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História Consequências de uma paixão - Protetor


Escrita por: erikastybrien

Notas do Autor


Oi amores!
Esse capítulo tá bastante variado! Tem stydia, allydia, hot, scallison, aproveitem!
Espero que gostem, obrigada por todo o apoio, sempre! Boa leitura!

Capítulo 11 - Protetor


Fanfic / Fanfiction Consequências de uma paixão - Protetor

Assim que Lydia terminou de contar tudo o que havia acontecido, Allison despencou na cadeira de sua escrivaninha em seu quarto, completamente estarrecida pela história.

Os lábios finos estavam escancarados enquanto os olhos castanhos brilhavam de surpresa e incredulidade.

Lydia riu da reação da amiga enquanto estava de bruços na cama dela, observando atentamente a morena quando contava entusiasmada a história.

- Lydia! Meu Deus!

Novamente a ruiva riu, fascinada pelas lembranças e o jeito de Allison.

- Eu sei! É estranho, não? Quer dizer, a gente tá falando do Stiles.

- Ele beijou a sua testa?! – Allison perguntou ainda descrente.

- Segurou meu rosto, e acariciou minha nuca. Meu Deus Allison! – Lydia afundou o rosto nas mãos e negou com a cabeça, decepcionada – Quem ele é? Por que ele tem que ser assim? Era melhor quando eu o odiava.

Allison se levantou e andou até a amiga que carregava um olhar perdido, uma parte das íris verdes clamavam por ajuda. Argent se sentou nos calcanhares e olhou a ruiva de baixo para cima, a fazendo tirar o rosto das mãos.

- Lydia, você está mesmo gostando dele, não está?

Um pequeno bico se formou na boca grossa enquanto o olhar triste refletiu. Não havia como negar. Ele era lindo, atencioso, sexy, educado, como ela poderia não gostar dele?

Lydia se questionou onde estava aquele Stilinski que ela odiou por longos anos. Apenas a lembrança de qualquer coisa relacionada a esse novo Stiles fazia o coração da ruiva bater mais acelerado.

- Estou. Droga, Allison! Eu não posso gostar dele! – Ela se reprimiu irritada  – Você sabe quantas coisas nós já ouvimos sobre ele, eu não posso fazer isso comigo mesma!

- Lydia, ele está diferente, você mesma viu! – Allison protestou imediatamente.

- Ele só quer transar comigo, eu quero... – Lydia suspirou, odiando ter que lidar com suas explicações psicológicas – eu quero mais que isso.

Novamente o rosto bonito foi tomado por tristeza e o coração de Allison murchou. A garota odiou ver Lydia daquela maneira, confusa e abalada consigo mesma.

Desejou tirar toda desordem de Lydia e fazer com que ela se entendesse, mas infelizmente não era possível.

- Lydia, esqueça isso, tudo bem? Esqueça. Stilinski é uma caixinha de surpresas, você sabe disso melhor do que eu. Se ele estiver mudando, você vai saber. – Allison alcançou a mão da melhor amiga e apertou, Lydia retribuiu o toque – Vai dar tudo certo, não vamos pensar nisso agora. Enquanto isso você pode ir se divertindo com o Raeken.

As duas riram.

- Obrigada, amo você. – Lydia disse abrindo os braços enquanto Allison se aproximava.

- Também amo você. – Elas se abraçaram sorrindo.

Allison e Lydia amavam a confiança que tinham uma na outra, amavam se sentir tão íntimas. Era definitivamente uma irmandade.

- O que acha de dormir aqui hoje? – Allison sugeriu enquanto as duas se afastavam. Lydia murchou o rosto.

- Eu queria, mas não posso. Inclusive acho melhor eu ir, preciso estudar.

...

Allison estava com a cabeça no peito de Scott no sofá da sala da casa do garoto. Os dois assistiam à um filme romântico enquanto o único som da casa era o da televisão.

Melissa estava de plantão dando a privacidade que os dois tanto queriam sempre que possível.

As respirações estavam calmas e regulares, os cheiros fundidos e saboreados com apreciação de ambos. Allison estava com as pernas encolhidas apoiadas no colo de Scott enquanto as dele estavam esticadas na mesinha central.

