1. Spirit Fanfics >
  2. Confused Feelings of a Demon >
  3. Esse mordomo, sem saida

História Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, sem saida


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Sobre o capitulo de hj só tenho a dizer que algumas coisas tem um motivo para acontecerem, e que uma historia sem um pouco de drama não teria graça né!!!

Capítulo 25 - Esse mordomo, sem saida


“TIA!” Ciel sentiu todo o sangue em suas veias congelar, o coração pareceu falhar uma batida. Por que justo sua tia? 

“Que pouca vergonha é essa?” A loira olhou para o mordomo nu, exigindo uma explicação. 

Por instinto, Ciel puxou Sebastian para o meio de suas pernas, assim sua tia não via mais do que devia, mas logo percebeu que isso não foi a coisa mais sensata a se fazer. Ele não tinha a menor ideia do que falar, a cena não precisava de explicações, estava óbvio que ele tinha um caso com o mordomo.  

Recuperando-se do choque inicial, a marquesa logo compreendeu a situação, mais do que evidente com o mordomo nu e todo sujo de chocolate entre as pernas do sobrinho. Não era confortável discutirem sobre o assunto com ele nesse estado. 

“Vou dar cinco minutos para vocês se recomporem.” Com expressão de repulsa, ela saiu do escritório. 

Ciel queria cavar uma cova e se enterrar, estava morto de vergonha, nunca pensou que um dia passaria por uma situação tão constrangedora. Ele não era alguém que se envergonhava fácil, mas nesse caso era impossível agir de forma indiferente. Pelo menos ela não o tinha pego literalmente com ‘a boca na botija’, aí sim sua vergonha seria sem proporções.  

“Não precisa fazer essa cara, bocchan. Basta apenas uma ordem e tudo estará resolvido.” Sebastian terminou de colocar o uniforme. Ele não estava incomodado com o fato da marquesa tê-los descoberto, bastava Ciel ordenar que a matasse e ele faria isso com muito gosto, principalmente porque essa era uma forma indireta de se vingar de Elizabeth. 

“Claro.” Ciel ainda estava atordoado. “Mas... Primeiro nos deixe sozinhos, quero ter uma conversa com ela, depois resolverei o que fazer. E em hipótese alguma ouse ouvir o que conversaremos.” Ciel sabia que sua tia não pegaria leve, e não queria que o demônio ouvisse a humilhação. 

Sua mente trabalhava a mil por horas, estava tudo planejado, mas antes de matá-la ele a ouviria para descobrir o motivo de sua visita, afinal, não era do feitio de Francis visita-lo. Talvez algo tenha acontecido com Elizabeth, era a unica explicação que Ciel conseguia encontrar. Enfim, ele a ouviria e depois ordenaria Sebastian para matá-la. 

O mordomo a principio não gostou da decisão, mas não o questinou, Ciel já estava tenso e uma briga agora não seria a melhor opção. Desde que ele se livrasse da marquesa, não importava se fosse agora ou quando ela resolvesse ir embora. Ao sair do escritório um sorriso brincava em seus lábios. Um sorriso faceiro, um olhar provocatico.

“O jovem mestre já está disponível para recebê-la.”

Francis nada responde e entrou. O ódio a tomou novamente ao ver o rosto do sobrinho com resquícios de chocolate, este que também havia visto no corpo do mordomo. Ela procurou não imaginar o que eles tinham feito, mas era impossível com todos aqueles potes em cima da escrivaninha. 

Francis se aproximou e sem pensar duas vezes desferiu uma bofetada em Ciel, o fazendo virar o rosto com o impacto. Assim que Ciel ajeitou a postura, ela soltou outra bofetada, agora com o dorso da mão, seu anel fez um risco na bochecha dele. Não chegou a sair sangue, mas deixou um arranhão vermelho. 

“Quem você pensa que é para me agredir debaixo de minha própria casa?” A vergonha de Ciel foi camuflada pela raiva. 

“EU SOU A MÃE DA SUA NOIVA.” Francis gritou. “COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO COM LIZZY, SEU… SEU CRÁPULA?” 

