‘Calma Elizabeth, vai dar tudo certo.’ Sentada em frent ao espelho da penteadeira, Elizabeth alisava suas madeixas, mentalizando seu mantra para se distrair da enorme tensão. Seu coração batia descompassado e a cada minuto as borboletas em seu estômago pareciam se revoltar cada vez mais.
Ela não negava estar feliz, o grande sonho de sua vida fora realizado e ela finalmente era a senhora Phantomhive, agora poderia estar todos os dias ao lado de Ciel. Mas era inegável também sentir um misto de medo e apreensão pelo que aconteceria quando o conde entrasse por aquela porta.
Como uma contração em seu peito, sentiu o coração falhar uma batida ao ouvir as batidas na porta e sem esperar por permissão, seu marido entrou, afinal, aquele era seu quarto e só havia avisado sua chegada para não pega-la desprevenida.
“Desculpe pela demora, eu estava resolvendo alguns problemas da Phantom.” Ciel estava mais relaxado, talvez fosse o álcool fazendo efeito em seu corpo. Realmente fora uma boa ideia tomar algumas doses de whisky.
“Está tudo bem, você nem demorou tanto assim...” A jovem deu um sorriso amarelo, não conseguindo de modo algum encara-lo.
Ciel notou o embaraço de sua esposa e até sentiu vontade de rir do seu acanhamemto, mas não o fez, pois sabia que Lizzy ficaria mais nervosa. Ele achou melhor dar mais de tempo a ela para se tranquilizar, até porque também queria tomar um banho e tirar o cheiro de whisky do corpo. “Eu irei tomar um banho. Não demoro!”
“Ah... claro, não precisa ter pressa.” Lizzy respirou aliviada assim que viu o marido entrar no banheiro, seu coração batia forte e suas pernas trêmulas quase não lhe deixaram levantar para sentar na cama. Ela havia recebido o básico de instrução sobre o que aconteceria em sua noite de núpcias, mas foi só o ‘básico’ mesmo, Lizzy não tinha ideia do que deveria fazer ou de como deveria agir.
Em um gesto involuntário, apertou fortemente o lençol ao ver Ciel sair do banheiro. Ao que podia perceber, ele usava apenas o hobby preto, e saber disso a fez corar intensamente. Era a primeira vez que veria um homem nu.
“Não precisa ficar nervosa, eu serei gentil.” Ciel tentou acalmá-la.
“Eu sei. Eu confio em você” Agora mais tranquila, Elizabeth se sentiu mais confiante. Ela sabia que o jovem nunca a faria mal.
O conde sentou de frente com ela na cama e acariciou suas bochechas rosadas, era um falso carinho para fazê-la entrar no clima. Por fim selou seus lábios, logo invadindo sua boca e quando a sentiu relaxar, deslizou a mão de seu pescoço para a fita que prendia a camisola ao seu corpo. Ele queria terminar o ato o mais rápido possível, mas obviamente que não seria bruto, Elizabeth era uma dama e merecia ser tratada como tal.
Ao sentir o tecido cair até sua cintura, Lizzy instintivamente levou as mãos aos seios para cobrir a nudez, mas logo teve os braços gentilmente afastados, ficando assim com o tronco inteiramente exposto.
“Está tudo bem, Lizzy. Não precisa ter vergonha.” Ciel beijou a esposa outra vez, deitando seu corpo na cama e a despiu completamente, vendo o rosto dela se tingir de um forte rubor. Admitia que Elizabeth tinha um corpo bonito, realmente chamaria a atenção de qualquer homem. Menos a dele! Aquilo era apenas uma obrigação e nada mais.
Aprofundou o beijo e levou suas mãos aos seios fartos, estimulando os mamilos. A jovem totalmente inexperiente e até então intocada, não conseguiu deixar de soltar um gemido ao ter os bicos acariciados. Aquilo era incrivelmente bom.
O conde desceu para a curva de seu pescoço, demorando-se um pouco nessa região, mas não deixaria marcas, pois sabia que essas apenas serviriam de lembranças para o mordomo do que aconteceu essa noite. Não queria deixar vestígios que pudessem magoá-lo ainda mais.
