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História Conselheira Amorosa - Capítulo 1


Escrita por: TamyFranco

Notas do Autor


Bom... Esse é meu segundo livro postado, e confesso que é meu livro preferido (até o momento), é minha primeira história escrita na primeira pessoa, e ficou bem empolgante, eu mesmo quando li, não achei que era eu quem tinha escrito, modéstia parte ficou top rs.
Espero que gostem de verdade!

Capítulo 1 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Conselheira Amorosa - Capítulo 1

- Obrigado por sua ajuda doutora Hanna, não sei o que seria de mim sem seus conselhos! - diz Margo Floop, minha paciente.

Ela está passando por momentos difíceis em seu relacionamento, ela é mais uma das 20 pacientes só esse semestre no meu consultório. Sim é o que parece... Sou Hanna Makmont, uma conselheira amorosa. Você deve estar se perguntando como eu vim parar nesse ramo, simples... Começou na faculdade com minhas amigas e seus relacionamentos complicados, um namorado que não da elogios, outro que conta piadas idiotas, outro que não atende o telefone, sim parece bobagem, mas as garotas sofrem muito com isso, você não tem noção! E eu como boa amiga que sou sempre fui de dar conselhos, é algo dentro de mim sabe, às vezes quando eu menos esperava lá estava eu soltando minhas opiniões para minhas amigas, é algo que não sei explicar, parece que vejo e analiso o que está acontecendo e falo, e o mais bizarro ainda é que esses conselhos tem 99% de chance de dar certo, pelo menos com minhas amigas, bom... Com os garotos é só você saber o que falar e quando falar e pronto... Tudo se resolve. No fim das contas fui pegando o gosto por essa coisa de dar conselhos, e com o incentivo das minhas amigas também resolvi levar adiante, assim que terminei o curso de psicologia resolvi abrir meu consultório, papai deu uma ajudinha claro, no começo eram consultas normais, mas não estava dando muito resultado, muita concorrência e por eu ser nova no pedaço não tive muita credibilidade. Foi num belo dia que minha amiga, Sophia apareceu desesperada contando sobre seu novo namorado, que ela estava desconfiada que ele estava com outra, pedi pra ela me contar um pouco dele e que indícios ele estava dando, ela me contou que ele estava meio distante, não respondia as mensagens na hora e que ultimamente não andava reparando nela, ai disse pra ela começar a jogar o jogo dele, tipo pagar na mesma moeda, ela fez o teste e em uma semana ela voltou com um sorriso de orelha a orelha, disse que ele notou que ela estava diferente, ele disse que estava com saudades, foi ai que ela teve a grande surpresa, foi pedida em casamento, que o distanciamento dele foi premeditado pra não estragar a surpresa, ele queria que ela não desconfiasse das suas intenções. Homens...ninguém entende! Ai ela me agradeceu e ainda me chamou pra ser madrinha, e disse que depois de tanto tempo eu não havia perdido o dom dos conselhos amorosos. Sabe aquela luz que surge na cabeça das pessoas de desenhos animados? Tenho a impressão que foi isso mesmo que aconteceu comigo. Bam! Era isso o que eu precisava pra dar um up na minha carreira, e logo estava eu colocando na fachada do consultório, em anúncios de jornais e internet.

"Psicóloga

Especialidade: Conselhos amorosos"

 

Dali uma semana bombou meu consultório, foi um sucesso claro! E cá estou, depois de dois anos nesse ramo sentada em frente a mais uma cliente feliz!

-Que bom que deu certo Margo, fico muito feliz que o Luiz tenha se lembrado do aniversario de casamento, isso foi uma conquista enorme, que bom que consegui te ajudar, felicidades para os dois, sempre que precisar estarei aqui e me mantenha informada sobre as novidades!

- Com certeza! Você será a primeira a saber quando o bebê estiver a caminho! Depois do Luiz claro!

Rimos e nos abraçamos se despedindo, graças, ela é minha última cliente do dia! Assim que ela sai vou até minha mesa, pego um dos arquivos e faço uma anotação: Caso Margo e Luiz: resolvido! Guardo o arquivo junto com outros, pego minha bolsa e as chaves do carro, assim que estou do lado de fora respiro o ar fresco da noite.

- Mais um dia se foi, mais um caso resolvido, sexta feira, dia de relaxar. - digo indo até o carro.

