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História Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, a fantasia e a vespera


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


AVISO NAS NOTAS FINAIS.

Capítulo 27 - Esse mordomo, a fantasia e a vespera


Ciel fitavam atentamente as chamas da pequena lareira, aquele calor formava uma combinação aconchegante com o frio impetuoso do lado de fora da mansão. Ele gostava de observar o modo como as chamas dançavam mesclando-se entre o amarelo e o vermelho, e o barulho que as vezes a madeira fazia ao estalar soltando assim pequenas fagulhas. Isso de certa forma o relaxava.  

Seus olhos desviaram da lareira para Sebastian que saiu do banheiro já vestido com o pijama, e Ciel orgulhava-se de como por sua causa o mordomo adotava cada vez mais hábitos humanos, para ele era como uma forma de se igualarem em alguma coisa, por mais insignificante que isso parecesse. Viu Sebastian tirar algo do guarda-roupa e se aproximar com um sorriso suspeito no rosto. 

“O que é isso?” Perguntou visivelmente curioso ao ver a caixa preta de laço vermelho que o outro tinha em mãos.  

“Abra!” O moreno entregou a caixa.  

O conde desfez o bonito laço e abriu o embrulho com uma curiosidade infantil, mas logo sua expressão tornou-se totalmente confusa ao analisar o que havia lá dentro. Pegou primeiro a tiara de gatinho, observando pasmo o adereço e querendo saber de onde o mordomo havia tirado aquilo, continuou a exploração ficando cada vez mais boquiaberto com o que via e o estopim foi quando levantou a mão expondo a calcinha com calda felpuda.  

SIM. Sebastian havia comprado a fantasia e a cara que a vendedora fez foi épica ao saber que ele levaria o produto!  

“O que é isso?” Perguntou apenas para confirmar sua suspeita.  

“Uma langerie de gato!” O moreno respondeu como se fosse o óbvio.   

“Isso eu já sei.” Uma veia saltou na testa do conde. “O que eu quero saber é porque você está me mostrando isso?”  

“Você realmente não faz ideia, bocchan?” Michaelis arqueou uma sobrancelha, com seu olhar malicioso deixando claro suas intenções. Isso fez o rosto do conde corar intensamente e ele não soube identificar se era de raiva ou de vergonha, a única certeza que tinha era que a expressão do rapaz estava simplesmente adorável.  

“Seu... Miserável...” Ciel sibilou tentando conter sua fúria. “ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA QUANDO PENSOU QUE EU IRIA VESTIR ISSO???” Gritou mostrando a calcinha de renda. Dizer que Ciel estava com raiva era pouco, ele estava possesso e sua cara estava para explodir de tão vermelha.

Em contrapartida, Sebastian não sabia se o achava cada vez mais adorável ou se caia na gargalhada devido ao modo cômico como ele injuriado balançava a calcinha, resolveu que era mais sensato optar pela primeira opção, pois se desse um mínimo sorriso acabaria seriamente encrencado. “Não seja tão dramático, bocchan! Você já passou por coisas piores... Lembrasse de quando foi vestido de lady a um baile cheio de pessoas da alta sociedade!?” Tentou a todo custo se manter o mais sério possível, porém isso ficou quase impossível quando Ciel praticamente o assassinou com o olhar. 

“Suma com isso da minha frente ou eu juro que te faço dormir com os ratos no porão.” Ciel falava sério! Se perguntava o que diabos Sebastian tinha na cabeça para sugerir algo tão... tão. ... ridículo. Tá certo que ele já havia feito muitas coisas constrangedoras, mas isso estava em um nível inaceitável de humilhação.  

“Por que não, bocchan? Só estamos nós dois aqui, então qual o problema? O que estou pedindo não é algo impossível de fazer.” Sebastian fingiu um suspiro para então continuar. “Vamos fazer um acordo:  você veste a roupa de gatinho e em troca eu farei qualquer coisa que você pedir. O que acha?”   

