História Consequências de um Amor - Emoção

Poin't Of View – Draco Malfoy 

 O abraço se desfaz assim que percebo que Hermione não está mais chorando. De uma forma que eu não sei explicar, sinto necessidade de cuidar dela, a proteger e não tem nada que eu faça que vá mudar essa situação. 

 Minhas mãos vão para o rosto dela, os dedos percorrem a feição suave, enquanto vou secando as marcas das lágrimas. Ela me lança um olhar terno, calmo e suave. Mais lindo do que tudo o que eu vi na vida. Mais lindo que todo esse oceano que se apresenta bem atrás dela, e se antes tudo isso me trazia proteção, agora sei que só preciso ter ela ali pra me proteger.  

 
 Estranho saber que eu, um Malfoy que sempre pode e foi capaz de viver sozinho, precise de alguém para qualquer coisa. Ainda mais para ser um porto seguro. 

 
 - Draco?  - ela diz, a boca desenha meu nome e sinto um desejo quase incontrolável de beija-la. É claro que não vou fazer isso, ela confiou em mim e não vou acabar com essa confiança dessa forma. - Eu acho que devemos ir pra casa.  

 
 Minhas mãos caem ao lado do corpo e eu aceno positivamente para ela. Quando olho pro meu pulso pra ver que horas são, me surpreendo ao saber que fazem quase seis horas que saímos do castelo.  

 
 - Claro - respondo. Hermione sorri pra mim, e ficando na ponta dos pés, da um singelo beijo na minha bochecha.  

 - Muito obrigado por estar aqui comigo, por me ouvir e por não se afastar.  

 - Hermione, eu sempre vou estar aqui com você. - ela me sorri, um daqueles sorrisos limpos que por anos nunca dei. - E por essa coisinha linda que cresce em sua barriga. 

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- Você quer um menino ou uma menina? - pergunto pra Hermione, enquanto estamos na sala de espera do St. Mungus, no andar da Obstetrícia.  

 
- Eu não sei. - Hermione fala distraída. A mão passa na barriga repetidas vezes enquanto ela pensa.  

 
 Faz quatro dias desde que fomos a praia, desde que ne abri pela primeira vez em anos, e desde que Hermione me contará sobre seus pais. Quatro dias desde que venho lutando contra mim mesmo e essa necessidade que tenho de toma-la em meus braços e enche-la de beijos.  

 
 Desde aquele dia, tenho notado demais e pensado demais na castanha que agora sorri pra mim enquanto pensa em uma resposta. Uma droga não ser o dono desse sorriso.  

 
 - Eu acho que quero... - ela começa a dizer, mas é interrompida por uma voz de mulher que soa animada. 

 
- Hermione!! 

 
- Alana? - a castanha se levanta e as duas mulheres se abraçam. O longo abraço se mantém por vários segundos e quando finalmente as duas se afastam, ambas limpam os olhos cheios de lágrimas.  

 
 Reprimo a vontade de revirar os olhos. A semanas tenho lidado com esses hormônios a flor da pele que mulheres grávidas - especialmente Hermione - tem. A disposição para lágrimas é realmente incrível, uma palavra que seja, e pronto, infinitas lágrimas. Mas é claro, que lágrimas são melhores do que gritos, e estresse.  

 
 - Draco? - Hermione me chama, livrando-me dos devaneios. - Essa é Alana Mason, estudou comigo durante alguns anos.  

 
 - Olá,  Alana. - eu digo, estendendo as mãos. A mulher de feições asiáticas sorri pra mim, e ignorando minha mão estendida, beija os dois lados da minha bochecha.  

- Muito bonito,  pelo que vejo. - Alana diz, sorrindo para Hermione que revira os olhos. - Vocês formam um casal realmente lindo. Sexy e quente.  

 
 Sinto meu rosto ficando vermelho e mantenho minha boca  bem fechada, enquanto Hermione da uma risada sonora.  

 
 - Nem mesmo uma gravidez foi capaz de controlar essa sua boca grande, Lana?  

 - Não, nada me fará mudar. Nem mesmo minha menininha. 

- Oh. - Hermione diz, e os olhos marejam novamente. - Uma menina? Que graça!  

 
 - E o seu? - Alana pergunta, ignorando o deslumbramento de Hermione.  

 - Não sei ainda. Na verdade, é isso que eu vim descobrir.  

 
 Ambas mulheres se sentam e embarcam em uma longa conversa enquanto eu fico distraído com os meus pensamentos.    

 
 - ... E quem precisa de homem para cuidar de uma criança? - Alana tagarela, chamando a minha atenção. Hermione procura minhas mãos e entrelaça nossos dedos. - Fala sério, Stewart quis mesmo mandar em mim, pensou que porque eu estava grávida eu seria sua submissa. - olho para a mulher asiática que revira os olhos. Não consigo conter o sorriso, Alana era singularmente espontânea, do tipo que fala tudo o que quer sem segurar a língua e é bom saber que Hermione,  toda certinha e focada, é amiga de alguém como ela. - Mandei ele ir caçar as botas de Merlin e dei um pé na bunda dele.  

