You and I-One Direction
I figured it out
I figured it out from black and white
Seconds and hours
Maybe they had to take some time
I know how it goes
I know how it goes from wrong and right
Silence and sound
Did they ever hold each other tight, like us?
Did they ever fight, like us?
You and I
We don't want to be like them
We can make it 'till the end
Nothing can come between
You and I
Not even the Gods above
Can separate the two of us
No, nothing can come between
You and I
Oh, you and I
I figured it out
Saw the mistakes of up and down
Meet in the middle
There's always room for common ground
I see what it's like
I see what it's like for day and night
Never together
'Cause they see things in a different light
Like us
They never tried, like us
You and I
We don't want to be like them
We can make it 'till the end
Nothing can come between
You and I
Not even the Gods above
Can separate the two of us
'Cause you and I
We don't want to be like them
We can make it 'till the end
Nothing can come between
You and I
Not even the God's above
Can separate the two of us
No, nothing can come between
You and I (you and I)
Oh, you and I
You and I
We can make it if we try
You and I
Oh You and I
POVS.Rodrigo
Estou chegando em casa depois de mais um dia de aula, quando encontro meu pai me esperando
-Tenho que te dar uma notícia - Ele diz sem expressão
-Qual? - Pergunto preocupado, devido seu tom de voz
-Eu fui transferido no trabalho pra outra cidade, portanto, teremos que mudar de casa e cidade
-M-mas e minha escola? Meus amigos?
-Infelizmente terá que mudar de escola também, porque a escola ficaria muito longe de casa.
-Então eu perderei meus amigos? - Pergunto ficando irritado
-Não, só irá morar longe deles
-Eu não posso fazer isso, minha vida é aqui. Meus amigos, minha escola, as lembranças da mamãe...Está tudo aqui
-Eu sei filho, eu também não quero isso, mas se eu não for, perderei meu emprego
-Arruma outro então
-Eu sei que está triste, mas seja racional, filho, arrumar emprego não está fácil nesse momento, você sabe disso - Como minha expressão continua a mesma, ele continua - Veja pelo lado bom...Eu vou ganhar mais - Diz ele sorrindo
-Dinheiro? Você acha que tudo de resolve com dinheiro? Só piora as coisas. Quanto mais dinheiro você ganha, menos em casa fica - Dou uma pausa - E na escola, então? Já imagino os cochichos sobre mim quando eu passar...
-Ah, mas isso é normal com qualquer aluno novo
-Você sabe do que eu tô falando...Tô falando da minha aparência: Meu cabelo azul, minhas lentes vermelhas...
-Se isso te incomoda, então mude sua aparência. Tire as lentes de contato e deixe o cabelo escuro novamente - Diz ele como se fosse a coisa mais fácil do mundo
-Que tal mudar o meu nome também? Já que tá mudando tudo mesmo. Mudar essas coisas é como mudar minha identidade, o jeito que escolhi ser
-Ora, não seja exagerado - Ele diz firme - Você não é só cabelo azul e lentes vermelhas - Ele passa a mão no rosto - Bom, dei minha opinião, não quer mudar não muda, então
-Ebaaa, sabia que você ia me entender, não sei como ficaria longe dessa casa - Digo animado
-Eu quis dizer mudar de estilo...Vamos mudar dessa casa você querendo ou não. Trate de fazer suas malas, partimos em três dias - Fala ele quase gritando
-Eu não acredito nisso - Dou as costas para ele, e saio de casa, batendo a porta atrás de mim.
Ando sem rumo, mas é melhor do que ficar em casa. Depois de ficar cansado de caminhar, paro numa pracinha e me sento no banco de pedra. Coloco as mãos no rosto e penso como vai ser doloroso abandonar a casa onde minha mãe viver, abandonar minha escola e ficar longe dos meus melhores amigos, os únicos que tenho na verdade.
Começa a chover, e lembro que tô sem blusa, só de regata, coisa difícil, já que vivo com a blusa, que tive o azar de esquecer hoje. Como a chuva não para, só piora na verdade, penso que é melhor eu voltar pra casa, lá pelo menos está seco.
Levanto-me e tento ir embora, porém percebo que a chuva já está forte demais, então fico debaixo de uma árvore, esperando a chuva passar. Ao longe vejo duas velhinhas, uma negra e a outra de pele pálida, conversando.
A de pele branca olha para mim com cara feia, como se me repreendesse, enquanto cochicha com a senhora negra, aposto que está falando sobre mim. Depois de um tempo, lança porém outro olhar irritado, e entra pra dentro. A senhora negra sorri do nada, e caminha na minha direção de baixo do seu guarda - chuva.