Meu carro é bem típico de mulher, um Fiat Cinquecento branco, pra mim foi uma conquista, nunca fui ligada a carros, mas num belo dia andando na calçada do centro com minha amiga Mary, em pleno sábado, tomando um sorvete passamos em frente uma concessionária e de cara lá estava meu carro, novo em folha, na época eu já estava juntando uma grana, foi conferir o preço e ainda faltava um tanto pra dar o valor do carro, ai em casa na mesa do jantar com meus pais comentei sobre o carro e um possível financiamento, que ia dar menos trabalho pro papai não ter que me levar pra trabalhar, isso quando eu não tinha que ir de ônibus, mas foi só falar em financiamento que meu pai pirou, ele é daqueles homens que gosta de pagar tudo à vista, o que é admirável, não é atoa que o papai vai super bem como corretor de imóveis, sua corretoria é uma das melhores da cidade. Ele olhou bem sério pra mim naquela noite e disse:

- Eu te ajudo a pagar o carro.

Foi um dos dias mais felizes da minha vida! Porque o outro dia mais feliz da minha vida foi quando ganhei meu apartamento no centro da cidade, também presente do papai, eu mencionei que ele é corretor certo, então... Foi num dia que sai do consultório e o papai pediu pra ir buscar ele no trabalho dizendo que a mamãe precisou usar o carro, como já estava de saída mesmo e é caminho não vi problema algum, assim que estacionei ele já estava me esperando, ele entrou no carro e disse:

- Filha antes de ir pra casa, preciso passar num apartamento, ele foi desocupado preciso checar como está, tudo bem pra você?

- Sem problemas pai, só me indique o caminho.

Ele me indica o caminho enquanto andamos, passamos alguns quarteirões e ele pede pra eu estacionar, paramos em frente a um prédio de quatro andares de tijolos à vista, com janelas brancas, já tinha passado em frente a ele várias vezes e sabia que pertencia ao papai, mas nunca tinha reparado direito, era de um bom aspecto, ficava bem centralizado, tinha até um café em frente, uma lojinha de bugigangas logo ao lado, uma floricultura na esquina, e um restaurante no próximo quarteirão, até então não sabia que estava desocupado, sei que é um dos melhores locais do papai, é difícil parar vazio, mas nunca vi por dentro, mas parecer ser pequeno, pra uma pessoa solteira talvez.

- Quer que eu entre? - pergunto desligando o carro.

- Boa ideia, quem sabe você não me da umas dicas de decoração! - ele pisca pra mim.

Nunca fui uma exper em decoração como você deve estar pensando, mas sempre tive bom gosto, mamãe sempre pedia minha opinião pra mudar algo em casa, tapete, cor da parede ou algum enfeite novo, e quase sempre ela concordava comigo, só teve uma vez que disse que ficava bom uma parede salmão no quarto dela texturizada, minha mãe gostou claro, já o papai disse que jamais ia querer ter um quarto rosa, claro que ele exagerou porque era só uma parede mas... Ele acabou vencendo óbvio!

Subimos até o terceiro andar, quando ele abre a porta do número 4 sinto cheiro te tinta fresca, entramos, e como eu esperava é um apartamento pequeno, só pra uma pessoa, um quarto, um banheiro logo ao lado, sala e cozinha conjugados, uma pequena lavanderia e uma sacada aconchegante que da de frente pra rua principal, "ideal para mim!” Penso eu, claro que amo minha casa, meus pais são tudo pra mim e sempre vão ser, mas moramos num bairro longe do centro, trânsito todo dia não é fácil, morar perto do trabalho seria o sonho de qualquer um e comigo não é diferente, mal sabia eu da surpresa.

- O inquilino anterior já pintou, que ótimo! - diz meu pai indo até o banheiro. - E também não levaram o chuveiro, beleza! O que achou? - ele pergunta olhando pra mim.

- É pequeno, mas bem aconchegante, com os moveis e a decoração certa vai ficar ótimo!

- E o que acha de decorar esse? - papai pergunta se aproximando.

- Porque? Vai começar a trabalhar com imóveis montados? - fico confusa.

- Não, mas pensei que ia gostar de fazer isso no seu próprio apartamento. - papai da aquele sorriso tipo Por essa você não esperava!

Naquele momento fiquei sem reação nenhuma, só consegui sorrir, olhei para os quatro cantos do apartamento, imaginei como ia decorar tudo aquilo, até que meus olhos pararam em papai, que estava ao meu lado, esse cara que me criou, me deu a vida, que sempre me ajudou quando eu mais precisei, desde a me ensinar a andar de bicicleta a ficar até altas horas me ajudando a estudar pra prova de filosofia da faculdade, sim esse cara que já tem seus cabelos brancos está me dando de presente um dos meus maiores sonhos... Meu próprio apartamento! Só consegui ter uma reação, abraçá-lo e agradecê-lo de todo coração.

- Muito obrigada pai, não sei nem como agradecer!

- Você merece filha, isso e muito mais! - ele tira as chaves do bolso e me entrega. - Só te peço uma coisa. - ele diz antes de soltar as chaves.