“Baixe o tom marquesa, eu não admito que fale assim comigo.” Apesar da situação desfavorável, Ciel mantinha a cabeça erguida. 

“Você não tem moral para exigir alguma coisa. Você me dá nojo. NOJO! Ainda bem que seus pais já estão mortos para não terem que passar por essa humilhação, caso contrário, eles morreriam, mas seria de desgosto! Você é uma vergonha para a família.”

Tais palavras atingiram Ciel em cheio, pensar em seus pais o fez perceber o quanto aquilo era vergonhoso. Seu olhar agora era de um animal ferido, a tia havia tocado numa ferida até então adormecida. Quanto mais rápido soubesse o motivo dela estar ali, mas rápido se livraria dessa situação humilhante. 

“O que você veio fazer aqui, Francis?”  

“Vai me dizer que O Conde Phantomhive não está sabendo dos boatos que estão correndo por toda Londres?” A voz de Francis estava carregada de ironia.  

“Ao contrário de certas pessoas, eu tenho coisas mais importantes a fazer do que ficar fofocando por aí.” Ciel respondeu no mesmo tom.  

“Certamente que sim. Tão importantes como fornicar com o mordomo.”

“Poupe-me de seu sarcasmo marquesa, o que eu faço ou deixo de fazer com meu mordomo não é da sua conta, você pode até ser minha tia e mãe de Lizzy, mas eu não lhe devo satisfação alguma sobre meus atos.” Ciel agiu indiferente, se defendendo com um ataque. “Agora diga logo a que veio.”

“Londres inteira está sabendo que você e Elizabeth dormiram juntos, cometam que você a desonrou, por isso está enrolando para não casar.” Francis atirou a bomba de uma vez. 

Ciel sentiu um arrepio percorrer seu coro cabeludo, era muita desgraça para um dia só. Realmente fez o certo em ouvi-la primeiro. “Dou a minha palavra que nada disso é verdade.”

“De que vale a sua palavra agora? Uma mentira contada mil vezes se torna uma verdade. Em todo caso eu já comecei a tomar as devidas providências. Já encomendei o vestido de Elizabeth, a essa hora até a rainha deve saber que você anunciará a data do casamento em sua festa de aniversário.”

Ciel quase caiu para traz, era muita informação de uma só vez: como assim a rainha? O vestido? A festa de aniversário?  Que festa?

“Do que você esta falando? Que festa de aniversário?  Que vest...” 

“A festa que você com muita satisfação dará e anunciará a data de seu casamento. Agora mais do que nunca é que esse casamento não será mais adiado, nem que eu tenha que arrasta-lo para cima do altar com uma espada no pescoço.” 

Ciel compreendia que se esses boatos realmente estivessem acontecendo seria problemático prolongar o noivado, mas ele não deixaria sua tia fazer o que bem entendesse como se tivesse algum poder sobre ele, essa afronta não passaria impune. 

“Cuidado com suas palavras, Francis, não é nada prudente tentar me intimidar. É até perigoso eu diria”. 

“Está me ameaçando?” Francis pareceu incrédula.  

“Encare como quiser.” Ciel deu de ombros. 

O rosto de Francis escureceu, sabia da fama do sobrinho como cão de guarda da rainha, como ele não tinha misericórdia na hora de tirar algum obstáculo de seu caminho, mas Ciel era seu sobrinho, o mesmo sangue que corria em suas veias corria na dele também. Não conseguia acreditar que ele faria mal a um familiar.

“Se livrar de mim não te poupará do seu compromisso, até por que todos já sabem da anunciação do casamento e fazer alguma coisa contra mim só irá antecipa-lo ainda mais, já que as atenções se voltariam novamente para nossa família e Lizzy ficaria sob sua responsabilidade. A pressão sobre você só aumentará, acho que você não tem escolha.”

Apesar de ser asqueroso entregar a filha a um depravado que se deita com outro homem, Francis não tinha opções, ainda mais com os boatos que foram espalhados. Desfazer o noivado seria catastrófico para a imagem de Elizabeth, isso apenas confirmaria o que todos estavam falando, alem disso seria quase impossível arranjar outro bom partido com ela nessa idade e depois de tanta difamação.