Embevecida com aqueles poucos estímulos, Elizabeth sentia sua intimidade ficar cada vez mais úmida, era como se algo pulsasse entre suas pernas. E quando um de seus mamilos foi coberto pelo calor da boca do marido, o gemido que soltou foi alto e longo.
Ciel tentou esvaziar a mente de qualquer pensamento que não fosse o que estava acontecendo dentro do quarto, afinal, para que as coisas pudessem acontecer, ele precisava que seu amiguinho lá em baixo desse sinal de vida, e isso não era só para não passar vergonha diante da esposa, mas também para não ser motivo de chacota para o mordomo. Com certeza Sebastian encarnaria até a sua morte caso ele não conseguisse cumprir suas obrigações de marido.
Levou sua mão à intimidade da esposa, percebendo que ela estava bastante excitada, mas não foi isso o que mais chamou sua atenção e sim o fato da diferença física de um corpo para o outro ser gritante, ao contrário de Sebastian, Elizabeth como toda mulher era ‘plana’ e isso causava a enorme sensação de vazio em sua mão.
‘Francamente Ciel, isso não é hora de reparar nesses detalhes’. Se repreendeu por fazer tais comparações. E agradeceu mentalmente a todas as divindades quando sua intimidade começou a mostrar que estaria disposta a colaborar.
Elizabeth começou a gemer com intensidade, as mãos delicadas de Ciel faziam um ótimo trabalho em seu clitóris e as caricias feitas com a boca só colaboravam para deixá-la em chamas. Em seu fio de sanidade, se perguntou como era possível sentir algo tão bom como aquelas sensações, assolando seu corpo desde o dedinho do pé até os fios de cabelos.
Seus gemidos estavam cada vez mais agudo e parecia que algo se contraia em seu ventre. instintivamente abriu mais as pernas, buscando por mais daquele prazer.
Ao ver que a prima estava preste a ter um orgasmo, Ciel parou e se pôs de pé. Elizabeth o olhou atentamente desfazer o laço do roupão e desliza-lo pelos ombros, o deixando cair aos seus pés. Apesar de extremamente envergonhada com a situação, ela não conseguiu deixar de contemplar o belo corpo do marido.
Voltando para a cama, Ciel retomou as carícias, a penetrando com calma e distraindo da dor com beijos voluptuosos. Sentiu quando as unhas da esposa cravaram em suas costas e pensou tristemente que isso com certeza deixaria marcas que não agradariam em nada o mordomo.
Depois de tudo consumado, o conde não poderia afirmar que o ato não foi prazeroso, afinal, ele não estava morto para não sentir nada, e sexo era sexo independente da situação. Mas era indiscutível que nada se comparava a estar com Sebastian, com ele não fazia apenas sexo: Eles faziam amor!
Houve momentos em que Ciel fechou os olhos e vergonhosamente imaginou estar com o mordomo. Ele sentia falta de algo que ‘fisicamente’ Elizabeth não poderia lhe proporcionar, e para compensar, imaginava ser em Sebastian que estava penetrando.
A loira por outro lado estava radiante, exausta e totalmente satisfeita, ela com certeza não se importaria nem um pouco de repetir o ato todas as noites.
“Foi maravilhoso... perfeito...” Disse feliz e com as pálpebras quase se fechando. “Eu te amo.”
O conde gelou com a declaração, mesmo que fosse com uma mentira, ele não responderia aquilo explicitamente. Nunca sequer havia dito isso para Sebastian, a pessoa que realmente amava, então não seria para Elizabeth que falaria.
“Eu também...” ‘...me amo.’ Completou mentalmente. “Agora durma Lizzy, já está tarde e você deve estar exausta”.
“Sim, eu estou. Boa noite, Ciel” Deu um beijo no marido e se aninhou em seu peito.
“Boa noite”.
~S&C~
Francis relaxou despreocupada na banheira que exalava a flor de cerejeira, sentia o corpo moído do dia esgotante, mesmo assim ela estava satisfeita por tudo ter ocorrido conforme o combinado. Refletindo sobre isso, ela resolveu que daria mais alguns dias e visitaria a filha para ver se o conde já havia se livrado do maldito mordomo.
“Foi um dia exaustivo não acha?”
A marquesa abriu os olhos e deu de cara com ninguém menos que Sebastian sentado na borda da banheira, com as pernas elegantemente cruzadas.