- Pode pedir, faço o que você quiser depois desse presente! - ele ri.

- Você tem que me prometer não pintar nenhuma parede desse apartamento de salmão!

Nós dois caímos na gargalhada. Depois disso mamãe e a Mary foram comigo ajudar a comprar as coisas pro apartamento, dali 15 dias estava tudo montado, e já faz 1 ano que estou aqui e nem parasse, os vizinhos são tranquilos, no primeiro andar moram dois casais, no segundo uma senhora esportiva, sempre vejo ela com roupas de ginástica no elevador, em frente a ela mora um tatuador, ele é meio sinistro mas é gente boa, me emprestou uma xícara de açúcar quando inventei de fazer um bolo, levei um pedaço pra ele e até recebi um sorriso, o que me deixou aliviada porque tinha medo dele, no último andar tem um apartamento em reforma porque surgiu um vazamento e em frente moram dois irmãos estudantes que trabalham também, raramente eles estão em casa, só nos fins de semana que as vezes você ouve alguma risada ou um toque de violão, não sei qual dos dois toca, mas toca bem, e o apartamento de frente pro meu está vazio, faz uns 3 meses, antes morava um bancário de cara feia, e sempre que você o via ele estava no celular fazendo negócios, mas pense num cara chato! Dei graças a deus quando ele saiu dali, vivia reclamando de qualquer coisa no prédio, e vinha me atormentar pedindo pra dar recadinhos pro meu pai, mas sabe por que ele saiu do apartamento? Por causa justamente de mim, não literalmente, mas aconselhei a namorada dele um tempo, foi pela descrição dela que cheguei à conclusão que era ele, o que me deixou mais com raiva, mas só pra deixar claro desde já, eu não separei os dois, só disse pra ela se valorizar mais, não ser tão paranoica, fazer ele sentir que ela estava mudada, que não estava tão preocupada com ele a ponto de deixar de viver sua própria vida, e o conselho deu tão certo que ela largou dele em 20 dias de consulta, disse que era outra mulher, livre, leve e solta e que queria curtir a vida, estudar, trabalhar, viajar, conhecer gente nova e nada de relacionamentos por um bom tempo, fiquei feliz por ela claro, ninguém merece aquele ogro! Encontrei ele no elevador com uma mala de mão, perguntei como quem não quer nada:

- Viagem a negócios?

Ele me olhou com uma cara de quem comeu e não gostou e respondeu:

- Não é da sua conta, mas já que perguntou... Minha namorada me deixou e não vejo mais sentido continuar morando nessa espelunca, resolvi seguir o caminho dela... Curtir a MINHA vida fora dessa cidade patética! - e saiu assim que a porta do elevador abriu.

Então fora esse mala que ainda bem que foi embora os outros vizinhos são de boa.

Abro a porta do meu AP, jogo as chaves em cima da mesa, tiro os sapatos que estão me matando, sigo até o quarto já tirando a roupa, logo saio enrolada em uma toalha e sigo até o banheiro, ligo o chuveiro e deixo a água quente tomar conta de mim, depois de alguns minutos me sinto obrigada a sair mesmo não querendo, desligo o chuveiro, me enrolo na toalha e vou pro quarto, visto meu pijama mais largo e confortável e vou pra cozinha, resolvo fazer um brigadeiro e assistir a um filme na TV. Depois do brigadeiro pronto, ligo a TV e procuro um filme, mas ta difícil, paro em qualquer canal quando meu celular toca:

- Alô!- digo tirando a colher da boca.

- Já está em casa Hanna? - pergunta Mary do outro lado da linha.

- Já sim Mary, com um pijama folgado, uma panela de brigadeiro e assistindo a um filme, bom... O filme não achei ainda, mas logo começa.

- Ai que horror! Em plena sexta à noite você nesse programa patético! Espera só 20 minutos que já chego já acabar com sua deprê! - diz Mary determinada.

- Ah não Mary hoje não vou sair! Da última vez você resolveu me apresentar um cara que você insistiu que era legal, mas que na verdade era só um trouxa que queria se aparecer e riu da minha profissão, quis esganar ele, pena que você não deixou! Então não, dispenso esses encontros patéticos que você arruma pra mim! - digo colocando uma colher de brigadeiro na boca. - E meu brigadeiro está ótimo por sinal.

Escuto a campainha tocar.

- Tem alguém na porta, espera ai. - Me levanto e vou atender. - Mas o que você está fazendo aqui? - pergunto assim que vejo Mary toda produzida na minha porta com o celular na orelha. - Você não disse que ia chegar em 20 minutos?

