A pouca claridade do dia frio e nublado fazia a pele de Ciel parecesse ainda mais branca, a friagem deixava suas bochechas avermelhadas, o cabelo acinzentado ficava quase negro com o clima fechado. Ciel era realmente belo, e ele o amava de um jeito que não pensava ser possível para um ser de sua natureza.

Essa era a grande questão. Sebastian amava Ciel e já deixou isso claro, mesmo que não fosse com essas exatas palavras, mas suas atitudes já diziam tudo. Porém, do jovem não se podia dizer o mesmo. 

Desde que se tornaram amantes, Ciel nunca chegou a falar o que realmente sentia, nunca tomou a iniciativa para alguma demonstração de afeto, a não ser no dia da visita de Alois, mas ele só fez por que viu que o mordomo estava chateado. Alem disso, todas as vezes que faziam sexo era Sebastian a tomar a iniciativa.

Enfim, o demônio se questionava se o que sentia era algo unilateral e o conde estivesse apenas confuso devido aos anos de convivência ‘forçada’. Seja como fosse, ele não estava satisfeito com essa situação, parecia que Ciel não o desejava na mesma intensidade, e o mais irritante era ver que essa indiferença era apenas com ele, pois com Elizabeth o jovem era gentil, e até mesmo com Alois, o maldito atirado. 

“Sebastian... SEBASTIAN...”  

“Sim?” Sebastian percebeu que o jovem já o chamava há algum tempo. “Desculpe, eu me distrai.”

“Eu percebi. Vem, já chegamos.” Como sempre, Ciel já estava impaciente. 

O destino dessa vez era um pequeno beco onde aconteceu o ultimo óbito. O caso não seria algo de importância em outras circunstâncias, afinal, várias pessoas morrem todos os dias, mas as mortes aparentemente sem explicação já estavam ficando rotineiras,  e, começavam a assustar a população londrina com a possibilidade de uma epidemia. Haviam várias pessoas no local, o que só dificultava o acesso à cena da morte, e é claro a Scotland Yard já estava lá. 

“Conde Phantomhive, estava achando estranho você ainda não ter aparecido.” Abberline o cumprimentou com um sorriso cordial. “Olá, Sebastian.”

O demônio acenou com a cabeça retribuindo o cumprimento. 

“É um prazer, Edward. O que temos dessa vez?” O conde jogou seu charme para cima do oficial, havia aprendido esse truque depois de anos observando demônio em ação. 

Ciel tinha ciência de sua beleza e aprendeu como usá-la para conseguir o que queria. Sebastian o havia ensinado que humanos se iludem facilmente pela aparência, e isso ajudava bastante em varias ocasiões. Só que o ato não passou despercebido pelo mordomo, que pôde notar a luxuria emanando do oficial.

“Dessa vez a vitima era um morador de rua de 8 anos, assim como nas  mortes anteriores, as causas ainda são desconhecidas.” Abberline tentou disfarçar o rubor, não tinha como negar, o jovem conde era atraente mesmo sendo um homem. 

“Ora vejam só quem está aqui, se não é o abutre... Opa! O cão queridinho da rainha.” Randall chegou. 

“É um prazer revê-lo também, Randall. Vejo que apesar da idade avançada, você ainda não esqueceu o senso de humor.” Um sorriso doce surgiu nos labios de Ciel. 

“Se veio recolher informações, pode dar meia volta. Não há pistas sobre as causas do óbito.” Randall resolveu não dar ouvidos as provocações do jovem, já estava acostumado a essa troca de ofensas toda vez que se encontravam. 

“Eu já estava mesmo de saída, já sei de tudo que precisava saber.” O conde lançou um olhar maroto para Edward que desviou os olhos para o chão. “Até a próxima Randall, Abberline. Vamos, Sebastian.”

“Com licença.” Sebastian fez uma reverência e foi trás do conde. “Aonde iremos agora, bocchan?”

“Vamos até ‘ele’.” Ciel fez uma careta, ele não gostava de recorrer a esse 'método', mas era o mais eficaz. 

S&C

Em frente a mais antiga funerária de Londres, Ciel deu um breve suspiro, teve que recorrer mais uma vez aos serviços de seu maior informante. Qaundo entrou, sentiu um desconforto no tímpano pelo rangido da porta já gasta. O pequeno sino pendurado na porta soou, avisando que alguém havia chegado. 

“Onde você está, Undertaker?” Sua voz ecoou pelo estabelecimento. 

“Hi hi hi, que prazer vê-lo por aqui, conde Phantomhive.” Funerário saiu de dentro de um dos caixões. “Já faz algum tempo que não nos vemos, mas que creio não veio para encomendar um dos meus caixões de luxo, não é mesmo?”.

Apesar de ser um esquisito possuidor varias cicatrizes pelo corpo, o funerário também era dono de uma beleza estranha, e os olhos que apesar de ficarem quase todo tempo cobertos pela franja, eram lindos... Os olhos de um shinigami. Undertaker era exoticamente belo. No entanto, não deixava de ser um esquisito. 

