1. Spirit Fanfics >
  2. Confused Feelings of an Earl >
  3. A implicancia e a Decisão

História Confused Feelings of an Earl - A implicancia e a Decisão


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Oi pessoal, como prometido aqui estou, e um aninho mais velha! Eba! Parabéns para mim, parece que foi ontem que eu fiz quinze anos e agora já sou quase uma trintona rsrsr, como o tempo passa rápido senhor rsrsr!

Como foi o ano novo de vcs? Espero que bom, o meu em particular foi uma... coisa, tive uma decepção daquelas para fechar 2016 com chave de ouro, algo que realmente me magoou, mas é isso aí, eu entrego tudo na mão de Deus, que ele dê discernimento a essa criatura.

Xente eu fiz um cap com mais de oito mil palavras, isso era para compensar o tempo que ficaria afastada, isso mesmo, ficaria sem postar até março e já tinha até um discurso com os 1001 motivos do meu afastamento, mas... hoje cedo recebi uma mensagem que derreteu meu coração, Oh god quando foi que eu fiquei tão sentimental? Então fiz o seguinte, não vou garantir nada, se der para postar eu posto, se não der fazer o quê? É a vida! Mas antes do meu sumiço vamos atualizar pecados de um padre, amanha ou sábado possivelmente!

O capítulo foi revisado poucas vezes, como to sem óculos (que são de descanso, mas me quebravam um galho da porra) tô poupando minha vista para ler uma barsa super 'interessante' de planejamento financeiro, por isso perdoem os errinhos que possivelmente irão surgir. Tenham uma boa leitura meus amores, mamãe ama vcs!
Gostaram da imagem? Foi eu que editei ^;^

Capítulo 13 - A implicancia e a Decisão


Fanfic / Fanfiction Confused Feelings of an Earl - A implicancia e a Decisão

“Sebastian, querido! É um prazer revê-lo.” Charlly dispensou o aperto de mão e o abraçou. “Trouxe mousse de maracujá com chocolate para a sobremesa”.

“Não precisava se incomodar Sra. Miller. É um prazer revê-la também.” O demônio sorriu. Tudo indicava que não precisaria muito esforço para conquistar sua futura sogra.

“Só Charlly, querido. Ainda não estou velha para ser chamada de senhora.” 

“Certamente que não.” Ele assentiu.

Ciel pigarreou chamando a atenção, ele conhecia muito bem esse papo de sua mãe, e sabia que se desse corda, a conversa iria longe. Ele estava nervoso, a situação em si já era desconfortável, e somado a isso, vinha o fato de sua mãe ser uma pessoa ‘super discreta’, para não dizer descarada, e seu pai - que estava com a cara de poucos amigos - ser o pé atrás em pessoa. 

“Pai esse é o Sebastian. Sebastian esse é o meu pai, Vincent Miller.” Apresentou-os.

“É um prazer conhecê-lo, Sr. Miller.” O demônio ofereceu a mão para um aperto, notando que com Vincent as coisas seriam diferentes, sentia de longe a relutância e o ciúme dele. 

“Me chame só de Vincent, como vê também não estou velho.” O médico esmungou.

O demônio apenas sorriu, não se incomodando com o aperto forte de mão, na realidade chegou a achar engraçado a necessidade do outro em intimidá-lo. Obviamente que isso não surtia efeito algum. E o ódio de Vincent também não o afetava.

Na verdade era interessante conhecer o ex-conde, o antecessor de seu bocchan, o homem que foi capaz de arrebatar o coração de um Deus da morte. E agora o vendo, compreendia os motivos de Undertaker. Vincent tinha uma personalidade forte e uma alma que com certeza despertaria o interesse de um demônio, sem falar que era bonito, porém não mais que Ciel.

“Acho melhor a gente comer, eu estou morrendo de fome.” Ciel conhecia bem esse timbre de seu pai, e ele sinceramente esperava que o médico não lhe fizesse nenhuma vergonha.

“Também acho melhor ou o jantar irá esfriar.” Michaelis percebeu que o menor estava desconfortável. Olhou suavizado para ele, transmitindo a serenidade de quem diz estar tudo sobre controle.

Mesmo nunca se imaginado nessa situação, Sebastian admitia que chegava a ser cômico, um demônio como ele, dando um jantar para os pais de seu namorado, que além de tudo era humano e deveria ser sua refeição. Realmente era o fim dos tempos.

