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História Consequência Perfeita - Primeiras consequências: encontro


Escrita por: miedoaperderte

Notas do Autor


COMO ASSIM 105 FAVS EM UM CAPÍTULO SÓ?????
Gente, me segura que não estou acreditando nisso
Muito obrigada por todas as mensagens positivas ❤️❤️❤️
Como diz a nossa querida e amada Karol "les prometo que no les voy a fallar" ❤️

BOA LEITURAAAAA!

Capítulo 2 - Primeiras consequências: encontro


Matteo Balsano

É surreal. Estou sobre patins e tenho Luna nos meus braços depois de seis anos sem nenhuma notícia dela. Quando me mudei para cá, deixei tudo. Minha vida na Argentina ficou apenas em minha lembranças. Momentos, histórias, amigos e ela. Principalmente ela. E em nenhum momento pensei que voltaríamos a passar por algo desse tipo e que eu sentiria tantas coisas com um simples contato dela.

- Luna. - me perdi no verde penetrante que eu tanto amei.

- Pode me soltar? - colocou as mãos no meu peito e me empurrou.

- Claro. Desculpa. - soltei sua cintura e ela me puxou pela mão até um canto da pista.

- O que está fazendo aqui, Matteo? - tirou as proteções dos cotovelos.

- Temos que conversar. – a frieza com que ela falou comigo quebrou totalmente o encanto do momento e apenas respondi isso.

- É claro que temos, mas esse é meu ambiente de trabalho. Você não pode simplesmente aparecer aqui e querer conversar enquanto eu estou trabalhando.

- Você também não poderia simplesmente ter deixado uma criança na porta da minha casa sem nenhuma explicação. – falei num tom mais baixo para não chamar atenção e ela desviou o olhar – E você deixou o endereço com ela.

- Porque achei que você a traria aqui, não para que você viesse. - tomou cuidado para não falar muito alto também - Onde ela está?

- Com uma amiga.

- O que? Deixei-a na sua casa para que você pudesse conhecê-la e você a deixa com uma amiga? – agora seus olhos tinham um misto de nervosismo e preocupação.

- Preciso de respostas, Luna. Você não pode deixar uma criança na minha casa com um bilhete dizendo que ela é minha filha e querer que eu não exija respostas. - continuei falando baixo.

- Tem um café a uma quadra daqui. Vou instruir as crianças e terminar a aula e te encontro lá em dez minutos. - eu seguia perdido nela. Mas não mais nos olhos. Nas curvas. Em cada parte que os anos patinando realçaram.

- Vou te esperar lá. – patinei para fora da pista, sem tirar os olhos dela.

Devolvi os patins na recepção. A atendente estranhou a minha repentina mudança de ideia. Ninguém para por meia hora lá e sai depois de apenas alguns minutos, a menos que ele um tombo que o faça sair de ambulância. Não foi o meu caso e a garota me fez uma série de perguntas do porque daquilo, anotando minhas respostas em uma prancheta, provavelmente para o controle das coisas.

Logo ao sair da pista avistei o café que Luna falou. Também já parei ali algumas vezes antes de ir para o trabalho, na busca de um bom copo de café ou apenas das famosas tortinhas de morango que Katherine ama.

O lugar está bastante cheio para um sábado de manhã.  San Diego é uma cidade turística e ainda que não seja a cidade mais visitada da Califórnia, muitas pessoas gostam de sair da badalada Los Angeles e conhecer o maravilhoso por do sol que essa cidade tem.

Peço um café simples e me sento em uma das poucas mesas disponíveis, mais ao fundo do estabelecimento. Observo as pessoas ao meu redor. Jovens, idosos, casais, pessoas sozinhas, famílias com crianças. Uma diversidade de pessoas que consome meu tempo enquanto espero por Luna.

Agradeço ao garçom que traz o meu café e alguns minutos depois vejo ela entrar pela porta do lugar. E literalmente quase babei. Da Luna por quem eu me apaixonei deveria ter sobrado apenas a essência, porque o corpo claramente mudou. É total o de uma mulher de 22 anos. E que mulher.

Uma blusa de moletom cinza, um tênis branco e uma saia jeans, num tamanho que da visão perfeita das pernas dela, compõem o look “mãe descolada” que em nada se parece com a sobreposição de peças coloridas e adereços que ela usava no Jam and Roller.

Aceno para ela e ela caminha na minha direção, chamando um dos atendentes com a mão.

- Oi, Luna. O mesmo de sempre? – um garoto de uns 16 anos se aproxima com papel e caneta nas mãos.