Ciel balançou com a proposta, pensando em tirar proveito da situação e abrir o jogo sobre o casamento, mas sabia que isso seria algo que Sebastian não aceitaria mesmo que vestisse aquela roupa horrível, e ele não podia correr o risco de arruinar seu plano perfeito por causa do ciúme do mordomo, concluiu então que essa não era uma opção válida. 

“Não vejo vantagens nesse acordo, afinal, independente de eu vestir essa roupa ou não, você faria qualquer coisa que eu ordenasse.” O sorriso descarado que recebeu de Michaelis apenas confirmou sua afirmação, até mesmo por que em função do contrato, o demônio deveria cumprir qualquer ordem de seu mestre. 

“Por favor, bocchan. Faça isso por mim.” O demônio fez uma cara desolada.  

“Não!” Ciel respondeu seco.  

“Mais boc...”  

“Eu já disse que não, Sebastian, não insista!” Rosnou. “Agora suma com isso da minha frente”.  

O mordomo rosnou frustrado com a birra do menor, o que pediu não era algo tão absurdo assim, sem falar que ele quase nunca pedia alguma coisa, então não havia por que Ciel se negar a satisfazer aquele simples desejo, se fosse ele a pedir, com certeza Sebastian o faria. ‘Talvez!’.  

Mesmo a contragosto pegou os itens e colocou de volta na caixa, essa era para ser uma noite bastante proveitosa, mas Ciel havia conseguido acabar com o clima. Alias, ‘Que clima?’ Pensou. Já fazia alguns dias que eles não faziam nada além de trocar algumas caricias e isso apenas o deixava mais frustrado, e preocupado mesmo não querendo admitir.  

“Irei guardar BEM AQUI! Caso reconsidere, você já sabe onde está!” Sebastian fez questão de tornar bem visível o lugar onde estava guardando a fantasia, ele ainda tinha esperanças que o menor desse o braço a torcer e vestisse a langerie, e até já sabia como conseguiria isso. Era uma questão de honra: Ciel teria que vestir aquela roupa!  

“Se eu fosse você não me daria ao trabalho de guardar isso. Eu NUNCA irei vestir!”  

O modo como o conde enfatizou a palavra ‘nunca’ irritou ainda mais o demônio. ‘Por que ele não é capaz de realizar esse simples desejo?’ Isso era algo que não conseguia entender. Sem mais questionar, caminhou com a cara amarrada até a cama e deitou de costas para o conde, realmente estava chateado com aquela negação.  

“Boa noite, bocchan.” Ajeitou a cabeça no travesseiro e puxou o cobertor mesmo que não fosse necessário, pois não se sentia afetado pelo frio.   

Passaram-se incontáveis minutos e o conde não conseguiu pegar no sono, seus olhos pareceram ter secado e a maior causa de sua insônia era o demônio emburrado com sua recusa. Remexeu-se algumas vezes na cama na esperança que o mordomo desse algum sinal de vida, mas nada, Sebastian parecia nem respirar. 

“Sebastian?” 

“...” 

“Não se finja de surdo, demônio!” 

“O que deseja, bocchan?” 

Finalmente, ali estava a brecha que o conde precisava, se achegou mais as costas do demônio e circulou o braço em sua cintura, descansando o queixo na curva de seu pescoço, mas logo concluiu que essa não foi uma boa ideia, pois passou a sentir ainda mais forte o cheiro que o mordomo exalava, isso instantaneamente aflorou seus hormônios. 

Já fazia alguns dias que por causa do peso na consciência, Ciel havia se afastado e mantido um nível seguro de carícias com o amante. Ele não se sentia confortável em manter contatos íntimos enquanto seu consciente fizesse questão de lembra-lo que estava enganando o moreno, por isso decidiu que enquanto não pudesse contar o que estava acontecendo, eles não manteriam relação. Porém, devido ao momento seu plano corria um sério risco de ir por água abaixo. 

“Eu não gosto quando você fica assim.” Ciel disse manhoso, sabendo que o maior não resistia quando falava desse jeito. Começou a distribuir beijos em seu pescoço, uma área sensível para Sebastian, e sua mão deslizou pelo tronco dele. 