“Permita-me.” Pegou a sobremesa das mãos da promotora. “Eu cuido disso”.

“Claro, obrigada!” Charlly não fez cerimônia em entrar e segui-lo, puxando algum assunto aleatório enquanto os outros dois vinham logo atrás.

Ciel aproveitou que sua mãe distraía o namorado para cutucar seu pai, antes que ele lhe fizesse alguma vergonha. “Daria para você pelo menos disfarçar essa cara de limão azedo? Essa é uma noite importante para mim.”

Vincent sabia está sendo implicante, mas era difícil abrir mão de seu filho para outro homem. Ciel era seu bebê. “Desculpe, campeão. Eu irei tentar.” 

“Obrigado.” Ciel ainda tinha o pé atrás, sabia o quanto seu pai era impulsivo as vezes.

Enquanto caminhavam para a sala de jantar, o médico não deixou de reparar na casa do ladrão de seu filho, percebendo como era exageramente grande e organizada. Tentou ver isso como pontos positivos, assim seria mais fácil aceitá-lo. Em sua lista mental já constava que Sebastian era bonito, mais velho que Ciel e não devia ganhar pouco para conseguir manter uma casa como essa. Tudo estava a favor dele, e Vincent odiou isso.

“Sintam-se a vontade.” O demônio indicou que sentassem a mesa. “Eu já volto”.

“É uma casa bonita. A mais bonita do bairro talvez” Charllote falou admirada assim que ele saiu, sentando numa cadeira a esquerda da ponta da mesa. 

“Você tem razão.” O cardiologista admitiu a contragosto. Apesar de incomodado pela razão de estarem ali, ele não era cego, o lugar era realmente bonito. Ele sentou de frente com Charlly, puxando a cadeira ao lado para Ciel sentar. “Sente aqui.”

A promotora revirou os olhos, seu marido estava sendo ridículo. Particularmente o achava egoísta, pois assim como eles tiveram o momento deles, Ciel também estava tendo o momento dele e tinha todo o direito de desfrutar disso. Ela teria que trabalhar essa questão com o médico. 

Vincent sempre foi muito apegado ao filho, tanto que mesmo em sua gravidez parecia ser ele a viver a gestação, passava horas falando com sua barriga e quando Ciel nasceu, ele praticamente tomou o seu papel de mãe. Lógico que ela não achou isso ruim, pois amenizava a carga trazida pela maternidade, mas o marido tinha que entender que os pais criam os filhos para o mundo e que um dia teriam que deixar Ciel trilhar seu próprio caminho. Sozinho.

Precisava fazer o marido enxergar que essa era a lei da vida, um dia os filhos criam asas e voam, e também constroem suas próprias famílias. O papel dos pais é orientar para que, quando esse momento chegar, os filhos não cometam tantos erros. 

Ciel já não era mais a criancinha que corria para o quarto deles toda vez que tinha um pesadelo, ou que pedia colo quando ouvia uma trovoada. Seu menino havia crescido e já era praticamente um homem feito, e apesar de ser difícil soltar as rédeas, em hipótese alguma deixaria de participar dessa transição tão importante. Assim como também não deixaria de dar seu apoio se achasse que era o certo.

“Espero não ter demorado.” Sebastian apareceu com dois pratos feitos e logo retornou para pegar outros dois. Havia feito isso de propósito, assim os convidados usariam sua ausência para conversar e ele escutaria a conversa. Mas para sua decepção não ouviu nada de proveitoso. “Para o prato principal temos Coq au Vin e St.-Emilion como acompanhamento, fiz suco de laranja para você, Ciel. Espero que gostem.” 

“Você deveria trabalhar como garçom.Vincent recebeu um chute na canela, sendo fuzilado pela esposa. Pelo menos a comida está com boa aparência. Esse era um ponto importante a se considerar, visto que teria para onde correr quando Charlly errasse pela milésima vez a receita. 

“Tenho certeza que está delicioso. Dizem que comemos primeiro com os olhos, e nesse momento meus olhos estão gostando muito do que estão vendo.” Charlly tentou suavizar o comentário do marido. 