- Era só pra saber que desculpa você ia arrumar pra não dizer que estava em casa, e dessa vez você não mentiu, porém você vai agora mesmo se arrumar porque vamos sair sim! - diz ela passando por mim e indo até meu quarto.

- Eu me recuso a sair com você! - digo seguindo ela até meu quarto. - Hoje você não vai me arrastar pra suas maluquices!

- Amiga você está precisando urgente comprar umas roupinhas novas, seu guarda roupa está um caos! - diz Mary mexendo no meu guarda roupa.

Meu guarda roupa sempre foi muito arrumado, o caos que ela fala é porque nunca me importei com roupas, sempre muito básico e roupas pro trabalho, mas meu forte mesmo sempre foi calça jeans e tênis, então roupa pra sair assim sempre tive poucas, e as que tenho só comprei pra ocasiões especiais como casamentos e festinhas em família o resto foi influência da Mary.

- Ah qual é Mary, meu guarda roupa não é tão ruim!

- Já sei, vai com esse! - Ela pega um vestido azul bic com detalhes de renda na manga e na barra.

Aliás dona Cláudia minha mãe, sempre costurou muito bem, e é uma coisa que ela ama fazer, não é atoa que trabalha com isso, não porque precise, porque o papai sempre lhe deu tudo e disse que ela não precisava costurar pra fora, mas antes de conhecer meu pai ela já trabalhava no ateliê da vovó, e é uma paixão pra ela fazer isso, como meu pai não pode impedir, ajudou, construiu um ateliê pra ela em casa mesmo, foi uma alegria sem fim, mamãe sempre tentou me ensinar, mas nunca tive jeito pra costura, mas o básico posso dizer que aprendi bem, minhas roupas nunca ficaram sem botão.

- Já disse que não vou sair Mary, não estou nem um pouco afim! - tiro o vestido da mão dela.

- Pode parar Hanna você vai sim, você não pode me deixar na mão desse jeito, não pode uma moça indefesa como eu sair sozinha por ai, é perigoso! - Mary faz beicinho.

- Indefesa? Jura? - cruzo os braços. - Convida a Sophia, certeza que ela pode te defender melhor que eu. - sugiro me sentando na cama.

- A Sophia está viajando. - Mary se senta ao meu lado.

- E a Ariel?

- Foi pra casa do pai esse fim de semana.

- E a... - to ficando sem ideias. - Rachel?

- Ah qual é Hanna, não vou convidar minha pior inimiga só porque você, minha melhor amiga, não quer ir, não estou tão desesperada assim!

- Então fica aqui comigo assistindo filme e comendo brigadeiro! - sugiro com um sorriso bobo.

- Sem chance que quero engordar! - ela faz careta. - Por favor Hanna! Prometo que não vou te arrumar nenhum encontro maluco, hoje eu quero só me divertir e dançar, e preciso de você comigo, sozinha não tem graça!

- Sozinha vírgula, você conhece todo mundo das baladas, você NUNCA está sozinha! - me levanto da cama.

- Tudo bem depois não vai reclamar que perdeu o show do Maroon 5. - Mary examina suas unhas com indiferença.

- VOCÊ DISSE MAROON 5? - arregalo os olhos e levo a mão à boca.

Sou fã de Maroon 5 desde sempre, quando eles estrelaram foi paixão a primeira vista, tenho todos os CDs e DVDs, no meu antigo quarto na casa dos meus pais, tinha um monte de cartazes e posters, até a tela de bloqueio do meu celular e do computador era uma foto deles, despertador e toque tudo músicas deles, ta já deu pra você entender que sou super fã!

- Como assim show do Maroon 5? No Willmax? - ainda to meio sem acreditar.

- Pois pode apostar! Mas já que você não quer ir me obrigo a ir sozinha. - Mary se levanta da cama vai até a porta.

- Espera! - ela para e olha pra mim. - Me arrumo em 1 minuto!

Pego o vestido correndo, vou até o banheiro já tirando o pijama pelo caminho, penteio o cabelo, passo maquiagem, corro até meu quarto novamente pra procurar uma sandália, volto pro banheiro passar perfume.

- Sem presa amiga. - diz Mary comendo meu brigadeiro sentada no sofá.

- Você me diz que vai ter show do Maroon 5 no Willmax aos 45 do segundo tempo e não quer que eu tenha presa? - digo colocando a mão na cintura.

- Não queria estragar a surpresa, mas você foi relutante demais, tive que contar antes da hora. - Mary se justifica com a colher a caminho de sua boca. - Já tá pronta? Falta 20 minutos pra começar. - Mary confere as horas no celular.

-Meu deus! - saio arrebentando tudo procurar meu batom preferido na bolsa.