“Vá dormir bocchan, está tarde!” O mordomo sabia que o conde estava jogando sujo, mas ele não iria ceder!  

“Mas eu não estou com sono e a gente poderia aproveitar isso.” O conde esfregou a ereção na coxa do moreno. 

“Pois vai ficar na vontade! A não ser que você me ordene, nós não faremos nada enquanto você não vestir a roupa de gato!”

“Como?” Ciel perguntou incrédulo. 

“É isso mesmo que você ouviu!” 

O conde não sabia dizer se ficava com raiva ou surpreso com o comportamento do mordomo. Sebastian estava ficando cada dia mais audacioso! ‘Que liberdade esse demônio acha que tem para falar assim comigo?’ Pensou indignado. 

Apesar de toda a vontade que sentia, Ciel não iria ordenar a um demônio que fizesse sexo com ele, seu orgulho e bom senso não lhe permitiam. Seria humilhação demais! Seria como fosse apenas uma obrigação e ele não queria assim. “Você vai me deixar assim?” O conde apontou para o próprio membro. 

Michaelis observou o volume que havia na calça do rapaz, a tentação era grande, realmente muito grande, e ele também estava com vontade, sentia saudade do corpo do menor e também tinha necessidades latentes a satisfazer, mas ele não daria o braço a torcer, não dessa vez! “Você tem duas mãos bocchan, se vire!” 

“SEU MALDITO!!!” 

Sebastian Michaelis e Ciel Phantomhive 

1 mês depois 

Já passava das onze de uma noite muito entediante, e com o corpo totalmente esparramado sobre a cama, o conde observava atentamente o teto acima dele. O tempo havia passado em um piscar de olhos e agora as vésperas do baile, Ciel tinha os nervos à flor da pele. Sentia-se exausto, mesmo que não tivesse feito algum esforço, mas só o fato de pensar em seu futuro casamento era o suficiente para esgotá-lo mentalmente.

Eram tantas as coisas com o que se preocupar, a anunciação no baile, a marquesa, o casamento e acima de tudo: Sebastian. O conde realmente se sentia um lixo por usá-lo daquele jeito, ainda mais com ele estando tão feliz com o tal aniversário, o mordomo parecia obcecado por fazer desse o melhor baile de todos os tempos, tanto que quase não lhe deu atenção nos últimos dias, pois estava constantemente ocupado com os preparativos da bendita festa. 

Isso além de deixar sua consciência ainda mais pesada, estava acumulando uma enorme tensão sexual devido ao stress e carência. Era deprimente, o conde admitia, mas o que poderia fazer? Ele também tinha necessidades assim como qualquer homem e seu corpo já exalava testosterona por todos os poros, mas ele se recusava a se aliviar sozinho ou ordenar o demônio a isso.

Sebastian estava cumprindo muito bem a promessa de não fazerem sexo até que ele vestisse a maldita fantasia, porém o conde se recusava a passar por tal humilhação, só em casos extremos cederia, mas antes que isso acontecesse, ele preferia ordenar o demônio a satisfazê-lo, era menos humilhante.

Mas essa afronta de modo algum ficaria impune, e quando o mordomo desse fim a greve de sexo, ele iria desforrar todo o tempo perdido e já sabia até como, Sebastian que o aguardasse, ele não seria piedoso. Porem, mesmo que quisesse fazer maldade com o outro, lembrou-se do que escondia dele e toda sua tensão retornou ao imaginar qual seria sua reação ao descobrir sobre o casamento. 

‘Antes do discurso eu contarei tudo a ele.’ Só não sabia de onde arranjaria coragem para isso.

