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História Confused Feelings of an Earl - A saudade e a Conversa


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Eu deveria está me dedicando unicamente aos meus estudos, mas ao invés disso olha eu aqui, postando fanfic! Francamente, me pergunto quando foi que eu fiquei tão irresponsável, justo eu que sempre fui uma pessoa sensata, acho que tenho a resposta, foi no dia que eu descobri o que é SocialSpirit. Ai Ai isso não esta certo, acho que vou desinstalar o aplicativo do meu celular, por isso não estranhem se a autora sumir do mapa por algum tempo rsrsrs.
Boa leitura amores!

Capítulo 7 - A saudade e a Conversa


 

 

“E então? Conte detalhadamente como isso aconteceu, bem debaixo do seu nariz e você não percebeu.” Sebastian descansou os cotovelos nos braços da cadeira.

A gerente financeira de umas das filiais da Phantom se encolheu na cadeira. Aquele olhar à fez desejar nunca ter pisado naquela empresa. Parecia que aqueles olhos iriam matá-la a qualquer momento. Era a primeira vez que via o tão famoso ‘Senhor Michaelis’, o qual ela pensou ser um senhor de mais idade, já na casa dos cinquenta e poucos anos, mas tamanha foi sua surpresa ao ver se tratar de um homem jovem. E bonito.

Agora entendia que a fama dele obviamente não se dava apenas por seu trabalho excepcional, afinal, o senhor Michaelis era conhecido por nunca cometer erros, mas também por sua inegável beleza e elegância. Porém, na atual ocasião toda essa beleza não lhe parecia atrativa. A única coisa que passava por sua cabeça era dele ser o carrasco que a levaria à forca.

“Vamos! Eu estou esperando, e acredite, eu tenho todo o tempo do mundo para ouvi-la.”

Ela engoliu seco e começou a relatar como não conseguiu notar aquele grande desvio. O interrogatório durou pouco mais de duas horas e Sebastian foi impiedoso em suas perguntas. Parecia um cão farejador a procura de qualquer deslize que ela pudesse cometer.

“E isso é tudo que sei.” A gerente estava preparada para ser demitida, e não era para menos, nem ela mesma acreditaria essa história se ouvisse da boca de outra pessoa.

O demônio suspirou, sabia que a mulher não estava mentindo, pois podia sentir a sinceridade dela. Ele resolveu que o melhor seria dispensá-la, não estava com paciência para resolver esse assunto agora, seus pensamentos estavam bem longe dali, há milhas de distância.

“Você tem até semana que vem para arrumar essa bagunça e me enviar os relatórios e balanços atualizados, e eu não quero nem saber como fará isso, dê o seu jeito! Se você não resolver esse problema até semana que vem e eu tiver que viajar até aqui novamente, é melhor você mudar para outro continente, porque nesse você nunca mais conseguirá um emprego”.

Ângela sabia que Sebastian tinha poder para isso, então era melhor tratar de recuperar o mais rápido possível todo o dinheiro roubado, ou ela e a filha passariam fome. “Certamente, senhor.”

S&C

Era tarde de domingo quando o jatinho da companhia pousou no aeroporto. Sebastian desembarcou irritado, mas satisfeito por finalmente voltar para casa. Resolveria sua situação com Ciel ainda essa noite, pediria desculpas e tentaria descobrir o motivo daquele comportamento.

O carro da companhia já o esperava na entrada do aeroporto. Ele odiava ter que usar transportes humanos, achava um desperdício de tempo, mas ele não poderia simplesmente desaparecer de um lugar e brotar magicamente em outro. Certamente pareceria estranho.

“SEBAS!!!” Grell parecia ver Deus em sua frente. Ele levantou do sofá e pulou no pescoço do demônio. “Oh, que cara azeda é essa? Podia pelo menos dá um sorriso? Eu fiz o grande favor de não deixar essa bola de pelo morrer de fome.”

O demônio simulou um sorriso, que na mente distorcida do shinigami foi quase um flerte, e o vendo mergulhado nos próprios delírios, Sebastian se perguntou como alguém gostava tanto de se iludir.

“Obrigado por cuidar de Sophie, mas agora você pode ir embora. De preferência para bem longe!” Sorriu, acariciando a gata. Pegou-a no colo e foi para o quarto, tendo Grell saltitando logo atrás, dizendo várias coisas sem sentido, como o seu modo frio de demonstrar sua ‘paixão’.