Reviro a coitada de cabeça para baixo, ele cai em cima da cama com outros objetos, pego ele e me dirijo ao espelho, passo rapidinho e vou até a sala.

- Como estou? - pergunto a Mary que está concentrada na TV.

- Wow gata! Desse jeito o Adam vai te pediu em casamento ali mesmo no palco! - Mary exagera claro.

- Quem dera! Mas vamos logo porque não quero perder um segundo desse show! - puxo a Mary pelo braço até a saída.

- Espera! Deixa eu terminar o brigadeiro! - Mary coloca a última colherada de brigadeiro na boca.

- Pra quem não queria engodar, mandou vê no brigadeiro! - digo dando risada.

- Você sabe que não resisto ao seu brigadeiro. - Mary vai colocar a panela e a colher na pia.

- Vamos logo! - fico ansiosa.

- Ta, vamos!

Mary segue logo atrás de mim, vamos no carro dela, um Palio vermelho.

Mary Stow sempre foi muito cheguei em seus acessórios, tudo muito vermelho, nos conhecemos na faculdade, ela fazia Jornalismo, fofoca, novidade e notícias quentes sempre foi com ela mesmo. Um dia estava estudando em baixo de uma árvore no campus e ela apareceu com um vestido justo, vermelho, claro! Cabisbaixa, ela simplesmente se jogou ao meu lado.

- Os garotos são ridículos! - solta ela do nada. - São patéticos e ridículos! Desisto deles! - Mary deita na grama.

- É... - fico meio sem ter o que dizer.

- Não precisa dizer nada, é sério, não perca seu tempo comigo. - Mary tapa o sol com o braço.

Fecho meu livro e fico encarando a garota doida ao meu lado.

- Sabe de uma coisa... Esse cara deve ser um trouxa! - solto.

Mary me encara.

- O que? - pergunta ela confusa.

- É isso mesmo o que você ouviu, esse cara deve ser um trouxa!

- E como você chegou a essa conclusão? - pergunta Mary sentando-se ao meu lado.

- Olha, eu não sei o motivo de você estar chateada com seu namorado, mas pela sua revolta com certeza coisa boa ele não fez.

- Você tem toda razão, ele me deixou. - Mary se apoia nos cotovelos. - Simplesmente disse que não dava mais! Mas também fui trouxa, não percebi desde o começo que ele estava estranho, distante, me evitando, e lá fui eu toda produzida de surpresa no apartamento dele, pra encontrá-lo todo descabelado, com calça de moletom, cheio de livros sobre a mesa da cozinha, estava estudando claro, só isso que ele sabe fazer. - ela senta-se novamente. - Insisti pra ele sair, ele ficou bravo, disse que tinha que estudar, ai brigamos e ele disse que não dava mais, sai sem rumo, parei no primeiro bar que vi, mas não consegui beber nada, não sou de bebida sabe, bebi só um copo de água e fui pro carro, liguei o rádio e acabei pegando no sono ali mesmo, quando acordei já era dia e agora estou aqui desabafando com uma estranha.

- Prazer Hanna! - lhe estendo a mão.

- Mary! - ela sorri e aperta minha mão.

- Você não é trouxa, ele que é por dispensar uma garota linda como você por causa de estudos, que case com os livros então ué!

Mary me analisa.

- Obrigada! Mas você nem me conhece, como pode saber se sou legal?

- Não preciso saber, eu sinto, só de olhar pra uma pessoa já sei como ela é.

- Você é sensitiva? - pergunta Mary curiosa.

Lhe mostro o livro de psicologia.

- Ah! Entendi. - diz ela.

- Mas não é por causa disso não e também não sou sensitiva. - coloco o livro no colo. - Que pessoa em sã consciência ia do nada sentar ao meu lado e começar a contar sua vida?

Mary sorri.

- Você também é legal Hanna! - diz ela. - Obrigada por levantar meu astral!

- Sempre que precisar! - pisco pra ela.

Depois disso não nos desgrudamos mais, saímos juntas, riamos, conversávamos, viramos melhores amigas até hoje, Mary continuou tendo mais alguns relacionamentos conturbados, mas eu sempre estava lá pra ouvi-la e consolá-la.

-Chegamos! - diz Mary desligando o carro depois de estacioná-lo.

Desço do carro, mal Mary aciona o alarme do carro e já puxo ela pelo braço.

-Calma! O Adam não vai sair correndo de você! - Mary guarda a chave na bolsa.

-É o Adam você está entendendo Mary, ADAM LEVINE, O cara! - continuo andando com pressa.

-Hanna preciso te contar uma coisa... - Mary começa.

Nem dou tempo dela continuar e entro pela porta no Willmax.