A porta do quarto abriu, passando por ela o mordomo que segurava um cabide com a roupa que o conde usaria no baile, estava precavidamente envolta em tecido de proteção. “Aqui está a roupa que Nina fez, bocchan. Demorou a ficar pronta, pois eu achei melhor fazer alguns ajustes, o modelo original estava chamativo demais. Assim está bem melhor: discreto e elegante”

Sebastian pendurou cuidadosamente a peça no guarda-roupa e a analisou uma última vez a procura de algum pequeno defeito, mas nada, estava perfeito. Seus cabelos despenteados tinham alguns flocos de neve, assim como fraque também, ele esteve tão atarefado que não parou um minuto sequer durante o dia e ainda tinha muitas coisas a fazer, provavelmente viraria a noite na cozinha.

“Sebastian?”  

O mordomo olhou por cima dos ombros. 

“Venha cá.” O conde indicou que o moreno sentasse na cama. 

“O que deseja?” Sebastian sentou ao lado dele.  

“Você!” Ciel foi direto ao ponto. 

O mordomo deu uma pequena risada, apesar de estar sendo difícil resistir ao menor, ele orgulhosamente não havia dado o braço a torcer e como grande recompensa, presenciava o conde ficar a cada dia mais necessitadoAmanhã seria uma grande noite para os dois e ele daria fim àquela abstinência, mas lógico que ainda tinha planos para fazer Ciel vestir a fantasia, nem que para isso o embebedasse até deixa-lo no ponto de fazer todas as suas vontades.

“Se você me quer já sabe o que tem fazer.” Deu um sorriso malicioso. 

Ciel bufou irritado, não entendia porque Sebastian tinha que ser tão insistente e cabeça dura, às vezes parecia até que não sentia sua falta, só pensava nesse maldito baile e na maldita fantasia. O que não sabia era que um dos motivos de toda aquela dedicação, era justamente para o moreno não ter tempo de ceder a tentação que sentia de tomá-lo. 

“Já que você não vai usar a roupa de gatinho, então vá dormir, já está tarde e você tem que está descansado e disposto amanhã. Além do mais, eu ainda tenho muita coisa para fazer.” O mordomo deu um suspiro. 

“Não entendo toda essa sua euforia por causa desse baile. É apenas mais um aniversário, como todos os outros, não vejo nada de especial nisso.” O rapaz fez um bico. 

Sebastian sentou de frente com ele e o puxou para que sentasse em seu colo de pernas abertas, depositou um selo em sua testa e desceu pelo nariz até chegar em seus lábios. “Não é apenas mais um aniversário, é o primeiro que comemoramos e que ‘estamos juntos’. E poder passar cada ano ao seu lado é motivo especial o suficiente para comemorar, bocchan.” Pois chegará um tempo em que você já não estará mais aqui.’ Completou mentalmente. 

Sebastian sabia que por mais que não devorasse a alma de Ciel, um dia eles teriam que se separar, pois o menor assim como qualquer humano teria que morrer, esse era o processo natural chamado ‘vida’. Infelizmente humanos tinham um ciclo muito curto de existência e por isso cada ano, cada mês, cada dia ao seu lado era especial e cada momento ficaria eternamente gravado em sua mente. Essas lembranças seriam ao mesmo tempo seu tormento e sua consolação. 

Essas palavras tiveram um peso enorme para Ciel, deixando-o ainda mais angustiado, por que Sebastian tinha que ser assim tão... perfeito? Um demônio não deveria ser tão carinhoso, e toda essa ternura doeu ainda mais em seu coração. ‘Ah, Sebastian... eu espero que você consiga me entender... e me perdoar pelo que farei.’ Pensou lhe dando o ultimo beijo daquela noite.


Notas Finais


AVISO:
Como muitas pessoas votaram pelo lemon Sebastian passivo ele sairá, mas em consideração aos que votaram NAO, eu irei avisar quando postar o capitulo para que nao leiam, ok?!
Quanto a segunda pergunta ela nao será mais necessária por eu ja tomei a decisão sobre ela.
Mas sou boazinha e vou dizer qual era: "Prefeririam ver Ciel ou Sebastian com a fantasia de gato?"
Essa seria a pergunta, mas eu ja me decidi sobre isso!

Sobre o capitulo de hj criticas, sugestões e comentários são bem vindos;
Bjos de chocolate!


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