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História Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, indiferente


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


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Capítulo 33 - Esse mordomo, indiferente


Fanfic / Fanfiction Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, indiferente

“O que você acha de decorarmos a igreja com lírios e narcisos?” Elizabeth perguntou pela terceira vez a opinião do noivo em relação as flores que seriam usadas na ornamentação da igreja.

Por mais que Ciel já tivesse dito que deixaria todos os preparativos do casamento em suas mãos, ainda assim Elizabeth insistia em querer sua participação nas escolhas do que seria feito. A loira parecia não se contentar apenas com a ajuda de sua mãe. “Ficará ótimo.” Concordou apenas para que ela parasse de perturba-lo com aquela questão.

Ele já estava no limite de sua paciência, as visitas de sua noiva eram frequentes nos últimos dias e o motivo era sempre o mesmo: a escolha maçante dos preparativos. E como se não bastasse o infortúnio, ela ainda trazia sua mãe junto, o que por si só já tornava a visita um verdadeiro inferno, mas isso não era nem de longe o maior de seus problemas.

O que realmente estava acabando com seus neurônios era que, estranhamente seu mordomo estava totalmente indiferente às visitas da noiva. Sebastian parecia realmente não se importar e nem parecia mais o demônio ciumento de outrora, era exatamente o contrario, estava sempre com um sorriso no rosto e parecia bastante entretido com a companhia de Paula, a dama de companhia de Lizzy.

Ciel não entendia o que estava acontecendo, logo Michaelis que sempre fora tão enciumado e possessivo, agora não demonstrava nem um pingo de desagrado com a situação, e para piorar, não fazia a mínima questão de impor limites na aproximação da tal empregada. Isso deixava Ciel encabulado, e irritado ao mesmo tempo, porém mesmo com todas essas desventuras, ele forçadamente portava um sorriso simpático no rosto.

Uma veia saltou em sua testa ao ver o mordomo vim servir o chá sendo auxiliado por Paula, e ao que parecia, o assunto que conversavam era bastante interessante visto que o sorriso no rosto de ambos era no mínimo irritante.

“Ciel... Ciel...” Lizzy chamava o noivo pela quarta vez, mas o jovem estava cravado nos dois empregados. “Ciel...”

“Que foi agora?” Percebeu que havia sido rude e logo tratou de se retratar. “Desculpe, eu me distraí!”

“Percebi!” A moça riu divertida. “Não é maravilhoso?”

“O quê?” Ele quase revirou os olhos.

“Sebastian e Paula juntos! Formam um bonito casal, não acha? Quem sabe depois que nos casarmos eles...”

“Não tolero relacionamento entre meus empregados!” O conde tratou logo de cortar os delírios da prima, mas logo se arrependeu ao ver o olhar mortífero que sua tia lançou.

Elizabeth ficou estupefata com a resposta fria do noivo, obviamente que ela não concordava com esse pensamento, principalmente por achar que empregados também tinham direito a vida fora de seus afazeres, e o modo arcaico do noivo pensar a desagradou profundamente. Não era a primeira vez que presenciava as rédeas curtas com que o rapaz comandava a vida do mordomo.

“Sei que já discutimos sobre isso, mas volto a repetir: eu sou totalmente contra esse seu modo rude de pensar, Sebastian também tem direito a construir uma família, a ter mulher... filhos... Você é apenas seu mestre, não seu dono! Sebastian é um ser humano e não um objeto ou uma posse!”

Tais palavras acabaram com o ultimo fio de paciência que Ciel a muito custo ainda tinha, mas antes que pudesse proferir alguma palavra, a marquesa se pronunciou para evitar um conflito entre os dois.

“Creio que não vale a pena discutir sobre isso Lizzy, não sei se Ciel lhe contou, mas em pouco tempo Sebastian não trabalhará mais aqui!” Francis falou aquilo com certo prazer.

“Como? Isso é verdade?” A loira estava chocada com a informação, era difícil acreditar no que acabou de ouvir. Sebastian e Ciel eram como corpo e sombra, eram inseparáveis. A ligação que seu noivo tinha com o mordomo era mais forte do que com qualquer outra pessoa.