 Hermione sorri para ela, mas sinto seu nervosismo. Passo o braço por seus ombros, e Hermione se acomoda, sinto que ela fica menos nervosa e é bom saber que confia em mim.  

 
 - Hermione Jane Granger! - a recepcionista chama, minutos depois.  

 
 Nós dois levantamos da cadeira e enquanto Hermione se despede da amiga, caminho até a sala da medbruxa e abro a porta, tentando ser um cavalheiro. Não demora muito, e Hermione já entra na sala, sentando em uma cadeira de frente para a médica. Me aproximo da cadeira, ficando em pé atrás dela.  

-Boa tarde senhorita Granger e senhor...?  

-Malfoy! - eu respondo. 

 A medica começa a fazer várias perguntas á Hermione que as responde sem hesitar, Longos minutos se passam enquanto eu fico ali apenas ouvindo a conversa. Aliás, depois de vir com Hermione para cá, o que mais percebi foi isso: mulheres gostam de conversar.  

-Pronta para saber o sexo do bebê? - a médica finalmente pergunta. Hermione assente e eu tenho vontade de dar uma má resposta para a médica, afinal, foi para isso que viemos, se não quiséssemos ver o sexo do bebê teríamos ficado o castelo, mas, embora pense nisso, prefiro manter a boca fechada, afinal ainda gosto da minha cabeça no pescoço e Hermione surtaria com qualquer má resposta minha. Vem sendo assim nos ultimos dias, mas admito que embora seja assustador, é realmente engraçado. 

 Hermione e a médica - quem eu não sei o nome – se levantam da cadeira e caminham para o lado de fora, passando por um corredor e então entrando em uma porta com uma placa de "Somente bruxos autorizados." Assim que entro na sala, vejo uma cama e um aparelho parecido com um computador trouxa ligado a alguns fios.  

 -Foi um pouco difícil encontrar um desses, mas nós aqui no St. Mungus estamos nos adaptando á alguns aparelhos trouxas, e como você solicitou uma ultrassonografia á modo trouxa, aprendi a usar. 

 -Muito obrigado, doutora. - Hermione diz, sorrindo . A mulher que vem despertando o melhor de mim, tira o sobretudo azul que usava e levanta aa blusa, de forma que a barriga levemente pontuda esteja a plenas vistas. Hermione se deita sobre a cama, e a médica se aproxima dela com uma espécie de pomada nas mãos. Ela passa o líquido na barriga da Hermione e vejo quando ela se sente arrepiada. Me aproximo de Hermione e me coloco ao lado do seu leito. Ela me lança um daqueles sorrisos que aquecem o meu dia, e então sua atenção volta novamente para a médica. A mulher loira e mirrada, pega um aparelho branco e no mesmo lugar onde ela passou a pomada transparente, ela passa o objeto. Minha real surpresa é, ao olhar pro monitor, ver a imagem do ventre da castanha ali.  

-Estão vendo isso? - a médica fala, os dedos apontam o monitor no exato lugar onde uma manchinha está. - Essa é sua filha Hermione. Parabéns mamãe, essa é sua menininha.  

 Esse é um daqueles momentos que você gostaria de ser um alien e ter vários olhos só para não perder nada. Fico indeciso entre admirar aquele pedacinho de vida refletido no monitor, ou olhar para a bela mulher que chora emocionada ao meu lado. Opto por abraçar a castanha. É como abraçar aquele serzinho ali, que não é nada meu, mas que me enche de uma vontade quase perturbadora de cuidar.  

 Me afasto um pouco para olhar a bela mulher que escolheu justamente a mim, para ser seu amigo e confidente. Admiro o belo rosto manchado por lágrimas de ecstase e felicidade. Quase posso sentir esses sentimos pairando no ar. São como os meus e eu sei que não tenho direito nenhum de estar ali, de sentir tudo isso, porque o máximo que essa criança vai me considerar, é um tio, mas eu amo aquela coisinha que está se formando na mulher mais forte que eu conheço. 

 -Parabéns Hermione. - digo. Não resisto e me inclino o suficiente para beijar a barriga já limpa do produto que a médica aplicou. Sinto as mãos de Hermione se fecharam em meus cabelos enquanto prolongo o beijo na sua barriga. Quem diria que eu, Draco Malfoy, um dia faria algo como isso. Quem diria que eu me renderia aos encantos de um ser que nem veio ao mundo? 

 Assim que me afasto da barriga de Hermione, sinto seus dedos me puxarem de encontro a ela, e mesmo toda essa emoção que percorre meu corpo, não é como a que eu sinto agora, quando Hermione sela nossos lábios, em um beijo que a muito esperava, mas que nunca achei que fosse acontecer.