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História Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, herdeiro Phantom


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Oi gente!!!!
Olha eu aqui de novo! Chegamos ao penúltimo capitulo e saudade ja esta batendo!!!!!
Esse capitulo já esta pronto há algum tempo, consegui terminar antes das ferias e estava ansiosa para saber a opinião de vcs, então boa leitura!!!

Capítulo 44 - Esse mordomo, herdeiro Phantom


Fanfic / Fanfiction Confused Feelings of a Demon - Esse mordomo, herdeiro Phantom

Os raios de Luz entravam pelas rachaduras nas paredes, iluminando a mansão parcialmente destruída. Sebastian acordou ao ouvir soluços bem próximos, abriu vagarosamente os olhos e os fechou novamente por causa da luz incomodando sua visão. Seu corpo humano doía e ele tinha dificuldades para se mover, a última coisa da qual se lembrava eram as lembranças no rolo da vida de Ciel.

‘Bocchan...’ Um estalo passou em sua mente. Ele tentou se mexer e foi então sentiu algo em sua mão, era a mão de Ciel que tinha os dedos entrelaçados aos seus. Provavelmente antes de cair em exaustão, ele deitou ao lado de seu mestre.

Sebastian levantou a cabeça e se deparou com uma cabeleira loira jogada em cima do corpo do rapaz. Os cílios totalmente encharcados e o rosto inchado do choro denotavam o estado lastimável de Elizabeth, e apesar dela está jogada em cima do corpo de seu mestre, no momento ele não tinha forças nem ânimo para tira-la dali.

Lizzy havia acordado com os primeiros raios solares, totalmente perdida no lugar onde estava e não fazendo noção de quanto tempo passou desacordada. Ela sentia-se tão fraca que quase não conseguiu levantar, mas assim que o fez tentou encontrar a saída da mansão e foi assim que tomou um dos maiores choques de sua vida. Viu o corpo sem vida de seu marido jogado no chão. “Porquê?... Sebastian...”

O mordomo nada respondeu e a observou abraçar e beijar o rosto do conde. Em outra ocasião, ele com a puxaria pelos cabelos para sair dali, mas no momento não! Ele entendia bem a dor que ela sentia e pela primeira vez sentiu compaixão pelo sofrimento alheio.

Ele deixaria Elizabeth se despedir do marido e a tiraria dali, ela precisava de cuidados médicos visto que possuía alguns ferimentos e detinha uma expressão extremamente abatida. Ironicamente a jovem que um dia tanto odiou, agora carregava dentro si a única coisa valiosa que lhe restava.

“Não me deixe... Por favor...” Lizzy implorava em vão, inconformada com tudo que vinha acontecendo em sua vida. Ela já havia perdido seu pai, depois sua mãe e agora o marido. Ela não tinha a mínima ideia de como seguiria em frente, principalmente por ter que criar o filho sozinha.

“Vamos, Elizabeth. Você precisa descansar e nós temos que providenciar o enterro... do bocchan.” O mordomo quase não conseguiu terminar a frase, mas ele não poderia se afetar novamente pelas emoções. Não adiantaria se lamentar, pois o fato já havia acontecido e era impossível voltar atrás. Agora só o que restava era providenciar um enterro decente para seu mestre, e formular alguma explicação para sua morte.

S&C

4 meses depois

A barriga de nove meses de Elizabeth quase não a deixava andar. O peso em suas pernas era enorme e seus tornozelos e pés estavam inchados. Até as mínimas tarefas a fatigava, mas ainda assim ela se ocupava constantemente para não ficar de mente vazia, pois isso seria a porta de entrada para que lembranças dolorosas a fizessem companhia.

Com muita paciência, ela regava vagarosamente os pés de rosas coloridas que havia plantado alguns dias atrás. O tempo abafado do verão a afetava ainda mais devido a gravidez, e sua sorte era que nas últimas noites estava caindo torrenciais que, apesar de assustadores, amenizavam o calor. Eram chuvas de verão como dizia Tanaka.

