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História Consequências de um Amor - Consequências


Escrita por: MelanieMalfoy

Capítulo 2 - Consequências


Poin't Of View – Hermione Granger

 

  Me viro em frente ao grande espelho no meu mais novo quarto. Quem diria que os professores teriam um ala separada para eles? E quem diria que esses quartos seriam tão lindos? Cresci em Hogwarts e em todo o esplendor desse castelo, e mesmo assim nunca deixo de me surpreender com esse lugar. Minha casa. É isso, Hogwarts sempre foi e sempre será a minha casa, o lugar onde vivi os melhores momentos da minha vida, o lugar onde meu filho ou filha também vai viver os melhores momentos da vida dela.   É isso, essa criança que carrego no meu ventre nunca vai precisar da assistência ou dos cuidados de um pai. Vai ser amada por mim e é isso o que importa.  

 

 Acaricio meu ventre. Uma nova vida está sendo gerada dentro de mim e mesmo sendo o momento de mais dor e solidão que eu já vivi, ainda sim meu coração se enche de ternura quando penso em uma miniatura minha correndo por esses corredores.

 

  Um barulho de batidas soa na porta do meu quarto, saiu do estupor que me encontro e caminho até lá, quando abro a porta, um elfo doméstico sorri pra mim:

 

 - Boa noite, Senhora. - ela diz, a voz esganiçada como é a de todos os elfos. - A diretora está te chamando no Salão Principal.

 

 - Oh, claro!

 

 A elfa lança algo semelhante a um sorriso e então aparata, sumindo da minha frente. Tranco a porta do meu quarto e caminho pelos longos corredores da escola, quando chego ao Salão Principal, vejo alguns alunos chegando e em frente à mesa dos professores - minha mesa - o velho e surrado chapéu seletor.

 

 - Boa noite, senhorita Granger. Espero que esteja gostando dos seus aposentos...

 

 - Claro, professora. - McGonnagal sorri pra mim e diz:

 

 - Pode me chamar de Minerva, querida. Somos iguais agora, não?

 

 Balanço a cabeça concordando com ela, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, as portas do Salão são abertas e um homem do qual não reconheço entra acompanhando os primeiranistas. O homem para em frente ao banquinho onde o Chapéu Seletor está depositado e dá a volta na mesa dos professores, parando do lado oposto ao meu.

 

 Assim que o chapéu seletor termina de recitar seu encorajador poema, a diretora McGonnagal começa a chamar os alunos, e por um momento me esqueço de onde estou e viajo para o passado, lembrando de tudo o que vivi até que chegasse à esse momento.

 

 Como minha vida pode ter virado de ponta cabeça de uma hora para outra? Justo eu que sempre tive o controle de tudo na minha vida, sempre responsável. Cada ato sempre calculado e então...

 

 E então eu estou grávida, em um estágio que deveria deter de cem por cento de todo o meu tempo, sem um marido à me apoiar ou até mesmo o pai do meu filho pra assumir a responsabilidade por essa criança... Sozinha porque meus amigos estão longe...

 

 Sempre fui cercada de pessoas maravilhosas, amigas, companheiras e fiéis. E então cada um foi para o seu lado, mudou de vida e eu mudei a ponto de... Há que ponto mudei?

 

 - O jantar já acabou, Granger. - uma voz rouca e madura diz. Levanto meus olhos e me deparo com Draco Malfoy, o mesmo rosto branco e fino, mesmo cabelos loiros platinados e mesmo ar de arrogante da época de Hogwarts, só que sete anos mais velho.

 

 - O que está fazendo aqui, Malfoy? -pergunto, saindo dos meus devaneios à respeito da minha vida e da aparência do homem a minha frente.

 

 - Não é a única que conseguiu um estágio em Hogwarts. - ele diz, sorrindo pra mim. Desde quando Malfoy sorri?

 

 - E posso saber estágio de que? - sem ao menos me dar conta, vamos caminhando em direção a ala dos professores.

 

- Sempre curiosa. - ele diz, revirando os olhos naquela pose de superior que sempre foi marca de um Malfoy. - Defesa Contra as Artes das Trevas.

 

 - Bom, - eu digo, quando entramos no corredor dos quartos. - Espero que seja um ano bom para nós, e parabéns pelo estágio.

 

 Ele acente para mim e entra em um quarto duas portas antes da minha.