O sono dominava aos poucos os olhos de Allison que insistiam em fechar pelo tédio do filme. Começava a ficar insuportável prestar atenção no eletrônico ligado, as pálpebras pesaram ao extremo e se colaram por força maior.

- Allison? – Scott chamou baixo.

- O que? – Ela murmurou ainda com os olhos fechados.

- Vai demorar muito pra você subir no meu colo e dizer que não quer ver o filme?

Allison riu completamente entregue ao cansaço.

- É que eu estou com sono, desculpe... – Ela disse ajeitando melhor a cabeça no tórax dele – Posso dormir aqui?

Scott franziu a testa surpreso pelo pedido.

- Se eu não precisar lidar com o Chris batendo na minha porta logo cedo. – Ele respondeu com o tom de voz ameaçado fazendo a namorada rir de novo.

- Não vai acontecer nada. – Ela sussurrou fraco – Amo você. – Foi a última coisa que disse, cedendo por completo a exaustão.

O coração de Scott acelerou, ele sentiu todos os nervos do corpo se mexerem com a fala da garota. Ele sorriu contente em ouvir aquilo da garota em que ele era apaixonado, a sensação de satisfação o preencheu.

- Também te amo. – Ele respondeu se ajeitando no sofá, adormecendo também com a televisão ligada. 

...

Meu Deus, por que ela não sai da minha cabeça?

Stiles odiou mais uma vez ser assombrado por Lydia, ela o perseguiu a tarde inteira desde que saiu pela porta no fim da manhã.

Mesmo quando tentou afastá-la da mente era impossível pois Scott insistia em lembrar da ruiva e de como Stiles estava supostamente apaixonado por ela.

Paixão. Isso era definitivamente algo que Stiles conseguiria sentir por Lydia. Além da beleza física impecável, as qualidades sempre apareciam com facilidade.

Ódio. Stiles pensou bastante nessa palavra durante o resto do dia. Ele amou tanto beijar a ruiva, mas amar é o oposto de odiar, então o que ele estava sentindo?

Amou poder tocar a pele macia, sentir o cheiro dela, conhecer a boca bonita e experiente, acariciar o cabelo ruivo, segurar o rosto delicado. Ele amou aquele momento.

Era algo tão novo, tão irreal. Stiles só sabia que tinha acontecido porque não conseguia dormir, as memórias afastavam o sono. Virou diversas vezes na cama, ajeitou o travesseiro, bocejou inúmeras vezes, mas não conseguia dormir.

De alguma maneira ele parecia feliz, sentia o coração bater mais alegre. Cada poro do corpo pálido pedia por mais. Por mais dela, por mais de Lydia.

- Eu preciso dormir. – Ele disse para si mesmo.

O ciclo recomeçou. Se ajeitou na cama várias e várias vezes, mas cada vez mais o colchão macio parecia desconfortável e impróprio.

Tudo era por causa dela. Todas as vezes que ele lembrava de Lydia, lembrava do beijo impossível de ser apagado ou até mesmo deixado de lado na memória. E quando começava a lembrar de tudo o que sentiu por ela e com ela, ficava impossível dormir.

Cansado, decidiu encarar o teto do quarto e fazer a vontade que a mente ansiava. Pensou na ruiva.

Lembrou do beijo, da masturbação, da festa, do jantar, das aulas, lembrou de quando a conheceu, lembrou até de quando esbarrou nela na creche.

A lembrança de estimular Lydia foi sem dúvidas a coisa que mais tirou o sono do garoto. Sentir a ruiva excitada, ouvir o gemido necessitado dela, sentir os dedos no lugar mais íntimo, tudo era inesquecível.

Ela era tão linda, sexy, tentadora. Stiles queria muito ser dela, queria transar até sentir as forças acabarem.

Apenas encostar nela já o excitava, transar de fato seria uma sensação inimaginável que Stiles cobiçou ao extremo sentir. Rendido a se lembrar do toque, lembrar da manhã na cozinha, foi inevitável que ele não se excitasse.

O desejo cresceu absurdamente, a cada lembrança ficava mais difícil controlar a vontade de tê-la. Stiles pensou em como ela ficava rendida à ele, e controladora muitas vezes.