“Quantas vezes eu terei que falar que você não pode ficar fazendo esforço, milady?” Sebastian apareceu ao seu lado com uma veia saltada na testa. Ele já havia perdido as contas de quantas vezes tinha falado a loira que ela deveria passar o dia deitada, principalmente agora no final da gestação.

Elizabeth deu uma risada, não ligando para o mordomo. “Agora eu entendo por que Ciel vivia mal humorado, você é muito rabugento. Pior que um velho! Talvez ele tenha adquirido esse costume de você!” Ela continuou o que estava fazendo. Todo dia era essa mesma ladainha, Sebastian tentava encarcerá-la e ela sempre fugia dele. Essa havia se tornado a rotina dos dois. “Só falta você querer me manter amarrada na cama”.

Enquanto ria da própria piada, Elizabeth não percebeu o olhar diabólico em sua direção. Aquela era uma possibilidade que o mordomo estava pensando em considerar, já não sabia mais o que fazer para mantê-la sossegada, a jovem conseguia ser tão teimosa quanto uma mula empacada.

“Venha, está na hora do seu chá! Francamente, milady... Você é tão irresponsável que não se lembra nem de se alimentar adequadamente. Só espero que não faça o mesmo com essa criança.” Devolveu a ofensa por ser chamado de rabugento e em troca recebeu um olhar reprovador.

“Nem que eu quisesse, você não me deixaria esquecer. É bem capaz que essa criança chame de mãe para você ao invés de mim!” Lizzy riu da expressão do mordomo. Ela sabia o quanto ele ficava irritado quando era criticado por seu instinto superprotetor, e para atiçá-lo, sempre dizia que ele daria a baba perfeita. Logicamente que isso era motivo para mais trocas de farpas entre os dois.

Eles caminharam até a pequena mesa no jardim, Sebastian serviu o chá juntamente com biscoitos, sconnes, bolo e algumas frutas. Elizabeth às vezes fazia chacota dizendo que ele parecia a bruxa de João e Maria, pois a quantidade de comida que a obrigava comer chegava a ser absurda. “Sente-se também e me faça companhia”.

O moreno logo obedeceu, já havia virado hábito da loira fazer questão de sua companhia no chá da tarde. Para isso, ela alegava se sentir sozinha e que não tinha com quem conversar além de Paula. Porém com o passar do tempo, ele também passou a apreciar esse momento de lazer, e a presença dela já não era tão irritante quanto antes.

“Sabe, eu estava pensando, se for uma menina se chamará Sophie, esse era o nome da minha boneca preferida quando criança, e eu prometi que quando fosse grande e tivesse uma filha, esse seria seu nome.” Deu uma garfada generosa no bolo e um gole no chá.

Desde que tocou na barriga da loira, Sebastian já sabia ser um menino, mas por motivos óbvios preferiu esconder sua descoberta. “Minha intuição me diz que é um menino, você já pensou em algum nome caso seja?”.

“Já sim. Pensei em dar o nome do pai, mas ainda é muito doloroso lembrar de Ciel. Então pensei em colocar Alexis em homenagem ao meu pai”.

“Alexis? Alexis Phantomhive... É um nome bonito.” Foi só o que Sebastian disse, depois passou a fitar perdidamente o horizonte. Recordava o dia em que perguntou ao conde se ele já havia pensado em algum nome, e obviamente não obteve a resposta que queria. Questionou-se se ‘Alexis’ agradaria Ciel, infelizmente isso era algo que ele nunca saberia.

Lizzy ficou observando o mordomo enquanto ele parecia distraído e apesar da expressão dele ser serena, ela podia perceber a melancolia em seu olhar. “Às vezes tenho a impressão de que você está sofrendo mais do que eu”.

