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História Consequências de um Amor - Desabafos


Escrita por: MelanieMalfoy

Notas do Autor


Capítulo atrasado, eu sei, mas esse capítulo foi em mais difícil do que esperava e espero que vocês gostem dele!! Anda essa semana tem mais e não deixem de comentar!! No próximo capítulo Hermione vai descobrir o sexo no nenêm!!

Capítulo 6 - Desabafos


Poin't Of View – Draco Malfoy

 

 Passo mais um dos pergaminhos para trás. A pilha de trabalhos corrigidos só aumentam e a de notas ruins também. Esse bando de cabeças ocas que me mandam ensinar... Não lembro de ter tanta gente ruim na época que eu era um mero aluno, talvez Neville, mas não uma sala cheia. Para não ser injusto, talvez eu tenha corrigido um trabalho menos pior que os outros.

Ouço Hermione bufar ao meu lado, já faz uns dez minutos que ela se mexe impaciente na cadeira.

 - Está tudo bem?

 - Sim. - ela responde. Volto minha atenção aos papéis, revirando os olhos quando leio mais uma asneira. - Na verdade, eu estou com tanta vontade de comer cachorro quente, que não consigo me concentrar nos trabalhos. - Hermione me olha com aqueles olhos caramelos e faz uma cara de pidona que simplesmente não sei o que fazer. 

 - O que é cachorro quente?  - pergunto. 

 - É um tipo de lanche. - ela responde. Depois põe a mão na barriga e acaricia. Me lembro que ela está grávida e que isso provavelmente é um desejo de grávida. 

 - Podemos pedir para os elfos fazerem. - eu respondo sorrindo para ela, que me lança um sorrisinho falso.

 - É claro.

 - Que foi? - pergunto,  ela me olha com cara de aflita e não sei se dou risada, ou se vou ali consolar ela.

 - Eu queria muito o cachorro quente que um senhor vende lá na minha cidade. - ela faz bico e não deveria nem pensar nisso, mas acho encantador. 

 - Se arrume que daqui dez minutos eu venho te pegar. - eu falo, antes que toda minha sanidade vá para o buraco. Hermione sorri pra mim, e me dá um abraço apertado, aspiro o cheiro do seu perfume e retribuo o abraço. Qual foi a última vez que alguém me abraçou? Nem mesmo eu lembro. 

 Quando Hermione se afasta, junto meus papéis e saio do seu quarto indo parar no meu. Retiro minhas roupas de bruxo e coloco algo que se pareça com as vestes trouxas, não me preocupo com tomar banho já que tomei uma longa chuveirada antes de ir pro quarto da Granger. 

 - Pego minha carteira me certificando de que ainda tenho algum dinheiro trouxa, e quando vejo as notas ali, fecho a carteira e a guardo no bolso traseiro da calça. 

 Quando estava fazendo faculdade, por algum tempo, principalmente no começo, eu me sentia muito sozinho, então era comum eu aparatar em vilas trouxas e ficar ali, na maior parte do tempo eu ficava apenas olhando as pessoas, as vezes eu caminhava, mas o que eu gostava mesmo era de afundar o pé na areia da praia e olhar o mar furioso.

 Caminho novamente para o quarto da Granger e quando chego lá, a mesma ainda estava trancada no banheiro, o som do chuveiro ligado. Tomo a liberdade de pegar alguns trabalhos dela e me deitar em sua cama. Já tinha lido três trabalhos quando ela finalmente sai do banheiro. Esta com os cabelos longos e encaracolados soltos, usa um vestido todo rendado e da cor azul e nos pés uma sapatilha. Simples, mas tenho que reconhecer que ela fica bem bonita, se não fossemos amigos, talvez eu até gostaria de ficar com a Granger, quem sabe sair pra passear? 

 - Vamos? - ela pergunta sorrindo, completamente alheia aos meus pensamentos idiotas. Aceno pra ela e pulo da cama, colocando os trabalhos dela de volta ao lugar em que achei. 

 Juntos caminhamos para fora do castelo, Hermione tem um sorriso no rosto que parece que está congelado ali, que não vai sair nunca mais. 

 Quando estamos pra fora dos portões de Hogwarts, e portanto longe dos feitiços anti-aparatação, Hermione estende a mão pra mim, na qual eu pego e então sinto o familiar puxão no umbigo. 

 Mal deu tempo de eu dar uma segunda respirada, e eu e Hermione aparecemos em uma rua escura.

 - Bem vindo a minha cidade! - ela diz, começamos a caminhar, e deixo Hermione me guiar,  nossas mãos ainda entrelaçadas enquanto ela fala e aponta a coisas, sem parar. Cerca de quinze minutos depois de uma longa caminhada, estamos em uma praça, daquelas que os trouxas usam pra correr, conversar e para se reunir com os familiares. 

 - Ali!! - ela diz, apontando para um senhorzinho que estava sentado em uma cadeira e que carregava uma espécie de caixa que conforme as pessoas pagavam, ele entregava um tipo de pão embrulhado em um plástico. 

