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História Deslocado - Aparentemente, estou desaparecido


Escrita por: RA_413linda

Notas do Autor


Olha só quem apareceu, não me matem bjbj

Capítulo 5 - Aparentemente, estou desaparecido


Soluço do passado (agora no futuro)

Depois de toda a confusão na ala da Gothi, Astrid e Bocão me escoltavam pra casa. Ao sair da cabana, dois dragões nos abordaram, mas enquanto eu entrava em pânico e me preparava para fugir, Astrid e Bocão os dispensaram com acenos de mão, o que me aliviou e me deixou ainda mais confuso: "Os dragões os entendem?"

 A descida da grande ladeira onde ficava a cabana da Gothi foi desconfortável e silenciosa, mas ainda assim minha cabeça estava a mil.

Do topo da colina, uma visão ampla de Berk me mostrava dragões, por todos os lados, em todas as direções. Dragões nos pastos, nas cabanas, nos portos, na arena e até mesmo no Grande Salão. Mas por algum motivo, a paz reinava sobre todos enquanto eu me sentia inquieto e ansioso. 

Alguma coisa está acontecendo com eles. Ou melhor, alguma coisa aconteceu com eles, todos eles. Não só os dragões, mas os vikings também.

Foram muitas as vezes que ousei olhar para trás para me deparar com uma Astrid de olhos vidrados e um Bocão que disfarçava o olhar, ambos me escoltando com certo receio, como se eu fosse um dragão bomba prestes a explodir se eles ousassem se aproximar. E embora tivesse muitas perguntas, esse pensamento me impediu de fazê-las e apenas seguir em frente.

Não demorou muito para chegarmos em casa. Estava prestes a entrar quando Bocão me puxa brutamente para trás e Astrid me levanta do chão novamente:

-É bom que seja você mesmo. - ela sussurra.

Bocão bateu na porta e embora eu esperasse que meu pai surgisse e me explicasse o que estava acontecendo, a mesma mulher que abordou Perna-de-peixe hoje mais cedo aparece na soleira, seguida do fúria da noite e do corta-tempestade com quais também me deparei mais cedo:

-Tiveram notícias dele? Recebi um terror-correio me pedindo para voltar pra casa.

Bocão tentou falar, mas não conseguia formular uma frase. Astrid suspirou e respondeu, ainda sem parar de me encarar:

-Bom, eu não sei como é possível mas, aparentemente... aqui está ele. Ou pelo menos foi isso que a Gothi disse. 

A mulher se aproxima de mim confusa, e eu dou um passo para trás, com receio. Durante toda a minha vida, tenho certeza de que nunca a conheci, e olhe que sou filho do chefe da tribo e conheço todo mundo que mora aqui.

-Isso é uma piada? - nem Bocão nem Astrid respondem - Olhem, não sei se estão alheios ao que está acontecendo, mas o festival do 217º aniversário de Berk vai ser daqui a três dias, as pessoas ainda estão fazendo fila para o dia das reclamações e o líder está desaparecido. Vocês entendem a gravidade disso? 

-Stoico está desaparecido? - pergunto, com o coração na mão.

O rosto da mulher fica branco de espanto de uma hora pra outra, e depois vai de espanto para irritação e de irritação para raiva em apenas alguns instantes.

-O quê é qu... - a mulher puxa um cajado e começa a marchar em minha direção mas é interrompida por Bocão.

-Valka, espere. 

Valka?

-É melhor conversarmos antes disso. - Bocão se vira para Astrid - Leve o garoto pra algum lugar, eu lido com isso.

Astrid assente com a cabeça e hesita pouco antes de talvez perceber que não sou uma ameaça, colocar a mão em meu ombro e me guiar para longe:

-Vamos, Soluço. É melhor darmos um tempo pra sua mãe.

Soluço do futuro (agora no passado) 

A ferraria de Bocão estava mais agitada do que nunca, o que é compreensível graças ao festival. Uma fila única de vikings mal humorados se estendia de frente para o balcão. Estavam tão irritadiços que nem se importavam que os outros ouvissem suas reclamações:

"Por quê as coisas estão tão lentas hoje?"

"Aparentemente Soluço está desaparecido."

"Ouvi dizer que Stoico interrompeu o dia das reclamações para ir atrás dele."