A curiosidade atiçava o desejo, os dois se completavam e aumentavam o tesão da imaginação fértil.

Quando se deu conta, Stiles já alisava o pênis que começava a endurecer. Era uma massagem em movimentos rotatórios, ele ansiava por mais e mais.

A mão direita friccionava o membro de leve dentro da cueca, da maneira que só ele sabia como agradava.

Stiles conhecia muito bem o próprio corpo, sempre entendeu sobre masturbação e nunca foi tímido para fazer isso.

O toque conhecido era uma tortura doce, ridiculamente deliciosa. Ela estava ali com ele, rebolando, pedindo por mais, gemendo o nome do garoto que a deixou exausta e suada.

Cada nervo do corpo quente começava a clamar por sexo, os movimentos aumentavam e cada vez mais a sensação se apossava dele.

Era impossível controlar, era bom demais. Era relaxante, era fantasioso, era indescritível. Gotículas de suor dominaram o rosto corado marcado por pintinhas, a mão deu indícios de dor.

Stiles aumentou o ritmo sentindo o quanto estava necessitado, o quanto precisava daquilo. Fechou os olhos com força, apertou o membro levemente.

Sentiu o corpo ameaçar explodir, o calor percorrer todos os órgãos e contaminar as mãos ágeis. Ficou insuportável, a sensação era forte demais. Ele se entregou.

- Lydia... – Stiles gemeu arrastado, clamando por ela.

A mão mexeu descontroladamente em uma velocidade inconstante enquanto o corpo amolecia. Stiles gemeu por longos segundos enquanto os fluídos eram liberados do corpo, ele havia se sujado.

Stiles não se arrependeu, não era a primeira vez que fazia aquilo por Lydia. Pelo o contrário, fantasiar a ruiva era algo diário.

O corpo exausto e suado implorou por um banho. Stiles regulou a respiração, absorveu o alívio que recebeu e foi para o chuveiro, satisfeito pela masturbação.

O relógio ao lado da cama marcava três e meia da manhã.

...

Allison acordou grudada em Scott, um braço envolvia a cintura do garoto enquanto a cabeça estava completamente entregue ao tórax que se erguia e abaixava lentamente.

Argent se sobressaltou, observou confusa a casa iluminada pela luz do sol. Os dois ainda estavam sozinhos e Scott dormia plenamente.

Ele ficava lindo dormindo, tão tranquilo. Allison observou por alguns minutos encantada o namorado, e então se afastou dele devagar.

Sem fazer barulho e nem acordá-lo, ela se levantou e alcançou seu casaco que estava apoiado na cadeira. Foi em direção à porta e parou quando ouviu Scott.

- Você ia embora sem falar comigo? – Ele murmurou, a voz cansada pela preguiça.

Allison se virou e olhou o namorado que a observava.

- Nós dormimos demais, eu já devia estar em casa. Estou atrasada pra sair com meu pai. – Scott concordou com a cabeça – Me liga.  – Ela disse saindo e fechando a porta.

...

Lydia parou em frente à porta da casa de Stiles, carregava nos braços alguns livros e cadernos sobre história.

Tantas perguntas, nenhuma resposta. Como os dois ficariam depois do beijo? Será que ela ia conseguir se concentrar realmente em ensinar a matéria ou ficar se perguntando quanto tempo aguentaria até engolir aqueles lábios finos de novo?

Ela respirou fundo enquanto fechou os olhos, colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e apertou a campainha. Esperou tentando controlar o coração que lutava para bater acelerado apenas com a expectativa de ver Stiles.

Quando ele abriu a porta e a fitou foi impossível controlar. O coração bombeou sangue na velocidade da luz enquanto as mãos seguraram com mais força os cadernos e livros nos braços, com receio de que caíssem.

Lydia sentiu as bochechas queimarem mesmo que sem motivo, a timidez travou as pernas expostas no shorts jeans.

Quando percebeu que os lábios estavam abertos, Stiles fechou a boca sem graça e sorriu. Ela estava linda, a coloração rosada nas bochechas a deixava meiga e ainda mais delicada.

Ainda sorrindo, ele ergueu a mão em direção à sala, Lydia observou parada alguns minutos. Ela fechou os olhos e mordeu o lábio inferior, se punindo por parecer uma idiota. Sorriu brevemente e entrou decidida tentando refazer a imagem.