Em contrapartida, Ciel sabia que sua tia tinha razão e que não poderia matá-la por enquanto. Mantê-la viva concederia mais tempo até o casamento, matá-la faria Elizabeth vim diretamente para debaixo de sua custódia. 

“Escute bem Ciel, você tem até o dia do seu aniversário para anunciar a data do casamento e até o dia do casamento para se livrar desse mordomo.” O olhar de Francis era mortal, ela realmente falava sério em relação a Sebastian, não admitiria que ele continuasse com essa pouca vergonha estando casado com sua filha. 

“Você só pode estar louca.” Ciel riu sarcásticamente. “Sebastian é meu braço direito, eu não vou...” 

“Eu que não vou admitir que depois do casamento você continue desrespeitando minha filha com esse criado. Eu estou te avisando, ou você se livra desse mordomo até o casamento ou eu vou pessoalmente a rainha e conto tudo que está acontecendo. Antes de você destruir a vida de Elizabeth, eu destruo sua.”

Ciel massageou as têmporas, estava em um beco sem saída. Infelizmente por enquanto não poderia matá-la, mas também não era como se ela fosse sair contando para todo mundo o que tinha visto, ate porque isso também afetaria Elizabeth. “Eu não fugirei de minha responsabilidade com Elizabeth.”

“Ótimo. Acho que estamos entendidos, nos vemos no dia do baile. Até mais, Conde.”

“Até, Marquesa.”

O olhar de ambos era cheio de desprezo pelo outro, os laços sanguíneos não importavam mais nesse momento, o afeto de outrora havia terminado ali. 

“Ah, não se esqueça de se livrar do mordomo.” A loira ressaltou antes de sair do escritório, ela faria da vida de Ciel um verdadeiro inferno caso isso não acontecesse. 

Assim que a tia saiu, Ciel caiu na poltrona. Como um dia que havia começado tão bem tinha terminado desse jeito tão deplorável? ‘Isso só pode ser praga.’

“Entre.” Ciel suspirou ao ouvir as batidas na porta.

Sebastian entrou na expectativa de concluir sua pequena vingança. Ele tinha estranhado o fato de Ciel ter deixado a tia ir embora tranquilamente, mas isso não fazia diferença ja que bastava uma ordem e ele alcançaria a carruagem facilmente. 

“Qual a ordem, bocchan?” Ele perguntou com um sorriso promissor. 

“Traga-me um chá. Forte de preferência.” 

O silencio reinou. 

“Como?”

“Você ouviu. Traga-me logo uma xícara de chá e bem forte.”

Sebastian estava confuso, não entendia a atitude de seu mestre. Como Ciel poderia deixar a marquesa sair livremente depois de ter visto eles dois juntos? Algo estava errado.

“Mas bocchan a...” 

“Apenas me obedeça, Sebastian!”  

Apesar de irritado pela falta de respostas, o mordomo não contestou. Não estava satisfeito com a situação, mas não falaria nada por enquanto, com certeza Ciel deveria ter algum plano em mente, e ele confiava no menor, Ciel era o humano mais estrategista que ele já conheceu. 

Assim que Sebastian saiu, Ciel quis gritar e liberar toda a frustração em sua alma, mas fazer isso não levaria em nada alem de alerta o mordomo, e ele não queria isso agora. O que realmente precisava no momento era descobrir uma forma de contornar essa situação catastrófica sem despertar a ira do demônio. Uma idéia prematura já matutava em sua cabeça. 

Ciel sabia que com esses boatos se espalhando, ele não poderia mais fugir do compromisso com a noiva, pois isso afetaria tanto sua vida financeira como seu posto de cão de guarda da rainha. Se livrar da tia e da noiva nesse momento só levantaria suspeitas contra ele. 

Alias, não adiantaria se livrar de Elizabeth. Ciel já estava completando a maior idade e muitos jovens da sua idade já estavam casados, então isso seria inevitável, logo ele também teria que casar. Era assim que as coisas funcionavam, com o tempo até mesmo a rainha exigiria isso dele. 