Ciel deu um sorriso agradecido, indiscutivelmente sua mãe era única. Não, ela era a melhor. “Apesar de eu ser suspeito a falar, saibam que o Sebastian é um cozinheiro de mão cheia”.

“Obrigado, Ciel”. Sebastian sorriu para ele. “Agora vamos comer ou vai esfriar”.

Eles começaram a comer, e como era esperado, os elogios em relação a comida não tardaram em vim. Vincent foi bem mais contido, já Charlly tinha a matraca solta. Sebastian apenas sorria, enquanto fingia comer.

“Então, vamos ao que interessa. Do que você trabalha?” O médico foi direto ao ponto, recebendo outro pontapé por debaixo da mesa.

“Sou CEO na filial da Phantom aqui de Nova York.” O demônio agradecia mentalmente pela pergunta, assim teria uma desculpa para parar de comer. 

E ele sentiu vontade de rir do clima estranho que ficou na mesa. Charllote olhava de maneira mortal para o marido, Ciel passou a observar o prato como se fosse a coisa mais interessante do mundo, Vincent apenas fingia não acontecer nada.

“Phantom Company? A famosa empresa de doces e brinquedos?” Ele pensava como seria bom trabalhar em um lugar onde pudesse comer vários doces.

“Sim, a empresa de doces e brinquedos.” O demônio teve vontade de rolar os olhos, porque as pessoas sempre lhe faziam essa pergunta?

“Quando, e como, você descobriu que era gay?” 

“Vincent!” Charlly já estava cansada de lhe dar pontapé.

“Pai!” Ciel morria de vergonha.

Sebastian não se afetou com a pergunta, na verdade ele ficou pensativo sobre o assunto. Não se considerava um demonio gay, ele apenas sofria de Cielmossexualismo, o que era bem diferente. Ele não gostava de homens, ele gostava de apenas um homem. Porém essa era uma resposta fora de questão. Cielmossexualismo! O que iriam pensar?

“Ok, vamos deixar essa pergunta para depois.” O médico se rendeu, não vendo o porquê de tanto alarde com uma simples pergunta. “Vejamos, quantos anos você tem? Você parece ser bem mais velho que o Ciel.” 

“Tenho 29, mas não acho que nossa diferença de idade seja um empecilho, o fato de eu ser mais velho faz com eu possa proporcionar mais segurança e estabilidade a Ciel”.

‘Ponto para o cretino!’ Vincent pensou. “Vendo por esse lado, até que você tem razão.

O que se seguiu após isso foi uma série de perguntas dignas de um agente do FBI, Vincent não poupou esforços em sugar o máximo de informação que podia sobre o outro. Quais eram suas intenções com seu filho, como haviam se conhecido, quais os planos para o futuro, como era o relacionamento com os pais já falecidos, se queria ter filhos... Resumindo, não deixou passar nada.

E o cardiologista tinha que reconhecer: o outro até que possuía algumas qualidades, não custaria nada dar uma chance a ele. E caso ele decepcionasse seu filho, Vincent simplesmente o apagaria da face da Terra. Simples assim. Também havia o fato de não querer decepcionar Ciel, até porque o que andou fazendo ultimamente não lhe dava moral para cobrar muita coisa de sua família.

Era isso. Aí estava o grande X da questão. Ele estava aceitando Sebastian não por ter simpatizado com ele, mas por que a culpa falava mais alto. Culpava-se também por ter exagerado em seu ciúme, essa era apenas uma apresentação de início de namoro, não era como se já estivesse entregando a mão do filho em casamento, até isso acontecer ainda havia muita água para rolar.

Além disso, talvez tivesse sendo um pouco hipócrita. Justo ele que sempre foi um pai mente aberta, que dialogava bastante com Ciel sobre todos os tipos de assunto, seria contraditório agora agir em desacordo com o que vivenciou ao longo desses anos. Ciel não estava fazendo nada de errado, ele poderia muito bem levar esse namoro às escondidas, algo que seria fácil por passar a maior parte do tempo sozinho em casa, mas ele não o fez. Além disso o garoto escolheu um companheiro razoável, que era maduro e estável, e não um moleque qualquer com titica na cabeça. 

Enquanto falavam, Ciel se ocupou de terminar seu suco, felizmente o interrogatório havia acabado e os mais velhos conversavam de coisas triviais. Vincent falava sobre medicina e tudo que envolvesse saúde, e Charlly sobre o trabalho como promotora e sobre política, já Sebastian incrivelmente conseguia acompanhar a linha de raciocínio dos dois. Ciel realmente não fazia ideia que ele era tão bem informado assim.