Stiles fechou à porta e observou Lydia de costas para ele. Ele queria envolve-lá  para si, abraçá-la, beijar o pescoço tentador que estava escondido na cabeleira ruiva.

O silêncio dominou tudo, Lydia aguardou ansiosa que Stiles falasse alguma coisa pois sabia que o nervosismo dominaria sua língua se ela tentasse.

- Você prefere na sala ou no quarto? – Stiles tomou a inciativa e perguntou.

A frase sugestiva fez com que Lydia desse uma leve risada e negasse com a cabeça, e então ela se virou. Encarou as íris castanhas curiosas.

- Na sala, Stilinski.

Stiles franziu a sobrancelha, espantado com o jeito que ela respondeu.

- Ainda estou falando de estudar, ruiva.

Lydia mordeu o lábio inferior controlando o riso. Desejou que ele estivesse se referindo à outra coisa. Ela se virou e andou até o sofá, se sentou e apoiou os materiais na mesinha central.

Stiles observou os movimentos atentamente da porta, Lydia o olhou curiosa.

- Você não vai vim?

Stiles suspirou tentando controlar a vontade de dizer diversas besteiras pervertidas para a ruiva. Ele andou até ela em passos largos.

Se sentou forçando os olhos nas folhas, pois eles lutavam para encararem as pernas expostas.

- O que você sabe? – Ela perguntou enquanto colocava um livro no colo.

Stiles piscou confuso para si mesmo, ele era horrível, simplesmente horrível na matéria.

- Sinceramente, acho que sei o que é uma rebelião, é o suficiente?

Lydia bufou.

- Você não sabe nada porque não estuda e mata as aulas pra transar. – Martin resmungou enquanto folheava o livro.

Existia irritação na voz enquanto a ruiva sentia o cérebro queimar de ódio por alguma razão recém-adquirida.

Os lábios grossos formavam um leve bico que a garota parecia se esforçar para esconder, ela passava as folhas com impaciência e uma certa brutalidade enrustida.

Stiles sentiu vontade de rir, mas ele se controlou. Apenas observou o espetáculo por alguns segundos e então provocou.

- Não precisa ficar com ciúmes, ruiva. Tem Stilinski pra todo mundo.

Lydia debochou com um som que escapou da garganta enquanto olhou perplexa para o garoto. Reparou na expressão vitoriosa que ele tinha e então voltou os olhos para o livro.

- Não vou discutir com você. – Ela disse encerrando o assunto ainda com o rosto fechado.

Stiles observou, deu um leve sorriso.

- Você fica bonitinha com ciúmes.

Lydia o olhou, mas dessa vez o rosto transmitia surpresa, incredulidade. Ele ainda sorria sem mostrar os dentes, parecendo feliz com aquele mero momento.

Os olhos verdes devoraram os castanhos, mais uma vez aquelas inúmeras sensações dominaram os dois. Mas Lydia negou, piscou desordenada e se virou para o livro no colo, ignorando o olhar atento de Stiles.

- Se concentra, Stiles. – A ruiva clamou encarando as folhas, ele coçou a garganta e afirmou com a cabeça, decidido a parar.

Os dois ignoraram o ocorrido, Stiles se concentrou em Lydia.

Ela estava realmente linda. Os cílios enormes pelo rímel deixavam os olhos verdes e brilhantes ainda mais grandes e chamativos, a boca carnuda tinha um batom rosado que a fazia parecer uma boneca.

As coxas brancas e bonitas eram pecaminosas, estimulantes de uma maneira exagerada. Stiles engoliu seco cravando os olhos naquela região, desejando cravar a boca e as mãos também.

Ele mordeu, chupou, sugou, lambeu, apertou. Fez de tudo na carne macia de Lydia durante aquele segundos em que focou os olhos ali.

- Quem foi Hitler? – A ruiva perguntou.

Com esforço, Stiles focou nos olhos de Lydia.

- O que? – Ele perguntou confuso.

A garota revirou os olhos.

- Acho melhor eu parar de vim de shorts pra sua casa. – Ela suspirou.

- Burca. Burca é melhor.