- Oi, Ben. Hoje vou querer só um chá gelado. – sorriu para ele e o mesmo assentiu, voltando para a cozinha.

- É impressão minha ou esse garoto tem uma queda por você? – falei e ela revirou os olhos.

- Ben é meu aluno. – tirou a imensa bolsa preta dos ombros e colocou na cadeira ao lado – Ele trabalha aqui aos sábados. – olhou o garoto e voltou a olhar para mim – Mas isso não é da sua conta. Nosso assunto aqui é Sol. – soltou um largo suspiro.

- Sim. Nosso assunto é Sol.

- Antes que duvide de qualquer coisa, se quiser, podemos ir hoje mesmo fazer um teste de dna e... – a interrompi.

- Não duvido de você. Acredito que ela é minha filha. Além do mais, ela se parece comigo.

- Infelizmente isso é verdade.

- E mesmo que não parecesse, conheço seu caráter, Luna. Sei que não inventaria algo assim. – ela esboçou um leve sorriso – Mas preciso saber por que escondeu isso de mim.

Não queria acreditar que ela tinha feito aquilo comigo. Por mais que eu tenha cometido muitos erros, nada justifica que ela escondeu durante quase seus anos que nós temos uma filha.

- Eu tinha acabado de fazer 17 anos, descobri que minha vida foi uma mentira, que eu não era quem pensava ser, que perdi meus pais em um incêndio, que sou herdeira do sobrenome Benson e junto a tudo isso, tive meu coração destruído pelo meu primeiro amor. Eu só soube chorar quando descobri a gravidez. – desviei o olhar. Saber da marca negativa que deixei nela era como reviver meus fantasmas do passado.

- Eu poderia estar do seu lado.

- E o que você diria ao seu pai, Matteo? Que engravidou a filha dos empregados da sua ex? Ou que engravidou a herdeira do sobrenome Benson? Ah, é verdade, pouco importaria para ele. Talvez ele até me daria dinheiro para não te procurar mais. Eu não passaria por essa humilhação.

- Isso não justifica. Eu tinha o direito de saber.

- Você perdeu qualquer direito quando desistiu de nós.

- Eu não desisti de nós. Não havia outra opção, Luna.

- A verdade não era uma opção?

- Quer falar sobre verdade quando me escondeu que temos uma filha?

Nossa conversa foi cortada pelo mesmo garoto de antes, que se aproximou para deixar o chá de Luna na mesa, mas isso não impediu que ela desse continuidade assim que ele saiu.

- Não te escondi nada. – olhei-a sem entender – Pelo menos essa não foi a minha primeira intenção. Ainda que eu não quisesse ter mais nenhuma noticia de você, quando eu soube, tentei a todo custo te contar, mas você fez uma escolha deixando realmente tudo para trás. As mensagens que enviei nem chegavam, as ligações caiam na caixa postal, os emails iam para o nada e as cartas nunca tiveram resposta. – percebi pelo tom de voz, que ela guardava um rancor enorme disso – Pedi ajuda a Gastón, porque talvez ele você fosse responder, mas nem isso. Foi ai que entendi que você não queria mais saber de nada que viesse de nós e que se em meses você não mandou uma resposta, essa resposta não viria. – tive a sensação de sentir as mãos dela esmagando meu coração.

- Eu nunca recebi nenhuma carta.

- Claro. Seu pai deve ter se certificado que nenhuma garota grávida fosse atrapalhar seus estudos. – uma lágrima solitária escorreu pelo rosto dela e ela logo secou – Mas você não tem justificativa para as outras coisas. Gastón me contou quando vocês voltaram a conversar que foi escolha sua mudar todos os contatos para que pudesse refazer sua vida sem se lembrar do passado.

- Por que não me procurou quando voltei a falar com Gastón? Por que não contou nesse momento? Pelas minhas contas ela deveria ter um ano nessa época. – minha mente estava cheia de duvidas, e por mais magoado que eu estivesse com ela, sabia que ela sofreu muito mais que eu.

- Quer a verdade? Porque eu não queria você vindo estragar a minha vida que estava tão boa. As coisas foram difíceis, mas eu tenho muitas pessoas boas ao meu lado, que me ajudaram a passar por isso e, sinceramente, eu ainda estava magoada para que a sua volta não me afetasse. E não se preocupe, tenho consciência dos erros que cometi.

- Então por que isso agora? – as coisas não se fechavam na minha cabeça. Se ela não me queria de volta da vida dela, por que me procurou?