O moreno a olhou desconfortável pela declaração, mas isso era fato: não havia um minuto sequer que não se lembrasse de Ciel, e era grande a saudade que sentia. Mesmo tentando se distrair a todo custo, ainda assim a falta do rapaz sempre se fazia presente até nas mínimas coisas e conviver com isso estava sendo mais doloroso do que imaginou que seria.

“Você sente a falta dele, não é? A ligação que vocês tinham era muito forte e confesso que até sentia um pouco de ciúme de vocês. Você foi a única pessoa que verdadeiramente chegou a conhecer quem foi Ciel Phantomhive.” Elizabeth sabia que ninguém conseguiria preencher o lugar que o mordomo ocupava na vida do marido, e depois da morte dele, constatou que o sentimento era recíproco. Sempre havia um brilho de tristeza escondido nos olhos de Michaelis.

“Vamos entrar, milady. Já está escurecendo e acho que logo irá chover.” Sebastian cortou a conversa e começou a recolher o jogo de chá. Enquanto caminhavam para mansão, ouviu um baixo gemido vindo da moça. “Está tudo bem?”.

“Sim, foi apenas um leve desconforto, nada com que deva se preocupar.” Lizzy disse com um sorriso e então os dois continuaram a caminhar. “Aliás, você poderia fazer bolo de chocolate para a sobremesa dessa noite?”.

“Como desejar, milady”.

S&C

Em meio à escuridão da noite os relâmpagos possibilitavam por milésimos de segundos vislumbrar a paisagem no horizonte e os trovões o que sucediam faziam o chão estremecer. Era um temporal impetuoso e só colaborava para deixar o clima na mansão ainda mais tenso.

“Conseguiram chamar o médico?” Sebastian perguntou assim que viu Paula entrar no quarto.

“Bard acabou de chegar e disse que a estrada está intrafegável e que várias árvores caíram no caminho, por isso não deu para avisar o doutor.”

“AHHHH... Pelo amor de Deus... Eu não aguento mais...” Lizzy estava em frangalhos, e sentia tanta dor que parecia que iria morrer. “SEBASTIANNN... Você terá que fazer o meu parto... AHHHH... Paula o ajudará”.

O mordomo congelou com o pedido, ele realmente não queria ter que fazer isso, pois assim como no primeiro episódio da asma de Ciel, ele não sabia o que fazer. Porém não havia outras alternativas: ou ele fazia o parto, ou a criança passaria da hora de nascer.

Decidido, respirou fundo e arregaçou as mangas da camisa social, depois pediu a Paula que arranjasse uma bacia com água. “Tudo bem... Assim que vier a contração faça força.” Se posicionou no meio das pernas da moça.

Os minutos que se sucederam pareceram horas de tortura para Elizabeth, ela já estava ficando sem forças para dar a luz e seus esforços pareciam não surtirem efeito. “Eu não aguento mais, Sebastian... Eu não tenho mais forças...”.

“Não diga isso, Elizabeth, é claro que você consegui. Você é uma Phantomhive! Tente mais uma vez, a cabeça já está aparecendo!” O mordomo dava apoio para encoraja-la. Paula, no entanto, estava horrorizada com o que via e tomou a decisão de que nunca teria um filho.

Mais uma forte contração veio e Lizzy reuniu todas as forças que tinha. “AAAHHHH... SEBASTIAANNN...” Ela soltou um grito desesperado quando mordomo fez uma manobra de Kristeller e a criança pareceu sair rasgando sua intimidade.

Paula caiu desmaiada no mesmo instante e o choro inicialmente abafado da criança encheu o quarto. Sebastian olhou maravilhado o pequeno ser em suas mãos e que aos poucos ia se acalmando, percebeu pela primeira vez como era lindo o milagre da vida.

“O que é?” A loira estava curiosa para saber o sexo do bebê.

“É um menino!” O demônio se aproximou e colocou a criança em seu peito. Ajudou a coloca-lo para mamar e o moleque esfomeado pegou o peito sugando de forma desesperada.