“O que você está fazendo aqui? Como conseguiu entrar?” Ela tentou cobrir a nudez.
“Não se dê ao trabalho, eu já vi tudo que tinha que ver e sinceramente não me agradei.” o moreno deu um sorriso malicioso, olhando propositalmente para o corpo dela.
O coração da loira batia na goela, estava apavorada com a inesperada invasão e com o que o mordomo pudesse lhe fazer. Ela não teria a mínima chance caso ele resolvesse lhe causar algum mal. “Saia daqui ou eu irei gritar!”
“Gritar? Sim... Grite! Será mais emocionante. Ninguém irá lhe ouvir, eu cuidei para que todos caíssem em sono pesado.” A marquesa tentou sair da banheira, mas Sebastian a impediu, obrigando a sentar novamente.
“SOCORRO... ME AJUDEM... SOCORROOOO...”
“Vamos, grite mais alto... Acho que ainda não conseguiram te ouvir!” Sebastian gargalhou macabramente e isso fez a loira se encolher na banheira.
Francis não estava reconhecendo o homem a sua frente, era totalmente diferente do mordomo educado e gentil de outrora. “Por que você está fazendo isso?” Deixou as primeiras lágrimas escaparem.
“Por quê? Você tem coragem de me perguntar o porquê?” O demônio aumentou o tom de voz, achando impressionante como a loira podia ser tão descarada. “Por sua culpa Ciel agora está com aquela fedelha... Ela está tocando no que é MEU... E ISSO É IMPERDOÁVEL...”
“CIEL NÃO LHE PERDOARÁ SE ME FIZER ALGUM MAL...” numa jogada de sorte, a loira tentou intimida-lo.
‘Humanos são ridículos quando sentem medo.’ Sebastian riu sarcástico. “Vou lhe contar uma coisa bem interessante: ISSO TUDO FOI PLANEJADO PELO JOVEM MESTRE.” Sorriu satisfeito ao ver a cara desacreditada da mulher.
“Isso não pode ser verdade... Ciel não seria tão inescrupuloso a esse ponto!”
“Não mesmo? Primeiro: o bocchan dá uma esplêndida festa para anunciar a data do casamento, mostrando a todos o quanto está feliz com a união e de como ama Elizabeth. Segundo: Você por acidente morre na noite de núpcias, tudo por um mero capricho do destino, uma fatalidade. Terceiro: Ciel dá todo o suporte possível no luto de sua ‘amada’ senhora, reforçando mais uma vez a todos o tamanho de seu amor. Quarto: Elizabeth não aguenta a dor de perder a mãe e acaba cometendo suicídio...” Enquanto falava o moreno enumerava com os dedos.
Os olhos de Francis arregalaram visivelmente ao ouvir a conspiração macabra, seu maior medo agora era pela vida da filha.
“Oh isso é realmente muito triste, não acha?” Sorriu ao ver o terror estampado na face da marquesa. “E quinto: em respeito e consideração a sua amada e falecida esposa, o conde decide que não irá mais se casar e devido ao que aconteceu todos respeitaram sua vontade. As pessoas costumam ser bastante compreensivas com o luto alheio sabia? E com isso todos viveram felizes para sempre! O que acha? Não é um plano maravilhoso?”.
Francis estava boquiaberta com a capacidade da mente daqueles dois homens serem tão sujas, monstruosas na verdade. “Por favor, não façam mal a Elizabeth, ela é inocente e não tem culpa de nada... Por favor... Deixem minha filha em paz...” A marquesa se desesperou pensando no que pudesse acontecer com sua filha.
“Você devia ter pensado nisso antes de entrega-la em uma bandeja, ou você pensava que Ciel realmente iria me deixar para ficar com aquela moleca irritante, mas não se preocupe logo logo ela lhe fará companhia no inferno”.
“Vocês são uns monstros... Seus canalhas!”
“Oh! Obrigado pelos elogios.” Sebastian tirou as luvas e acariciou o rosto dela, ao passo que a loira encolheu-se ainda mais sentindo extremo nojo. “É realmente uma pena que o jovem mestre me impôs limitações, eu tinha tantas coisas em mente para fazer com você.” Disse de forma calma e natural, como se a vida da loira fosse algo totalmente sem importância, e de fato era para ele.
