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História Conqueror (G!P) - O acordo


Escrita por: Lovewaylandjace

Notas do Autor


Voltei <3

Capítulo 3 - O acordo


Eu gostava das segundas-feiras, gostava de ir ao colégio mesmo com todo aquele bullying. Estudar era como uma terapia. Mas naquele dia em especial, eu queria muito pegar uma gripe que me impossibilitasse de sair da cama. 

-    Bom dia. - Alexa sorriu entrando no meu carro. 
Sorri de volta, mais por reflexo do que por vontade.
-    Por que você sumiu da festa sábado? - Ela perguntou enquanto eu dirigia rumo ao colégio. - Ah tudo bem, L. Sabe aquela garota?… 
E então ela iniciou uma conversa sem fim sobre a tal Jenny. Eu sequer estava prestando muita atenção, apenas concordava e vez ou outra dizia "isso foi legal, Lex". Na verdade estava muito preocupada sobre o tipo de chantagem que poderia usar com Camila Cabello, ou se ela já havia contado a todo o colégio. Passara o domingo todo imaginando como sair dessa situação. Eu já estava fodida com certeza. 

- Ontem eu comi uma cobra cascavel assada com morango... 

-    Legal, Lex. - Disse sorrindo forçado. - Espera. O quê? 
Arregalei os olhos e virei para ela que me olhava com as sobrancelhas arqueadas. 

-     Droga, me desculpe. 

-    Tudo bem. No que está pensando? - Ela disse usando sua voz de bebê e deitou a cabeça no meu ombro.  
Esse tipo de coisa acontecia com frequência, e era assim que ela conseguia torturar ainda mais o meu coraçãozinho. 


- Nada, só não consegui dormir muito bem. Não posso bombar no teste de química hoje. - Que grande mentirosa era eu. 

-    Isso é impossível, L. - Alexa beijou minha bochecha e sentou-se corretamente desafivelando o cinto. 
Guiei o carro para o estacionamento do colégio e parei o carro. Alexa abriu a porta, e eu desci logo atrás puxando minha mochila. Era um dia raro em que fazia frio na Florida, o vento deixava as garotas desconfortáveis, mas eu adorava. Era por isso que queria me mudar logo para Nova Iorque, pelo frio e pela vontade de me ver o mais longe possível daquelas pessoas. Não pense que sou esnobe, mas não me interessava pelos assuntos populares naquele colégio. 

 

- Por que a Cabello está te olhando? - Alexa sussurrou no meu ouvido. 

- Como? - Franzi o cenho arrumando meus óculos. 

- Bom dia, losers! - Dinah surgiu na nossa frente com um enorme sorriso. Ela também gostava do frio. 

-    Bom dia, DJ. - Sorri abraçando ela pelo pescoço. 
Juntas, nós três entramos no prédio do colégio. Dinah e Alexa discutiam sobre a festa de sábado e sobre as pegações que tiveram, eu teria que esperar aquele assunto sumir quando algo mais empolgante tomasse conta delas. E sinceramente, eu só queria parar de falar daquela maldita festa. 
Só existia outra pessoa no mundo, além da minha mãe e do pai que sabia sobre a minha condição, e era uma amiga virtual. 

-    A gente pode mudar de assunto? - Revirei os olhos apertando o braço de Dinah que estava enganchado no meu. 
Ela me olhou de canto, e sorriu para mim. 

- Por que você fugiu da festa tão de repente? - Alexa me encarou cruzando os braços e parando em frente ao meu armário. 

- Porque estava muito chato… - Disse tentando não gaguejar. 

-    Ah fala sério, Lauren. - Alexa disse perdendo a paciência. - Você nem ao menos tentou se divertir! 
Eu entendia sua frustração, sempre que saiamos as três para algum lugar mais movimentando, eu só ficava reclamando que queria ir para casa logo. Não é que não gostava de me divertir, eu gostava. Mas da minha própria diversão. E ver Alexa se agarrando com alguém estava longe disso. 

-    A Laur é superior demais para esse tipo de gente. - Dinah disse num tom brincalhão. 
Ela sabia como amenizar o clima. 