Sebastian aproveitou aquele momento para cortar o cordão umbilical e fazer a higienização de Lizzy, e se perguntava se aquela quantidade que ela estava perdendo de sangue era normal. Logo que terminou, pegou de volta a criança para banhá-lo, visto que ele ainda estava com restos de parto. “Agora descanse, milady. Eu darei banho em Alexis já que Paula resolveu tirar uma soneca ali no chão.” Deu um sorriso travesso.

A bacia com água ainda estava com a temperatura agradável, Sebastian tirou as luvas sujas e com todo cuidado colocou o pequeno na água, Alexis não reclamou e ficou quietinho enquanto era banhado. O mordomo passava delicadamente a mão por sua pele fina, retirando as impurezas, e fez uma leve massagem em seu cabelos para deixá-los limpinho, e assim que terminou o envolveu no cobertor.

Em seguida aninhou Alexis com todo cuidado em seus braços e passou a observa-lo melhor. Ele era branquinho, parecia uma bolinha de algodão, os cabelos eram castanho escuro, provavelmente a mistura do loiro de Lizzy e o preto azulado de Ciel. As feições ainda não permitiam definir com quem se parecia, pois como todo bebê, ele tinha ‘cara de joelho’, mas indiscutivelmente os olhos eram de Ciel, disso não havia dúvidas. Aquele azul oceano era inconfundível.

Ele estava tão encantado com a criança em seu colo que não ouviu os sussurros de Elizabeth o chamando, encontrava-se deslumbrado demais pelo pequeno ser. Alexis era tão frágil e indefeso que seu instinto protetor formou um conhecido calor em seu peito, o mesmo que tinha por Ciel. O bebê começou a chupar a mão mostrando que ainda sentia fome e então Sebastian resolveu devolvê-lo a mãe para que o amamentasse, mas quando virou tamanho foi seu espanto com o que viu.

Lizzy mantinha os olhos abertos em sua direção, porém estavam sem vida e uma grande quantidade de sangue ensopava suas pernas: Ela havia tido uma hemorragia! O mordomo ficou em choque. Ele desviou o olhar novamente para a criança e se perguntou o que faria sozinho com aquele bebê. Ele não tinha nenhuma experiência com ‘isso’ e a única criança que havia cuidado fora Ciel, mas ele já tinha dez anos na época.

De início sentiu vontade de largar a criança e fugir para bem longe, aquilo fugia totalmente de sua realidade. Ele... Um demônio... Criando um bebê humano... Definitivamente era absurdo e impossível! Caminhou até o berço onde deixaria Alexis e deu uma última olhada como despedida.

Esse foi seu grande erro! Mais uma vez ele se perdeu na intensidade dos pequenos olhos e logo um sorriso banguela apareceu para derrubar todas as suas armaduras. Sebastian teve novamente a certeza de que era um amaldiçoado.

Ajeitou outra vez Alexis em seus braços e caminhou até Elizabeth, sentando ao seu lado na cama. Deslizou as costas dos dedos pela bochecha dela e depois fechou seus olhos que estavam abertos. “Obrigado...” Encostou seus lábios aos da garota e sugou sua alma. 

S&C

6 anos depois

Na cozinha da mansão o mordomo batia incessantemente a massa do bolo, estando seriamente preocupado com toda aquela calmaria, isso definitivamente não era bom visto que conhecia muito bem a personalidade da criança que morava naquela casa.

“SEBASSTIANNN...” Um choro estridente veio do lado de fora.

Uma veia saltou na testa do demônio, onde estavam os outros empregados para não terem visto Alexis fugir para fora da mansão? Ele já previa o que havia acontecido. Largou a tigela em cima da mesa e tirou o avental, e logo que chegou no quintal viu que estava certo. “Quantas vezes eu vou ter que falar para você não ficar correndo atrás dessas galinhas?”.