Sendo assim, não seria vantajoso matar Elizabeth agora, se não fosse com ela seria com qualquer outra, a diferença era que com a prima pelo menos ele tinha alguma afeição, o que tornaria as coisas mais suportáveis, e, pelo fato dela amá-lo cegamente, seria mais fácil enganá-la. 

Ele chegou a conclusão de que não teria jeito, iria casar. Mas isso tinha um preço, e alguém teria que pagá-lo. Sua tia se arrependeria amargamente de ter se colocado em seu caminho, na hora certa ele cobraria a prestação de contas. 

“Com licença, bocchan.” Sebastian retornou. Colocou a bandeja em cima da escrivaninha e serviu o chá. Ele ficou esperando que o conde contasse o que estava acontecendo, mas percebeu que se não perguntasse, Ciel não falaria. “Não vai me falar o que está acontecendo?” 

Ciel pensou por um momento, ainda não tinha coragem de falar para Sebastian sobre o que tinha acordado com a tia. Ele não poderia simplesmente chegar e falar: ‘Muito em breve eu me casarei com Elizabeth e ela se tornará sua senhora.’ Conhecendo seu mordomo, ele provavelmente teria um ataque de ciúmes. 

“A marquesa não será problema por enquanto.” Ciel deu de ombros, nem um traço de mentira passava por seu rosto. “Nós fizemos um acordo.”

“Acordo?” Sebastian levantou uma sobrancelha, sua curiosidade era quase hilária. “E em que consiste esse ‘acordo’?”

“Por enquanto isso não vem ao caso. Na hora certa você saberá.” O conde terminou o chá. 

Obviamente Sebastian não gostou dessa resposta, mas ele não insistiria no assunto, Ciel não era o único a ter segredos, e ele reforçou mentalmente mais uma vez que confiava no menor. Ciel sempre foi um bom jogador e sabia usar estrategicamente suas peças, então não havia com o que se preocupar, Sebastian seria usado na hora certa. 

S&C

A noite estava mais fria que o habitual, sinal de que o inverno começava a dar as caras. Ciel já estava deitado, estava esgotado mentalmente, durante o resto do dia ele tentou não demonstrar a confusão de ideias que martelavam sua cabeça, mas não foi difícil. Os olhos curiosos do demônio o acusavam toda vez que o via.

Sentiu o cheirou de sabonete francês invadir suas narinas, a cama afundar atrás de si, o braço esquerdo do mordomo circulou sua cintura e o peito dele colar em sua costa. O nariz fino afundou em seus cabelos e os lábios suaves repousaram em sua nuca.  

“Eu estava pensado...” Ciel virou de frente com o mordomo. “Logo será meu aniversário de dezoito anos.” 

“Sim. O tempo passou rápido.” Sebastian descansou a cabeça no travesseiro. 

“Verdade. Sinceramente não achei que chegaria a essa idade, então eu estava pensando... em dar um baile para comemorar. O que você acha?” Ciel tentou agir naturalmente, mostrando certo interesse nessa idéia. 

Sebastian franziu as sobrancelhas, era incontestável que Ciel não era a pessoa mais sociável do mundo, logo parecia que algo estava fora do lugar, como uma peça de quebra-cabeça colocada no lugar errado. Porém, ele admitia que a idéia não era má, isso faria bem a imagem e negócios do rapaz. Além disso, Sebastian estava feliz por comemorar mais um ano de vida desse contratante.

“É uma boa ideia, bocchan. Se essa é a sua vontade, irei organizar o melhor baile de todos, até a rainha ficará com inveja.”

Ver esse ânimo no rosto do mordomo fez algo se quebrar dentro de Ciel, não queria ter que enganá-lo, mas era necessário por enquanto. Ele tinha planos que o mordomo não conseguiria entender. 

Porém uma coisa era certa, a vingança é um prato que se come frio e ele teria toda a paciência de esperar a hora certa de degustar esse banquete. Mostraria a Francis Midford que ninguém se colocava no caminho de Ciel Phantomhive.


Notas Finais


Antes de me apedrejarem lembrem das notas inicias!!!!
Bjinhos de chocolate amores!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...