 Hermione começa a me puxar com força,  fazendo com que meus pés caminhem mais rápidos. Ela olha pra trás e com um sorriso de criança em parque de diversões diz:

 - Vamos Draco!!

 - Hey, calma! - falo para ela, que olha para mim e revira os olhos. 

 Quando finalmente chegamos onde o homem estava, Hermione solta minha mão e chama o homem em alto e bom som:

 - Henry! 

 - Menina Granger! - ele diz, sorrindo pra ela. Os dois se abraçam longamente, e eu fico parado onde Hermione me deixou. - Quanto tempo, veio saber dos seus pais?

 Estranho a pergunta mas me mantenho calado. Porque Hermione precisaria dele para saber dos pais?

 - Oh, não. - Hermione da de ombros e continua. - Na verdade, vim para comprar um cachorro quente. - ela diz, então finalmente ela me olha e diz: - Dois, na verdade. A propósito, esse é Draco Malfoy. - ela estende a mão e eu a pego, sem se dar conta Hermione entrelaça nossos dedos. 

 - Aquele Draco Malfoy? - o velhinho pergunta,  estendendo a mão para apertar a minha. Hermione concorda apenas com um aceno ma cabeça. 

 Os dois ficam conversando por longos minutos enquanto eu apenas fico ali em silêncio, ouvindo a conversa. Qual é a minha surpresa quando descubro que Henry sabe de tudo sobre o mundo bruxo. 

 - Desculpa a demora pra vir te ver, Henry. - ela diz, sorrindo acalorada para ele. - Eu estive passando por alguns problemas. 

 Ela aperta a minha mão como quem pede segurança e eu involuntariamente me aproximo mais dela. 

 - Aliás, tenho uma novidade pra te contar. - ela põe a mão na barriga e acaricia. - Lembra do Ronald Weasley? 

 - Sim.

- Eu estou grávida. Dele. 

 - Oh menina Granger! Parabéns. - o homem que mais parece um avô diz, a abraçando novamente. - Acredito que seu amigo está bem feliz com essa notícia. 

 Hermione o olha muda. A mão dela entrelaçada na minha começa a suar e sei que ela está nervosa. 

 - Ronald ele não... - ela fica muda, a voz embarga e eu tomo a frente antes que ela comece e a chorar:

 - Hermione não precisa da ajuda de ninguém para cuidar dessa criança, é uma mulher corajosa e forte que sabe o que faz. - eu respondo, Hermione me olha e sorri para mim. Gosto de ver e nem sei o porque. 

 - Com certeza, eu nunca duvidei disso. 

 Depois de mais um pouco de conversa e de eu e Hermione comermos um cachorro quente - e devo admitir que é uma delícia - nos despedimos de Henry que entendeu muito bem o papel de idiota do Weasley e então ainda de mãos dadas saimos para caminhar juntos.

 - Obrigado pelas palavras, sei que só disse aquilo para tranquilizar Henry, mas... 

 - Não falei aquilo pra tranquilizar ninguém. - a interrompo - Falei por que realmente acredito que seja verdade. 

 Ficamos em silêncio cada um com seus próprios pensamentos enquanto caminhamos meio que sem destino por entre as pessoas. 

 - Quero te mostrar um lugar. - eu falo de sopetão, quando o semplante de Hermione começa a mudar e eu temo que ela fique triste. 

 - Que lugar? - ela pergunta, me olhando com o cenho franzido.

 - Confia em mim? - eu pergunto. Espero mais ansioso do que o necessário sua resposta, sei que é mais do que mostrar um lugar pra ela, e que se a resposta dela for sim, ela está confiando em mim e provando que realmente nada do passado é relevante nos dias de hoje. Ela parece entender, e me olha nos olhos quando diz:

 - Sim.

 

 

 

 Poin't Of View – Hermione Granger

 

 O familiar puxão no umbigo é sentido e antes que eu me dê conta meus pés se afundam em uma enorme quantidade de areia. Olho para frente e me deparo com uma pequena praia de águas revoltas. 

 - Onde é aqui? - pergunto pra Draco Malfoy, que me olha esperando minha reação. 

 - É um lugar que vinha quando queria ficar sozinho. - ele tira os sapatos, junta os dois e se senta em cima. Faço o mesmo com os meus e quando estou acomodada, Draco continua: - Você é a primeira pessoa que trago aqui. 

 Volto minha atenção as águas não muito distante da onde estamos sentados, a maré está baixa mas as águas turbulentas. É lindo de ver.

 - É um lugar lindo. - sussurro no silêncio da noite. 

 Ficamos novamente em silêncio cada um preso em seus pensamentos. O som da água do mar me acalma e descubro que gosto desse lugar, principalmente porque Draco o compartilhou  comigo. 

 - A primeira vez que vim aqui eu tinha dezesseis anos. Estava pensando que gostaria de ficar sozinho e então aparatei aqui. Era tanta coisa acontecendo no ministério que ninguém se importava com um menor aparatando sem permissão. - Draco suspira, os olhos azuis acinzentado perdem um pouco o brilho e não resisto segurar em suas mãos e entrelaçar nossos dedos. - As coisas em casa estavam ruins com a volta de Voldemort e meu pai estava me pressionando, queria que eu entregasse minha lealdade a Voldemort e eu estava me sentindo sem opção. 