“Você sabe por que eu estou aqui, quero informações sobre as mortes que estão acontecendo recentemente.” Ciel como sempre foi direto.

“Deixa eu adivinhar, está é mais uma missão de nossa querida rainha?” 

“Pare de enrolar, eu não tenho tempo para conversa fiada." Ciel revirou os olhos, se recostando na grande mesa da sala.

“Você já sabe o meu preço, conde.” Undertaker sentou na cadeira atrás da mesa. 

“Irei esperar lá fora.” Ciel se dirigiu para a porta.

Sebastian suspirou, sempre sobrava para ele. “Entendido.”

Não foi preciso mais que cinco minutos para Ciel escutar uma risada estrondosa, que quase fez a velha fachada do estabelecimento quase cair. Ele tinha uma enorme curiosidade para saber o que Sebastian fazia para o shinigami rir de um jeito tão escandaloso. 

“Já  pode entrar jovem mestre, ele está disposto a nos ceder as informações.” O mordomo abriu a porta com um sorriso fechado, dando espaço para o conde entrar. 

“E então, diga o que você sabe.” Ciel disse sem rodeios. 

“Direto como sempre.” O shinigami pontuou, sem duvida o antigo conde Phantomhive era mais divertido que o atual. “Todos os corpos estavam ilesos, não aparentando qualquer tipo de perfuração ou golpe que indicasse assassinato.” Ele fez pausa para comer um biscoito em formato de osso. "Também não havia indícios de envenenamento ou algum tipo de doença, então restou apenas a hipótese de morte natural.”

“Morte natural?” Ciel repetiu não satisfeito, o funerário parecia esconder alguma coisa. “Seria muita coincidência várias pessoas morrerem de morte natural quase ao mesmo tempo.”

“Bem observado. De fato isso não seria nada comum hi hi hi! Mas tinha algo bem peculiar em todos os cadáveres, algo que passou despercebido pelos oficiais encarregados de remover os corpos.”

“E o que seria?” Ciel o instigou com um balançar de mãos, toda essa enrolação o irritava. 

“Quando fiz a necropsia, abri a boca das vítimas e encontrei algo bastante interessante.” Ele pegou mais um biscoito e comeu. “Todos os corpos estavam com a parte interna da boca queimada, como se tivessem pegado fogo de dentro para fora.”

“É impossível alguém pegar fogo de dentro pra fora, além do mais, se fosse assim os corpos iriam consumir em cinzas, e como você falou, não havia qualquer lesão neles.” O conde realmente não acreditava nisso, parecia fora da lógica. 

“Oh sim, de fato eles não estariam intactos ou teriam pelo menos indícios de queimaduras. Mas essa condição não é impossível, e seu mordomo pode explicar muito bem como isso pode acontecer, não é mesmo Sebastian?” O funerário olhou para o mordomo. 

“Vamos Sebastian, se você sabe de alguma coisa fale logo.” O conde exigiu, suas sobrancelhas enrrugadas. 

“É verdade bocchan, não é impossível. Essa é uma condição rara causada por seres da minha natureza.” O mordomo soltou um suspiro, não queria falar disso, mas estava sendo interrogado por seu mestre. “Isso acontece quando um demônio rouba uma alma à força e de forma bruta, com a vítima ainda viva e sem nenhum contrato. Ao arrancar a alma, o humano sente como se estivesse queimando por dentro, não chegam a ‘pegar fogo’ literalmente, mas as consequências são parecidas. Por isso elas estavam com a boca queimada, pois é por onde a alma  é ‘arrancada’.” 

“Isso significa que estamos lidando com um demônio?” Ciel perguntou retoricamente. 

“Tudo indica que sim.” O mordomo respondeu. 

O conde sentou na escrivaninha, isso não era nada bom, daria trabalho pegar um demônio. Porém, nada melhor que pegar um demônio usando outro demônio, no caso, usando o seu mordomo. Ele estava tão concentrado que quando deu por si, Undertake estava colado a sua frente, passando as longas unhas em sua bochecha.

“A cada dia que passa você fica mais parecido com seu pai. Não tem como olhar para você e não lembrar de Vincent.” O funerário sussurrou, analisando cada detalhe do rosto do jovem. 

O fato era inegável, Ciel era a cópia de seu pai, as únicas diferenças eram a cor dos olhos e a pequena pinta que seu antecessor tinha abaixo do olho esquerdo, fora isso Ciel era a personificação do antigo Phantomhive. Antes que ele pudesse falar alguma coisa, Sebastian já estava ao seu lado empurrando com o dedo o peito do shinigami. 

“Acho prudente você manter uma distância segura do jovem mestre, ele não gosta de ser tocado por outras pessoas.” Os olhos de Sebastian brilharam. Ele sabia do relacionamento nada profissional do funerário com o antigo conde, e, essa proximidade somada a forma com que Undertaker olhou para seu mestre não o agradou. 