“Por favor, Sebastian... Eu te imploro...”
“Shiii... Não adianta implorar.” O moreno sussurrou enxugando as lágrimas que escorriam por suas bochechas. Ele sabia que sua calma assustava ainda mais a nobre, podia inclusive ouvia claramente seus batimentos cardíacos. “Você pode ser uma boa menina e ficar quietinha enquanto eu te afogo, o que fará tudo acabar mais rápido ou... Você pode se debater e isso me dará mais vontade de judiar de você. O que escolhe? Eu prefiro a segunda opção, se você se comportasse não teria graça, não acha?”
“Você é louco... LOUCO... SOCORROOO...” Francis tentou se levantar e novamente foi impedida, o que a fez começar a se debater. Ela estava apavorada e a única coisa que passava em sua mente era que devia sair dali, seu instinto de sobrevivência gritava para que corresse em busca de ajuda.
“Boa menina. Vejo que escolheu a melhor opção!” Sebastian sorriu de olhos fechados e pegou a loira pelos cabelos, afundando sua cabeça na banheira. A água derramou pelo assoalho devido aos movimentos fracassados dela para tentar se desvencilhar, o que era impossível, pois a força com que Sebastian a segurava dentro d’água era descomunal.
“COF COF COF...” Ela tossiu compulsivamente assim que foi emersa.
“Vamos Francis, grite... se debata... implore por piedade... Você não sabe o quanto o seu medo me excita!” Puxou a cabeça loira para deixa-la ver como seus olhos estavam flamejantes de excitação.
“Cof... O que... Cof... é você?” Francis perguntou com muita dificuldade, vendo que os olhos do mordomo estavam fendidos. Ela não parava de tossir devido a quantidade de água que havia tomado.
“O que eu sou? Sou apenas um demônio e tanto!” Afundou mais uma vez a cabeça dela na água.
A marquesa tentou a todo custo se desfazer da mão enrolada em seus cabelos, e Sebastian apenas assistia a cena com um enorme sorriso no rosto. Quando os movimentos dela estavam perdendo o vigor, ele deu uma pequena pausa para fitar sua cara amedrontada uma última vez.
“Por... fa... vor... Se... bastian...” Implorou visivelmente debilitada, quase já não tendo forças para respirar.
“Nos vemos no inferno, Marquesa!”
Francis não mostrou resistência por muito tempo, logo seus membros perderam a mobilidade e jazeram inertes no fundo da banheira. Sebastian a puxou da água, os fios loiros estavam emaranhados na frente do rosto agora sereno, e com a paciência de um psicopata, penteou-os com os dedos os colocando no lugar.
Depois de deixá-la ‘apresentável’, depositou novamente seu corpo no fundo da banheira, de modo que parecesse que estivesse dormindo, e de fato essa seria a verdade da qual todos saberiam: a marquesa se afogou ao pegar no sono dentro da banheira.
“Até mesmo depois de morta continua dando trabalho.” Irritado, o mordomo suspirou ao ver o cômodo todo molhado, e rapidamente tratou de eliminar qualquer vestígio de um possível crime.
~S&C~
Passava das três da madrugada e Ciel não conseguia pegar no sono. Inevitavelmente sentia a falta de Sebastian em sua cama e tristemente essa seria sua realidade por algum tempo, mas todo o esforço valeria a pena.
Vendo que não conseguiria dormir e que seria um desperdício de tempo ficar olhando para as paredes, concluiu que seria mais vantajoso avaliar alguns balanços da Phantom, estava com algumas pilhas de papeis atrasados em decorrência do casamento.
Levantou-se cuidadosamente para que a loira não acordasse e resolveu primeiro tomar um banho, o perfume que havia ficado em seu corpo estava lhe dando ânsias de vomito. O banho foi rápido e sorrateiramente saiu do quarto na direção do escritório.
Quando entrou na sala, ele foi pego de surpresa pelo mordomo sentado em sua poltrona. Sebastian parecia perdido em pensamentos, observando pela grande janela a lua sendo aos poucos coberta pelas nuvens.
Não se dando ao trabalho de mexer um músculo sequer, o demônio moveu apenas os olhos para fitá-lo. Estavam brilhantes, evidenciando seu instinto demoníaco aflorado.
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