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História Consequências de um Amor - Jantar nos Weasley


Escrita por: MelanieMalfoy

Notas do Autor


Demorei né? Eu sei. Mas é que esse capítulo foi dificil de escrever, no final vocês vão saber o porque.
Eu também demorei porque eu mudei de emprego, agora tô trabalhando em uma lanchonete e por conta do movimento eu não tive folga nessas duas ultimas semanas. Ou seja, ultimo ano do EM na parte da manhã, curso pré vestibular a tarde e trabalhando a noite, sobra pouco tempo. Mas estou aqui, vou continuar com a fic.
XOXO ~MelanieMalfoy

Capítulo 8 - Jantar nos Weasley


Poin't Of View – Hermione Granger

 

 

Me olho novamente no espelho. Os cabelos soltos emolduram meu rosto, e o vestido acentua todas as curvas do meu corpo, principalmente minha barriga de grávida. Cinco meses já, depois que eu descobri da gravidez tudo parece passar tão rápido, quando menos esperar eu já vou estar com meu pedacinho de céu nos braços, é o que mais desejo. Já a amo tanto, não sei se isso vai bastar na vida dela, mas por agora é suficiente. 

 

Aliso mais uma vez o vestido. Estou nervosa e sei que é tolice, que é só a família Weasley, que o Ronald não vai estar lá,  mas não consigo conter o nervoso. E se eles agirem como o progenitor da minha filha? 

 

- Para com isso, Hermione!  - ralho comigo mesma, em frente ao espelho.  - Essa família cuidou de você e sempre te recebeu muito bem. 

 

- Falando sozinha? - Draco pergunta, entrando no meu quarto sem bater na porta. Levo a mão ao coração que pulsa rápido. - Te assustei? 

 

Reviro os olhos e dou um sorriso debochado pra ele, que sorri pra mim e faz uma careta. 

 

Draco caminha até mim, entrelaça os dedos por entre os meus cabelos e da um singelo beijo na minha testa. Fecho os olhos e minha mente vai até o dia em que eu descobri sobre minha menina e o beijo que dei nele. Faz quase uma semana e aquilo não se repetiu mais, e embora não tenha de forma alguma nos afastado, toda vez que olho para ele eu me relembro da maciez dos seus lábios contra os meus, da sua língua entrelaçada com a minha, do gosto de menta do seu hálito, e de seus dedos entrelaçando meus cabelos como agora. 

 

Quando finalmente saio dos meus devaneios, os olhos de Draco fitam os meus intensamente. Nesses momentos - e eles vem acontecendo muito durante a semana - eu sei que Draco também está relembrando do beijo, que ele está revivendo os nossos lábios colados. Mas se pra ele foi tão intenso pra ele como foi pra mim,  porque Draco não me beija novamente? Porque diabos ele se afastou de mim e pediu desculpas? 

 

- Você está linda. - ele diz, se afastando. Suas mãos deixam meus cabelos e ele se joga na minha cama, como quem está em casa. 

 

- Draco Malfoy, eu já arrumei essa cama. 

 

Ele nem me da atenção, e eu finalmente saio de frente do espelho. 

 

Me deito ao seu lado na cama e me aconchego com as mãos e a cabeça em seu peito. Draco é só meu amigo, mas me sinto mais segura com ele do que  com qualquer outro. Não tem segundas intenções ali, é só dois amigos abraçados e trocando carinho. Eu gosto disso. 

 

- Estou com medo. - sussurro pra Draco, quebrando o silêncio do quarto. 

 

- Porque? - ele pergunta. Draco se remexe debaixo de mim e se vira, a cabeça apoiada no seu cotovelo. 

 

- Eu não sei o que me espera. Estou nervosa e com medo deles agirem como Rony. 

 

- Eu nunca conversei muito com os Weasley, você sabe. - Draco diz, a mão começa a acariciar meu rosto e sem ele saber, só esse ato já me acalma. - Mas pelo que sei, eles são boas pessoas, de caráter e que dá valor a família. Não julgue todos eles pelo erro de um. 

 

Fico em silêncio, sem saber ao certo o que dizer. Foi isso que fizeram com ele, Draco foi julgado pelos erros dos seus progenitores. Não era Draco, era os Malfoy, e carregar esse nome trouxe muita desgraça em sua vida. 

 

- Você está certo. - digo, finalmente. - Desculpe. 

 

Ele simplesmente sorri. Não diz nada, só continua a fazer carinho no meu rosto, e só isso já me ajuda de uma forma que talvez ele nunca imagine. 