Ciel inicialmente não entendeu o porquê da tia falar aquilo, mas logo lembrou-se da conversa que tiveram no dia do flagra, onde a marquesa exigiu que ele se livrasse de Sebastian até o dia do casamento. Sua vontade no momento era de esganar a tia. “É verdade. Sebastian irá voltar para sua terra natal. Voltará para sua família.” Disse como se fosse algo sem importância.

“Ciel... Eu sinto muito!” Elizabeth estava penalizada, pois sabia que mesmo que o noivo não demonstrasse, ele com certeza estava sofrendo com isso.

“Não sinta, ele é apenas um mordomo e logo será substituído por outro com as mesmas ‘qualidades’.” Deu um sorriso cínico para a marquesa, como se quisesse dizer que se livrar de Sebastian não iria impedi-lo de se relacionar com outro qualquer.

Francis arqueou uma sobrancelha, descrente com a audácia do sobrinho.

“Bocchan... trouxe seu chá” O mordomo colocou elegantemente a bandeja em cima da mesa.

“Sirva!” Ciel disse carrancudo, olhando que nem uma ave de rapina para a empregada. Por mais que tentasse, ele não conseguia se impedir de olhar reprovador para o casal. ‘O que diabos está dando nesse demônio?’

“O chá é de frutas vermelhas acompanhado com bolo de chocolate e recheio de geleia de amora e cobertura de avelã. Paula que me ensinou a receita.” O moreno sorriu para a empregada, fazendo as bochechas dela corarem.

Ciel pigarreou para acabar com o clima entre os dois, mais tarde ele iria ter uma conversa séria com seu mordomo.

“Se me der licença bocchan, eu irei me retirar.” O demônio fez uma reverencia se preparando para sair.

“Fique, Sebastian! Você e Paula, sentem-se conosco e sirvam-se também.” A verdade intenção do conde era não deixar os dois sozinhos outra vez.

“Bocchan... não é adequado que...”

“SENTA!” Grunhiu. “Eu faço questão da presença de vocês” Disse agora mais suave.

Sebastian não teve outra opção senão se sentar sendo acompanhado por Paula, lembrou-se da ultima vez que o conde teve essa mesma atitude, e de como não foi nada agradável ter que comer quase toda a comida que havia preparado.

“Sabe, Lizzy...” Pegou a mão da noiva e acariciou por cima da luva de renda. “Eu não tenho a mínima aptidão para ajudar em preparativos de festas e coisas do gênero, mas como você pôde ver no baile do meu aniversario, Sebastian tem um talento incrível para isso, e ele me falou que se sentiria lisonjeado em ajudar no nosso casamento, mas eu estava receoso de você não aceitar.” Olhou para o mordomo com um olhar diabólico, sabia que era crueldade envolvê-lo na organização do casamento, mas no momento o que mais queria era ver a desgraça do demônio.

“Oh Sebastian, porque você não me falou? Claro que eu me sentiria muito feliz com sua ajuda, tenho certeza que com o seu bom gosto e o de mamãe o casamento será épico.” A moça estava emocionada, e em um gesto inconsciente apertou sutilmente a mão do noivo.

E esse ato que não passou despercebido aos olhos do demônio. Sebastian vinha testando todo o autocontrole que adquiriu em seus séculos de existência para não estrangular as duas loiras, já não aguentava mais ver Elizabeth cada dia mais próxima de seu mestre. Porém ele não daria o gostinho a Ciel de vê-lo afetado com a situação, exatamente o contrario, faria Ciel passar o mesmo inferno que ele estava passando, por isso que aturava Paula. Não que a moça fosse desagradável, mas a presença dela também significava ter Elizabeth por perto, e isso por si só já o irritava.

“Será uma honra ajuda-la com os preparativos, Lady Elizabeth,  afinal, eu criei o jovem mestre desde que ainda era pequenino, o tenho quase como um filho.” Michaelis não se satisfez em usar apenas a palavra pequeno, teve que colocar ela numa forma ainda mais diminutiva, pois sabia que Ciel odiava quando enfatizavam sua antiga estatura.

A Marquesa quase se engasgou com a palavra ‘filho’, visto que ela sabia que laços fraternos não era nem de longe o que os dois tinham. Ciel por sua vez escondeu a todo custo o desagrado pelo mordomo não ter esboçado nem sequer uma expressão de desagrado em ajudar no casamento.