- Porque em nenhum momento eu neguei a ela sua existência. Você não é o vilão da história para ela. Eu disse a verdade. Que você estava longe para estudar e que por isso eu decidi criá-la sozinha. Você não me abandonou grávida. Foi embora sem saber disso, e as coisas são diferentes. Há um ano, recebi uma proposta de emprego muito boa e me mudei com a Sol aqui para San Diego. De todas as cidades do mundo, eu não imaginei que Matteo Balsano também morasse aqui. Mas há dois meses, meu avô que veio passar um tempo com a gente, estava vendo o jornal local e você apareceu em uma reportagem. Sol correu até a sala ao ouvir seu nome e um sorriso enorme e sincero se formou no rosto dela depois de dizer "esse é o meu pai". Ela reconheceu o lugar da reportagem. Sempre passamos em frente ao prédio onde você trabalha. E ali eu não tive escapatória. É muita coincidência nós dois na mesma cidade. – mais uma vez, pensei – E conclui que isso era um sinal de que eu deveria te procurar.

- Deixar ela na minha casa poderia não ter sido seguro.

- Acredite, eu pensei muito antes de fazer isso. Mais uma vez recorri a Gastón e pedi que ele tentasse entrar em contato com você, já que da ultima vez que vocês conversaram você ainda estava na Inglaterra.

- Vocês dois viraram muito amigos? – era óbvio que eles eram próximos, mas não sabia que eram tão amigos.

- Ele é a coisa mais próxima que a Sol tinha de você. Os dois não se largam. Simón até tem ciúmes do quanto ela ama Gastón.

- E por que o guitarrista tem ciúmes da minha filha?

- Porque ele é padrinho dela. – Luna segurou o riso e tomou um pouco do chá. Eu até tinha me esquecido do meu café e é bem provável que ele já esteja frio – Apesar de tudo, eu espero que a gente possa ficar numa boa. Não quero que Sol tenha um trauma pelos pais separados viverem brigando. – mudou o foco do assunto.

- Eu também não quero isso. Mas me diz uma coisa. Se ela não tivesse me visto na televisão, você nunca me procuraria? Eu nunca saberia que tenho uma filha e ela não me conheceria?

- Essa é uma pergunta sem resposta. Como já te falei, sei dos meus erros e Sol sempre soube quem você é. Acho que eu deixaria isso como escolha dela. Se no futuro ela escolhesse te procurar, eu apoiaria. – tomou mais um gole do chá – Não espero que você me perdoe pelo que fiz e muito menos estou aqui para pedir perdão. Só quero que Sol tenha a chance de te conhecer e passar um tempo com você.

- E isso vai acontecer. Agora que sei que tenho uma filha, não penso ficar longe dela. – ela sorriu.

- Você reagiu melhor do que eu imaginei. – foi sincera.

- Também sei dos meus erros. Não sou ninguém para te julgar.

E foi nesse exato momento que verde e marrom se conectaram em uma espécie de magnetismo oculto. Sem palavras, sem julgamentos, sem nada mais além dos nossos olhares conectados como se o tempo não tivesse passado.

Ela foi a primeira em mudar o olhar de lugar. Abaixou os olhos para a bolsa e começou a mexer freneticamente, como se procurasse algo inexistente ou que tinha desaparecido dali.

- Não sei se chegou a olhar a mochila dela, mas lá tem um papel exatamente como esse. – mostrou uma lista – São as comidas que ela pode ou não comer.

- Ela tem alguma coisa? – preocupei-me.

- Nada muito grave. Algumas coisas a deixam com dor de cabeça e um leve mal estar, então é melhor que ela não coma. – entregou-me a lista – Pode ficar com essa para você. Tenho algumas na bolsa.

- Uma mãe prevenida vale por duas. É esse o ditado, não é? – ela concordou.

Era estranho pensar que aquela menina inocente e cheia de sonhos era já mãe. E muito mais estranho que era mãe de uma filha minha.

Eu e Luna temos em laço eterno. E confortavelmente me sinto bem pensando dessa maneira.

- Você vai ficar com ela essa tarde? Tenho que trabalhar até certo horário, mas posso pedir a babá para buscá-la se precisar.

- Não precisa. Não costumo fazer muitas coisas nos sábados durante a tarde e isso você deve ter descoberto com Gastón e por isso resolveu deixar Sol na minha casa em um sábado. – ela assentiu – Prometi a ela que faria massa italiana quando voltasse e vou cumprir minha promessa.

- Tudo bem. Então eu passo na sua casa buscar ela depois que sair do trabalho.

- Pode ser. Vou deixar seu nome na recepção para liberarem sua entrada.