 

 Quem diria que Malfoy viraria professor? Dou risada do meu pensamento idiota: Quem diria que eu viraria professora? Todo mundo bruxo pensou que depois da guerra, eu Harry, Ronald e Gina iríamos trabalhar no ministério da magia, até mesmo eu pensava isso. Bom, Harry, Ronald e Gina foram, eu por outro lado...

 

 Não que me arrependa. Passar seis anos da minha vida estudando poções foi simplesmente magnífico. Dominar a arte das poções é simplesmente dominar o mundo, é como Snape falou em sua primeira aula quando eu ainda era uma primeiranista: posso engarrafar a morte, o sucesso e a glória. Posso ser quem eu quiser, fazer o que quiser. Com os ingredientes certos, um mundo de possibilidades se abrem para mim, e é por isso que não me arrependo de tudo o que passei para chegar aqui.

 

 Por isso e porque se não tivesse passado pelo que passei, minha pequena consequência não estaria dentro do meu ventre, e eu já o amo de uma forma que não sei explicar.

 

 

 

 

(...)

 

 

 O dia amanhece frio, me levanto da cama e caminho até meu guarda roupa, de onde tiro uma blusa, uma saia e uma capa preta.

 

 Coloco tudo sobre a cama quando aquele mal estar matinal toda conta do meu corpo. Todas as manhãs são assim, eu nem me sinto uma humana durante a primeira hora do dia.

 

 Me levanto e de dentro de uma nécessaire tiro três vidrinhos de poções. Tomo todas e em poucos minutos me sinto mais humana, não que o mal estar tenha passado, mas estou bem melhor do que estava antes. Caminho até minhas roupas e depois de pega-las vou até o banheiro, onde me dispo para tomar um banho e quem sabe, começar meu dia.

 

 

 Com os cabelos devidamente arrumados e me sentindo um ser humano por inteiro, Retiro de dentro das minhas vestes minha varinha e depois de um floreio e de exclamar a palavra "limpar" vejo tudo voltar ao seu devido lugar. Em poucos minutos todo o meu quarto está arrumado: malas desfeitas, cama arrumada, livros enfileirados. Só então abro a porta do meu quarto e caminho até o Salão Principal, onde começarei o meu primeiro dia de uma nova etapa da minha vida.

 

 

- Bom dia, senhorita Granger. Preparada para o primeiro dia?

 

 - Claro. - eu digo, sorrindo para a diretora.

 

 - Esses são os horários do pessoal da Grifinória e da Corvinal, o outro estagiário irá entregar os horários da Sonserina e Lufa-lufa.

 

 - Draco Malfoy? - eu pergunto, interessada.

 

 - Oh, fico feliz que já saiba da estadia do Sr. Malfoy aqui em Hogwarts, e espero que você esteja bem com isso. - McGonnagal olha para mim com aquele mesmo olhar de águia de quando eu era apenas uma aluna por entre esses corredores. Sorrio para ela e digo:

 

 - É claro que estou bem com isso, qualquer coisa que eu possa ter contra o Sr. Malfoy, acabou junto com Voldemort.

 

 McGonnagal sorri pra mim e diz:

 

 - Ótima resposta, agora vá fazer suas obrigações, será um longo dia.

 

 

  Poin't Of View – Draco Malfoy

 

 

 Entrar em uma sala de aula, é como entrar nesse castelo pela primeira vez. Estudar para estar aqui, e estar aqui são coisas completamente diferentes, mas de alguma forma me faz sentir bem comigo mesmo.

 

 Me empertigo na cadeira assim que o sinal toca e os alunos começam a entrar pela sala. Até isso me faz lembrar do meu primeiro ano aqui: sentado nessas cadeiras, ladeado de Crabbe e Goyle e junto com outros sonserinos que assim como eu, se achavam os donos do mundo.

 

 Assim que todos se acomodam em suas cadeiras, eu me levanto e o silêncio recai sobre a sala.

 

 - Bem vindos. A matéria na qual leciono é Defesa Contra as Artes das Trevas, uma matéria obrigatória na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, na qual os alunos aprendem como se defender magicamente contra Criaturas das Trevas e contra as Artes das Trevas. - começo a dizer, quando uma mão se levanta no ar, e interrompe meu pequeno discurso. Olho para o dono da mão em questão. - Pois não?