Lydia juntou o cenho desconcertada. Stiles estava sério, não parecia nenhum tipo de piada.

- Stiles, se concentra! – Lydia repreendeu – Mais uma e eu desisto, eu juro.

- Desculpa, ruiva. Parece que você gosta de testar minha sanidade.

Stiles odiava a maneira como as palavras escapavam da sua boca por força maior. Ele se xingou mentalmente por ter dito o que repetiu para si mesmo diversas vezes desde que ela entrou pela porta.

Lydia ficou abismada, perdida e surpresa demais.

- Stiles, de que droga você tá falando?! – Ela perguntou encabulada.

- Meu Deus, Lydia. Desculpa, continua por favor. – Stiles pediu passando a mão no cabelo.

Lydia suspirou, ele olhou para ela.

Com muito esforço, os dois conseguiram estudar. Stiles se concentrou na voz de Lydia, se negou à olhar para ela. Apenas ouviu a ruiva explicar e logo depois fazer as perguntas.

Ele não acertou todas, mas considerou um grande progresso pois pelo menos agora sabia quem era Hitler.

Lydia se levantou, colocou todo o material nos braços e virou para Stiles que a observava.

- Você melhorou?

- Sim, novinho em folha. – Ele abriu os braços olhando o corpo, Lydia riu brevemente e revirou os olhos, andou em direção à porta.

Stiles foi atrás dela.

- Quando você pode me ajudar de novo? – Stiles perguntou antes que ela saísse, Lydia parou com a porta aberta.

- Não sei Stilinski, mas fica tranquilo, tem ruiva pra todo mundo.

Ela não o olhou, apenas saiu da casa decidida a devolver à provocação de antes. Entrou no carro ciente do olhar de Stiles e foi embora.

...

O cabelo solto de Lydia à sufocou, a fazendo acordar e livrar o rosto dos fios violentos. Ainda era de madrugada, o silêncio rondava a casa grande.

Água. Lydia sentiu a boca seca, sentiu necessidade do líquido. Colocou os pés para fora da cama e hesitou alguns instantes, processando o que deveria fazer.

Expulsou o sono do subconsciente e levantou, andou em passos lentos e preguiçosos até as escadas. Desceu com cuidado segurando o corrimão, um por um.

Desnorteada ela foi até a cozinha, quando alcançou um copo no escorredor de louça, Lydia congelou.

O coração bateu acelerado, as mãos tremeram na mistura de pavor e sonolência. Ela observou abismada a figura de um homem deitado no sofá.

Ele estava estirado lá, sozinho e calmo. Lydia prendeu a respiração, sentiu vontade de gritar, pedir ajuda. O lugar estava escuro, mas ela pode perceber, tinha alguém ali.

Era um homem, uma mulher jamais seria daquele tamanho. Os olhos da ruiva ameaçaram saltar das órbitas, o medo se espalhando velozmente pelo corpo. 

Meu Deus! Meu Deus!

O terror paralisou a garota, ela não conseguiu se mover. Olhando aterrorizada, ela percebeu que ele respirava. O tórax subia e descia lentamente.

O que eu faço? O que eu faço?

O medo impediu que ela raciocinasse, ela fechou os olhos, respirou fundo. O homem não tinha visto Lydia, na verdade ele estava imóvel. 

Eu preciso me defender.

Lydia pensou em ligar para a polícia mas gastaria tempo e talvez chamasse a atenção, por isso, em um surto de coragem, a ruiva raciocinou o que conseguiu.

Subiu as escadas assustada observando a silhueta imóvel, foi ao quarto vazio dos pais e pegou sua única defesa. Lydia segurou trêmula o taco de beisebol levantado perante o ombro direito.

Você consegue, Lydia!

E então, novamente no silêncio, ela voltou. O coração martelava nos ouvidos, as mãos tremiam e os pés formigavam. A tensão não permitia que ela respirasse, mas Lydia prosseguiu.

Sentiu os pulmões pesados, o peito latejar, mas ela não parou. Lydia se colocou de frente para ele em uma distância segura, o taco tremia descontrolado.

Ele estava dormindo, o homem alto e desconhecido dormia tranquilamente no sofá com o rosto virado para ela. A escuridão não deixava que ela enxergasse a feição.