Ele não entendia como o namorado conseguia aguentar esse ritmo, pois além do conhecimento limitado que possuía sobre as duas áreas, Ciel já estava com dor de cabeça de tanto que seus pais falavam. Essa era uma das desvantagens dos dois, depois que pegavam intimidade, eles falavam pelos cotovelos, pareciam dois papagaios. Pelo menos Sebastian não parecia incomodado com isso.

Observando em silêncio a conversa, ele prestou atenção em especial no moreno, nem acreditava que agora estavam oficialmente namorando. Sebastian era tão lindo que ainda era inacreditável ter conquistado aquele homem, e talvez fosse exagero de seu coração apaixonado, mas o mais velho era perfeito a seu ver. Literalmente o homem de seus sonhos. 

S&C

“Obrigada pelo jantar, estava delicioso.” Charlly deu um beijo em cada bochecha do demônio, tendo que ficar na ponta dos pés para alcança-las.

“Eu que agradeço pela companhia, e sintam-se a vontade para retornar sempre que quiserem.” Tirando a parte em que teve que comer, Sebastian achou a noite agradável.

“Eu certamente irei me lembrar disso” Vincent com certeza iria lembrar-se de seu ‘querido’ genro todas as vezes que a promotora queimasse a comida. “Vamos Ciel, já está tarde”.

“Ahn... Acho que vou ficar mais um pouco, vocês podem ir na frente, o Sebastian me leva em casa depois.” Ciel olhou para o demônio como quem quer dizer ‘concorda com tudo que eu disser’. 

O cardiologista não gostou da ideia, mas agora teria que se acostumar a dar um pouco de privacidade ao filho, até porque não teria como vigiá-lo 24 horas por dia. “Acho que já está bom de incomodar seu namorado por hoje, amanhã cedo ele terá que trabalhar”.

“Não se preocupe com isso. Eu sou acostumado a dormir tarde.” Sebastian internamente acha graça da cara de desgosto do médico.

“Já que é assim acho que está na nossa hora, Vincent.” Charlly o puxou pelo braço, o que mais queria agora era deitar em sua cama e descansar.

“Está bem, mas antes eu posso dar uma palavrinha em particular com você, Ciel?” O médico suspirou. Era uma batalha injusta.

"Eu espero você lá dentro." O demônio se despediu e entrou.

“O que foi dessa vez?” Ciel se virou para o pai, vendo Charlly fazer o mesmo. Estavam na expectativa do que o médico tinha para falar.

“Bem...” Vincent coçou a nuca, o que estava prestes a falar era algo que antes falava apenas por brincadeira, mas dessa vez era sério. “Eu não vou me iludir pensando que vocês irão ficar apenas olhando para a cara um do outro, então eu quero que vocês se protejam se forem fazer algo”.

Ciel tombou a cabeça para o lado, não entendendo muito bem a mensagem de seu pai, já Charllote entendeu bem até demais e estava se aguentando para não rir. Seu marido realmente não tomava jeito, pelo menos ele estava sendo sensato.

“Camisinha, Ciel” Desembuchou, notando a lerdeza do filho. Realmente era um perigo deixar um menino tão inocente sozinho nas mãos de um homem feito, principalmente por imaginar que não seria Ciel a ficar por cima. “Eu quero que vocês usem camisinha se forem transar”.

“E não se esqueça do lubrificante, querido. Não quero ver ninguém não conseguindo sentar amanhã.” Ela não aguentou e riu, vendo que o médico fazer o mesmo.

“PAI! MÃE!” Ciel corou todos os tons de vermelho possíveis. “Eu nem estava pensando nisso”.

“A gente nunca pensa isso na frente dos pais, não é mesmo?” Vincent sabia que na frente dos pais os filhos eram uns santos, mas por trás não se podia dizer o mesmo. “Seja como for, não chegue tarde em casa e não esqueça do conselho que eu e sua mãe te demos, mesmo que você não esteja pensando nisso”.

