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História Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, aterrorizado.


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Olá amores, como proposto aqui estou eu novamente com mais um capitulo!

Boa leitura a todos!!!

Capítulo 37 - Esse mordomo, aterrorizado.


Fanfic / Fanfiction Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, aterrorizado.

O céu nublado e as nuvens acinzentadas davam ao clima um ar melancólico, como prestassem condolências a protagonista daquele funeral. A igreja outrora grande, parecia ficar pequena para comportar as todos que vinham prestar suas últimas homenagens à marquesa, Francis sem dúvida foi uma pessoa muito estimada em vida.

No primeiro banco perto do altar, Elizabeth chorava inconsolada no peito do marido e seu pranto comovia todos que observavam a cena. A jovem condessa já órfã de pai, agora também era órfã de mãe. Ciel dava toda a assistência que pudesse oferecer e a acalentava demonstrando solidariedade e compadecimento com sua dor. Aos olhos de todos, sem dúvidas o conde era um bom marido.

O caixão foi fechado e a inevitável hora do enterro havia chegado. A pequena marcha foi feita até o cemitério que não ficava longe dali, e os presentes deram seu último adeus a memorável marquesa. Depois de terminado as despedidas, o caixão afundou na cova e as pazadas de terra começaram a se amontoar até cobri-lo por completo.

Elizabeth se encolhia cada vez mais no peito do marido, totalmente inconformada com a fatalidade que havia acontecido, aquela era para ser a fase mais feliz de sua vida e agora havia se transformado numa grande tragédia. A moça que cresceu em um ambiente familiar e acolhedor, sentiu terrivelmente a morte do pai, mas a perda de sua mãe a desestruturou por completo, era como se seu mundo perfeito estivesse desabando.

O lugar aos poucos foi esvaziando até restarem apenas os mais íntimos. Por tradição, Ciel se aproximou da cova e depositou um ramo de flores brancas, e como parte da encenação, olhou melancolicamente para o amontoado de terra, logo ele providenciaria uma lápide decente para sua tia, afinal, ela era uma nobre.

Aquela cena lhe pareceu nostálgica, vivenciada há tempos atrás. Um estalo soou em sua mente lembrando-se de quem tentava esquecer: Madame Red. Foi então que a ficha caiu, mas um de seus parentes havia morrido, e por sua causa! No fundo, havia um mísero pesar em sua consciência. Mesmo não demonstrando, ele chegou a gostar de sua tia e teve vários momentos agradáveis em sua companhia.

Pensar nisso o causou um desconforto, se dando conta do quanto estava afundando cada vez mais na escuridão. Afinal até que ele ponto chegaria? Ligou todos os acontecimentos recentes, suas quebras de princípios, o abandono de seus objetivos, a personalidade irreconhecível que adotou e tudo chegou à uma única vertente: Sebastian.

Tudo estava direta ou indiretamente ligado às vontades do demônio, e Ciel sabia que estava se deixando corromper cada vez mais pela obscuridade daquele ser que nem humano era. Não era apenas sua alma que estava sendo maculada, mas também seu corpo, sua mente, seu ser. Sua existência.

Perguntou-se até que ponto o suposto amor do demônio era verdadeiro, ou seria essa mais uma forma de corrompê-lo para deixar sua alma mais saborosa para a hora de consumi-la. Esse sempre foi o objetivo primordial do akuma, não é mesmo? Fazer de sua alma, a alma perfeita e, isso esteve bem claro desde o início do contrato.

Olhando por essa perspectiva, Ciel conseguiu enxergar a situação com mais clareza, ele estava amando e se entregando inteiramente a um ser sujo, uma criatura asquerosa. A casca vazia de Sebastian era apenas uma ilusão, nada daquilo existia, não havia cordialidade, muito menos gentileza. Aquilo não passava de uma enorme farsa, e mesmo sabendo disso, ele se deixava enganar pela beleza daquela carcaça.

