1. Spirit Fanfics >
  2. Confused Feelings of an Earl >
  3. As abelhas e o ciúme

História Confused Feelings of an Earl - As abelhas e o ciúme


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Ola! Olha quem apareceu com a cara mais deslambida, sim sou eu!!!
Estou um pouquinho atrasada né, mas tenho motivos para isso, digamos que ultimamente o negocio ta ficando cada vez mais corrido na faculdade e ta difícil conciliar varias coisas juntas!
Também passei por uma crisezinha existencial sabe?! Daquela que vc se pergunta o q q ta fazendo da vida, a auto-estima fica lá em baixo e nada presta, aí dá aqueles momentos depre e já viu como é!!!
Bem vamos ao cap de hoje, gente eu refiz esse capítulo umas cinco vezes e já to até de cabeça quente rsrsrs
Até as notas finais amores!

Capítulo 4 - As abelhas e o ciúme


Fanfic / Fanfiction Confused Feelings of an Earl - As abelhas e o ciúme

Apesar do tempo abafado daquela manhã ensolarada de verão, os estudantes aproveitavam o dia bonito para tomar sol no jardim do colégio. No momento, os olhos atentos de Ciel revezavam entre o caderno de desenho apoiado nas pernas e o amigo que servia de modelo.

“E então... Porque não me ligou ontem? Eu fiquei preocupado com você.” Yan estava sentado ao pé de uma árvore, tentando ao máximo não se mexer, mas isso era quase impossível, pois algumas abelhas voavam ali perto, e ele sinceramente não estava nem um pouco a fim de ser picado.

“Eu não estava com meu celular. Esqueci na casa de um amigo!” Concentrado, Ciel não pode perceber o desgosto do outro.

Era sempre assim. Quando desenhava, Ciel perdia a noção do que acontecia ao seu redor, era como se nada mais existisse. Era apenas ele, seu caderno e seu alvo de inspiração. Mas dessa vez estava difícil se concentrar, pois Yan não calava a boca um minuto sequer, além do mais, ele não conseguia parar de pensar no dia anterior.

‘Como fui tão burro para esquecer o celular na cama dele?’ Esquecer o celular sem senha na casa de outra pessoa era o mesmo que pedir para ter a privacidade invadida.

Ele torcia para que Sebastian tivesse um pouco de bom senso e não invadisse sua intimidade, não que tivesse alguma coisa comprometedora no aparelho para enconder, mas havia algumas fotos ridículas que ele já deveria ter apagado.

“Por que nunca me falou desse ‘tal’ Sebastian?” Yan tentava afastar uma abelha que queria pousar em seu rosto.

Ciel o olhou reprovador. Ele estava tentando fazer o desenho com o máximo de perfeição possível, mas era quase impossível com Yan se mexendo tanto. “Já falei para não se mexer e finja admirar as flores”.

“Uma picada de abelha dói, sabia? E eu não vou ficar com cara de idiota olhando para essas flores.” Yan bufou. “Você ainda não me respondeu!”.

“Como você sabe sobre ele?” Ciel torceu o nariz, se não havia falado nada, era por que não via a necessidade disso. Simples.

"Ontem quando liguei para saber como você estava, foi ele quem atendeu. De inicio pensei ter ligado para o numero errado, mas ele falou que você tinha esquecido o celular na casa dele. Por que nunca me falou sobre ele antes?".

“Por que eu o conheci nas férias e nós quase não nos falamos nas férias, lembra? Em todo caso ele é meu novo vizinho. Satisfeito?” Ciel começava a se irritar. Ele não gostava de ter que dá satisfações a ninguém, a não ser para seus pais. “Não mexa a cabeça, farei o acabamento do seu rosto”.

Vendo que o tom de Ciel havia mudado, o baterista resolveu deixar o assunto de lado. Os raios solares que escapavam entre os galhos da árvore davam um tom de azul mais vívido ao cabelo de Ciel e fazia sua pele parecer mais clara. Yan achou que a verdadeira obra de arte estava a sua frente e não nas mãos do amigo.

“A banda vai ensaiar na sexta, passa lá para dar uma olhada! Quando terminar nós podemos comer uma pizza. O que acha?” Ele sabia que era só oferecer comida e conseguiria convencer Ciel de qualquer coisa. “Você está me devendo isso, faz um bom tempo que não saímos juntos!”.

"É verdade, eu estou em dívida com você. Que horas vai ser o ensaio?" O desenho recebia os retoques finais. Analisando melhor o amigo, Ciel conseguia compreender a euforia das garotas do colégio. Yan era tão bonito que parecia um modelo.

"Vai ser as sete. Você ainda lembra onde é o estúdio? Se quiser eu posso te pegar na sua casa".

