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História Consequências de um Amor - Te amo


Escrita por: MelanieMalfoy

Capítulo 31 - Te amo


Fanfic / Fanfiction Consequências de um Amor - Te amo

Poin't Of View - Hermione Granger

Aparato em frente ao grande portão, olho em volta tentando me situar, mas tudo o que vejo é água e mais água, o mar revolto que cerca a pequena ilha torna a decisão de pular uma sentença de morte.

Olho novamente para o grande portão de ferro pesado, um homem de capuz atrás de mim toma a iniciativa e caminha a frente, murmura um feitiço e o grande portão se abre para o pequeno batalhão passar.

Não queria estar aqui - penso -, mas também não posso começar uma vida ao lado de Draco com essa sombra entre nós. Tenho que, pela última vez, olhar nos olhos daquele a quem prendi aqui, e ter a certeza de que fiz a coisa certa.

Começamos a subir aquela encosta. Nunca antes estive aqui, Draco também nunca fala sobre esse lugar, e estar aqui me causa arrepios, um medo que sei que é irracional mas que não posso evitar sentir.

Olhando pra esse lugar não consigo evitar pensar em Draco, ele mais do que ninguém não queria que eu viesse aqui, não exigiu que eu o obedecesse, sequer tentou me proibir, mas conheço o bastante do meu noivo para saber que não queria que viesse a esse lugar, vi o transtorno nele, o medo. Exigiu que pelo menos um grupo seleto de aurores me escoltasse pelo tempo em que eu vou permanecer nesse lugar. Draco não entendeu o porque de eu estar aqui, mas fiz por ele, fiz por Louraine e fiz pelo nosso filho que cresce e se desenvolve em meu ventre, nosso pequeno Scorpius.

O suor já brota da minha cabeça e escorre pelo meu rosto e pescoço quando enfim chegamos a cela onde um Ronald Weasey, totalmente maltrapilho e ensandecido nos encara.

Não consigo evitar me sentir a menina que o procurou no que parece ter sido anos atrás e disse que estava grávida. Coloco uma das mãos em meu ventre e a outra tento secar meu rosto. A barriga de dezessete semanas tornou a subida mais difícil do que realmente seria. Ter que subir tudo isso nas minhas atuais condições também foi algo que tive que pensar e repensar muito antes de tomar essa decisão, me avisaram que graças ao pequeno motim que se formou, a segurança de Azkaban teve que aumentar no últimos meses, e agora é impossível aparatar em algum lugar que não seja o portão que também é protegido com dezenas de centenas de feitiços e magias.

- Senhora Granger, estamos te esperando aqui. - uma auror diz, os belos olhos pretos me encaram e transmitem uma segurança que preciso mais que tudo, me faz lembrar quem eu sou e do que sou capaz, me faz lembrar também que mudei muito, e que nada que Ronald tente fazer ou me diga poderá me atingir. - A senhora tem uma varinha, Ronald Weasley é prisioneiro de segurança máxima, não pode tacar um pedra no chão na senhora sem os feitiços que cercam sua grade joga-lo para longe. Vai ficar bem.

Aceno e me aproximo da cela, olho para todos os lados sem encara-lo. Tem cerca de dez celas no meu campo de visão, apenas metade delas ocupadas por prisioneiros que nesse momento tem os olhos fixos no batalhão de aurores atrás de mim.

- Veio admirar a vista? - a voz soa rouca, cansada. Parece que Ronald envelheceu uns dez anos no tempo que esteve aqui. Me causa pena, e de tudo que acreditei que iria sentir quando viesse aqui, pena não é um desses sentimentos.

- Vim conversar com você. - digo definitiva.

- Não quis conversar comigo antes de me por aqui. Não se engane, eu sei que tem dedo seu nisso aqui.

Ele aponta ao redor, como se mostrasse a cela. Não olho, olho apenas para ele, sentado em um colchão no chão, as roupas batidas, a barba por fazer, os cabelos despenteados e os olhos verdes. Verdes como de Louraine, mas diferente dela, os olhos dele não tem brilho. Ronald mergulhou em um poço de soberba e amargura que talvez ninguém nunca tire dele.

- Não me deu outra escolha.

- Sempre temos outras escolhas. Admita a si mesma que quis se vingar de mim.

- Não é pra isso que estou aqui. - comento.

- É para dizer que está grávida e que me quer longe da sua perfeita família? - ele pergunta, tenta me provocar, não vou cair, não com ele tão abaixo de mim, tão inferior.

- Não, é para olhar mais uma vez nos seus olhos e ter a certeza que fiz a coisa certa.

- E tem a certeza? - a voz falha ao falar isso, meus olhos que momento antes encaravam o horizonte voltam mais uma vez para o seu rosto. É como se visse meu amigo, meu amante e meu companheiro. O pai que eu achei que um dia ele seria para Louraine, o homem que um dia ele foi.

Vejo aos poucos a máscara que tanto odeio voltar ao seu rosto, poderia chorar nesse momento, mas isso me fez forte. Não sua fraqueza, não sua dor, disso só posso me compadecer, mas a dúvida interna que está o corroendo agora é a prova viva de que fiz o certo, do contrário ele nunca pararia.