Porém, era fato incontestável que não conseguiria mais se manter longe do akuma, e mesmo que quisesse não poderia, não havia esconderijo longe de seu alcance, aquele era o pior dos predadores e não importava onde Ciel se escondesse, certamente seria encontrado. Além do mais, ele não queria se esconder, tão pouco fugir. Por mais que fosse falso, por mais que fosse sujo, ele aceitaria aquele amor impuro de bom grado, apesar de tudo Sebastian esteve fielmente ao seu lado em todos os momentos.

Se sentindo observado, o jovem suspendeu o olhar e confirmou que o moreno o olhava com o cenho franzido, como se conseguisse notar a confusão que estilhaçava sua mente. Ele desviou o olhar e se afastou da cova, não seria vantajoso se o mordomo desconfiasse de seus pensamentos, agora mais do que nunca ele continuaria com essa farsa até o final, até porque compactuou com isso no momento em que firmou o contrato.

Mas Ciel não sairia prejudicado nessa história, ele não seria o único a ser usado, ele também aproveitaria tudo o que pudesse extrair como beneficio e não deixaria que Sebastian tomasse as rédeas de sua vida. Ele amava o demônio, isso era fato, mas em primeiro lugar amava a si próprio!

“Vamos Lizzy, o dia foi desgastante e você precisa descansar.” Colocou a mão no ombro da moça para incentiva-la a se retirar.

S&C

2 meses depois

“Finalmente esse problema foi resolvido, já não suportava mais tanta bajulação! Para a mansão.” Ciel ordenou a Tanaka que hoje servia de cocheiro. Ele e Sebastian vieram à cidade resolver um problema com um dos maquinários da Phantom. Poderia até ter dado a ordem ao mordomo para que o resolvesse sozinho, mas preferiu se distanciar um pouco do clima pesado que pairava sobre a mansão.

Sebastian ofereceu a mão para ajuda-lo a subir na carruagem e quando iria fazer o mesmo uma conhecida presença o atingiu em cheio. Olhou discretamente ao redor e avistou o suspeito, Aron estava perto de um beco portando o mesmo sorriso macabro do dia do casamento.

O outro demônio segurava uma rosa branca, a qual Sebastian identificou ser do jardim da mansão. A flor foi murchando aos poucos até se transformar em pó e sumir no vento, a podridão do demônio havia destruído o belo trabalho da natureza. Sebastian viu quando os lábios levemente pálidos de Aron se moveram em um sussurro.

“O fim está próximo, Belial!”.

Um frio percorreu seu corpo, não por medo, ele jamais temeria o outro demônio, afinal, ele era Belial: o comandante de 80 legiões, ficando abaixo apenas de Lúcifer. Mas o fato é que apesar de tudo, ele e Ciel ainda mantinham um contrato e no final deste teria sua indesejada paga. Definitivamente ele precisaria tomar providências quanto a isso.

Percebendo que o conde o olhava confuso pela demora na porta da carruagem, ele entrou e deu batidas no forro para que Tanaka desse partida. O veículo tomou destino, a paisagem monótona fazia Ciel refletia sobre o rumo que as coisas iam tomando, seu plano estava saindo como o esperado. Elizabeth ainda inconformada pela morte da mãe, parecia cair em depressão e lastimavelmente ficava cada vez mais abatida, passava o dia acamada e não tinha disposição para nada, quase não se alimentava e o pouco que comia e bebia colocava para fora tamanha era sua fraqueza.

Mas havia um ‘porém’ interferindo em seu objetivo: as amigas da loira, principalmente Gabrielli. As raparigas em consideração ao luto lhe faziam visitas constantes e a ruiva já estava hospedada há quase uma semana em sua mansão. Isso estressava terrivelmente Ciel. Ele sabia que no fundo toda aquela solidariedade era apenas um pretexto para se insinuarem a seu mordomo, porém ele disfarçava seu desagrado com sorrisos falsos, não deixaria seu ciúme colocar tudo a perder.