Era isso, Ciel estava pronto para se enterrar. Agora ficaria se remoendo o resto da noite por pensar que seus pais estariam pensando que ele faria sexo quando ficassem sozinhos. Isso era constrangedor. Francamente, o seus pais tinham na cabeça? Quando entrou encontrou Sebastian sentado no sofá, fazendo carinho em Sophie. 

“Desculpe menina, mas eu vou roubar seu dono por um tempinho.” Sentou no colo do moreno, deixando a gata no sofá. “O que achou dos meus pais?”.

“Eles são simpáticos, divertidos também.” Colocou a mão na cintura do menor, alisando por cima da camisa.

“Com esse ‘simpáticos’ você quer dizer tagarelas e nada discretos?” Ciel riu.

“Também.” O demônio também sorriu, massageando o quadril do menor. “Tem algo que eu quero muito fazer desde que você chegou.”

“E o que é?” Ciel já sentia o coração começar a descompassar.

“Eu quero te beijar.” O demônio sussurrou, roçando o nariz no dele. Queria provocá-lo. “Você também queria isso?”

Ciel engoliu seco. Sebastian poderia simplesmente tê-lo beijado, afinal, não precisava de permissão para isso, mas não, ele tinha que falar isso justamente para instigá-lo. E isso fez uma enorme ansiedade crescer em seu interior.

O demônio deu vários selos em sua bochecha, fazendo uma trilha de beijos até o pescoço. E ele podia sentir cada arrepio de seu bocchan, cada tremor que ele tinha ao ter a pele da clavícula beijada. Podia ouvir claramente cada batida descompassada do coração dele.

“Se você não responder, eu não irei lhe beijar.” Subiu novamente para os lábios, sem de fato encostar neles.

Por mais que fossem carícias sutis, era impossível para o corpo de Ciel não reagir, além do mais, também queria isso. Levado pelo instinto, ele emaranhou os dedos nos cabelos do demonio e o puxou. “Você sabe que eu quero isso.” E o beijou.

Era impossível não ceder, e não era como se estivesse fazendo algo de errado para ter que se conter, Sebastian era seu namorado e nada mais natural do que querer beijá-lo. Quando se separaram, Ciel estava ofegante.

“Olhe.” O demônio apontou para a camisa do menor. “Seus mamilos estão rijos.” 

“P-Por que você tem que falar essas coisas?” Ciel cruzou os braços na frente do peito. Realmente Sebastian gostava de vê-lo passar vergonha. “Eu não tenho culpa das reações do meu corpo”.

“Oh é verdade, algumas reações são impossíveis de controlar, como está aqui...” Apontou agora para a calça do menino, mostrando ali o volume de uma pequena ereção. Passou a mão por cima, acariciando de leve. “Veja como está duro. Que namorado mais pervertido eu fui arranjar”.

Ciel escondeu o rosto nas mãos, definitivamente ele queria um buraco para se enterrar. Para sua infelicidade, essa já era a segunda vez que tinha uma ereção quando estava com Sebastian, e era constrangedor só ele está assim.  

“Estou começando a achar que não foi uma boa ideia não ter ido com meus pais.” Ciel o olhou pelas brechas entre os dedos, só Deus era capaz de saber o quanto estava envergonhado.

O demônio riu, talvez tivesse sendo maldoso além do necessário. “Me desculpe, eu não queria deixá-lo envergonhado.” 

“Suas palavras parecem tão verdadeiras quanto uma nota de três reais.” Ciel tirou a mão do rosto, vendo o outro ainda alisa-lo lá em baixo. Droga! Se continuassem assim, os pensamentos de seu pai com certeza irão se concretizar.

“Você está certo, eu admito que queria constrangê-lo.” Sebastian sorriu malicioso. Não importava quanto tempo passasse, provocar seu bocchan sempre seria seu passatempo preferido. “Vamos fazer o seguinte: uma coisa em troca de outra. Eu me disponibilizo, por livre e espontânea vontade, a resolver esse probleminha aqui em baixo, e em troca você me conta o motivo pelo qual esteve tão distraído durante o jantar".

Ciel ficou surpreso, não esperava que o namorado tivesse notado sua distração. Porém, ele não poderia falar que o motivo disso era Yan. “Eu não estava distraído.” Escondeu o rosto no pescoço do demônio. “A conversa com meus pais parecia tão interessante que eu não quis interrompê-los”.