Ciel deixou o caderno na grama e limpou as pontas dos dedos que estavam sujas com o carvão do lápis. "Não é preciso, eu me lembro onde fica e peço para o meu pai me levar, mas eu aceito carona na volta. Veja o que achou?".

O baterista pegou o caderno e fingiu analisar o desenho que já sabia está perfeito. Porém o que realmente lhe interessava era o cantarolar distraído do amigo que arrumava o material na mochila. Era uma música de sua banda! Pegou discretamente o celular e registrou esse momento.

S&C

Ciel amaldiçoava aquele tempo maluco. Ontem chovia e hoje fazia um sol de rachar. Não que realmente estivesse tão ensolarado assim, mas como sua pele era bastante sensível, ele sentia como se realmente fosse derreter. E para piorar a situação também havia esquecido a sombrinha em casa, e já estava vermelho que nem um camarão.

Foi uma felicidade sem tamanho quando chegou em frente a casa de Sebastian e viu o carro estacionado. Finalmente ele poderia pegar seu celular e descansar um pouco na sombra antes de seguir para casa. Deu uma arrumada no uniforme e apertou a campainha. Na segunda tentativa a porta foi aberta.

“Você chegou na hora certa, acabei de fazer o almoço! Pelas horas que são você deve está faminto, não é?” Sebastian ainda vestia a calça e camisa social do trabalho, sendo que as mangas estavam dobradas até o cotovelo.

Ciel entrou e o seguiu até a cozinha. Era lógico que ele não se recusaria a ficar para o almoço, pelo menos não depois de sentir aquele cheiro de comida. “Como sabia que era eu?”.

“Por que você é o único que vem me visitar, além disso, sabia que viria buscar o seu celular, a não ser que não o queria mais.” O demônio falou como se fosse o obvio, mas era mentira, ele apenas sentiu a presença do rapaz 

Essa era uma das vantagens da vida atual, ele poderia mentir o quanto quisesse, pois não era mais proibido por contrato. Claro que isso seria diferente se Ciel se lembrasse de sua vida passada. 

“Como você está se sentindo?”.

“Bem melhor, obrigado!” Os olhos de Ciel brilharam ao ver a mesa já posta, e tudo parecia delicioso. “Serio. Onde você aprendeu a cozinhar desse jeito?”.

“Digamos que eu sou um moço prendado e sempre gostei de cozinhar.” Lembrava-se muito bem da primeira vez que cozinhou para Ciel. Havia levado uma bronca por ter trocado o sal pelo açúcar e teve chá quente jogado em suas mãos por causa do gosto que parecia ao de água suja. Desde então Sebastian começou a se dedicar com tanto afinco que cozinhar bem havia se tornado uma questão de honra. “Aqui está o seu celular!” Tirou o aparelho do bolso e o entregou, vendo que o rapaz parecia desconfiado.

Ciel ficou olhando para o visor aceso do aparelho. Sua língua coçava de vontade de perguntar se ele havia olhado em suas coisas, mas sabia que isso seria indelicado de perguntar. “Alguém ligou?”

“Sim, um tal de Yan... Seu ‘melhor’ amigo, pelo menos foi o que ele disse!” Deu de ombros. “Fique despreocupado, eu não mexi no seu celular, mas te aconselho a colocar uma senha. Por medida de segurança, caso esqueça em outro lugar”.

Dessa vez Sebastian não mentia. Depois da ligação de ontem, ele perdeu totalmente o interesse pelo aparelho e, para descontar a raiva, decidiu sair para roubar algumas almas. Isso melhorou seu humor, pois ver a cara enfurecida de Willian foi impagável.

“É bem a cara de Yan dizer algo assim.” Às vezes parecia até que o amigo sentia ciúmes quando ele fazia uma amizade nova.

Os dois se sentaram à mesa e Ciel não perdeu tempo em se servir. Ele sentia tanta fome que seu estomago chegava a roncar alto, e fazia um bom tempo que ele não comia uma comida tão gostosa. Ciel nunca revelaria a sua mãe para não magoa-la, mas as únicas habilidades culinárias de Charly eram os doces e olhe lá.

“Você está livre hoje à noite?” O demônio fingia saborear a comida, ao passo que Ciel comia com gosto. Era surpreendente ainda. Na vida passada inúmeras foram às vezes que ele teve que inventar mil e um pretextos para convencer o conde a comer.

Sebastian ainda estava se adaptando a essa nova personalidade do ex conde. Era muito diferente da qual estava acostumado. Antes era tudo mais fácil, Ciel sabia de sua verdadeira natureza, eles se tratavam com sarcasmo e podiam se alfinetar. Agora as coisas eram mais complexas e ele se via novamente tentando desvendar o mistério das relações humanas, era como se tivesse começando do zero.