Quando está a poucos passos de mim, ela para e sorri pra mim
-Não é seguro ficar debaixo de árvores durante uma chuva, meu jovem, tem perigos delas caírem em cima da gente, eu li no jornal - Diz ela com um vozinha rouca
-Ah, não tenho como ir pra casa agora - Falo meio sem graça
-Não tem problema, te levo pra minha casa, vem
Depois de um momento de indecisão, caminho pra baixo do seu guarda - chuva e a sigo até sua casa, que é ao lado da senhora que não gostou de mim
-Entre, querido - Ela aponta pra porta
-Com licença - Digo entrando na sala
-Fica a vontade
Seco meus pés no tapete, e ajudo ela a entrar também. Ela se senta no sofá e sorri
-O que você fazia sozinho nesse frio, meu querido? - Diz ela fazendo sinal pra eu sentar
-Ah, quando eu sai de casa pra dar uma volta não estava chovendo ainda - Falo arrumando meu cabelo
-E porque você está triste? - Ela me pergunta com uma voz neutra
-Eu não estou triste - Minto
-Ah, meu querido, não precisa mentir pra mim - Diz ela rindo - Eu sempre sei quando alguém está triste, pode me dizer a verdade
-Ahhh, eu e meu pai vamos ter que mudar de casa, devido ao trabalho dele... - Falo chateado
-...E você não quer ficar afastado dos seus amigos, né? - Diz ela levantando as sobrancelhas
-Sim, e que não quero ser aluno novo...
-Deixa eu adivinhar...Por causa da sua aparência? Receia que os outros reajam mal a isso?
-Sim, agora não sei o que vou fazer
-Bom, eu vou dizer o que você tem que fazer - Diz ela me encarando bem nos olhos - Você vai lá naquela escola nova, e não deixar ninguém falar mal de você, mostre o orgulho de ser você
Ela diz isso de um modo tão intenso, que me deixa sem fala por alguns motivos
-Eu não sei se conseguiria fazer isso - Falo deprimido
-Claro que consegue. Se sua escolha não faz mal a ninguém, você tem que se orgulhar dela. Somos feitos de escolhas, nem todas são boas, portanto, se orgulhe das que são
-Hmmm, vou tentar - Digo hesitante
-Tentar? Não, você tem que fazer isso, ter orgulho de si mesmo é um dos caminhos pra felicidade
Penso um pouco, e falo sem pensar:
-Porque você está me ajudando assim? Porque não me acha estranho? - Falo ficando estranho
-Hmmmm - Diz ela calmamente - Você deve estar pensando na minha amiga, né? Não ligue pra ela - Ela aponta pra casa ao lado
-Porque?
-Ah, porque ela não entende o que fala, ela teme o desconhecido, todos os seres humanos temem, na verdade. Os humanos se acham muito superiores aos animais, mas muitas vezes não são. Muitos são que nem animais, atacam o desconhecido por medo, porque é o instinto deles, quando você não conhece algo, o teme, e ataca pra se proteger.
-E porque a senhora não é assim? - Pergunto curioso
-Eu já fui, na verdade. Mas depois percebi que não queria ficar sendo prisioneira de meus medos, a vida é muito curta para isso. Então decidi conhecer primeiro as pessoas antes de julgar, e foi isso que fiz com você - Diz ela sorrindo
Não sei porque, mas aquele sorriso aquece meu peito, e começo a pensar melhor na minha situação. Pisco meu olhos para evitar que lágrimas desçam
-Muito obrigado, por me ajudar
-Magina querido, o prazer é meu, sempre gosto de conhecer novas pessoas, sempre aprendo com cada uma delas
-O que a senhora pode aprender comigo? - Falo duvidando que pudesse
-Ah, não sei. As vezes eu só aprendo algo de uma situação anos depois dela acontecer, quando me recordo dela por algum motivo - Diz ela rindo
-Sabe? Eu gosto desse pensamento
-Está vendo? Você também está aprendendo comigo
-Sim - Digo rindo também - Hmmm; vejo que parou de chover, preciso ir, muito obrigado pela ajuda, mas preciso acertar uns assuntos que ficaram pendentes - Falo olhando pra fora e depois pra senhora
-Ah, magina. Te levo até a porta
Nos despedimos com um beijo, e eu vou embora, mais confiante do que antes. Com otimismo, penso que tenho que ir em um lugar depois de ir pra casa
( ... )
Ligo pros meus amigos, e noticio minha mudança. Tento ser breve, com receio de chorar, e prometo que depois explico melhor, quando tivermos todos juntos
( ... )
Depois eu caminho pra casa, calmamente, pensando no que devo fazer agora. Chego perto do meu pai
-Pai, desculpa por ter agido desse jeito, não pensei direito na hora
-Eu não posso dizer que não entendo, porque entendo, sei que não deve ser fácil. Eu não queria causar uma mudança em sua vida, não depois de tudo o que você passou, porém não tenho escolha, juro que faria diferente se tivesse - Diz ele com um tom sofrido
-Eu sei pai, por isso que te amo - Falo abraçando ele
-Mas porque mudou de idéia assim do nada?
-Ah, porque percebi que não adianta ficar insistindo em algo que não tem outra solução, só pioraria as coisas. Se você escolheu isso, é porque sabe que não tem outro jeito - Falo tentando sorrir
-Que bom que você entende, muito obrigado, sua confiança vale muito pra mim
-Magina... - Falo meio tímido
Mas logo meu pau muda de assunto, pra começarmos a conversar sobre a mudança, já que estava tão próxima. Porém dessa vez foi mais leve, porque dessa vez estávamos juntos.
CONTINUA...
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