Sebastian o afastou novamente, era óbvio que não cairia nessa desculpa. “Não minta para mim, pequeno Pinóquio. Seu nariz irá crescer e não combinaria em nada com seu belo rosto”.

Ciel desviou o olhar, contornando com o indicador as listras da camisa do moreno. “Eu não estou mentindo”.

“Escute Ciel, um dos pilares de um relacionamento é a confiança, e como seu namorado, eu peço que confie em mim. Eu não quero que divida apenas as suas alegrias, mas também as suas tristezas e preocupações. Eu quero poder te amparar em todos os momentos, independentes de quais sejam.” Assim como na época do contrato, Sebastian queria ser a quem Ciel mais confiava, queria ser seu refúgio e porto seguro, a pessoa a quem ele recorresse sempre ao precisar.

Ciel se viu sem alternativas. Sebastian estava certo, para se construir um relacionamento sólido, era preciso primeiro construir uma base sólida para sustentá-lo, e um desses pilares era justamente a confiança.

“Você não desiste fácil, não é?” Ele se rendeu. “Ontem quando sai do colégio, eu fui a casa de Yan estudar para as provas.” 

“Certo.” O demônio sorriu fechado, só de ouvir o nome de Yan foi o suficiente para acabar com seu humor. “Continue. A história está ficando interessante.” 

Ciel engoliu em seco, continuando. “E ele meio que se declarou para mim”.

“Hum...” Sebastian grunhiu, erguendo uma sobrancelha. “E o que mais?”

“Foi só isso.” Ciel deu de ombros. Em hipótese alguma falaria que o amigo o beijou. “Mas não precisa se preocupar, eu tive uma conversa séria com ele. Expliquei que o tenho apenas como amigo e que não há possibilidade de seus sentimentos serem correspondido. Porque você é a pessoa que eu gosto”.

Gostar não era exatamente o que Ciel sentia, a verdade era que ele amava Sebastian, e amava de um jeito que não imaginou ser possível de amar em apenas poucos meses que se conheciam. Mas ele não queria que o moreno pensasse que era do tipo que se apaixonava facilmente, a ponto de dizer já se tratar de amor. 

“Está bem, eu vou acreditar em você, mesmo desconfiando que você ainda esconde algo.” O demônio já cogitava ter uma conversa com o tal melhor amigo, precisava colocá-lo no lugar dele. “Acho que depois disso não temos mais clima para outras coisas. E eu prometi a seus pais que não o levaria tarde para casa”.

“Mas...” Ciel ficou chateado. Por mais que fosse vergonhoso, ele queria retomar ao que faziam minutos atrás, mas Sebastian não parecia estar disposto. “Está bem.” 

S&C

“O que o senhor achou do Sebastian?” Ciel pegava uma carona com seu pai que estava de folga este dia.

O cardiologista pensou um pouco, havia simpatizado com Michaelis. “Dá pro gasto.” 

“Eu estou falando sério!” Ciel revirou os olhos.

“Sério que você está falando sério? Eu nem havia notado.” Vincent riu. “Desculpe, eu não resistir. Achei ele um cara bacana”.

“Sério?” Os olhos de Ciel brilharam, seu pai foi o único que de início estava se opondo, então era um alívio ouvir isso de sua boca.

“Sério! Ele é uma gracinha, tão bonito que senti uma enorme vontade de beijá-lo.” 

“Como é que é?” Ciel arregalou os olhos. 

O cardiologista gargalhou, a cara que seu filho fez foi a melhor. Não imaginou que ele fosse tão ciumento. “Não se preocupe, ele não faz o meu tipo”.

‘O meu tipo possui cabelos brancos e lindos olhos verdes.’ Pensou.

Ciel cruzou os braços, levemente corado. “Isso não teve graça.” 

“Não teve para você, que tem o humor de uma pessoa de noventa anos.” Parou o carro em frente ao portão do colégio. “Pronto! Está entregue, campeão.” 

“Valeu. Até mais tarde” Ciel saiu do carro, já vendo Yan junto de algumas garotas da sala.

Vincent esperou que ele entrasse para então dar a partida, trazê-lo no colégio não foi sua principal intenção ao sair de casa, na verdade hoje estava decidido a resolver a situação que já postergava há alguns dias. Estava na hora de tomar uma atitude.