 

Os minutos se arrastam e quando eu percebo, já é hora de ir. Me levanto da cama e quando olho para Draco, o mesmo está com os olhos fechados, não consigo não sorrir diante da imagem, seu rosto sereno assim, sem as sombras do passado só o faz ficar mais bonito do que já é. Me inclino sobre a cama e sem querer conter meu impulso, dou um beijo no seu rosto, Draco abre os olhos:

 

- Já deu o horário? 

 

- Sim. - respondo, simplesmente. Draco se levanta e depois de esfregar os olhos e bocejar, entrelaça nossos dedos. Caminhamos juntos para o lado de fora, Draco vai tagarelando sobre assuntos aleatórios durante o caminho, consegue me arrancar alguns risos e só quando chegamos do lado de fora do portão de Hogwarts é que ele finalmente para de falar. 

 

- Olha, quero que fique tranquila. - ele diz, a voz baixa e carregada como sempre é quando ele quer me tranquilizar. - Você não pode ficar enchendo a cabeça de idiotices, vai dar tudo certo, e se não der, eu vou estar aqui. 

 

Aceno positivamente para ele, que dá um sorriso e um beijo carinhoso na minha testa antes de se afastar. 

 

- Obrigado!  - sussurro, antes de aparatar. 

 

♡♡_♡♡

 

Apareço no portão da casa dos Weasley, no momento em que piso no chão da entrada, sinto vontade de voltar para o exato lugar onde estava a poucos segundos, mas a idéia vai por água a baixo no exato momento em que meus olhos se cruzam com os de Gina. 

 

- Olá Hermione! - Gina diz, sorrindo. Olho para ela sem a mínima vontade de sorrir, ao contrário, sinto uma vontade quase que desesperadora de chorar. 

 

- Olá Gina.

 

Vamos caminhando para dentro da casa, Gina ao meu lado. Não encontro com ninguém no caminho, e Gina parecendo perceber meu estranhamento diz:

 

- Estão todos reunidos no jardim, do outro lado da casa. Menos Harry e papai, que ainda estão no Ministério. 

 

Aceno para ela, não sei o que dizer, o que fazer. Queria um pouco de paz, não sei, queria que tudo isso não estivesse acontecendo ou que ao menos já estivesse no fim... Queria que Draco Malfoy estivesse aqui, que ele me fizesse rir e me fizesse relaxar com aquele jeito dele, todo atencioso e carinhoso.

 

Quando enfim chegamos ao jardim, onde todos os Weasley estavam, me sinto paralisada. Todos os Weasley estão lá, Fleur, Carlinhos, Jorge, Percy... Todos menos o pai da minha filha, e isso é inteiramente culpa dele mesmo. 

 

- Hermione! - Sra. Weasley diz, assim que me vê ela vem sacolejando até mim, e me dá um daqueles abraços que lembram os da minha mãe, o que só serve para me fazer finalmente entregar as lágrimas.

- Hermione, tá tudo bem? - ela pergunta. Ainda não sabe, não sabe do meu pedacinho de céu, não sabe sobre seu filho... Será que quando souber ela ainda vai ser capaz de me dar um abraço como esse? Toda essa insegurança e talvez seja por nada. 

 

- Está sim. - eu respondo, a voz embargada, enquanto as lágrimas ainda escorrem e não tem nada que eu possa fazer para impedir que isso aconteça.

 

- Porque está chorando, querida? - ela pergunta carinhosa, finalmente se desfazendo do abraço e olhando para o meu rosto. - Tem a ver com o que quer nos contar?

 

- Mamãe, agora não! - Gina diz, afastando Molly de mim. Logo um por um passa me cumprimentar, e quando finalmente o último Weasley me abraça, as lágrimas já haviam deixado de rolar e eu me sentia melhor. 

 

Nos acomodamos todos em volta da grande mesa, Harry e o Sr. Weasley chegam poucos minutos depois de eu me servir com um imenso prato com todo tipo de comida que Molly havia preparado. Simplesmente uma delícia. 

 

- Nossa Hermione, toma cuidado viu? Daqui a pouco está rolando por aí. - Jorge diz, fazendo todos menos Gina e Harry rirem e olharem para meu nada modesto prato. Demorou anos até que isso pudesse ser ouvido, depois da morte de Fred, Jorge e a Sra. Weasley não riam mais, era simplesmente horrível vir visita-los e ver uma infelicidade tão grande em seus rostos. Machucava, e só de lembrar disso, sinto vontade de chorar. Aquela era minha família, já era antes e é principalmente depois que fui incapaz de desfazer o feitiço que lancei nos meus verdadeiros pais. 