Ele bateu a porta na cara do ruivo, que não se importou e entrou no quarto sem permissão. Isso irritou ainda mais Sebastian. Era o cumulo da inconveniência.

“Grell...” Desfez o nó da gravata e a enrolou colocando em cima da cama, tirou a camisa e dobrou, também colocando em cima da cama. “Você não tem almas para ceifar?”

“Nenhuma!” O shinigami respondeu rapidamente. Por nada desse mundo sairia do quarto, não agora que o demônio começava a se despir. Sentou na cama e esperou ele tirar o restante das roupas. “Continue, Sebas-chan”.

O demônio bufou. Era mesmo muita falta de vergonha na cara, mas ele não se importava, não era a primeira vez que ficava nu na frente do ruivo. Desabotoou a calça e a tirou junto com a boxe, exibindo o corpo intencionalmente criado para a luxúria, capaz de fazer até o mais santo virar pecador.

O ruivo apertou as pernas, cravando os olhos em cada centímetro daquele corpo, se concentrando por fim em uma única área. Ele não via a hora do conde morrer novamente. “Sabe, Sebas-chan... Nós poderíamos aproveitar que estamos a sós e não temos nada para fazer...”

Ele se aproximou do demônio e percorreu o indicador pelo peito dele, contornando a clavícula. O rodeou até chegar em suas costas e o abraçou, aspirando o aroma da pele. Apesar de serem inimigos naturais, era tentador quebrar as regras para ter alguns minutos de prazer com aquele ser infernal, alias, quebrar regras era sua maior especialidade.

“Você parece tão tenso... Eu poderia relaxá-lo.” Percorreu a língua pela nuca do demônio, descendo as mãos em direção à intimidade dele, acariciando.

Michaelis olhou para a mão estimulando seu pênis. Era difícil para um demônio não ceder a luxúria, e o fato de saber que Grell era muito bom em ‘certas coisas’ apenas aumentava sua vontade, mas acima dos impulsos carnais desse corpo estava sua total aversão ao ruivo, só voltaria a se deitar com ele quando fosse obrigado a isso. 

“Tire suas mãos de mim. Você tem até eu terminar de tomar banho para sumir daqui!”.

“Mas Sebas-chan...” O shinigami fez biquinho, desapontado. Pensou em insistir, mas ao ver os olhos do demônio reluzirem, soube que estava mais do que na hora de se retirar. “Acho que chegou a hora da Death, não é mesmo? Bye Bye, meu Sebas-chan”.

O shinigami sumiu de vista, o que para Sebastian foi um alívio, aquela voz estridente o irritava. Ele sentou na cama, encarando fixamente o único número na agenda de seu celular. Ele precisava falar com Ciel, queria vê-lo e descobrir o que havia acontecido. Apertou no ícone de chamada e esperou a ligação ser atendida.

“Alô!”

Essa voz era melodia para seus ouvidos. Até mesmo o som da respiração do rapaz o agradava. “Olá, Ciel!”

“Sebastian? Como você tem meu número? Você disse que não tinha mexido no meu celular!”.

“E eu não mexi, só liguei para o meu número para salvar o seu. Eu preciso te ver, Ciel. Posso ir na sua casa?”

“NÃO!... Eh... quero dizer... acho melhor não! Meus pais estão aqui!”

Isso não agradou o demônio, o menor parecia arisco, e era obvio que essa não passava de uma desculpa para não vê-lo. “Então podemos sair para comer algo?”

“Não!”

“Você está me evitando?” Sebastian foi direto. Agora mais do que nunca ele precisa ver seu mestre.

“É claro que não.”

“Mas é o que está parecendo.” Sebastian suspirou. “Se não quer me ver, apenas diga, eu irei ficar com raiva de você por isso. Talvez só um pouquinho.”

“Eu vou na sua casa! Chego aí em dez minutos.”

S&C

“Oi!” Ciel o cumprimentou sem jeito, observando como Sebastian ficava charmoso mesmo usando roupas casuais. “Quanto tempo, hein.”

“Uma semana. Você quer bolo de chocolate?” O demônio ofereceu. Dessa vez ele não teve tempo de fazer o bolo da forma ‘tradicional’, precisou usar seus poderes para isso.

“Não, obrigado!” Ciel recusou. Apesar de ser seu bolo preferido, ele estava tão nervoso que seu estômago recusava até sua amada sobremesa.

O demônio franziu as sobrancelhas. Para o menor recusar o bolo era porque havia algo de muito errado acontecendo. Sentou no sofá e bateu com a mão indicando que ele sentasse ao seu lado. “Venha, sente-se aqui! Temos muito o quê conversar.”