O cabelo ruivo desgrenhado se destacava levemente na escuridão enquanto as mãos estavam agitadas ao extremo. Lydia não se permitiu tentar respirar. Ela queria atingi-lo.

Andou com as pernas bambas, se colocou em frente à ele. Ela tremeu, tremeu demais. O medo a dominou, mas ela não podia desistir. Lydia odiava se sentir fraca, incapaz.

Ela ergueu o taco desgovernado no alto da cabeça, pronta para golpear. Até que ele se sobressaltou, o homem gritou de susto e Lydia gritou em resposta.

Os dois berraram alto e o taco despencou no chão, Lydia acolheu as mãos desgovernadas no estômago e recuou alguns passos ainda gritando.

Mesmo com todo o pavor, Lydia processou o som da voz. Os lábios tremiam muito para falar mas isso não a impediu de gritar com ele.

- Que diabos você pensa que está fazendo, Stiles?! – Lydia gritou apavorada – Você quase me matou de susto!

Eles não conseguiam se ver, mas Stiles ainda respirava alto com o susto. Ele jogou novamente as costas no sofá macio.

- Lydia... – Ele tentou falar mas ela não deixou.

- Como você entrou na minha casa?! Devem ser duas horas da manhã! – Ela ainda falava alto despejando toda a agonia que sentiu.

- Lydia! – Stiles chamou em um tom mais alto, porém nada severo, ele apenas queria se explicar.

Ela respirava descontrolada devolvendo todo o ar que os pulmões desejaram todo aquele tempo. Observou quieta e abismada a silhueta de Stiles falar.

- Eu fiquei com medo de você ter outro pesadelo, não quis te deixar sozinha. Só achei que seria legal devolver o favor já que você não me deixou sozinho quando fiquei machucado. Não quis pedir porque achei que você não fosse querer, então eu vim e fiquei aqui. – Ele fez uma pausa respirando fundo – Eu tenho uma cópia da chave, lembra?

Lydia não soube o que dizer, sentiu o coração pesar de culpa, quis ficar com ele. Queria pedir desculpas, mas não conseguiu falar.

Martin se puniu mentalmente, se odiou, se arrependeu profundamente. Não soube como reagir, mas ficou triste pela atitude repentina. Toda a raiva e medo foram substituídos por culpa e amor.

Amor. Amor por ele se preocupar, por querer ajudar e não querer incomodar.

Stiles suspirou, se levantou do sofá com sua camisa lisa e calça esportiva. Ele não havia levado nada, nem um lençol sequer.

- Eu vou pra casa, ruiva. Sinto muito. – Ele disse se virando.

- Não! – Ela protestou, o fazendo olhar para ela e enxergar muito mais os cabelos vermelhos destacados na escuridão do que a feição que ela tinha – Você vai dormir aqui, comigo.

O coração de Stiles pulou, subiu para a garganta o fazendo engolir de volta e obrigá-lo a ficar no lugar. Antes que Stiles pudesse processar a informação, Lydia o puxou pela mão.

O toque quente e conhecido foi devolvido com os dedos entrelaçados, ela o guiou pela casa escura e fria. Stiles apenas andou, não disse nada.

Lydia trouxe o garoto até perto de sua cama, se sentou e o olhou de baixo para cima. Mesmo na escuridão, Stiles enxergou o rosto pedinte de Lydia.

Antes que ela falasse qualquer coisa ele soltou a mão dela e rodeou o móvel, se deitou de barriga para cima. Como de costume a ruiva se virou de costas para ele, mas dessa vez ela não precisou fazer nada.

Todo o corpo de Stiles pediu por aquilo, cada centímetro dele implorou por aquele contato íntimo.

Ele a envolveu por trás com delicadeza, alcançou a mão da ruiva que estava parada na cintura e entrelaçou novamente os dedos.

Se aproximou, encostou o peitoral nas costas e inalou o cabelo de Lydia. Aquele era o melhor cheiro do mundo.

- Obrigada, Stilinski. – Lydia disse baixinho já com os olhos fechados.

- De nada. Boa noite, ruiva. – Foi a última coisa que disse antes de adormecer.

 


Notas Finais


Eu fiz uma referência com o taco do Stiles! Até!


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