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História Conselheira Amorosa - Capítulo 4


Escrita por: TamyFranco

Capítulo 4 - Capítulo 4


 

No consultório, me despeço da segunda cliente, só na parte da manhã.

- Semana que vem eu volto Hanna, mas até agora tem dado certo as dicas, ontem ele me surpreendeu com um buquê de flores! - diz Beatriz.

- Que ótimo, agora vamos ver se ele lembra do aniversário de casamento!

- Sim, sim, vamos esperar que sim! Muito obrigada!

Beatriz me abraça e vai embora.

- Ingrid, temos mais alguma cliente ainda nesta manhã? - pergunto a minha secretária.

Conheci Ingrid Foster aqui no consultório mesmo, ela estava sentada na porta do consultório quando cheguei do almoço, ela estava chorando muito, com a maquiagem toda borrada e o cabelo meio bagunçado.

- O que houve com você querida? - pergunto preocupada.

- Você é a Dr. Hanna conselheira amorosa? - pergunta ela se levantando quando me vê.

- Sou eu mesmo, por quê?

Ingrid começa a chorar mais.

- Vamos entrar, lá dentro você me explica o que está acontecendo.

Ingrid me acompanha, lhe indico o sofá a minha frente quando entramos na minha sala, pego um copo d'água pra ela.

- Obrigada! - diz ela tomando um gole e parecendo mais calma.

Ingrid respira fundo algumas vezes, espero ela se acalmar, ela me encara, uma lágrima cai em sua bochecha, percebo que ela tem os olhos bem azuis, e creio que não passa dos 22 anos. Mas o que leva uma garota bonita e nova como ela a ficar nesse estado?

- Você quer falar agora...

- Ingrid, meu nome é Ingrid. - ela me interrompe.

- Sim Ingrid, me diga o que te aflige, para vir até meu consultório creio que se trata do sexo oposto! - a encaro nos olhos.

Ingrid abaixa a cabeça e enxuga uma lágrima, ela olha pra janela, depois olha para mim de novo.

- Preciso ir embora. - ela se levanta rápido.

- Mas você não pode sair desse jeito! Você está mal e acho que posso te ajudar! - me levanto também.

- Não posso pagar. - sua voz parece um sussurro.

Sorrio para ela.

- Não se preocupe com isso, se eu puder te ajudar já me sinto recompensada! - insisto pra que ela fique.

Ela me olha meio confusa, coloca a mão no encosto do sofá e me encara novamente.

- Ele me bateu. - Ingrid abaixa a cabeça e começa a chorar de novo.

Vou até ela e lhe dou abraço, ela continua chorando.

- Ingrid você precisa me dizer o que está acontecendo, o que você acabou de me dizer é muito sério, precisamos conversar! - olho nos olhos dela. - Você vai me contar o que realmente está acontecendo?

Ela diz que sim com a cabeça, a levo até o sofá, ela respira fundo e se abre, me conta que o namorado é um bêbado, e sempre quando enche a cara fica muito bravo, ela me conta que teve que sair de casa muito cedo porque seu padrasto não gostava dela, e a mãe o apoiava, ai ela conheceu esse moço, no começo ele pareceu a única saída dela, mas com o tempo ele não era o que ela imaginava, e justo hoje ele chegou bêbado em casa e a empurro quando ela lhe respondeu, e antes que ele pudesse fazer algo pior ela conseguiu fugir, disse que começou a andar sem rumo e viu o anúncio da minha clínica em um jornal na banca, não pensou duas vezes e aqui estava.

- E agora não sei o que fazer! - ela lamenta.

- Primeira coisa é sair de casa, você não pode continuar vivendo com esse louco! - digo um tanto chocada.

- Mas não tenho pra onde ir, nem emprego tenho! - ela morde o lábio inferior.

Olho pra ela e faço uma das coisas mais loucas que já fiz.

- Você vai morar comigo por um tempo, até você conseguir um emprego, depois vemos o que acontece.

Ingrid me olha encabulada.

- Não posso Doutora!

- Hanna, pode me chamar de Hanna. E você vai ter que aceitar minha proposta, ou tem algo melhor? - sorrio.

Ingrid reflete um pouco, tenta entender essa proposta um tanto maluca, mas acaba concordando.

- Eu topo, mas assim que arrumar um emprego e conseguir uma grana prometo sair do seu apartamento!

- Ótimo! - pego suas mãos.

- Porque está fazendo isso por mim? - Ingrid parece intrigada.

- Você é uma garota que precisa de ajuda e estou aqui pra lhe ajudar, simples assim! - dou uma piscadinha.

- Muito obrigada, não sei como agradecer! - ela sorri. - Me ajuda, me recebe sem cobrar nada e ainda por cima me convida pra morar com você, é muito bom pra ser verdade! O que você é Hanna, um anjo?