Essa tranquilidade acalmou Ciel, apesar de tudo Sebastian continuava o mesmo. Sentou-se onde ele havia indicado e o viu pegar sua mão e leva-la aos lábios, onde depositou um beijo.

“Desculpe por aquela noite, eu me precipitei em apressar as coisas.” Sebastian deslizou os lábios pelas juntas dos dedos do rapaz, mantendo o contato visual. Procurava algum vestígio de que o menor não tivesse gostando, mas isso não aconteceu. “Não foi minha intenção assusta-lo!”.

“Q-Quem ficou assustado?” Ciel educadamente puxou as mãos e cruzou os braços numa postura defensiva. Os lábios de Sebastian eram quentes e esse calor ameaçava se espalhar por seu corpo.

O demônio sorriu. Não importava em que vida fosse, o orgulho sempre seria a marca registrada do ex-conde. Esse era o pecado que melhor definiria Ciel, e isso acariciava ainda mais sua essência demoníaca. Tentar desvendar o que se passava dentro daquele coração era o que mais excitava seu interior sombrio.

“Oh, então você não se assustou? Nesse caso devo encarar como a forma que me empurrou e quase saiu correndo de dentro do carro? Será que eu beijo tão mal assim?” Ele provocou apenas para saber até onde iria o orgulho de seu diabinho.

Ciel ficou pensativo, tentando encontrar uma forma de explicar a Sebastian a situação que nem ele mesmo conseguia entender. Será que ele o acharia louco se revelasse a verdade? Provavelmente sim! “Eu não sei explicar o que aconteceu, e também não quero falar sobre isso... Mas eu não fiquei assustado. E você não beija mal.” Ele corou.

Sebastian percebeu que o menor travava um debate interno e que lhe escondia algo. Se aproximou dele e puxou seu rosto para encara-lo. “Está acontecendo alguma coisa? Você parece apreensivo, me conte o que te aflige e quem sabe eu possa te ajudar!”

Ciel sentiu aquela mão grande e macia deslizar por seu queixo e acariciar sua bochecha. Ele pensou que se fosse um gato, sem sombra de duvidas estaria ronronando. Os olhos vermelhos se fixaram nos seus, vasculhando sua alma a procura de algo. E que os olhos que olhos eram esses, eram os mais lindos que já tinha visto.

A proximidade de seus rostos foi diminuindo, Ciel desviou o olhar para os lábios finos e pálidos do demônio. Era impossível pensar... Era impossível respirar... Era impossível resistir. Talvez ele se arrependesse do que iria fazer, mas era muita tentação para um mero pecador.

Encostou seus lábios nos do demônio, sentindo a respiração dele na sua. Fechou os olhos e capturou o lábio inferior dele. Óh, era macio, muito macio! Meteu a língua em sua boca, sentindo a textura quente e úmida de seu interior. Sentiu Sebastian sorri, e logo corresponder.  

Então Ciel intensificou o beijo, agarrando Sebastian pela nuca, emaranhando os dedos em seus cabelos. Era o beijo mais gostoso que já deu em sua vida. A boca mais gostosa que já provou. Mas seu prazer não durou muito, pois Sebastian quebrou o beijo para deixa-lo respirar.

“Eu espero que dessa vez você não fuja.”

Ciel ruborizando intensamente, abaixando o rosto para esconder o constrangimento, ato esse que pareceu adorável aos olhos do demônio. Sebastian sabia que seu comentário acabaria com o clima em que estavam, mas ele queria deixar as coisas bem claras e não correr o risco do jovem fugir que nem da última vez.

“Você também... é gay?” Ciel sabia que era uma pergunta idiota, afinal, nenhum homem 100% hetero beijaria outro homem, mas ainda estava surpreso por um homem tão bonito e que poderia ter qualquer mulher que desejasse, fosse totalmente gay, talvez ele fosse bissexual.

“Gay?”  Sebastian repetiu com a pergunta, ele nunca parou para pensar sobre isso. ‘Um demônio gay? Que deprimente!’ 

Ele não gostava de homens, também não era como se gostasse de mulheres, o sexo era apenas por satisfação ou quando era obrigado por contrato. Ele apenas gostava de Ciel, unicamente isso! ‘Será que existe uma opção sexual para isso? Cielmossexualismo?’ Tal pensamento o fez rir.

“Eu não acho que eu seja gay, ou hetero... Apenas acho que para o amor não existe gênero!” Respondeu simples após sair de sua meditação.