 " - Encontrar esse lugar foi como encontrar um porto seguro. Desde então aqui é o lugar que venho sempre que algo me perturba, sempre que preciso de paz e sempre que algo simplesmente me sufoca. Vim aqui no dia que me tornei comensal da morte, quando falhei em matar Dumbledore, durante a guerra eu passava mais tempo aqui do que em qualquer outro lugar, e então, quando a Guerra acabou e eu entrei na universidade, vinha aqui sempre que a solidão daqueles corredores se tornava sufocante demais pra eu aguentar. "

 - Obrigado por me mostrar esse lugar. - eu respondo,  minha voz sai embargada por causa do choro contido e  limpo uma lágrima que insiste em escorrer. 

 Draco olha pra mim e da um meio sorriso. Consigo enxergar através do homem que ele se tornou o menino que sofreu tanto no passado e sei que é besteira, mas gostaria que as coisas tivessem sido diferentes para ele. Que Draco não sofresse tanto. 

 - Desculpa te encher com meus lamentos. - ele diz, uma das mãos se solta da minha e ele toca meu rosto e percorre o caminho que a lágrima teimosa passou.

 - Está tudo bem. - eu digo. - Sei como é estar sozinha. - coloco minha mão em cima da barriga e acaricio meu pequeno pedaço de mundo. 

 - Você não está sozinha, Hermione. - ele diz, a mão volta a se entrelaçar e sei que nossa amizade começou a pouco tempo e que durante anos odiei ele, mas hoje consigo enxergar a sinceridade em cada ato e só posso confiar nele. - Tem Gina, Harry, todos os seus amigos e principalmente seus pais. 

 Não respondo nada pra ele. Não posso concordar com algo que não é verdade, e decido que se tem alguém que posso contar isso é Draco Malfoy, ele sabe bem o que é não ter ninguém ao lado. 

 - Sabe porque decidi fazer Poções ao invés de aceitar um cargo no ministério da magia assim como Harry, Ronald e Gina? 

 Draco nega com a cabeça e antes que ele dissesse alguma coisa,  continuei: 

 - Quando a Guerra começou, eu, Harry e Ronald saímos em busca das horcrux e eu tive muito medo que para nos encontrar algum comensal da morte tortura-se meus pais e então eu apaguei a memória deles, fiz eles pensarem que eram outras pessoas e mandei-os para longe. - olho para Draco que me encara enquanto ouve atentamente minhas palavras. - Quando a guerra acabou, eu fui atrás dos meus pais, queria desfazer o feitiço e explicar o porquê fiz aquilo. 

 Minha voz embarga e dessa vez não seguro as lágrimas que escorrem pelo meu rosto quando me lembro daquele dia. 

 "- Não demorou muito para acha-los, eu sou uma bruxa e um feitiço de localização não é nada difícil de executar. Em questão de dias eu já sabia onde eles estavam, mas tive medo, tive medo de que eles se sentissem decepcionados comigo e quando finalmente tomei coragem para me aproximar deles, eles me receberam como quem recebe uma amiga. Continuei indo no lugar que os dois moravam durante dias sem contar a verdade pra eles e então um dia decidi que desfaria o feitiço e me explicaria para eles.- Draco segura firme minhas mãos enquanto tento contar pra ele o que aconteceu, seus olhos estão cheios de um carinho que só faz eu chorar mais porque isso que tive que viver durante os últimos sete anos,  é o que ele viveu durante seus vinte e quatro anos de vida. - Cheguei na casa deles, fui recebida com café e bolinhos e uma notícia que me tirou o chão: Minha mãe estava grávida."

 Draco se aproxima mais de mim e me abraça. Ali no calor do seus braços eu derrame todas as lágrimas que desde então venho controlando. Toda aquela tristeza que guardei pra mim que agora me faz bem compartilhar. 

 - Não consegui. - olho pra ele e Draco me encara, seus olhos fixos nos meus e aquilo me enche de uma paz que não sei explicar. - Não desfiz o feitiço, Draco, eles amavam aquela vida. Eu não tive coragem de dizer que era tudo mentira. 

 "Quando voltei pra casa, mandei uma coruja para Gina, Harry e Rony,  simplesmente disse que tinha aceito a vaga na Universidade dos Mestres de Poções e que estava partindo. Durante anos evitei eles e qualquer coisa que me lembrasse meus pais. De vez em quando ainda nos comunicavamos mas só quando me formei foi que realmente eu me aproximei deles novamente. 

 - Tá tudo bem, Hermione. - ele sussurra, perto do meu ouvido. Sua voz grave me reconforta e isso é mais do que ele pode simplesmente imaginar. - Estou aqui agora, pode sempre contar comigo. 

 - Eu sei. - respondo. - Você também pode contar comigo sempre. É pra isso que serve os amigos.

 - É, eu sei.


Notas Finais


Espero que gostem!! Não deixem de comentar!


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