S&C

Undy passava distraído a ponta do indicador pela lâmina de sua foice, mesmo sendo um shinigami inativo, sua deathscythe foi algo do qual ele não conseguiu abrir mão. Suspendeu-a no ar, lembrando-se das vezes que a usou, era nostálgico.

Assim que a colocou no case, ouviu a campainha tocar. Eram apenas duas alternativas para quem estava a porta, ou era algum shinigami vindo ‘visitá-lo’ ou era Vincent. 

Achou a primeira alternativa a mais provável, já que ultimamente vinha acontecendo alguns fatos estranhos, que ele não se interessou em pesquisar. Foi atender a porta, encontrando Vincent no lado de fora.

“Já que você não vai me convidar para entrar, eu mesmo me convido.” Já que Undy não esboçava nenhuma reação a não ser encará-lo da cabeça aos pés, ele por iniciativa própria resolveu entrar.

‘Folgado como sempre!’ O shinigami pensou, seguindo-o em silêncio.

O médico ficou surpreso ao ver várias caixas espalhadas pelo local. Então Undy não estava brincando, ele realmente iria embora sem se despedir. Onde estava a consideração pelos anos de amizade? Viu o legista se escorar na parede e permanecer em silêncio, com aquelas esmeraldas querendo devorá-lo. 

Undy vestia uma camisa preta de uma banda de rock e jeans surrado com rasgos nas pernas. O aparente aspecto desleixado o deixava ainda mais charmoso, combinando perfeitamente com a personalidade excêntrica dele.

Vincent pegou da mesinha coberta pelo lençol branco, o único objeto não empacotado. Era um globo de neve com uma caveira e rosas vermelhas dentro, um presente que ele havia comprado anos atrás, quando viajou com Charlly para o Caribe. 

“Não sabia que você ainda tinha isso.” Sacudiu o globo algumas vezes, vendo a purpurina cintilar dentro da pequena bola.

“E porque não teria?” Undy deu de ombos.

“Procurei-o no necrotério, mas tinha apenas um velho arrogante no seu lugar. Não sabia que tinha se demitido.” Vincent deixou o objeto na mesa e se virou para encará-lo.

“Resolvi respirar novos ares.” Undy respondeu vago, pensando no que faria de agora em diante. Talvez abrisse outra funerária. “Acho que meus pacientes* não irão sentir a minha falta hi hi hi” Se referiu aos defuntos.

“Você irá mesmo embora?”

“É o que está parecendo, não é?” O lesgita suspirou. “O que você veio fazer aqui?”

“Você não faz ideia?” O médico sorriu sem jeito. “Eu me sinto atraído por você. E se você ainda quiser, eu estou disposto a dar uma chance para nós, porém...”

“Porém?...” Undertaker repetiu, sempre havia um porém.

“Porém eu não deixarei a Charlly. Eu a amo e não irei deixá-la por causa de uma aventura.” 

‘Uma aventura...’ O legista sorriu. Talvez esse fosse seu castigo por ser um suicida, ter que dividir a pessoa amada com outra pessoa. Mas se esse fosse o preço, ele estava disposto a pagar. 

“Entendo. Mas eu nunca pedi que a deixasse.” Ele se aproximou, percebendo que o médico não recuou como das outras vezes. Isso lhe deu coragem para colocar as mãos em sua cintura e apertar fracamente. “Com isso chegamos a um consenso?”

“Ainda não.” Vincent tentou não mostrar o nervosismo. Certo que ele já não era um homem inexperiente, ainda assim, era inevitável não sentir um frio no estômago nessa situação. “Eu tenho mais uma condição. Eu não serei o único a ceder, iremos revezar.” 

Undy começou a rir, estava surpreso com a nova condição. Isso seria meio estranho, mas também não era como se tivesse motivo para negar. “Acho que é justo hi hi hi. Agora chegamos a um consenso?”

“Sim, chegamos.” O médico também sorriu, enlaçando os braços em seu pescoço e iniciando um beijo.

O coração de Vincent batia feito louco e seu corpo experimentava outra vez daquela nova e estranha excitação. Estava como um errante no deserto e os lábios de Undy eram seu oásis. Suas mãos desceram por cima da camisa dele e a subiu, tirando-a do corpo. 