Não fosse esse pequeno detalhe Elizabeth já estaria fora de cena, ele não suportava mais presenciar o estado da prima, era como um espelho refletindo seu próprio sofrimento, mas ao contrario de si, a jovem conseguia exteriorizar a dor que sentia. Nesse sentido ele a admirava e sentia-se um covarde por não conseguir externar seus próprios sentimentos, longe disso, havia os trancafiados e enterrados tendo seu coração como túmulo.

“Bocchan...” Sebastian já estava encabulado com o comportamento pensativo do jovem. “Bocchan...” Chamou novamente passando a mão na frente de seus olhos.

Ciel olhou areado para o mordomo que tinha um sorriso inquisidor nos lábios. “Sim?”

“Em que pensas tanto?” Perguntou curioso, o menor parecia estar em outra dimensão.

“Nada de mais, apenas recapitulando os últimos acontecimentos!” Ciel declarou vago, ele tinha que arranjar um jeito de tirar logo Gabrielli debaixo de seu teto.

“Hum... Tem certeza que é só isso?” Sebastian ainda estava desconfiado, principalmente depois da resposta vaga.

“Sim, por acaso não acredita em mim?” Por mais que Ciel já tivesse dado motivos para o demônio, ele não gostava quando este duvidava de sua palavra.

“Eu não falei isso, mas se dei a entender, peço perdão pela minha indelicadeza.” Colocou a mão no peito como reverencia, achando melhor não insistir. Conhecia o pavio curto de Ciel e não queria arrumar uma briga desnecessária, até porque não estava com paciência para isso, sua mente também estava fervilhando. “Venha cá.” Puxou o conde para sentar em seu colo e não se surpreendeu quando esse começou a retrucar. “Pare de birra, bocchan.”

“Tcs, que seja!” Ciel se rendeu, acomodando-se melhor na coxa do amante e quando deu por si, seus lábios foram tomados. Ele apenas se deixou levar pelos vários beijos que o mordomo lhe deu. Até aí estava tudo bem! Porém aos poucos sentiu a mão do moreno subir perigosamente por sua coxa. “Nem pensar! O meu traseiro precisa se recuperar dessa madrugada! A não ser que você queira inverter as posições”.

O mordomo deu uma risada. “Sua mente anda muito pervertida, bocchan. Eu nem estava pensando nisso.”

“E eu vou fingir que acredito!” Ciel rebateu, ele conhecia muito bem o apetite sexual de seu mordomo.

Depois do casamento, a relação dos dois se resumia aos encontros noturnos depois que Elizabeth caía em sono profundo. Os ‘chás calmantes’ que Sebastian lhe dava antes de deitar a fazia dormir que nem pedra. Algumas vezes Ciel chegou a invadir o quarto do mordomo durante a madrugada, mas pararam com o hábito quando quase foram pegos por Finnian que acordou para tomar água, a partir daí adotaram um dos quartos de hóspedes como alcova.

“Bem, já que você não está ‘apto’ e eu não estou disposto a mudar de posição, me conte o que refletia sobre os ‘últimos acontecimentos’.” Retomou o assunto.

“Apenas refletia sobre a situação a qual nos encontramos, basicamente isso!” Ciel deu de ombros, ele não estava a fim de entrar no mérito do assunto, senão acabaria denunciando seu desgosto com a presença de Gabrielli.

O mordomo tomou uma expressão séria, aquele seria o momento propício para entrar no assunto que a muito vinha sendo evitado pelos dois. “Me responda sinceramente... Você se arrepende de alguma coisa?”

A pergunta do mordomo pegou o conde de surpresa e ele ficou sem saber como responder, afinal, a pergunta foi feita de forma abrangente e havia um leque de entendimentos para esta. “Depende, há sim algumas coisas das quais eu me arrependo”.

“E quais ‘coisas’ seriam essas?” Sebastian precisava saber quais eram esses arrependimentos, principalmente se eram em relação a si ou ao contrato. Ele necessitava daquela resposta para tomar sua decisão.

“Coisas irrelevantes e que não merecem atenção, mas eu não me arrependo de nada sobre nós, se é o que quer saber.”