-    Foi divertido. - Disse séria olhando para Alexa. - Vocês conseguiram ótimos beijos, e talvez algo a mais. E eu fiz amizade com um grupo de maconheiros hippies. 
Virei-me para o armário e peguei o material mais as três primeiras aulas.

-    Maconheiros?

-    Hippies? 
Elas discutiam entre si. 

-    Preciso ir para a aula da Senhorita Bennet. - Tranquei o armário e saí andando para o segundo andar. 
Eu nunca fora uma grande fã de física, mas a senhorita Bennet era uma ótima professora, e éramos amigas. 

- Claro, a Laur não pode perder a aula de física, porque q senhorita Bennet morre de ciúmes dela! - Alexa disse atras de mim, me provocando.

-    Ela finge que não vê a senhorita Bennet se insinuando para cima dela. É engraçado. - Dinah riu escandalosamente. 
Revirei os olhos e entrei na sala. 

[...]

As três primeiras aulas haviam se passado em completa calmaria. Estávamos Alexa e eu sentadas almoçando enquanto Dinah conversava com seus outros amigos. Vez ou outra eu pegava Camila me olhando de soslaio, com um enorme ponto de interrogação na cara. Estava achando muito estranho o fato de ninguém ainda ter dito nada. 

- Estou enjoada. - Murmurei empurrando o sanduíche de atum. 

-    Você tá estranha, L. - Alexa murmurou de boca cheia. - Vai dar tudo certo com o teste de química. 
Ela sorriu e me abraçou pelos ombros.

-    Tomara. - Sussurrei para mim mesma e aproveitei o carinho dela. 
Mas, como tudo o que é bom dura pouco…

-    Voltei! - Dinah se esgueirou pelo assento da mesa.
Eu precisava saber sobre o que a Camila falava com seus amigos babacas. 
-    Sobre o que estavam falando? – Debrucei sob a mesa ficando mais próxima de Dinah. 
-    An? – Ela franziu o cenho, confusa. 
Bufei e puxei minha mochila saindo da mesa. 
-    Vejo vocês depois.
Eu não podia deixar o segredo da minha vida nas mãos de Camila Cabello. Quero dizer, ela era uma babaca egoísta, certo?
Caminhei apressadamente para o laboratório de química e agradeci por estar vazio, somente um garoto – provavelmente mais nerd do que eu – estava sentado no fundo da sala. Bufei e me acomodei na minha bancada, puxei o livro de química e comecei a estudar a matéria inorgânica. 
Mesmo que eu dominasse qualquer ciência, eu não poderia me arriscar a tirar uma nota baixa. Seria excelente dizer que eu havia conseguido me concentrar em toda a matéria, mas isso infelizmente não acontecera. Camila não saía da minha cabeça, e não digo isso de uma maneira positiva, até porque seria impossível. Só conseguia pensar na expressão de horror dela ao ver o meu pênis, e é claro, do medo que eu sentia se isso tudo viesse à tona. 

-    Que porcaria! – Rosnei para mim mesma. Tirei os óculos e massageei as têmporas. 
Acho que eu estava na sala de aula há um bom tempo, já que as pessoas começaram a atravessar a porta e sentarem em seus devidos lugares. No começo do ano, eu tivera a sorte grande de não precisar de uma dupla nesta disciplina, eu trabalhava sozinha. 
-    Ei, boa sorte nerd. – Alexa passou por mim e beijou minha bochecha. 
Era o suficiente para me fazer enrubescer. 
Sorri para ela e coloquei os óculos de volta. 
Dinah me olhava com uma sobrancelha arqueada e um sorriso malicioso. Balancei a cabeça para ela e virei para frente. Uma vez que estavam todos na sala, o senhor Reed começou a distribuir os testes. 

[…]


Foram os quarenta minutos mais pavorosos da minha vida. O sinal tocou e as pessoas saíram apressadas, provavelmente com medo do senhor Reed chamar seus nomes e ficarem todos em retenção. 

