— Bahamas? — Me olhou séria.
— Sim, poderíamos tirar umas férias por lá. — Sorri gentil.
— Pode ser, não conheço o Caribe ainda... — Deu de ombros sorrindo tímida.
— Mas então dessa próxima vez vamos só nós dois, ok?
— Perfeito! Precisamos de um tempo a sós. — Animou-se.
Ficamos em silêncio e continuamos a olhar o céu, estava tudo calmo até a maré subir e sentirmos a água tocar em nossos pés.
— Acho que já está na hora de voltar. — Tornou sonolenta e bocejou.
— Sim, mas já que estamos aqui merecemos um mergulho. — Me levanto e a puxo junto comigo.
Pego Liz em meu colo e corro em direção ao mar, ela gritava e sorria, nos molhamos assim que fiz a primeira incursão, joguei água em seu rosto ao mesmo tempo que era atacado por ela.
— Meu celular! — Me avisou e gargalhou, comecei a fazer cócegas nela e a mesma foi obrigada a se sentar na água, aparentemente seu celular já era.
Brincamos mais um pouco e voltamos para o hotel completamente enxarcados, passamos as pressas pelo saguão para que o recepcionista não nos visse naquele estado e tomássemos uma advertência. Me senti como um adolescente fazendo algo proibido com a namorada, rimos ao subirmos as escadas até nosso andar, nosso rastro foi ficando por onde passávamos, entretanto foi divertido.
— A gente vai se encrencar. — Comentou ao passar o cartão na porta e abrir.
— Isso é o de menos, já quebrei um quarto inteiro de hotel, imagina se um pouco de água pelo saguão e escadas vai me encrencar?! — Pisquei e retiramos as roupas molhadas — Isso me faz ter pensamentos inapropriados para o horário! — Passei a língua nos lábios ao vê-la se despir e seguir para o banheiro.
— Não me espere te chamar. — Revidou maliciosa e entrou no banheiro, lhe acompanhei e entrei embaixo do chuveiro.
— Eu não quero que isso acabe. — Encostei a testa na sua e enlacei os braços na cintura dela.
— Nem eu... — Fechou os olhos e me beijou.
(...)
Nossas malas já estavam preparadas para o embarque, o segurança e o motorista nos ajudou a acomodar tudo no carro e seguimos para o aeroporto.Conversamos sobre diversos assuntos, contudo eu tentava ao máximo não falar da minha volta a Los Angeles, sei que uma hora precisaria fazer isso. Era óbvio que minha vida estava lá, meus projetos, casa e família também.
Estar em NY por todo esse tempo me fez repensar em muitas coisas, inclusive o meu futuro ao lado de Liz, sim eu planejava um futuro com ela, mas para conseguir isso teria de voltar a Los Angeles e resolver minha vida primeiro.
Depois do aniversário de Kate me despediria de todos e retornaria para casa, a ideia era aproveitar todo tempo que ainda me restava.
Por volta das quatro da tarde chegamos ao apartamento, antes deixamos Melanie, Bill e as crianças em casa, por algum motivo Liz não quis subir para ver os pais. Fiquei sem entender muito bem, mas lhe perguntaria em outro momento.
— O que você acha de balões dessa cor? — Virou o visor do celular que por milagre não foi danificado pela água do mar e me mostrou.
— Ela gosta de laranja? — Questionei sentado no sofá.
— Na verdade ela gosta de verde, mas eu e a Melanie pensamos em fazer uma festa de aniversário no estilo Halloween já que está relativamente próximo. — Explicou e tornou a olhar a tela do aparelho.
— Entendi. E a Jujuba quando volta?
— Eu já deveria ter ido busca-la na casa da Allie. — Andou até a varanda e pegou a coleira — Quer ir comigo?
— Não, pode ir, preciso dar alguns telefonemas.
— Ok. — Pegou as chaves e calçou o sapato.
— Você nunca me falou dela. — Me referi a sua amiga.
— Allie? Ela é um amor, estará na festa da Kate, poderão se conhecer. — Assenti com a cabeça e lhe dei um beijo vendo-a sair em seguida.
Assim que me vi só disquei o número de Tracy e esperei a chamada ser completada.
— Olá Johnny.
— Olá Tracy como vai? — Respondi educado.
— Tudo certo por aqui e você, curtindo as férias?
— Sim estou aproveitando bastante, teria me divertido mais se a Liz não tivesse recebido uma mensagem estranha... — Vou direto ao ponto, aquilo tinha me deixado irritado.
— Que mensagem?
— Não tem nenhum palpite?
— Ai que droga! Johnny eu juro que fizemos de tudo para deixa-los na mais alta descrição, contratamos uma linha exclusiva para você. — Explicou um pouco alterada.
— Não foi suficiente. Quero que dê um jeito de vetar qualquer contato da Liz com aquela mulher!
— Tossi um pouco após sentir a garganta doer.
— Você precisa voltar, sabe disso não é? Estando por aqui será muito mais fácil de te blindarmos. Aqui você tem toda uma equipe que pode ajudar com isso.
— Eu tenho um aniversário para ir e depois disso estou de volta, mas enquanto isso não quero saber de mensagens ou qualquer gracinha daquela vadia! — Falei alto.
— Ok, farei isso. Agora preciso desligar, recebi alguns roteiros hoje e estou separando o que acho que pode te interessar.
— Certo, até mais e obrigado por tudo até agora. — Finalizei a conversa com minha agente e fui até a cozinha procurar algo para beber, alguma coisa estava me incomodando a garganta.
Pigarreei algumas vezes e abri a geladeira pegando um pouco de leite, retirei um copo do armário e despejei o líquido, ao levar a boca mal pude sentir o gosto devido o toque da campainha que me tirou a atenção.
Me apressei em ir até a porta para abri-la.
— Boa tarde, a Liz está? — Perguntou o homem sorrindo simpático.
— Saiu. — Respondi direto — O que quer com ela? — Estranhei ao ver o buquê de flores em sua mão.
— Queria conversar apenas... — Falou sem graça — Acho que não lembra de mim, sou Henry nos conhecemos aquele dia no restaurante. — Estendeu a mão para um aperto e permaneci o encarando.
— É eu me lembro de você. — Fingi não dar importância — A Liz vai demorar, mas pode dizer o que quer falar para ela que depois eu dou o recado.
— É algo pessoal, desculpe... coisa nossa! — Riu em sinal de deboche. Uma raiva se apoderou de mim, o cara nem me conhecia e queria me provocar desse jeito.
— E o que significa "coisa nossa"?
— Assuntos que só posso resolver com ela... não me leve a mal, mas não se envolva com isso.
— Você é aquele babaca do ex namorado dela não é?
— Foi isso que ela te disse, que eu sou um babaca? — Me encarava cinicamente.
— Não, ela disse que você também era um verme escroto! — Comentei nervoso.
Henry mudou o semblante cínico e me olhou cheio de raiva armando um soco, ao vir ao meu encontro fiz um movimento rápido e fechei a porta deixando-o chocar a mão na madeira dura. Ouvi seu gemido de dor e sorri.
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