Willmax é tipo o point da galera aqui em Springwood, uma balada, com bar e às vezes show ao vivo, os donos são Willian Rocco, e Maxmilian Albert, dois amigos que não queriam nada da vida, sempre moraram aqui, perceberam que não tinha um lugar muito legal pra galera se reunir e resolveram abrir esse lugar com as economias que tinham, e foram aperfeiçoando com o tempo até virar o que é hoje, o lugar mais badalado da cidade!

Assim que entro dou de cara com uma banda que está tocando Misery do Maroon 5 mas... Não é o Maroon 5, como assim?!

- MARY! - digo cruzando os braços e olhando de cara feia pra minha amiga que está logo atrás de mim.

-Eu ia te contar... - Mary se sente culpada.

-Ah jura! Quando? Quando acabasse o show?

- Se eu tivesse contado logo de cara que era uma banda cover você nunca teria vindo! - Mary toca no meu braço. - Hanna eles não são tão mal, da uma chance vai?

-Pra você ou pra banda? - pergunto descruzando os braços.

-Pode ser para os dois? - Mary sorri sem graça.

- A banda merece mais do que você, saiba disso. - e sigo para o bar.

Mary vem logo atrás de mim.

- Você não vive sem mim Hanna, eu sei disso! - Mary senta-se em um banco ao meu lado. - Você pode até fingir que está brava, mas sei que é por pouco tempo. - ela me encara. - Eu te amo! - Mary me lança uma piscada.

- Miserável! Odeio quando está certa! - chamo Will que está do outro lado do balcão. - O que você tem pra mim hoje Will?

- Hanna e Mary que bom revê-las! Preparada pra se surpreender hoje Hanna? - pergunta Will todo contente.

- Sempre! - lhe retribuo o sorriso.

- E você Mary o que vai querer?

- O mesmo que da Hanna, amo surpresas! - responde Mary se virando em direção a banda.

Resolvo fazer o mesmo, até que os caras mandam bem sim, não é um Adam Levine da vida, mas da pra curtir bem.

-É, você tinha razão, a banda não é ruim não. - digo.

- Sabia que você ia gostar! O cantor é até meio parecido com o Adam.

- Só que não! - protesto.

- Ah, mas ta valendo! - insiste Mary.

- Mais ou menos, você ainda me paga pela mentirinha.

- Ahan! - Mary mal me responde.

Ela sabe que nunca cobro nada dela, não é a primeira vez que ela apronta, teve uma vez que ela inventou uma mentira dizendo que o irmão mais novo do ficante dela era um anjo, e que como eu tinha jeito pra crianças ela insistiu pra que eu fosse com ela até a casa dele, pra um jantar em família, muito boazinha eu fui. Meu deus se arrependimento matasse! O moleque era um pirralho terrível, enquanto Mary ficou namorando eu tive que aturar gritaria, e até uma espingarda d'água, voltei pra casa descabelada e toda molhada, queria matar a Mary, mas no fim das contas ela estava indo tão bem nesse relacionamento que acabei não fazendo nada a respeito, durou mais dois meses só, e acho que foi por causa do pirralho que não deu certo.

-Prontinho meninas! As bebidas! - diz Will colocando duas taças em cima do balcão.

Tomo o primeiro gole.

-Hum! Que delícia Will, o que é isso? - pergunto tomando mais um gole.

-Batida de vinho branco com morango.

- Muito bom mesmo Will! - responde Mary já acabando com a taça.

Will sempre foi de inovar, começou esse lance de criar bebidas novas pra atrair clientes, ele sempre surpreendia de acordo com o gosto do cliente, o nosso gosto de ser light com a bebida ele sempre acertava na mosca, sempre misturas leves, nada pra ficar bêbeda.

- Ai meu deus eu amo essa música! - a banda começa a tocar Sugar. - Vem Mary, vamos dançar!

Puxo Mary pelo braço e logo estamos dançando na pista de dança, todo mundo pulando e dançando ao som dessa música ultra, mega, top, a música me domina, fecho os olhos e sigo ao ritmo da batida, abro os olhos, Mary está na minha frente rindo, damos as mãos e começamos a pular no refrão, e todo mundo começa a cantar junto com a banda, logo que a música acaba voltamos ao bar.

- Sensacional essa música! - diz Mary. - Preciso ir ao banheiro, já volto.

Aceno com a cabeça e fico olhando a pista de dança, logo a banda começa a tocar Love Somebody, balanço a cabeça ao som da música e fecho os olhos.

-Boa essa música. - ouço uma voz ao meu lado.