Não conseguindo reprimir um sorriso, Sebastian tirou uma mecha da frente dos olhos do rapaz e a colocou atrás da orelha. “Você sabe que eu te amo, não é? Eu já falei isso tantas vezes que acho que você já esta cansado de ouvir. Você é a coisa mais preciosa que eu tenho”.

Ciel revirou os olhos, novamente o mordomo iria começar com as conversas constrangedoras, e aquelas poucas palavras já tiveram o poder de tingir rubramente suas bochechas. Ele realmente se sentia desconfortável em falar sobre sentimentos, o que era irônico, pois Sebastian sendo um demônio falava com a maior naturalidade “Sim, eu sei. A minha alma é a mais preciosa entre todas.”

“Eu não falei da sua alma, eu falei de você! ‘Você’ é o meu bem mais valioso” Sebastian queria que Ciel entendesse que não era mais somente a alma dele que o mantinha acorrentado a sua efêmera existência. Sua alma agora não passava de uma parte do ser a qual tanto amava. “Por isso tenho um pedido a fazer!”

“Pois então peça!” Ciel esperou ansioso, animado por finalmente poder realizar algo em retribuição a tudo que o demônio já lhe proporcionou.

“Eu queria... que você abandonas...” A carruagem sofreu um leve solavanco e parou em frente a mansão justamente no momento em que Sebastian pediria para o jovem abandonar sua vingança, quebrasse o maldito contrato. Ele não queria mais ser ‘mestre e demônio’, queria apenas ser ‘Sebastian e Ciel’.

O conde saiu no mesmo instante do colo do moreno, visto que Tanaka logo abriria a pequena porta, o que de fato não tardou em acontecer. “Em outro momento continuaremos essa conversa, está bem?”.

“Claro... jovem mestre” O mordomo estava irritado por ter sido interrompido num momento tão crucial.

“O que aquela carruagem está fazendo aqui na mansão?” O conde questionou ao ver o outro veiculo, conhecia aquela carruagem, só não conseguia lembrar de onde.

“É a carruagem do doutor Madisson. Parece que alguém está doente.” Sebastian sorriu consigo mesmo, já prevendo ser Elizabeth a pessoa necessitada de cuidados médicos, isso só contribuiria para a veracidade de sua futura morte.

Ciel entrou indo direto para o quarto, pelo menos o destino estava facilitando seu trabalho. Ele gostava de Elizabeth, ela era uma boa pessoa e o amor que lhe dirigia era puro, mas infelizmente ao fazer uma escolha teria que abrir mão de outra, e nessa disputa desvantajosa, a prima não era a escolhida “O que está acontecendo aqui?” Fingiu preocupação assim que entrou no quarto.

O médico tinha acabado de examinar Elizabeth e guardava seus instrumentos de trabalho dentro da pequena maleta, no quarto também estavam Grabielli e Paula acompanhando o trabalho do senhor. “Elizabeth teve um desmaio e por precaução chamamos o doutor Madisson, já que a cada dia que passa ela fica mais debilitada” A ruiva informou como se fosse um grande feito.

Com a expressão ‘extremamente preocupada’, Ciel sentou na beira da cama e tomou a mão da esposa junto a sua. “E então doutor? O que há com ela?”.

O senhor de idade já avançada detinha o semblante rígido, o que deixou temerosa as duas acompanhantes, porém Ciel e o moreno atrás de si apenas se mostraram impassíveis. Mesmo não sendo apropriado para um mordomo estar ali, era lógico que Sebastian não perderia por nada aquela cena.

“Elizabeth precisará tomar soro já que não consegue se alimentar, ela está hipoglicêmica, o nível de açúcar em seu sangue está baixo e isso causa vários desconfortos inclusive o desmaio, os outros sintomas também são normais da gravidez. Parabéns Conde, você será pai!”   


Notas Finais


Como puderam ver Ciel teve uma pequena crise existencial, atire a primeira pedra quem nunca passou por isso!!!

E agora como será que ele reagirá com essa noticia????

Bjinhos de chocolate e até domingo (ou segunda)


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