A vida do mordomo havia se tornado um verdadeiro inferno desde que tomou a decisão de criar o pequeno. Era ele quem mantinha a ordem na casa, comandava os empregados e arrumava os inúmeros estragos que eles causavam, havia também tomado a frente dos negócios da Phantom e ainda assegurava a segurança da mansão. Mas com certeza o que de longe lhe dava mais trabalho era a criança a sua frente.

Alexis havia se tornado o clone do pai, diferenciando apenas a cor dos cabelos que eram castanho escuro com algumas mechas mais claras. Mas havia outras particularidades importantes a se observar, como o fato dele ser um verdadeiro capeta!

O moleque espoletado não parava um minuto sequer, e ao contrário do pai que escondia a personalidade maquiavélica atrás de um rostinho inocente, Alexis realmente tinha a cara de uma criança atentada, e de fato era. Porém, apesar do trabalho que ele dava ser grande, isso não diminuía em nada o amor que Sebastian sentia por ele.

“Desculpa, Sebastian. Eu juro que não farei mais isso.” Era sempre assim, ele jurava que não iria fazer mais alguma coisa e depois acabava cometendo o mesmo erro. Isso lhe rendia um longo sermão no final do dia.

O mordomo passou a mão pelas têmporas procurando o resto de paciência que ainda tinha, havia um ferimento no joelho de Alexis e se não desinfetasse logo, iria infeccionar. Sem contar que ele parecia estar num chiqueiro de tanta terra em suas roupas. Suspirou irritado, antes de dar um banho no garoto havia algo que precisaria resolver primeiro. Como se já não bastasse todos os problemas que já tinha “Vá para o seu quarto e me espere lá”.

“Mas o meu joelho está doendo e eu não consigo andar.” Os olhos de Alexis começaram a lagrimar para que o outro sentisse piedade.

“Eu não quero saber de ‘mas’, foi você quem procurou por isso. Se tivesse me escutado, nada disso teria acontecido. Agora pare de chorar e me obedeça”.

O pequeno até pensou em contestar, mas se calou assim que viu o olhar assassino do maior. Ele sabia que quando Sebastian chegava a arquear uma sobrancelha era melhor correr, e para bem longe. “Você é muito mal comigo.” Emburrado, ele saiu meio correndo, meio mancando.

Assim que o pequeno sumiu de vista, o demônio tratou de resolver mais aquele empecilho. “Ora, Ora, vejo que temos visita!” Apareceu atrás dos três sequestradores que estavam escondidos na floresta.

Os homens ficaram visivelmente confusos, em um momento o mordomo estava a alguns metros de distância, e segundo depois aparecia bem ao lado. “O quê? Mas como você apareceu aqui? Você estava ali agora a pouco...”

Sebastian apenas suspirou novamente, os ataques estavam cada vez mais frequentes. O pequeno Phantomhive era a galinha dos ovos de ouro para qualquer sequestrador. “Digamos que eu apenas sou um mordomo e tanto!” Deu seu típico sorriso de olhos fechados e tirou três facas de dentro do colete.

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“Aííí... está doendo!!!” Alexis esperneava tentando se livrar do mordomo que o esfregava sem piedade. Parecia até que Sebastian fazia aquilo de propósito apenas para lhe castigar.

“Ora cale a boca e pare de fazer birra. Quanto mais você se mexer, mais eu demorarei em terminar.” O demônio já estava a meia hora prendendo o menino na banheira, mesmo ele já estando limpo. Essa era apenas uma pequena punição para que ele pensasse muito bem antes de desobedecê-lo outra vez. “Terminamos, fique em pé, eu irei secá-lo”.

O pequeno rapidamente obedeceu, estava com os dedos enrugados e o coro ardido da esponja. Logo estava seco, vestido e esperando sentado na beira da cama pelo moreno. “Nããooo!!! Por favor Sebastian, isso não!!!” Alexis uniu as mãos em súplica assim que viu Michaelis se aproximar com o vidro de remédio, ele não se lembrava do nome, mas sabia muito bem o quanto aquele líquido doía.