- Ok. Foi bom te reencontrar, Matteo. Estou me sentindo mais leve agora que você sabe a verdade.

- Digo o mesmo, Luna. As coisas entre nós não tinha terminado do jeito certo. Talvez agora a gente possa mudar as coisas e voltar a ter uma amizade como antes. Ainda que eu precise de um tempo para assimilar isso tudo.

- Assim eu espero. – pegou a bolsa e o resto do chá – E tome o tempo que precisar, sei que são muitas informações ao mesmo tempo. Eu passo lá em algumas horas, tenho que voltar para a pista. – deu um breve sorriso, deixou algumas notas da mesa, indicou ao garçom que tinha deixado o dinheiro ali e saiu andando.

Eu não me contive. Não me contive nem um pouco. Olhei descaradamente o movimentar dos quadris dela. Até porque olhar não tira pedaço e nem quer dizer nada. Apenas que estou apreciando o que é para ser apreciado.

- É Matteo Balsano, seu passado é mais presente do que você imagina.

Joguei as chaves do carro para o alto e as peguei, indo em direção ao caixa do café. Paguei o que pedi e também o Luna. Olhei as tortas de morango e decidi comprar uma para Kate. Conferi a lista que Luna havia me dado e morango não estava incluído nos alimentos que Sol não poderia comer, então também comprei uma tortinha para ela.

(...)

A cena que encontrei ao encontrei ao chegar em casa realmente me surpreendeu. Não que eu pensei que Kate e Sol fossem estar cada uma em um canto do apartamento, mas tampouco achei que elas fossem estar abraçadas no sofá assistindo um filme.

- Pelo visto vocês se deram bem. – tive que falar para que as duas me olhassem. Só o barulho da porta abrindo não tinha sido suficiente para tirar a concentração delas.

- Esse canal de desenhos é uma benção. – quase pude ver um “help” escrito na testa de Kate.

- Eu trouxe tortinhas de morango. – indiquei com a cabeça que Kate saísse para que eu pudesse conversar a sós com a minha filha.

- Que ótimo. – levantou do sofá – Vou colocar na geladeira para depois do almoço. – veio até mim, pegou os doces e deu um selinho rápido – Ela é incansável, mas é um amor de criança. – disse num tom mais baixo e foi para a cozinha – Vou preparando as coisas para você fazer nosso almoço. – gritou e eu assenti.

Eu me aproximei aos poucos do sofá e sentei ao lado de Sol. Ela seguia concentrada em um desenho do qual o assunto eu não fazia ideia.

- Você e a minha mãe brigaram? – ela virou e perguntou.

- O que? Claro que não. Nós apenas conversamos sobre você. – toquei seu nariz com a ponta do dedo e ela sorriu.

- Mamãe deve ter te dado a lista de comidas que eu não posso comer. Ela e a minha babá andam com isso por todos os lados.

- Você acertou. Mas sua mãe tem razão em fazer isso, ela só está cuidando de você.

- Ela deveria cuidar dela mesma também. Hoje de manhã ela bateu o dedinho do pé na porta. – soltou uma gargalhada gostosa e eu fiz o mesmo. Luna Valente nunca deixaria de ser atrapalhada.

- Sabia que ela é assim desde que eu a conheci? – ela assentiu – E você sabe como nós nos conhecemos?

- Em Cancun. – apontou o dedo indicador para cima e eu assenti – E você esbarrou nela.

- Negativo. Essa parte da história te contaram errado. – cruzou as pernas e virou de frente para mim, parando de dar atenção a televisão – Foi ela que esbarrou em mim. Ela estava andando com os pedidos do delivery que trabalhava e não me viu.

- Ela disse que você estava no meio da calçada.

- Acho que ela não quis admitir que fez isso apenas para esbarrar comigo. – pisquei um olho e ela riu. E que sensação incrível era ver aquela criança rindo. A minha filha gargalhando das coisas que eu estou dizendo – Não é a toa que eu a chamava de menina delivery.

- Menina delivery? Que apelido engraçado.

- É sim. Ela não te contou? – negou – E ela me chamava de mauricinho, porque dizem que eu me acho demais. Eu sou o rei da pista.

- Eu vi suas fotos com a mamãe. Vocês dançando juntos em um monte de competições.

- Isso mesmo. Eu e sua mãe formávamos uma dupla imbatível. – alguns momentos passaram na minha mente como um flash.

- O que é imbatível? – perguntou séria e eu não consegui não rir. Quase me esqueci que crianças na idade dela costumam fazer várias perguntas.