- Tenho. - ele ri, um riso amargo e cruel. - Embora não acredite nisso, fiz por você Rony.

- Deixei de ser Rony á muito tempo Hermione. Ninguém mais me chama assim, meus pais, amigos, meus irmãos...

- É por você, isso tudo é por você. Você sabe, mais que eu e mais do que qualquer outro que perdeu o controle.

- E estou pagando por isso, então não precisava vir aqui e jogar em minha cara seus maravilhosos feitos. Sei que me odeia, sei que todos me odeiam, e quando eu sair daqui, porque eu vou sair, vou sumir no mundo e nunca mais ouvirão falar de mim.

- Está errado. - eu digo. Passo a mão entre meus cabelos e os prendo em um coque antes de começar a falar novamente. Dias calorentos e noites frias, foi o que ouvi falar desse lugar. - Pensei muito antes de vir aqui, avaliei meus sentimentos, conversei com Draco, Gina e seus pais. É por amor, sempre foi.

Ele me encara, não diz uma só palavra, é como se buscasse algo em que se agarrar, um bote salva vidas.

- Odiávamos Voldemort, era aquele tipo de sentimento que não podíamos evitar sentir, mas odiávamos Voldemort pelo que ele fazia as pessoas que amávamos, o sofrimento e a dor que causava. Odiávamos tanto Voldemort que não conseguíamos evitar odiar o menino Tom que sofreu tanto em sua infância. - suspiro - Não era esse o tipo de ódio que sentimos por você, nunca foi. Odiávamos, na verdade eu ainda odeio, o homem que foi capaz de fazer a própria família sofrer, mas acima de tudo, odiávamos o homem que matou o herói da Guerra, que matou o melhor amigo de Harry Potter e Hermione Granger, o filho e irmão que orgulhou a todos, e é por isso que é diferente, porque não se pode odiar quem de alguma forma amamos, e Rony, - agora uma lágrima teimosa desce pelo meu rosto, não tento secar, só olho para o ruivo que parece ser destruído um pouco com minhas palavras - eu ainda amo o meu amigo que me fazia refazer todo seu dever de casa em frente a uma lareira no Salão Comunal da Grifinória.

Ficamos em silêncio, presos em lembranças do passado. Lembranças de amizade e carinho, de guerra e dor, de lágrimas e brigas. As crianças que um dia fomos não se orgulhariam disso aqui, não se orgulhariam desse ódio todo, é por elas também que eu faço isso, pelas palavras não ditas e pelas lembranças boas que eu sei que ele também carrega dentro de si.

- Se quando sair daqui quiser sumir, só guarde consigo essas palavras. - eu digo finalmente. - Mas se por um acaso se arrepender e quiser recomeçar, é só vir tentar, ninguém vai te virar as costas, nem mesmo Draco ou Louraine, eles são boas pessoas e podem te perdoar, eu sei que sim.

Dou as costas a ele e volto a caminhar até o lugar onde os aurores esperavam por mim, não me viro uma última vez para olhar pra ele, minha parte eu fiz e agora é com ele, não me viro nem mesmo quando eu grita um obrigado, eu só quero mesmo é sair daqui e ir de encontro com a minha família.

É isso, a partir de agora a vida dele fica sob sua total responsabilidade, é hora dele reescrever sua história ou simplesmente continuar a vida do jeito que ele achar melhor, definitivamente para mim essa página está virada.

Entro em casa aspirando o cheiro bom do meu lar. Toco meu ventre enquanto ando pela casa procurando pela minha família. Entro no meu quarto e não posso evitar sorrir com a cena que presencio. Draco e Lou dormindo, os rostos próximos, nossa filha com a mãozinha na bochecha dele, a fraldinha na outra mão próximo ao seu rosto, meu noivo por sua vez tem um dos braços nas costas dela, como se assim pudesse evitar que ela acordasse e saísse da cama sem ele despertar previamente.

Dou a volta na cama e tentando fazer o menor barulho possível, pego Louraine nos braços e a levo para seu quartinho ao ado do meu e do de Draco. Coloco a pequena na caminha que não faz muito foi trocada pelo berço, dou-lhe um beijo no rosto e me afasto dela, fechando a porta antes de voltar ao quarto e encontrar Draco sentado na cama, esfregando os olhos para espantar o sono.

- Como está? - ele me pergunta, me aproximo dele sem dizer nada e me deito em seu colo enquanto ele se dispõe a fazer cafuné.

- Estou bem. - e então começo a contar pra ele como foi, cada palavra descrita com o máximo de precisão de que posso me recordar, Draco só ouve, não diz nada, apenas continua com seu carinho enquanto eu termino o relato.

- Fez bem, e como sempre está certa. - ele diz finalmente. Draco se inclina e beija meus lábios, depois diz: - Pensei nisso enquanto esteve fora, se seria capaz de perdoar ele por tudo o que me fez, e conclui que seria egoismo não perdoa-lo.

Me remexo e encaro seus olhos, Draco retribui a intensidade e ainda me sorri calmo.