“Não seja tão radical, Sebastian.  Irmão mais velho pode até ser, mas ‘Pai’, definitivamente você não tem idade para ter um filho na idade de Ciel” Lizzy riu da comparação do mordomo. “Aliás, você parece não envelhecer, ah como eu gostaria de ter essa felicidade”.

“Engano seu,  sou mais velho do que pensas, mas meus genes são bons, admito. Herdei de minha família.” O moreno deu um encantador sorriso de olhos fechados, o que só irritou ainda mais o conde.

O resto da tarde seguiu quase normal, não fosse as alfinetadas disfarçada trocadas entre conde, mordomo e marquesa, mas Lizzy e Paula eram inocentes demais para perceber o sarcasmo com que o trio se tratava.

S&C

Ciel estava sentado na cama, relendo seu livro preferido de Edgar Poe. Apesar ser sua leitura predileta, aquilo era apenas uma desculpa para aparentar indiferença a situação ridícula pela qual passava o casal, assim como Sebastian, ele tentava mascarar a qualquer custo o ciúme e insatisfação que sentia.

“Pensei que já estivesse dormindo.” O moreno confessou ao entrar no quarto.

“Me entreti lendo o livro e acabei perdendo as horas.” O conde continuou sua suposta ‘leitura’.

O mordomo deu de ombros e caminhou para o banheiro, estava cheirando a queimado, pois Bard brilhantemente ideou de usar suas habilidades culinárias aquela hora da noite. Ele cogitava seriamente em torrar o cozinheiro com seu próprio lança-chamas, e só não fazia isso porque o loiro era muito bom em sua verdadeira função.

Depois de tomado banho, Sebastian saiu do banheiro enxugando os cabelos, mas havia um pequeno detalhe, seu corpo estava totalmente descoberto. Sim, ele estava fazendo de propósito, pois havia notado certa frieza por parte do conde durante o resto do dia. O que o deixou ainda mais encabulado foi que Ciel se quer levantou os olhos do livro.

“O bocchan aparenta apreciar bastante as visitas constantes de Lady Elizabeth.” Colocar a calça de seu pijama, essa noite essa seria a única peça que vestiria.

“Hum... Lizzy já não é mais irritante como antes, confesso que a companhia dela chega a ser agradável.” Ciel usou seu talento nato para mentir, pois sabia que o mordomo queria ouvi-lo reclamar da presença da noiva, mas dessa vez ele não faria isso. “Você também pareceu apreciar bastante a companhia de Paula.”

“Hum. De fato a companhia dela também chega a ser agradável.” Sebastian rebateu no mesmo tom, deitando na cama.

“Que bom! Vejo que o dia foi agradável para nós dois.” Ciel colocou o livro em cima do criado mudo e se deitou de costas para o outro. “Boa noite então”.

“Boa noite” O mordomo virou para o lado contrário.

Alguns minutos se passaram e ambos permaneciam de olhos abertos, conseguiam dormir ainda remoendo o fiasco que estava sendo os últimos dias. O que eles não sabiam era que ambos tendo os mesmos pensamentos e insatisfações sobre aquela situação, mas logicamente um não iria ceder mais que o outro quanto a isso.

“Bocchan... Você não está esquecendo nada?” O demônio perguntou ainda de costas.

“O que?” o conde também permaneceu na mesma posição.

“O meu beijo de boa noite!”

Na penumbra do quarto, Ciel deu um sorriso de canto, ele sabia muito bem onde daria aquele ‘beijo de boa noite’.


Notas Finais


AVISO:

Gente quero anunciar minha primeira one-shot, confesso que tenho um carinho especial por essa minha pequena criação e se vocês tiverem interesse em ler aí vai o link:
https://spiritfanfics.com/fanfics/historia/fanfiction-kuroshitsuji-sobe-a-luz-do-luar-5918853

Quero também deixar uma sugestão de leitura, principalmente para os que gostam de um bom mistério e suspense, então fica a dica dessa fic tem tudo isso e mais um pouco:
https://spiritfanfics.com/fanfics/historia/fanfiction-kuroshitsuji-apenas-um-mordomo-sebaciel-5780421

Os possiveis erros seram editados mais tarde!


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