Abro os olhos e me deparo com um dos homens mais lindos que já vi, alto, de olhos azuis como o mar, o cabelo meio comprido penteado para trás, uma barba por fazer e um sorriso de tirar o fôlego, usa uma camisa branca meio aberta em cima, calça jeans meio desbotada, não reparei nos pés porque não consegui tirar os olhos daquele sorriso por muito tempo. "Me belisca pra ver se to sonhando!"

- É. - "Como assim um deus grego aparece na minha frente e é só isso que eu consigo dizer!?"

- Sou Andrew! - ele se apresenta me estendo à mão.

- Hanna! - aperto sua mão de leve.

- Você gosta de Maroon 5 pelo que vejo. - ele solta minha mão.

“Mas já!"

- Amo demais! Você gosta?

- Não sou nenhum viciado que fica como essas garotinhas fanáticas que perseguem os caras pra tudo quanto é lado com cartazes dizendo " Maroon 5 eu te amo!" Mas curto sim!

Caímos na gargalhada.

- E eu achei que você fazia exatamente isso! - brinco.

- Então tenho cara de um fã desvairado, é isso o que você está me dizendo? - ele provoca.

- Aí é você quem está dizendo. - dou de ombros.

Ele sorri e toma um gole de sua bebida, Will se aproxima.

- E ai Hanna vai querer mais uma batida?

-Acho que não Will, to de boa! - respondo.

- Só porque eu ia te convidar pra me acompanhar. - diz Andrew.

- E o que você sugere? - pergunto curiosa.

- Que batida é essa que você estava bebendo? - pergunta Andrew.

- Não é nada do que você vai gostar.

- E como você sabe? - Andrew parece encabulado.

- Na verdade meu chapa, a bebida dela é uma surpresa. - diz Will. - Cada cliente tem um gosto, e de acordo com esse gosto eu invento as bebidas na hora, e só revelo o que é depois que o cliente prova.

- Uau! Isso é bem interessante! E pra mim o que você sugere? - pergunta Andrew interessado.

- Vejo que está com uma cerveja na mão, mas já sei o que posso fazer por você. - antes de sair Will olha pra mim. - Tem certeza que não quer mais nada Hanna?

- Pode trazer pra ela sim o que ela estava bebendo, é por minha conta. - diz Andrew olhando pra mim e sorrindo.

- Já que o cavalheiro aqui insiste quem sou eu pra recusar. - encaro Andrew.

Ta, você deve estar pensando “Hanna encontrou o cara dos sonhos, que mulher sortuda!" Só que não! Não é porque sou uma conselheira amorosa que tenho a maior sorte no amor, pelo contrário, afinal... Porque ainda estou solteira? Ta ai a pergunta que não quer calar! Por que sou mulher, e toda mulher é complicada, e sou ótima pra dar conselhos, mas comigo nunca dá certo. Você achou que eu era o tipo de psicóloga perfeita, mas se enganou, sou temperamental às vezes, tenho uma TPM intensa, sou romântica e melosa, e sim... Sou muito carente! Nunca tive um relacionamento sério, o mais próximo que cheguei disso foi com um garoto do ensino médio que me roubou um beijo no baile de formatura, depois disso nunca mais o vi, com o passar do tempo conheci vários caras, os otários e os legais, mas... Os legais sempre eram comprometidos ou por nenhum motivo aparente se afastavam de mim quando me conheciam melhor, até hoje não consegui entender, e também já desisti, não tenho sorte no amor, mas isso nunca impediu de ajudar outras mulheres a ter, já que tem que ser assim que seja. Esse Andrew não dou dois tempos e já descubro se ele é comprometido ou é o cara que cai fora.

Will se aproxima com as bebidas, Andrew agradece e toma um gole de sua taça.

- O que é essa maravilha Will? - pergunta ele tomando mais um gole.

- Vodga com tônica e abacaxi. - diz Will, sorri e vai embora.

- Deixa eu provar o seu. - Andrew simplesmente pega minha taça e toma um gole. - Meio fraco e adocicado, mas é gostoso, agora prova o meu. - Andrew me estende o copo e meio relutante sugo o líquido do canudinho, faço careta e Andrew ri.

- Forte! - digo voltando a tomar o meu que é mais gostoso.

- Do jeito que eu gosto!

Continuamos a beber em silêncio, logo Mary volta.

- Oi amiga desculpa a demora, peguei no papo com uma amiga. - diz ela sorrindo e tomando um gole da minha bebida.

- Amiga? Sei! - digo tomando minha bebida da mão dela.

Mary percebe o cara ao meu lado sorrindo pra ela.

- Não vai me apresentar? - pergunta ela oferecida.

- Esse é Andrew, Andrew essa é minha amiga Mary. - digo.

Os dois apertam as mãos.

- Prazer Mary! - diz Andrew prestativo.