"Bocão deve estar uma fera por ser abandonado na ferraria num dia cheio."

Passo por entre os vikings com pressa, ouvindo vários "Cuidado por onde anda!" e "Hey, nem pense em furar a fila!" no processo. Quando finalmente chego na porta dos fundos da ferraria, deslizo o tranco e entro com facilidade, esguichando a cabeça para dentro e percorrendo o espaço em busca de Bocão.

-HEY! - uma faca é lançada em minha direção e se prende na parede próxima ao meu rosto - Quem é você?

Me viro na direção da voz que gritou e me deparo com um Bocão armado com uma espada recém afiada, todo sujo de graxa.

-O-oi! É... oi! Eu... eu ouvi dizer que você precisava de ajuda no-no expediente. - digo, tentando manter a calma.

-Ah, sim... - Bocão abaixa a arma e volta a trabalhar na lâmina, distraído - Deve ter ouvido meu berro na praça, nesse caso pegue logo um avental de couro e veja o próximo da fila. Sabe mexer com armas, garoto?

-S-sim!

-Ótimo, então mãos à obra. - Bocão joga uma machadinha pesada na minha mão e eu quase caio para trás - O senhor Thorston quer lustrar essa belezinha aí, você vai achar um balde de graxa e uma lixa lá atrás.

Eu conheço essa ferraria como a própria palma da minha mão, por isso não hesito em soltar um "Pra já, capitão!" que costumava soltar quando trabalhava aqui durante a infância. Sinto Bocão me encarar desconfiado quando digo isso, mas já estou lustrando a machadinha nos fundos quando ele tenta responder alguma coisa.

Meu plano é fechar o dia ajudando o velho e conseguir uma grana fácil pra chegar nas barracas do porto, onde Baldão e Estrume distribuem seus peixes quando estão atracados em Berk. 

Eu ajudo Bocão por algumas horas até que me deparo com Astrid e seu machado ao atender o balcão:

-Você... - ela começa, mas é interrompida por Bocão.

-Ah, Astrid! Vejo que já conhece meu ajudante substituto. - ele coloca a mão pesada sobre meu ombro - Você sabe me dizer se o Soluço já deu algum sinal de vida?

-Não, senhor... mas Stoico confiou a mim e aos outros pra encontrá-lo há pouco tempo atrás, foi por isso que vim afiar o machado. - ela estende o machado no balcão.

-Ah sim, não pode caçar aquele imprestável sem uma forma de amedrontá-lo. - ele analisa a afiação do machado com o gancho e depois o joga brutamente em meus braços - Estou muito ocupado com uma reforma de aljava, mas meu ajudante pode cuidar disso, você pode entrar se quiser, pra mostrar a ele como você gosta.

Astrid me encara desconfiada, ela pula o balcão com facilidade e toma o machado de minha mão, trombando em meu braço enquanto ia em direção á tabua de afiar pouco atrás de mim. Sorrio escondido com o seu gesto, reparando no quanto ela parece menor em comparação a mim agora.

-Então... achei que tivesse vindo para ajudar a Gothi. - Astrid diz, enquanto afiava o machado.

-Posso fazer isso se você quiser. - ofereço uma ajuda com o machado, mas a garota simplesmente afasta minha mão.

-Muita compaixão sua tomar o lugar do Soluço na ferraria enquanto ele está desaparecido. - engulo em seco com a observação.

-E o que isso quer dizer? - respondo, percebendo o quão ridículo eu pareço com medo de uma garotinha de 15 anos.

-Depende, o que você acha que quer dizer? - ela diz, encarando o machado recém-afiado - Olha forasteiro, eu sei que você está escondendo alguma coisa. Só saiba que se Soluço não for encontrado ainda hoje à noite, as coisas vão ficar feias para você.

Me arrepio de medo enquanto observo a garota testar o machado em um tronco e dividi-lo ao meio, depois observo-a sorrir consigo mesma e jogar algumas runas na minha cara.

-Te vejo ainda hoje, Soluço


Notas Finais


Daqui a 20 anos eu termino essa fic
P.S: Eu amo ver que os leitores ainda estão engajados na trama depois de todo esse tempo, planejo terminar essa história SIM!


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