A resposta não saciou a curiosidade do rapaz, que até chegou a ficar confuso. “Então você é bi?”

‘Não Ciel, eu não sou bi! Eu apenas gosto de você! É tão difícil assim entender?’ Sebastian suspirou. “É tão importante assim para você dar nome a minha opção sexual? Eu apenas gosto de você. Muito mais do que você possa imaginar!”.

Ciel corou, sentindo o coração palpitar. “Eu também... gosto de você, mas... acho que as coisas estão acontecendo rápido demais.”

“Rápido?”

‘Você diz isso porque não teve que esperar por mais de um século, bocchan!’ O demônio sorriu para disfarçar a frustração. Se a decisão fosse sua, eles já estariam descarregando o tesão acumulado durantes todos esses anos, mas infelizmente teria que esperar um pouco mais para isso acontecer. 

“Ok, então vamos recomeçar. E você poderia começar me contando como foi sua semana!”

Ciel sorriu genuíno, Sebastian era o melhor. “Foi normal. A professora de Artes passou um trabalho que me deixou entusiasmado, teremos que fazer alguma pintura sobre o renascimento, e isso é fantástico, as obras dessa época são magníficas. Tenho que certeza que o meu trabalho vai ser o melhor da turma...”

S&C

Era por volta das duas horas da tarde e Ciel já estava estressado. Era a quarta tela que rasgava de tanta raiva. Por mais que tentasse pensar em algo criativo e relacionado com o renascimento, nada conseguia lhe inspirar. O pior de tudo é que as duas semanas passaram voando e o trabalho teria que ser entregue daqui a dois dias.

Ouviu seu telefone tocar e o nome Sebastian aparecer no visor “Oi.”

“Já conseguiu inspiração para o seu trabalho?”

“Ainda não, alias, já estou ficando sem telas.” O menor jogou o pincel em cima da mesa.

“Venha aqui em casa. Acho que posso te ajudar!”.

Sem dar tempo de perguntar o que ele estava tramando, Ciel ouviu o som da chamada encerrada. Bufou mais irritado ainda, ele odiava surpresas justamente pelo fato de ser um nato curioso. Agora não havia jeito, teria que ir a casa do moreno para saber do que ele estava falando.

S&C

“E então, como você pretende me ajudar?” Ciel seguia Sebastian por um dos corredores da enorme casa. Estranhamente o moreno usava um bonito roupão preto.

Eles entraram em uma grande sala, com enormes janelas de vidro em formato de abóbadas, que eram enfeitadas por cortinas de renda branca. O piso de porcelanato líquido era claro e reluzia com a luminosidade que entrava pelas janelas.

Na sala havia apenas um divã de cores claras e estilo antigo, decorado com estampas florais. Havia também uma mesa com vários materiais de pintura, e uma grande tela. Para completar a beleza do cômodo, vários vasos de flores brancas em cima de pilastras de tamanho médio estavam espalhado pelo lugar.

“Você já deve saber que o renascimento foi um movimento artístico e filosófico que originou-se na Itália no século XV e teve como  característica marcante o antropocentrismo, houve também valorização da estética artística da antiguidade clássica e os artistas defendiam a ideia de que a arte na Grécia e Roma antiga tinha um valor estético e cultural muito maior do que na Idade Média. Nesse tempo também deu-se grande importância às ciências e a razão, e os renascentistas defendiam a ideia de que há uma explicação científica para a maioria das coisas e buscavam entender o mundo através do estudo de várias ciências, esse período da história foi muito significativo no tocante ao desenvolvimento das experiências científicas e do pensamento racional e lógico”.

Ciel sentou no banquinho em frente à tela e ficou ouvindo para saber até onde Sebastian chegaria com aquela pequena aula de história.

“Mas na minha opinião o que mais se destacou nessa época foram sem duvida as belas pinturas, onde o humanismo glorificava o homem como portador da razão e que era visto como perfeito, as descobertas de novas técnicas de pinturas aliadas ao estudo da anatomia humana foram reunidas para transformar essa busca pelas formas perfeitas em obras de artes, houve então a valorização do corpo humano”.

Enquanto terminava de falar ele desfez o nó do roupão e o deixou cair no chão, mostrando seu corpo perfeito e totalmente nu. “Acho que agora você terá bastante inspiração para pintar.”


Notas Finais


Bejinhos de chocolate meus amore, até qualquer dia!

Obs: acabei de editar, se encontrarem erros me avisem!


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