“Mas por que não se essa é a parte mais divertida?” O mordomo sorriu diabólico. “Não é como se eu gostasse de fazer isso, Alexis. Mas se eu não passar, sua ferida irá infeccionar e isso será ainda pior. É isso que você quer?”

“Não...” O menino falou já soltando as primeiras lágrimas, ele sabia que não haveria escapatória e que o mordomo iria passar o remédio por bem ou por mal.

“Isso é para você aprender a ouvir o que eu falo para você! Vamos fazer o seguinte: se você for um bom menino e me deixar passar o remédio, eu lhe dou um presente”.

“Que presente?” Perguntou curioso, esse era o pior defeito do pequeno. Tanta curiosidade sempre resultava em inúmeros machucados.

“Você só saberá depois que eu passar o remédio!” O demônio sabia o quanto o pequeno era abelhudo e nada que uma pequena barganha não resolvesse o problema.

“Está bem, mas seja rápido hein!”

“Ah, claro! Eu serei” Sebastian deu outro sorriso macabro apenas para assustá-lo, era inevitável que sua natureza demoníaca não resistisse a querer judiar do menino.

Alexis torturantemente viu o algodão ser umedecido e logo chamuscado em seu joelho. “Assopra, assopra, assopra...” E logo o assopro frio do demônio aliviou a ardência.

Assim que viu que a dor do garoto havia passado, Sebastian tirou um pirulito do bolso do fraque. “Tome, aqui está o seu presente”.

Os olhos azuis brilharam de alegria e um enorme sorriso banguela surgiu, fazia pouco tempo que Alexis perdeu os dois dentes da frente e Sebastian sentiu vontade de rir ao ver aquilo. O menor estava ridículo com aquela ‘janela’, mas ele se reprimiu de fazer troça, pois sabia o quanto o garoto ficava amuado quando riam de sua cara. Era mesmo filho de Ciel Phantomhive.

S&C

Já passava da meia noite, Sebastian estava deitado em sua cama fitando o teto e suas lembranças o faziam companhia. Ele ouviu quando passinhos apressados se aproximavam de seu quarto e já sabia de quem se tratava, logo a face deslambida acompanhada de um sorriso amarelo apareceu atrás da porta.

“Eu posso dormir aqui com você, tem um bicho debaixo da minha cama.” Alexis sorriu envergonhado. Ele sabia que aquela desculpa esfarrapada já não enganava ninguém, mas realmente dormia bem quando estava com o mordomo, ele se sentia protegido.

Sebastian olhou para o sorriso amarelo, negar o pedido era uma perda de tempo, já que o pentelho ficaria choramingando na porta de seu quarto até fazê-lo ceder. “Eu estou te acostumando mal. O que está esperando? Feche logo essa porta!”.

Alexis não precisou de uma segunda ordem e, antes que o moreno terminasse de falar, ele já estava empoleirado debaixo do cobertor. Ele gostava de sentir os cafunés que o mordomo fazia em sua cabeça, isso o acalmava e fazia dormir tranquilamente, mas nos últimos dias algo vinha perturbando seu sono infantil. “Sebastian?”

“Hum?” Resmungou fingindo está quase dormindo, apenas para o menor dormisse logo e não ideasse de puxar assunto.

“Onde estão meus pais?” Durante as poucas vezes que Alexis saira da mansão para ir à cidade, havia notado que as outras crianças sempre estavam acompanhadas de seus pais e aquilo o intrigava, pois ele nunca chegou a conhecer os seus.

O moreno estranhou a pergunta, aquela era a primeira vez que era questionado sobre aquilo. “Porque você está me perguntando isso?”

“Porque todas as crianças tem pais, só eu que não! Porque meus pais me abandonaram?”.