- Só uma psicóloga e conselheira amorosa, nada mais!

Depois de um mês em meu apartamento Ingrid não conseguiu um emprego ainda, ela fica preocupada, até que um dia organizando minha agenda de trabalho ela se aproxima.

- Muito trabalho? - pergunta ela me entregando uma xícara de café.

- Os clientes estão aumentando, estou sem secretária no momento, a última resolveu ficar grávida, então estou me virando como posso.

- Não ta fácil pra ninguém, eu também não consegui nada até agora, já sinto que estou te incomodando. - ela senta-se no sofá a minha frente.

Ela toma seu café em silêncio, depois me pergunta:

- Você disse que está sem secretária, certo?

- Sim, e acho que não tenho previsão de quando contrato outra tão cedo! - respondo tomando um gole de café.

Ingrid sorri para mim.

- E se eu trabalhar pra você? - sugere ela. - Nunca trabalhei como secretária, mas aprendo rápido!

Abro um sorriso.

- Como não pensei nisso antes? Mas é claro que o emprego é seu! Já pode começar amanhã!

- Que tal hoje? - ela olha para os arquivos no sofá. - Assim já vou aprendendo!

E aqui estamos há um ano e meio, agora não moramos mais juntas, porque assim que ela juntou um dinheiro, alugou seu próprio apartamento como o combinado.

- Por enquanto não Hanna. - responde Ingrid olhando minha agenda.

- Ok! Vou organizar alguns arquivos, qualquer coisa me chama. - digo me retirando. - Ah... Traz um café pra mim, por favor?

- Pode deixar, já levo!

Entro em minha sala, vou até meu armário, faço anotações no arquivo da Beatriz, e analiso alguns outros, Ingrid traz o café e deixa em cima da minha mesa, sento em minha cadeira atrás da mesa e tomo um gole do café, depois de alguns minutos Ingrid me liga.

- Hanna tem um cliente querendo você.

- Mas você disse que não tinha mais ninguém nessa manhã? - pergunto confusa.

- Esse não marcou hora, mas disse que precisa muito conversar com você, disse que é urgente.

- Então tá, manda entrar. - digo colocando o telefone no gancho.

"Quem será o cliente desesperado? Espera... Ela disse O cliente e não A cliente, ou foi eu que entendi errado? Eu devo ter entendido errado!"

A porta se abre e a última pessoa que eu espera encontrar nesse mundo aparece... Andrew.

"É eu não entendi errado, é um homem, alias... O homem!"

- Hanna? - Andrew fica confuso em me ver.

- E quem mais poderia ser? - me levanto.

- Mas... No jornal... Claro! Como não percebi isso antes! Você é a Hanna Makmont! - diz ele um pouco confuso.

- Porque essa surpresa toda? Não entendi. - dou a volta na mesa. - Tem algo de errado?

- Tem, quer dizer... Não. - ele passa as mãos no cabelo. - Não imaginava que você seria a mesma Hanna, quer dizer... A do bar e a do anúncio no jornal como conselheira amorosa.

- Tecnicamente existe sim mais de uma Hanna aqui em Springwood, mas... Psicóloga e... Conselheira amorosa sou a única sim! - me apoio na mesa e cruzo os braços. - Mas enfim... O que o traz aqui Andrew? - pergunto meio irritada. - Veio rir da minha cara por ter me abandonado do nada outra noite, ou veio esfregar sua namoradinha na minha cara? - solto.

- Nem um nem outro, bom... Quase. - ele me encara.

- Ah então veio me encher é isso! Pois estou no meu local de trabalho e peço que se retire, pois não quero e não preciso ouvir suas lorotas! - sigo até a porta e abro fazendo sinal pra ele sair.

Andrew se vira pra me encarar, abre aquele sorriso de parar o trânsito. "Porque esse miserável tinha que ser tão bonito?"

- Hanna… - ele coloca as mãos no bolso da calça. - Vim aqui porque preciso de sua ajuda!

Olho pra ele confusa, acabo fechando a porta e cruzo os braços.

- Minha ajuda? Pra que? Está atormentado e pirando com aquela sua namoradinha?

- Exatamente! - ele se encosta no sofá.

Levanto uma sobrancelha.

- Estou passando por uns probleminhas com a Rachel e você é a conselheira amorosa mais conhecida da cidade, então... Você pode me ajudar? - pergunta ele.

- Não costumo dar conselhos pra homens, aliás... Nunca dei, não sei se vou poder te ajudar. - digo passando por ele.

Ele segura meu braço e ficamos muito próximos, sinto o cheiro do seu perfume amadeirado de novo, meu coração dispara.