“Hi hi hi não precisa ficar com ciúmes, mordomo.” O funerário se afastou. “Eu não vou roubar seu precioso Conde. Ainda.” Undy queria apenas provocar, por mais que Ciel fosse parecido com Vincent, ele nunca seria Vincent. 

“Vamos, Sebastian. Não temos mais nada a fazer aqui.” Ciel saiu do estabelecimento. 

Antes de sair, Sebastian ouviu o shinigami sussurar: “Não cometa o mesmo erro que eu. Algo uma vez perdido, nunca mais pode ser recuperado. Lembre-se disso quando chegar a hora.”

Ele em silêncio caminhou para a carruagem, refletindo sobre as palavras do funerário. Undertaker podia ser inconveniente, mas sabia sendo um shinigami, talvez soubesse de algo que ele não sabia. Alem disso, achava muita coincidência um demônio aparecer justo quando já suspeitava do aparecimento de um. Ele tinha um pressentimento estranho sobre isso. 

“...Bastian... SEBASTIAN!!!” Dessa vez foi preciso o conde gritar. 

“Perdoe-me bocchan, mais uma vez eu me distraí.” Falou sério. 

“O que está acontecendo com você?  Parece que anda no mundo da lua.” Ciel bufou, o que menos precisava era de um demônio sem serventia. “Tem algo que você está me escondendo?”

“Por que está me perguntando isso?” As sobrancelhas do mordomo franziram. “Eu só estava refletindo sobre esse caso.”

“Você ainda lembra que uma das ordens é nunca mentir para mim?”

“Eu não estou mentindo, bocchan.” E Sebastian realmente não estava, uma meia verdade não chega a ser uma mentira.

“Então me diga o que realmente pensa sobre isso. E não devo dizer que conto com sua sinceridade." O conde frisou, sabia que o mordomo escondia algo.

Sebastian se rendeu, por contrato não podia mentir para seu mestre. “Suspeito que a pessoa por trás daquele envelope seja um demônio, isso explicaria não conseguirmos achar até hoje a pessoa que matou seus pais, nenhum humano conseguiria se esconder tão bem de mim, sem deixar uma pista sequer. Acho também coincidência aparecer um demônio roubando almas justo agora em que eu já suspeito da existência de um por perto.”

“E quando você pretendia me contar isso?” No fundo Ciel estava desapontado, esconder isso era sinal que Sebastian não confiava nele. Sendo sincero, ele também não confiava totalmente no outro, apesar de tudo Sebastian não deixava de ser um demônio.

“Eu não tenho certeza disso, então queria ter uma confirmação para poder lhe falar.” O mordomo se justificou.

“Hum.” Ciel fingiu engolir a desculpa. “Se isso for verdade, não é proibido um demônio que tem um contrato pegar outra alma antes do termino deste?”

“Não é permitido, a não ser que seu mestre esteja de acordo.” Sebastian confessou.

Ciel ficou curioso, ele não deixaria que Sebastian desejasse outra alma que não fosse a sua. “Porque um contratante permitiria isso?”

O Mordomo soltou um suspiro, escolhendo as palavras certas para falar. “Veja bocchan, já se passaram muitos anos desde a tragédia com seus pais, você não acha que seria imprudente manter um demônio faminto ao lado durante todo esse tempo?”

“Então para compensar tantos anos sem se alimentar e para manter a própria segurança, o mestre desse demônio o deixou se alimentar de almas roubadas?” O conde ficou desconcertado.

“Sim. É mais seguro que deixá-lo com fome.” Sebastian desviou o olhar para a janela. Ele não queria falar desse assunto com Ciel, não queria que o rapaz tivesse medo de ficar ao lado dele.

Os dois permaneceram em silêncio desde então, Ciel nunca havia pensado no tamanho da fome de Sebastian, mas a julgar pelo caso do outro demônio, que talvez tivesse o mesmo tempo de contrato que ele, seu mordomo também deveria sentir uma fome medonha.

Ciel quebrou o silêncio. “Tenho algo a perguntar e espero que seja sincero.”

Sebastian já fazia ideia do que o conde perguntaria, e sinceramente, ele não queria ter que responder.

“Qual o tamanho da sua fome?” Ciel teve que limpar a garganta antes de perguntar, apesar dessa ser uma pergunta idiota, ele a fez.

“Isso não tem importância agora, devemos nos concent...”

“Responda, é uma ordem.” Ciel exigiu.

Sebastian virou novamente o rosto, não poderia mentir, também não havia como inventar uma meia verdade, então só lhe restou ser sincero. “Maior do que você possa imaginar.”


Notas Finais


Criticas, sugestões e comentários serão sempre bem vindos.
Até a próxima amores e beijinhos de chocolate para vocês!!!


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