 

 - Você é Draco Malfoy, certo? - um menino da Grifinória pergunta, um ar de petulância em sua voz.

 

 - Bom, é isso que diz no seu horário, então creio que sou. - respondo para o menino, que não se abala diante da minha resposta.

 

 - O senhor já foi um Comensal da Morte, e pelo que sei, Comensais da morte usavam magia das artes das trevas. Então por que você escolheu lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas?

 

 - Qual o seu nome?  - pergunto, a voz soando mais ríspida do que o necessário.

 

 - Sou Jenet Kepler.

 

 - Senhor Kepler, a menos que queira passar o seu primeiro dia em Hogwarts em detenção, acho melhor guardar suas perguntas desnecessárias para si mesmo, e não interromper a aula com esses questionamentos estúpidos. - me viro para a lousa e com um floreio na varinha escrevo no quadro a palavra "lumus" - E aliás, dez pontos a menos para Grifinória. Peguem suas varinhas.

 

 

 

 (...)

 

 

 Assim que o sinal da última aula toca, meu corpo cansado caminha em direção ao quarto. Pelo visto a notícia sobre o senhor Kepler correu rápido por esses corredores e antes mesmo do almoço por onde quer que eu ia olhares e cochichos me acompanharam.

 

 Não me sentia assim desde que... Desde quando? Desde o julgamento, quando meus pais foram condenados ao beijo do dementador e eu fui inocentado pela minha fraqueza comprovada em frente ao trio de ouro.

 

 Ou meses depois quando minha pena foi ajudar a reconstruir esse castelo e assim que eu pus meus pés aqui percebi que não era desejado?

 

 Talvez tenha sido no meu primeiro dia na Universidade, quando até mesmo meus professores caçoavam de mim: "Um comensal querendo aprender a defesa contra a arte que ele mesmo realizava".

 

 A questão é que foi difícil me encaixar novamente no mundo bruxo. Foi uma luta que eu tive que travar dia após dia e quando eu pensei que tudo estava acabado, a vida me mostra onde é meu lugar, e que os erros do meu passado insistem em ter consequência no meu futuro. Mas ainda sou um Malfoy, ainda ando por aí com a cabeça erguida e se mesmo diante dos erros passados não desmoronei, não vai ser agora que isso vai acontecer.

 Tive que aprender a tomar minhas próprias atitudes, a fazer minhas próprias escolhas. Alguém que sempre teve quem tomasse as rédeas por si mesmo e então de repente me vejo sozinho no mundo, com meu sobrenome jogado na lama, minha riqueza de nada servia porque eu estava sozinho. Aqueles a quem nomeei amigos me deram as costas. Me tornei um ninguém.

 

 E então comecei de novo. Hoje sou um homem totalmente diferente de quem era a anos atrás. Hoje sou alguém capaz de conversar com Hermione Granger sem sentir repudio de seu sangue. Hoje posso desfrutar de sua conversa inteligente e seu riso fácil sem me sentir superior. Todas as coisas que eu passei me ensinaram a de alguma forma ser mais humano. Hoje me compadeço do sofrimento das outras pessoas, me tornei um homem capaz de estender a mão a quem precisa, capaz de ajudar aqueles que necessitam de apoio. Hoje minha riqueza de nada adianta senão para desfrutar de boas e dispensáveis coisas que o dinheiro bruxo pode comprar, hoje não meço minhas amizades pela riqueza nos seus cofres em Gringotes, e nem do quão belo é a mansão que mora. Hoje minhas amizades são baseadas em afeto e essas são coisas que só quem perdeu tudo como eu pode desfrutar.

 E é por isso que decidi lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas. Eu já estive do outro lado, sei como é não ter como me defender nos momentos nos quais mais se precisa. Sei como é estar de mãos atadas diante de alguma situação. E se hoje eu posso fazer alguma coisa para mudar isso, eu sei que é ajudar para que nenhum adolescente passe por algo parecido.

 Hoje sou um novo homem, e isso ninguém pode tirar de mim.


Notas Finais


Espero que gostem do capítulo, ele foi mais pra vocês conhecerem os personagens principais e notarem o quanto cada um deles evoluiram após o fim da Guerra. Agradeço a todas as meninas que comentaram e favoritaram e foi por isso que esse capítulo foi uma das exceções.
Não deixem de comentar
XOXO
~MelanieMalfoy


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