- O prazer é meu Andrew! - responde Mary. - Hum essa música é top, vem Hanna vamos dançar! - Mary começa a me puxar pela mão.

- Vai você, estou bem aqui. - digo.

- Vai sim, eu cuido da sua bebida. - oferece Andrew.

Meio relutante sigo Mary até a pista de dança, e ao som de In Your Pocket começo a me soltar, logo esqueço que Andrew está logo ali no balcão me observando, assim como em Sugar eu pulo e canto junto com a banda, logo a música acaba e quando estou indo até o balcão me deparo com Andrew bem na minha frente, e percebo que mesmo de salto fico mais baixa que ele, na altura de sua boca. Ele sorri e se aproxima.

- Dança uma comigo? - pergunta ele me estendendo a mão.

- Não acho que sou uma boa dançarina. - tento evitar.

- Não parece pelo que vi lá do bar. - insiste ele.

- Posso pisar no seu pé! - ainda insisto.

- Não me importo de correr esse risco. - ele diz com voz suave se aproximando mais.

- Não acho que a música seguinte vamos precisar dançar tão próximos... - sou interrompida pela banda que começa a tocar She Will Be Loved.

- O que você estava dizendo mesmo? - Andrew me olha com um sorriso torto e me estende a mão.

Claro que não tive como recusar! E lá estava eu nos braços de um deus grego sentindo seu perfume amadeirado, lentamente ele se aproxima mais, coloca as mãos em minha cintura, me sinto obrigada a envolver seu pescoço com as mãos, ele encosta seu rosto no meu, sinto o roçar de sua barba, isso me causa arrepios, logo estou com meu rosto encostado em seu peito e sinto a batida constante de seu coração, fecho os olhos e me sinto num sonho, quando percebo que está quase no fim da música levanto a cabeça e Andrew me encara com aqueles olhos azuis intensos, sem pensar duas vezes ele me beija, um beijo suave e quente, assim que a música acaba ele se afasta meio rápido demais.

- Desculpa Hanna isso não devia ter acontecido, desculpa! - ele vai se afastando da multidão que nos cerca.

- Andrew! Espera! - tento ir atrás dele, mas o perco na multidão.

Ando de um lado e de outro, no balcão pergunto pro Will se ele não viu o cara que estava comigo, ele disse que não, corro até a saída e lá fora nada, nenhum sinal de Andrew, ele simplesmente foi embora, volto lá pra dentro procurar Mary.

- Amiga o que foi aquilo? - Mary se aproxima. - Eu estou enganada ou aquilo foi um beijo?

- Sim foi um beijo. - digo sem alegria alguma.

- E por que essa cara então? Cadê o Andrew? - ela olha para os lados pra ver se o encontra.

- Se você conseguir achá-lo me avisa tá, to super pronta pra dar um soco bem grande na cara dele! - digo fechando os punhos.

- O que foi que aconteceu Hanna? Porque essa raiva toda? - Mary fica preocupada.

- Só me tira daqui por enquanto, por favor.

Mary segue até a saída sem dizer nada, ela sabe que quando estou assim não quero conversar, seguimos pro meu apartamento todo o caminho em silêncio, Mary estaciona o carro.

- Quer que eu suba com você? - oferece ela.

- Não tudo bem, vou ficar bem sozinha. - digo abrindo a porta do carro.

- Hanna. - Mary me chama antes de eu fechar a porta do carro. - Sabe que se precisar estou aqui tá?

- Eu sei Mary, obrigado.

Fecho a porta do carro e nem espero ela sair já estou quase no elevador, assim que a porta se abre Frank, o tatuador grita:

- Segura o elevador pra mim Hanna!

Coloco a mão na porta ao entrar, Frank entra.

- E ai tudo bem? - pergunta ele.

- Defina bem. - respondo sem nem olhar para ele.

- Noite difícil? - conclui ele.

- Você não faz ideia.

O elevador para no andar dele, antes de sair ele segura a porta e olha pra mim.

- Não esquenta a cabeça, se esse trouxa não soube te valorizar é porque você merece algo melhor! - e sai.

O elevador sobe mais uma andar, assim que ele se abre procuro a chave na bolsa, abro a porta, tiro as sandálias, deixo ali mesmo no meio da sala, e do jeito que estou me jogo na cama, puxo o edredom e tento apagar. "Que eu tenho azar no amor disso eu sei, mas o que esse cara fez foi sacanagem! Estava bom demais pra ser verdade mesmo, um deus grego dando sopa e foi justo a trouxa aqui que foi cair na sua lábia! Andrew! Ta ai um nome que vou fazer questão de apagar, e logo. Me viro pro lado e logo pego no sono.

 



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