- Fiz muitas coisas ruins no passado, fui perdoado e esse perdão mudou a minha vida de uma forma que ninguém pode sequer imaginar, e se é de perdão que Ronald precisa para mudar de vida, pode começar de mim.
Sorrio para ele. Amo tanto esse homem, não tem uma só célula do meu corpo que é capaz de negar esse sentimento, é só amor e amor. Draco Malfoy também mudou minha vida, mudou a vida de Louraine, vai mudar a vida do pequeno Scorpius. É meu noivo, pai dos meus filhos, é o homem que eu amo mais que tudo nesse mundo e nem sei como posso um dia ter achado que essa coisa intensa que arde em meu peito pudesse ser só amizade. É amizade, é carinho, mas também é amor da forma mais pura que existe, me preenche e me transforma, é também desejo, é tudo porque Draco faz isso comigo, remexe todos os meus sentimentos e no fim só posso ama-lo assim, inteiramente.

- O que acha de um banho? - pergunto a ele. Draco se levanta da cama, me estende a mão, entrelaça nossos dedos.

Fecho a porta atrás de nós, e começo a me despir de costas para ele, quando não tenho mais nenhuma peça de roupa no corpo, sinto Draco se aproximar também, está nu e me envolve em seus braços.

Deito minha cabeça em seu peito, me sinto relaxada, viva. Draco é além de tudo minha rocha fortalecedora, e quando começa a distribuir beijos no meu pescoço, só posso sentir toda energia reverberar pelo meu corpo.

Ainda atrás de mim, Draco começa segura meus cabelos e o prende entre os dedos, inclino minha cabeça para que ele tenha livre acesso ao meu pescoço enquanto Draco deposita lentamente na pior de todas as torturas, mordiscadas no lóbulo da minha orelha.

Solto um gemido baixo quando ainda sereno e calmo Draco finalmente desce os lábios no meu pescoço e o beija longamente, ao mesmo tempo que uma das suas mãos chega em meu seio e o toca, fazendo tudo em mim vibrar insandecidamente.

Ainda devagar como quem quisesse me torturar, Draco solta meu cabelo e começa a depositar beijos em minhas costas, fazendo o conhecido arrepio bom descer pelas minhas costas e reverberar por todo o meu corpo.

Draco então, depois de um longo suspiro se afasta levemente e me vira para ele, olhar para seus olhos é como arder na mais quente chama, o desejo e o amor oscilam em seus olhos e ainda sim são apenas reflexos de todas as suas ações. Começamos a nos beijar ali, esquecidos do mundo que nos cerca, totalmente entregue a esse momento de amor que não importa quantas vezes seja repetido, sempre parece melhorar.

- Vem. - ele diz, a voz rouca de desejo, e ainda sem desviar os olhos do meu Draco me puxa até o box do banheiro. Aproveito o momento em que ele desvia sua atenção na fácil tarefa de ligar o chuveiro, e dessa vez sou eu a me aproximar e começar a toca-lo. Quando a água começa a escorrer pelos nossos corpos, envolvo Draco com meus braços, a diferença de altura me permite que eu beije seu peitoral sem nenhum esforço, minhas mãos por sua vez descem e começam a explorar o tão conhecido corpo, sinto sua respiração descompassar e depois de um breve gemido, Draco segura firme em minha cintura e me toma em um beijo enfurecido.

Depois disso simplesmente não consigo por nenhum pensamento em ordem, seus dedos tocando minha pele e os lábios seguindo o mesmo caminho me enchem de prazer e amor, retribuo da melhor forma possível, beijo seu corpo, toco, envolvo. A água entre nós torna tudo mais sedutor, e quando o desejo atinge o ápice, ainda entre os beijos Draco desliga o chuveiro e me puxa para fora do banheiro.

Não sei de onde ele tira forças para isso, não quando seus olhos ardem de desejo e seu corpo evidencia o quanto ele me quer, mas Draco puxa uma toalha, e carinhoso começa a me secar. O tecido um tanto grosso não impede que eu sinta suas mãos me tocando, por onde a toalha passa secando a água em meu corpo, deixa um rastro de fogo que me deixa em erupção.

Quando Draco se abaixa em minha frente e toca minha virilha com o pano, todo o autocontrole se esvai do meu corpo e não consigo evitar quando me abaixo também e começo a beija-lo como se não houvesse amanhã.

A noite toda é assim, perdida em seus braços enquanto todo meu corpo corresponde ao dele. O dia já amanhecia quando todo o nosso corpo reclama pela noite, ainda completamente nus, Draco puxa uma coberta escondendo nosso corpo e descansa uma das mãos em minhas costas.

- Foi intenso. - falo suspirando tomando fôlego.

- Foi perfeito. - ele rebate.

- Foi. - respondo antes de pegar no sono.


Notas Finais


Era pra ser o último capítulo, mas ficou enorme, muito mais do que imaginei, mais de 6 mil palavras, e aí dificulta né?
Logo eu posto mais, e aí é final <\3
Espero que gostem desse capítulo, não deixem de comentar!


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