Agora sim Sebastian estava sem saber o que falar e mesmo sabendo que um dia seria indagado ele não se preparou para esse momento. “Eles não te abandonaram, Alexis. Éh que... Bem, na vida nem tudo é como queremos e algumas pessoas morrem mais cedo, outras mais tarde... Seus pais infelizmente morreram mais cedo, mas acredite: eles te amavam mais que tudo.”.

“E eles foram morar com o papai do céu?” Perguntou inocente, essa havia sido a explicação que Finnian lhe deu quando perguntou o que era a morte e o que acontecia depois que as pessoas morriam.

“Éhh... mais ou menos isso...” O demônio mentiu, era preferível àquela mentira a ter que traumatizar tão cedo seu pequeno com a realidade da vida. “Agora durma, você tem que está recarregado para a dose de perturbação de amanhã”.

Alguns minutos se passaram e Alexis ainda tinha algo matutando em sua pequena cabecinha. “Sebastian?”

“O que é dessa vez?” Perguntou já prevendo que o menor não dormiria tão cedo e isso não era bom, pois ele sempre tinha perguntas inconvenientes e difíceis de responder. Um exemplo disso era que dias atrás ele viu uma gestante e quis saber como as mulheres engravidavam e por onde os bebês nasciam, obviamente que a historia da cegonha não o convenceu e Sebastian teve que dar uma pequena e constrangedora aula de reprodução para ele.

“Eu queria que você fosse meu pai!” Abriu um sorriso banguela. “Eu posso te chamar de pai?”.

O mordomo ficou sem palavras, mais uma vez o pequeno encapetado havia lhe pegado de jeito. “Bem... Se você quiser! Agora durma ou você voltará para o seu quarto.” Ameaçou para disfarçar a emoção que sentia.

“Você não faria isso!” O menor sabia que apesar de ‘durão’, o mordomo tinha um coração mole. Pelo menos com ele era assim.

“Você duvida?” O demônio sorriu de olhos fechados, mal Alexis desconfiava de sua natureza sádica.

“Mas eu tenho medo do escuro!”.

“Se você realmente tivesse medo do escuro não teria vindo sozinho até aqui.” O mordomo sorriu internamente ao ver a pequena face envergonhada, ele teria que ensinar seu pequeno a mentir melhor.

“Mas eu não gosto de ficar sozinho, eu tenho medo.” Isso era verdade, apesar de hiperativo e aparentemente destemido, Alexis era uma criança muito carente de carinho e atenção, por isso constantemente estava aprontando, pois sabia que Sebastian iria ao seu encontro, mesmo que fosse para lhe dar um belo sermão.

“Você não precisa ficar com medo, meu pequeno. Você nunca estará sozinho, eu sempre estarei ao seu lado para lhe proteger, mesmo que você não esteja me vendo.” Deu um beijo no topo da pequena cabeça e o aconchegou melhor em seu peito.

“Você promete?” A criança perguntou já com as pálpebras pesadas, o sono começava a tomá-lo.

“Sim, Alexis. Eu prometo!” Para a alegria do demônio o menino logo dormiu. Não queria que ele visse a reação constrangedora que tomou conta de seus olhos.

Sebastian ficou ouvindo o ressoar baixinho da respiração infantil e achou que era melhor também tentar descansar, visto que quando amanhecesse, o pequeno encapetado em seus braços começaria com todas as traquinagens novamente.

Ele realmente amava aquele pequeno ser!

Alexis viveu até os 89 anos e no decorrer desse tempo, Sebastian o acompanhou fielmente. Obviamente que mudou sua aparência ao longo dos anos para não levantar suspeitas, mas o fato foi que como havia prometido, ele se manteve ao lado do filho até o último suspiro.


Notas Finais


Em comemoração ao dia dos pais o que acharam do Sebastian na versão papai????
Espero que tenham gostado!
Até sexta, será nosso ULTIMO CAPITULO!!!!
bjinhos amores!


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