-    Nos vemos lá fora! – Dinah cantarolou e puxou Alexa pelo braço. 
Levantei sentindo minha cabeça latejar e guardei minhas coisas calmamente, ciente de que só estávamos Camila, o professor e eu dentro do laboratório. 
-    Cabello, por favor. – O professor disse calmamente. 
Camila respirou fundo e caminhou até à mesa dele com os livros nas mãos. 
-    Eu não sei o que está acontecendo. Preciso que seus pais assinem este papel comprovando que eles estão cientes de que você irá reprovar a minha matéria. – O senhor Reed disse baixinho. 
Eu estava olhando para eles por cima do ombro, e eu sei o quanto isto era errado, mas eu não podia evitar. 
-    Droga. – Camila resmungou. – Não há nada que eu possa fazer fazer para aumentar a minha nota? 
O professor ajeitou os óculos e pensou um pouco antes de responder: 
-    Bem, eu vou aplicar um teste daqui dois meses com os alunos do terceiro ano. Posso incluir você, mas isso quer dizer que teria que estudar o dobro da minha matéria! 
-    Tudo bem. – Camila pegou a folha das mãos dele. – Eu aviso os meus pais. 
E então ela se virou para sair da sala. 
Por que era tão idiota de se arriscar a reprovar em uma matéria tão importante? 
-    Ah! – O professor a chamou mais uma vez. – Conversei com a treinadora Hawkins, sinto muito Camila, mas você está suspensa do treino de natação. 
Camila balbuciou algum xingamento e saiu da sala batendo os pés. 
Foi aí que a minha luz apareceu. 
Joguei a mochila sobre as costas e saí apressada. 
-    Ótimo teste, Lauren. – O professor sorriu para mim. 
Sorri de volta e corri pelo corredor para alcançar Camila. Ela estava quase na porta onde Harry esperava por ela, mexendo no celular. 

-    Ei. – Parei de correr ofegando, puxando ela pelo braço para um corredor paralelo. 
-    Cacete! – Ela exclamou assustada. 
Camila Cabello só sabia dizer isso? 
-    Desculpe. – Disse tentando respirar normalmente. – Tenho uma proposta para você. 
-    O que? – Ela franziu o cenho. 
Claramente não havia nenhum interesse real em tudo aquilo. Mas eu sabia que não era coisa da minha cabeça o medo que eu tinha dela abrir a boca para todo mundo. 
-    Eu ouvi o que o senhor Reed disse sobre reprovar a matéria. 
-    Tá, e daí? – Ela cruzou os braços. – Veio caçoar de mim por ser uma ótima aluna? 
Semicerrei os olhos não acredito na babaca que ela era. 
-    Não – Disse com um pouco de raiva na voz. – Vim dizer que posso te ajudar a recuperar sua nota na prova do terceiro! 
Camila arregalou os olhos e descruzou os braços. 
-    Como? Em troca do que? 
Era aí que o assunto começaria a ficar delicado. Sabe, se eu tivesse prestado mais atenção antes de fazer esse acordo estúpido, talvez eu tivesse percebido no que tudo isso daria, pelo simples fato do notar o brilho nos olhos dela, e no tamanho do meu sorriso. E não pense que acabou em boa coisa. 
-    Em troca de você não dizer a ninguém o que viu na noite passada. – Disse lentamente. 
Camila semicerrou os olhos e pela primeira vez eu senti medo dela, do olhar que ela me lançava, como se eu tivesse feito alguma coisa muito errada. 
-    É só isso? – Ela disse então. 
-    Sim, é só isso. – Era estranho a minha voz soar tão cética? 
-    Fechado! – Ela sorriu amarelo e apertou minha mão. – Quando começamos? 
-    Bom, primeiro você precisa contar ao senhor Reed que mudou de ideia. Mas podemos começar na quarta-feira, na minha casa, tudo bem? – Arqueei as sobrancelhas. 
-    Tudo bem. – Ela deu de ombros e virou-se. – Até quarta. 
Então Camila foi embora. 


Notas Finais


Então? Como estamos?


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