- Hanna, por favor! Você pode pelo menos tentar? - ele olha nos meus olhos.

Me solto dele, sento no sofá de frente pra ele, lhe indico o lugar a minha frente.

- Vamos lá! Me conte seu caso, vou ver o que posso fazer. - digo cruzando as pernas.

- Obrigado por me dar uma chance! - ele cruza as mãos.

- Não estou fazendo isso por você, mas sim pelo meu profissionalismo. - digo meio seca. - Mas me fale da Rachel, o que acontece no relacionamento de vocês?

- Você a conhece pelo que percebi no shopping aquele dia?

- O necessário pra saber que você está numa fria. - "Ai que direta!"

- Wow! E aquela história do profissionalismo? - Andrew levanta as mãos no ar.

- Ok, você tem razão, mas conheço a Rachel desde a época da faculdade e digamos que ela é meio... Patricinha demais, e meio... Sem noção às vezes, mas também não posso julgá-la a fundo porque nunca fomos íntimas. - "Graças!"

- Já percebi que não gosta dela. - Andrew apoia os cotovelos nos joelhos e me encara. - Preciso me preocupar?

"Com toda certeza!" Mas sei que ele pergunta em sentido profissional, tá ai minha chance de mostra o quanto sou boa no que faço.

- Relaxa! Sei muito bem diferenciar meu lado profissional com o pessoal, e se trata de você e não de mim, então...

- Posso confiar? - ele parece intrigado.

- Totalmente! - cruzo a perna do outro lado.

Andrew conta que não foi amor à primeira vista como Rachel disse, o que é óbvio! Também disse que está com ela mais a pedido do seu pai, porque o pai dela está querendo ficar sócio da rede de restaurantes da família, e para fins lucrativos ele teve que se submeter a isso.

- Mas confesso que até gosto dela, lá no fundo eu sei que ela é uma boa garota, meio maluquinha de vez em sempre, mas nos damos bem... Às vezes. - Andrew coça o queixo. - Eu queria que você me ajudasse a conquistá-la, já estamos juntos, mas... Me sinto meio distante dela tem horas, sei lá... Queria fazer esse relacionamento dar certo, é isso, preciso fazer dar certo! - ele me encara. - Você pode me ajudar?

O encaro uns instantes. É admirável da parte dele essa preocupação toda em querer fazer dar certo esse relacionamento que considero quase impossível, mas... Me sinto no dever se aceitar esse desafio.

- Mas você tem que prometer seguir a risca meus conselhos! - digo decidida.

- Estou aqui não estou? - ele abre os braços.

- Ótimo! Então vamos trabalhar!

Passo algumas instruções de início, algo básico como ligar no meio do dia e perguntar como ela está, surpreende-lá com alguns mimos, mas descartei chocolate, disse a ele que ela tem pavor de engordar, detalhe que ele não sabia.

- Por essa semana é isso o que você deve fazer. - digo lhe entregando as anotações.

- Parece bem simples. - diz ele analisando o papel.

- Mas são esses pequenos detalhes que vocês homens sempre esquecem, e é por esses motivos "simples" que muitas mulheres me procuram. - me ajeito no sofá. - Pra vocês isso parece até bobo, mas pra nós mulheres é nos pequenos detalhes que nos sentimos amadas e valorizadas! - concluo.

- Uau! Nunca tinha pensado por esse lado. - ele me olha intrigado.

- Vocês homens nunca pensam mesmo. - sorrio sarcástica.

Ele e se levanta, faço o mesmo.

- Muito obrigado Hanna! - ele me estende a mão.

Essa mão que me tocou na outra noite no Willmax ao som de Maroon 5, essa mão que me abraçou enquanto dançávamos, me arrepio só de lembrar!

- Estou aqui pra isso né! - digo sem graça apertando sua mão de leve.

Solto rápido e vou até a porta, ele me segue e antes de sair fica de frente pra mim, me sinto hipnotizada por seus olhos azuis.

- Hanna... - ele respira fundo. - Queria te pedir desculpas pela outra noite, eu já estava com a Rachel, meio confuso, mas estava... - ele aperta os lábios. - Me deixei levar pelo momento e...

- Esquece. - o interrompo. - Esquece, o que passou, passou, não vai mais se repetir. - dou um sorriso torto. - Vamos pensar daqui pra frente, estou aqui pra te ajudar com a Rachel e é isso o que vou fazer, e pronto!

- Obrigado! - diz ele novamente sorrindo.

Abro a porta e ele se vai, corro até a janela pra ver ele sair, ele acena antes de entrar no carro. Ingrid entra pela porta.

- É... Hanna estou indo almoçar tá!

- Me espera, vou com você, também estou com fome! - pego minha bolsa e saímos.



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