 

- Está vendo o que você fez, Jorge Weasley? - Gina diz, ralhando com ele. - Shii, não chora Mione, ele estava brincando. 

 

Toco o meu rosto e percebo que o mesmo está úmido. Droga de hormônios descontrolados que me fazem chorar até mesmo com as lembranças.

 

- Não, não. Eu estou bem. - falo, afastando Gina. Todos na mesa começam a me encarar. O jantar se segue assim, meio silencioso depois do meu vexame em forma de lágrimas que infelizmente não sei controlar. Quando finalmente minha barriga parece cheia demais para caber qualquer coisa, a senhora Weasley quebra o silêncio da mesa:

 

- Vou pegar a sobremesa. 

 

Ela se levanta da mesa, e aos poucos a conversa volta ao normal. Vejo o olhar preocupado de Gina e Harry e dou um sorriso tranquilizador para ele, como se dissesse que estava tudo bem, e realmente estava. 

 

Não demora muito e a Sra. Weasley volta com um bolo e um pudim sustentados por um feitiço de levitação. Wingardium Leviosa, o mesmo feitiço que ensinei aquele mal agradecido a usar a tantos anos atrás. 

 

Os doces, que enchem a minha boca de água mesmo com a barriga cheia, são depositados na mesa, bem a minha frente, fazendo minha fome retornar com força total. Apetite de grávida, que maravilha. 

 

Antes porém que eu pudesse atacar o pudim e o bolo, ouço uma voz grunhir atrás de mim: 

 

- O que você está fazendo aqui? - me viro para olhar para Ronald Weasley, que atravessa o jardim apressado com longas passadas vindo em minha direção. Sinto meu coração disparar tamanho o susto que levo ao vê-lo ali, ele definitivamente não deveria estar aqui.

 

- Ronald Weasley!! - Gina diz, entrando na minha frente quando o ruivo chega finalmente perto o suficiente de mim. 

 

- Cale a boca, Ginevra. - ele grita, o rosto vermelho cheio de uma fúria que faz tudo ao meu redor tremer. Me sinto pequena ali, diante dele, como se todas as minhas inseguranças fossem se tornar realidade só com a sua presença enfurecedora no mesmo lugar que eu. Tão diferentes da presença de Draco que simplesmente faz parecer que tudo é possível. 

 

- Rony, o que pensa que está fazendo? - é a vez do Sr. Weasley e toda a sua calma apaziguadora tentar segurar Ronald e toda a sua fúria. Sinto meus olhos arderem e uma enorme dor no ventre faz com que eu abrace minha menina que deveria estar protegida dentro de mim, mas que corre perigo,  eu sei que sim, sinto isso. 

 

- É isso o que você quer,  não é? Colocar minha família contra mim? - Não, não, não. Esta doendo demais, sinto tudo a minha volta girar, a dor só aumenta e as palavras de Ronald ecoam em minha mente fazendo com que tudo fique confuso demais. Nada pode acontecer com meu bebê, por Merlin, não tira de mim a minha menininha. - Acredite, não vai dar certo. Nada que você faça vai me fazer mudar de idéia, eu não quero você e não quero esse bastardo que você está gerando, faça um favor a todos e suma mais uma vez das nossas vidas, e leve com você essa praga. Eu não os quero, na verdade, ninguém quer, nem mesmo os seus pais, não é?

 

Me dobro diante de suas palavras, diante da dor e da impotência. Suas palavras são o reflexo dos meus pensamentos, está tudo ali, tudo o que tantas vezes passou pela minha mente me fazendo passar noites em claro, explícitas e sendo ditas de uma forma tão cruel que só fere mais e mais.

 

  Tento me equilibrar, está tudo girando, sinto algo quente escorrer por entre as minhas pernas,  tem algo errado, minha menina não pode morrer. Tento inutilmente pedir ajuda, um socorro. As dores que sinto não são normais, li tantos livros de gravidez que agora a palavra aborto espontâneo parecem ecoar na minha mente, fazendo com que eu fecho os olhos.

  Quando finalmente consigo abri- los, a última coisa que vejo é Gina desferindo um tapa no rosto de Rony, e Harry e Jorge segurando o ruivo que em meio ao seu ódio por mim, tenta me alcançar. Todos completamente alheios a minha dor e desespero, e então tudo se apaga.

 

Intimamente só peço que salvem meu pedacinho de céu, ela não tem culpa de me ter como mãe.


Notas Finais


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Doeu meu coração escrever, mas né...


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