- O mesmo que invencível. Quer dizer que nenhuma outra dupla conseguia ser tão boa quanto nós. – pensou um pouco e assentiu, como se não quisesse que eu continuasse explicando.

- Eu queria patinar, mas mamãe diz que sou muito pequena ainda e eu só posso andar nos patins de brinquedo e com ela olhando. – fez um biquinho.

- Eu brigaria com ela se ela te deixasse andar com patins profissionais. Olha o seu tamanho. Vê se isso é tamanho de gente.

- Eu já tenho cinco anos. – levantou a mão indicando um cinco – E tenho tamanho de gente sim.

- Torça para não ter puxado a sua mãe, então. Se não, papai não vai conseguir te ver. – olhei para o alto – Cadê a Sol? Alguém viu a Sol? – ela gargalhou mais uma vez e caiu no meu colo.

Abracei-a num impulso e ela retribuiu o abraço. O nosso primeiro abraço.

- Senhor Matteo Balsano, tem uma massa de macarrão na cozinha esperando por você. – Kate me chamou.

- E ai, pequena, que tal me ajudar a preparar o almoço?

- Eu quero! Eu quero!

- Mas antes vamos lavar as mãos, senhorita. – Kate se colocou na frente dela para que ela não corresse para a cozinha.

- E eu vou olhar a lista que sua mãe me deu e ver se tem alguma coisa que você não pode comer. – pisquei e ela saiu ao lado de Kate, em direção ao banheiro.

O almoço e a tarde foram de muitas risadas e histórias. Sol é uma criança com muita energia. Basicamente, ela não nega o sangue que corre por suas veias.

Ainda estou assimilando tudo. Uma noticia dessas não se digere assim, do nada. Mas só as poucas, e cansativas, horas que passei com ela me fizerem enxergar um mundo totalmente novo. Pela milésima vez eu digo que é estranho.

Ao mesmo tempo em que tenho a sensação de que ela é apenas uma criança que passou o dia comigo, entendo que agora minha vida não vai ser igual. Nada vai ser monótono e cinza.

A campainha tocou e eu já sabia que era hora de Sol ir embora, mas não queria deixá-la ir. Passamos tão pouco tempo juntos e ainda tenho tantas coisas dela para saber que parece que o resto do tempo não vai ser suficiente para isso.

- Mãaaaae. – ela correu até Luna assim que abri a porta e pulou no colo dela.

- Meu amor. – abraçou a pequena e a segurou no colo – Que saudade.

- Eu também estava com saudade, mamãe. Do tamanho do mundo.

- Do mundo inteiro? – perguntou.

- Do mundo inteiro! – Sol respondeu dando um beijo em sua bochecha.

- Eu me atrasei um pouco, mas... – viu Kate – Espero não ter atrapalhado.

- De forma alguma. Até gostei que você se atrasou, pude ficar mais tempo com a pequena. – sorri sem nenhuma graça pela situação constrangedora. Ali na minha frente, minha ex, que surgiu das cinzas com uma filha e minha namorada, que está tendo que lidar com isso – Katherine, essa é Luna. Luna essa é Katherine, minha namorada.

Ambas sorriram uma para outra.

- Sua filha é um doce de criança. Nos divertimos muito hoje. – Kate se apoiou em mim.

- Obrigada por cuidar dela, sei o quanto essa menininha pode dar trabalho. – balançou Sol em seu colo – Se despeça deles filha.

Peguei ela no colo e ela me abraçou com a maior força que conseguiu. Acariciei seus cabelos ondulados e dei um beijo em sua testa. Kate também participou do abraço.

- Ligo para você e conversamos sobre outro dia para ela vir aqui. – entreguei a mochila se Sol a Luna e assenti.

- Claro. Minha agenda nos dias de semana é complicada, mas vou conseguir um tempo para ela.

- Obrigada por gostar de mim, papai. – ela disse doce e sem jeito e me fez derreter.

- Eu não seria maluco de não gostar de você, filha.

Filha.

Minha filha.

Minha filha com Luna.

Eu, Matteo Balsano, tenho uma filha com Luna Valente.

Não sei até que ponto isso pode afetar a minha vida.


Notas Finais


E ai?
O que me dizem?
Essa conversa de lutteo foi pesada, mas foi necessária. No final das contas eles ficaram amiguinhos. E Matteo e Sol conversando? Alguém me ajuda que não posso com tanta fofura! ❤️
Rolou uma situação desconfortável entre Luna e Kate...
Por hoje é isso.

Nos vemos ❤️❤️❤️


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