Chegou à conclusão de que realmente amava muito Ciel, pois nem de longe essa vida pacata o atraia, e nem essa alma pura, sem dor ou sofrimento lhe renderia uma boa refeição. Além disso, era necessário muito amor mesmo para suportar comer uma comida tão sem graça.

“Sim, por quê?” Enquanto comia, Ciel não percebia o olhar devorador do demônio. “Acho que você vai acabar me conquistando pelo estômago. Desse jeito eu vou me acostumar mal.” 

“Quem sabe seja exatamente essa a intenção!” O demônio adorou ver o rosto do menor corar. “Está havendo a exposição dos quadros de um artista brasileiro e eu estava querendo ver. O problema é que estou sem companhia e é chato sair sozinho. O que acha de ir comigo?”.

Ciel já tinha ouvido alguma coisa a respeito e também se interessou. “Pode ser! A que horas você vai?”

Sebastian sorriu genuíno. Esperava que essa fosse uma noite promissora e quem sabe até conseguisse roubar um beijo de seu antigo mestre. “Passo as sete para te pegar, depois podemos sair para jantar!”

“Por mim tudo bem! Sabe... Desde pequeno eu amo desenhar, meu sonho é entrar na faculdade de Artes.” 

Sebastian se segurou para não rir, realmente essa era uma personalidade muito diferente, pois na vida passada Ciel não conseguia nem desenhar um sol que não ficasse parecido com uma ameba. 

“Sério? Não é querendo desmerecer, mas você não tem cara de quem saiba desenhar”.

Ciel se  ofendeu. Ele levantou e foi até à sala, trazendo seu caderno de desenho na mão. Estendeu para o moreno, que o olhava desafiador. Mesmo depois de tanto tempo o Sebastian não conseguia resistir à tentação de provoca-lo.

Sebastian pegou o caderno e começou a folhear, se impressionando com o que viu. Ciel realmente tinha talento, isso ele tinha que admitir. Porém, algo o incomodou profundamente. 

“Esse é o ‘tal’ de Yan?” Resolveu perguntar mesmo já sabendo a resposta.

“Sim, esse é ‘o’ Yan!” Ciel estranhou o tom de desgosto, lembrando que Yan também falou do mesmo jeito quando indagou sobre o moreno. Se perguntou o que havia perdido durante essa ligação. “E então, o que achou?”. 

“Você tem talento.” Entregou o caderno. “Porque o desenhou tantas vezes?”.

“Eu gosto de desenhar pessoas e Yan tem traços bonitos, não é a toa que chama tanta atenção no colégio... Quem sabe um dia eu desenhe você também!” Enquanto guardava o caderno na mochila, Ciel não percebeu os olhos róseos de Sebastian.

Logo o demônio se recompôs, não perderia a postura de homem perfeito na frente de Ciel, mas a verdade era que estava se corroendo por dentro. “Vejo que você gosta muito dele!” Afirmou enquanto retirava os pratos da mesa.

“Sim, somos amigos desde pequenos! Deixa que eu lavo a louça, é o mínimo que eu posso fazer em retribuição ao almoço!” Ciel se adiantou para a pia. Apesar de odiar fazer trabalhos domésticos, ele não seria tão mal educado a ponto de ir embora sem ao menos lavar o prato em que comeu.

Enquanto Ciel lavava, o demônio resolveu enxugar os pratos, o que era um pretexto para descobrir mais um do outro. Obviamente que as descobertas eram feitas quase que totalmente por parte de Ciel, já que Sebastian sabia quase tudo a respeito dele, mesmo assim ele ainda conseguia surpreender-se em alguns momentos com o rapaz.

Ciel por outro lado ficava cada vez mais encantado pela personalidade do homem de seus sonhos, e ele até cogitava a possibilidade de um dia lhe falar que, mesmo antes de conhecê-lo, sonhava com ele todas as noites. Só não revelaria os sonhos eróticos, obviamente!

“Eu já vou indo e, mais uma vez obrigado pelo almoço.” Ciel enxugou as mãos no guardanapo e se aproximou ficando na ponta dos pés. Puxou Sebastian pela nuca e deu um beijo em sua bochecha “Te espero as sete!”.

Ciel saiu da cozinha com um sorriso vitorioso. Se Sebastian já havia se despedido dessa forma, era justo que ele também pudesse fazer. Esse era um jogo que os dois podiam jogar, e ele não negava ter ficado satisfeito com a cara de surpresa do moreno.

‘Realmente essa vai ser uma noite promissora.’ O demônio deu um sorriso .


Notas Finais


Aos que tiverem interessados em dar uma olhada, um novo trabalhinho meu:
https://spiritfanfics.com/historia/as-quatros-estacoes-do-amor-6441475

Bjinhos de chocolate e até outro dia!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...