Olhou sem pudor o peito nu do legista, o achando sexy mesmo com aquelas cicatrizes. Seus lábios outra vez se encontraram e Undy aproveitou para suspendê-lo pelas nádegas, fazendo-o enlaçar as pernas em volta de sua cintura.

Caminhou com o cardiologista para o quarto, sentido ele roçar em seu corpo enquanto era carregado. Chegando lá, o deitou na cama e se afastou para encará-lo. A face de Vincent estava afoita, os lábios estavam inchados e os olhos amendoados brilhavam de desejo. 

Ali estava seu verdadeiro conde, seu único e autêntico cão de guarda da rainha. O homem tenaz e audacioso pelo qual tanto se encantou estava bem a sua frente, deitado em sua cama e entregando-se novamente como há século atrás.

“Tem certeza que é isso que você quer?” Ele não queria que acontecesse o mesmo da última vez, onde depois de um sexo ardente, o médico fosse embora arrependido.

Vincent sentou na beira da cama, tirando a jaqueta e a camisa. “Está querendo que eu me arrependa da minha decisão?” 

“Obviamente que não.” O shinigami riu como há tempos não fazia. 

“Então menos conversa e mais ação.” Vincent beijou a barriga do legista, desabotoando com certa pressa a calça dele, finalmente a tirando.

Mesmo não sendo a primeira vez que mantinham relação, o médico ainda não poderia se considerar experiente com o mesmo sexo, pois da única vez em que o fizeram, Vincent apenas se deixou conduzir, o legista foi quem fez todo o trabalho. 

Mas agora seria diferente, eles estavam em consenso, e apesar de não saber bem o que fazer, ele corresponderia com o mesmo fervor, não por se sentir na obrigação, mas por querer também proporcionar prazer. Ele continuou com as carícias, observando a pele esquálida de Undy adquirir marcas vermelhas. 

Olhou para cima, queria ver a face dele para sentir-se seguro a dar o próximo passo, e com o que se deparou foi algo que trouxe abaixo qualquer receio. Viu um Undy ofegante e com a coloração dos olhos quase negra de desejo, encarando-o por detrás de alguns fios brancos. Vincent ficou encantado. Nunca antes Undertaker esteve tão erótico.

Sem pensar, ele abocanhou o pênis do amante, sugando com desejo e gemendo ao ter o gosto dele entranhando em seu paladar. Ouviu Undy gemer também, rouco e baixo, enfiando os dedos no meio de seus cabelos escuros, puxando-os sem muita força.

Vincent sabia que o que fazia era errado e que estava pecando contra o laço que firmou em cima de um altar, mas nunca antes o errado lhe pareceu tão certo e o pecado tão tentador. Charlly que o perdoasse, mas era impossível resistir ao que sentia.

 

 

*Preferi colocar paciente ao invés de convidados, que é o que geralmente Undertaker fala.


Notas Finais


Podem me apedrejar, eu estou merecendo, outra vez cortei um lemon, mas tenho um bom argumento para isso: a fic é sebaciel, então se ainda não houve um lemon completo do nosso casal principal não acho justo que tenha do casal secundário, aliás, esse foi o desfecho desses dois e não sei se ainda haverá alguma cena deles, ainda estou pensando sobre isso!

Não fiquem com raiva do Vincent, ele não tem culpa de seus sentimentos por Undy, afinal, esse é um amor que vem de outra vida, por isso sejam compreensivas com nosso ex-conde ( sério, eu realmente tenho uma queda por esse filho duma égua rsrsr). Ah deixo claro que não sou a favor de traições, mas quis ser realidade nesse desfecho e é exatamente isso que acontece na maioria das vezes, infelizmente.

Gente sei que a história tá se desenvolvendo lenta, a culpa disso é o fato de eu não conseguir escrever pouco e isso acaba atrasando as cenas futuras, mas prometo que a fic vai avançar e terá uma grande reviravolta, por isso tenham um pouquinho de paciência OK? Em março prometo que as postagem vão normalizar, de 5 em 5 dias ou nos finais de semana.

Acho que é isso, me pergunto se alguém lê essa tonelada de coisa que eu escrevo nas notas, provavelmente não, mas tudo bem eu escrevo mesmo assim rsrsrsrs

Apesar de eu demorar a retornar vou deixar um link pra vcs, bjão!
https://spiritfanfics.com/historia/unidos-pelo-gelo-7496856


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...